III DOMINGO DO ADVENTO

Leituras: Is 61,1-2a.10-11; Lc 1,46ss; 1Ts 5,16-24; Jo 1,6-8.19-28

POESIA

A VERDADEIRA ALEGRIA

A verdadeira alegria
Vem sempre do Senhor,
Que completamente nos realiza,
Com seu eterno e perfeito amor,
Ele é o caminho certo,
À nossa vida sempre aberto,
Percurso santificador.

A verdadeira alegria
É plena de pura perfeição,
Preenche-nos totalmente,
Desnecessária complementação,
Sua Palavra é o alimento,
Seu corpo também é sustento,
Para a santificação.

A verdadeira alegria
Vem do fogo abrasador,
Do Espírito Santo em nós,
Com sua força e amor,
Trazendo a forte união,
Dos que se reúnem em oração,
Como povo do Senhor.

A verdadeira alegria,
É a certeza da salvação,
Que vem da voz do profeta,
Na sua forte pregação,
Pelos nossos desertos,
Levando-nos aos rumos certos,
Através da conversão.

A verdadeira alegria,
Devemos também proclamar,
Pelo nosso testemunho,
Para o mundo contemplar,
Ao Senhor que nos conduz,
Ele a verdadeira luz
E que vem pra nos salvar.

 

HOMILIA

A alegria no Senhor é para sempre

Neste 3º domingo do Advento vivemos a alegria da proximidade para com a celebração da encarnação do Verbo. A alegria que esta liturgia apresenta está além das nossas sensações humanas e dos nossos propósitos terrenos. Assim podemos ver na primeira leitura retirada do livro do profeta Isaías: “Exulto de alegria no Senhor e minh’alma regozija-se em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como um noivo com sua coroa, ou uma noiva com suas jóias.” (Is 61,10).

Como extrair, do Evangelho deste domingo, o que a liturgia nos propõe referente a alegria? O evangelho nos apresenta João Batista que prepara a chegada do Messias que virá para trazer a Salvação. Diz o Batista: “Eu batizo com água. No meio de vós, está alguém que não conheceis, aquele que vem depois de mim” (Jo 1,26b-27a). João expressa a expectativa de alegria para o povo: Aquele que virá é maior, pois é o Ungido que o profeta Isaías falou na primeira leitura.

A alegria que o Messias irá trazer “é a boa nova aos pobres, é a cura aos quebrantados de coração e a proclamação da liberdade aos cativos… o tempo da graça do Senhor” (Is 61,1b-2a).

De Deus vem a nossa verdadeira alegria como também o seu amor para a nossa realização terrena e celestial. Sendo que é aqui, no plano de povo peregrino, quando padecemos nossos sofrimentos, que somos chamados a buscar nossa realização de filhos e nossa alegria verdadeira.

A alegria que vem de Deus é diferente e está além das propostas de felicidade que o mundo moderno propõe através de um paradoxo: a uns incentiva o acúmulo de bens (por avareza, orgulho ou vaidade) e a outros o consumo desenfreado de bens (por luxúria, orgulho ou vaidade). Nossa caminhada é muitas vezes de dores, tristezas e sofrimentos, mas no Senhor somos felizes porque encontramos o repouso, a serenidade e a misericórdia.

A comunidade dos irmãos reunidos em torno da Palavra e da Ceia do Senhor é o testemunho da alegria para o mundo dos tristes e sofredores. Quando estamos juntos diante do Altar do Senhor e quando apresentamos para o mundo o nosso jeito de ser, somos “a voz que grita no deserto da vida, contra tudo que entortou o caminho do Senhor”[1], nas realidades tristes dos homens de hoje onde a alegria se faz ausente.

Para que nós, cristãos de hoje, sejamos luz do mundo, precisamos acolher a presença da luz de Cristo que brilha sobre os homens. Devemos reconhecer que o Natal é a aceitação da luz que veio nascer em nossas vidas e pela sua iluminação divina trazer-nos a alegria verdadeira.

Não são as luzes das lojas, das ruas e dos prédios que representam o nascimento do Salvador e nos trazem a alegria, mas as luzes dos presépios nas Igrejas e casas, como também as velas acesas nas famílias reunidas nas novenas de Natal e em torno da Palavra quando no final do encontro repartem com alegria o biscoito, o cafezinho e os pães, numa confraternização de paz entre os irmãos e irmãs, realizando o ágape.

É a luz do nosso testemunho, das nossas motivações missionárias que deverão está acessas para clarear a quem está próximo de nós. É a luz da nossa caridade, lealdade, justiça e fraternidade que iluminará o nosso ambiente humano e eclesial para celebrarmos a liturgia da presença de Cristo renascido em nossos corações e que precisa ser conhecido para que haja a paz e a salvação do mundo.

Precisamos nos fundamentar também em São Paulo sobre o tema desta liturgia: “Alegrai-vos sempre, orai sem cessar. Por tudo dai graças, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito, em Cristo Jesus. Não extingais o Espírito.” (1Ts 5,16-19). Pois é pela alegria e oração constante que realizamo-nos de forma completa como filhos e filhas de Deus, que nos ama e nos preenche de júbilo e louvores. Não podemos apagar a força que vem do Espírito Santo, pois é ele que nos alegra com o seu fogo abrasador.

[1] Jesus veio nos indicar os caminhos do reino: Roteiros homiléticos do Tempo do Advento-Natal – tempo comum, Ano B, novembro de 2014/fevereiro de 2015, CNBB. p. 32.
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Um Comentário

  1. Maria Divina dos santos

    Amém 🙏! A verdadeira alegria é aquela que traz a paz… que traz a presença de Deus!

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