SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Leituras: Ex 34,4b-6.8-9; Sl Dn 3,52-56; 2Cor 13,11-13; Jo 3,16-28

POESIA

SANTÍSSIMO DEUS TRINITÁRIO

Deus Santíssimo e amável,
Que nos reúne no amor,
Que fica próximo de nós
Para nos dá força e vigor,
Guiando os nossos caminhos.
Que não nos deixa soizinhos,
Origem, imagem e defensor.

Deus Santíssimo e presente,
Na história da salvação,
Que conduziu o seu povo,
Guiando-o na compaixão,
Que trouxe os mandamentos,
Dando maná como alimento,
Em busca da libertação.

Deus Santo e misericórdia,
Perfeita comunidade,
Que vence o individualismo,
A ferir a humanidade.
Deus de nossa Salvação,
Que nos faz ser comunhão,
E viver a fraternidade.

 Deus Santo e Encarnado,
Rosto humano se mostrou,
Que veio nos trazer a paz,
E a verdade nos ensinou,
Conosco veio morar,
A vida nova nos dar,
Por isso ressuscitou.

Deus da vida e a da Paz,
Três pessoas em união,
Que sempre vem mostrar,
A romper a solidão,
Vence as trevas do egoísmo,
É contra qualquer terrorismo,
E a favor da união.

Deus Santo que nos reúne,
Pra vivermos a unidade,
Pai, Filho e Santo Espírito,
No templo a nos ensinar,
Ao mundo a nos enviar,
A viva fraternidade.

HOMILIA

O nosso Deus é uma comunidade santa

Após o domingo de Pentecostes temos mais uma solenidade que é, também, de muita importância para os cristãos. Celebrar a Santíssima Trindade é reconhecer a particularidade que tem o Deus dos Cristãos. Nosso Deus é uma comunidade perfeita: Pai, Filho e Espírito Santo. O Deus dos cristãos não é um Deus solitário. Também não está distante; ele caminha conosco, como nos prometeu o próprio Jesus Cristo: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.” (Mt 28,20).

Sendo um Deus presente e que está em todos os momentos, ele também é misericordioso, cheio de compaixão e de infinito amor. É um Deus Pai, fonte de tudo! Que criou o mundo, nos criou e quer continuar nos recriando, pela nossa conversão, pelo seu perdão, no seu caminho de salvação. É um Deus Filho, que se encarnou e veio morar conosco, nos ensinando o mandamento novo do amor, o qual supera toda a Lei e todo manipulação do poder e da escravidão. É um Deus Espírito Santo, que desde a Criação pairava sobre as águas, que falou pelos profetas, que veio a Maria para a encarnação do Verbo, que soprou sobre os apóstolos e fez nascer o novo povo de Deus, a Igreja, no dia de Pentecostes.

A comunidade cristã, os batizados, pertence à família de Deus. São filhos, membros do mesmo Pai, irmãos do único Filho, Jesus Cristo, e são animados pelo mesmo Espírito.[1] E todos devem contemplar a perfeição da Santíssima Trindade como modelo para a vida da Igreja.

Por isso que participar da Igreja é exatamente, ser filho deste mesmo Pai, que faz nascer o sol sobre todos (cf. Mt 5,45); membros do mesmo corpo de Cristo (cf. 1Cor 12,13), ele, filho único de Deus que se faz Eucaristia. Também é ser animados e presenteados pelos dons do mesmo Espírito. O apóstolo Paulo nos diz: “um só é o mesmo Espírito que opera todas as coisas, repartindo a cada um como quer”. (1Cor 12,11).

O evangelista João nos fala na liturgia desta festa: “Deus não enviou seu filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3,17b). Muitas vezes temos uma compreensão de um Deus que se encarnou no mundo para ficar apontando os erros humanos a fim de condenar as pessoas de forma cruel.

O nosso Deus, Santo e Trino, não é um olheiro que fica de longe para ver nossos erros. Em Jesus Cristo somos instruídos para o amor e para aprendemos a comunhão. Ele veio nos mostrar a face misericordiosa do Pai e nos ensinar como amar, perdoar e cuidar do irmão que carece de cura, de libertação e de pão. Primeiramente, nosso Deus é puro e perfeito amor.

O nosso Deus não é um castigador. Ele não castiga. Quem nos castiga é o nosso pecado, como consequências das nossas escolhas livres, porém erradas em relação ao caminho que o Senhor nos mostra. Quantas opções nós fazemos as quais nos levam às trilhas da perdição e às trevas do pecado. Quando reconhecemos os equívocos em nossa vida e queremos refazer o nosso caminho de volta à casa de nosso Deus, ele prontamente nos acolhe, vem e nos abraça nos devolvendo a dignidade de filhos inseridos na mesma comunidade de amor e perdão.

São Paulo, na segunda leitura, nos exorta com uma saudação muito comum em nossas celebrações: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós” (2Cor 13,13). Trata-se de uma saudação trinitária. É isso que devemos fazer em primeiro lugar, no início de nossos momentos de oração, em nossos encontros, nas nossas reuniões… Todos os cristãos quando se encontram, devem ter a consciência de estarem na presença da Trindade Santa.

Diante do que refletimos acima: devemos nos perguntar sempre se nossas atitudes, nossas ações pastorais, convivências e amizades, estão inspiradas no amor de nosso Deus Pai, Filho e Espírito Santo? E no nosso dia a dia, deixamos transparecer a face amorosa, a alegria e a misericórdia que brotam da nossa relação com Deus? Relação que acontece na escuta constante da Palavra, no encontro com a Eucaristia, na comunhão Espiritual, na visita e adoração a Jesus Sacramentado, nas novenas, nos encontros com os irmãos, nas visitas aos doentes e carentes da presença carinhosa e caridosa de Deus.

Portanto o nosso Deus, Trindade Santa, está presente em nosso hino de louvor, na saudação inicial de nossas celebrações, no nosso sinal da Cruz e em todos os sacramentos. Isso para nos dizer que ele está conosco em todos os momentos da caminhada de nossa vida terrena.

Que o Pai, o Filho e o Espírito Santo nos converta, com a sua Palavra e o seu corpo, a Eucaristia, nos anime com o fogo do amor corajoso, esplendor da verdade Santa a fim de vivermos nossa missão de sermos sal e luz do mundo. E com perseverança e a consciência de filhos do mesmo Pai, irmãos em Cristo, sejamos iluminados e fortificados pelo amor do Espírito Santo. Amém.

[1] Cf. ARMELLINI, Fernando. Celebrando a Palavra: Ano A. 9 ed. São Paulo: Ave Maria, 2014, p. 177-183.
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2 Comments

  1. Rogério Rodrigues de Paula

    Devo afirmar sempre, que não há presença viva de Cristo fora de sua Santa doutrina.

  2. Maria Divina dos santos

    “Deus não enviou seu filho ao mundo para condena-lo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele”
    Essas palavras dizem muitas coisas…que muitas vezes esquecemos e julgamos! Nos esquecemos de levar o amor e o perdão e levamos apenas o julgamento! Peço que Deus tenha misericórdia de nós e que nos ensine a levar mais o seu amor em nossos caminhos e menos o julgamento.
    Obrigada Diácono!começando o dia com essa certeza: levar mais amor pelo caminho…
    Boa semana a todos nós ??????

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