DOMINGO DE RAMOS

COLETA NACIONAL DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE – “FRATERNIDADE E SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA”

ANO NACIONAL DO LAICATO

Leituras: Is 50,4-7; Sl 21(22); Fl 2,6-11; Mc 11,1-10 (Procissão); Mc 14,1-15,47 (Paixão)

POESIA

CAMINHEMOS A JERUSALÉM

Caminhemos à cidade santa,
Com Jesus o Santo Peregrino,
Saudado por nossos aplausos e hinos,
Ele é o caminheiro da santa Paz,
Que caminha com total liberdade,
E que em seus seguidores livres nos faz.

Caminhemos à nossa Jerusalém,
Nos encontros de dores e alegrias,
Nas trevas da vida mesmo à luz do dia
Mas a voz de Deus sempre a escutar,
Esta palavra que traz a esperança,
Que nos leva ao culto verdadeiro celebrar.

Caminhemos com o Senhor a cada dia,
Em nossa vida e em nossa caminhada,
Deixando que em nós ele faça morada
E a sua justiça sempre seguindo,
Vivendo a verdade do evangelho,
E pelo o amor dele se consumindo.

Façamos aclamações na sinceridade
Com os ramos verdes da esperança,
Olhando seu amor que não se cansa,
Porque ele caminha carregado de coragem,
Pois o medo nele não pode existir,
Porque o amor é a sua viva mensagem.

Cristo que nos ensina a obediência,
Ao Pai do céu ele se entregou,
Pronto realizar o que pregou,
Chegar à cruz como consequência,
Ele foi livre dos reinos terrenos,
Seu silêncio venceu a prepotência

Caminhemos ao encontro da nossa união,
Que se dá no alimento da nossa alma,
E também na carne que se nutre e calma,
Buscando o caminho da serenidade,
Porque a paz nasce do encontro,
Pelo amor, braços abertos para a caridade.

 

HOMILIA

O louvor dos homens e a Paixão de Cristo

Irmãos e irmãs, a celebração do Domingo de Ramos insere-nos no clima e sentido espiritual da Semana Santa. Nesta liturgia contemplamos Cristo que caminha livre para Jerusalém onde irá viver a sua paixão e morte. Lá nos dará como presente a vida nova, pois vencerá a morte para sempre e ressuscitará para também nos dá a ressurreição.

Na caminhada de Jesus para Jerusalém também vemos a sua simplicidade e a sua entrega como rei diferente. Montará num jumentinho emprestado para nos mostrar que o seu reinado sobre o mundo é marcado pelo amor, simplicidade e pela entrega total para a nossa salvação (cf. Mc 11, 3).

Em procissão, vamos também nós, com ramos verdes, cantando Hosana ao Filho de Davi. Bendito o que vem em nome do Senhor. A nossa vida também é marcada pela caminhada rumo à cidade santa, a cidade celeste, em procissão para a casa da Palavra e do Pão, a qual nos orienta, nos alimenta e nos faz crescer como irmãos e irmãs.

Nesta liturgia, já reviveremos a paixão e morte de Jesus. Na narração do evangelista Marcos, encontramos com um Jesus silencioso, que não fala nada e se entrega totalmente à cruz como consequência de sua pregação entre os homens em função de sua missão redentora. Caminhará para a sentença injusta como um cordeiro ao sacrifício. Isso nos ensina sobre a nossa missão que muitas vezes precisa de entrega e silêncio para podermos viver fielmente.

O silencio só será pecaminoso quando nos calarmos diante das injustiças e das ameaças à vida. Quando somos omissos por não promover a paz ou quando calamos por medo de anunciar a beleza da vida. Quando deixamos de promover o amor que traz a harmonia entre os homens e mulheres, na sua relação com o mundo, com o outro, consigo mesmo e com Deus.

Em nossa caminhada também encontramos as muitas cruzes e mortes, como Jesus encontrou na sua missão. Mas também encontramos a vitória, pois ressuscitamos com ele, nos levantamos e seguimos em frente. Deixamos que muitas mortes aconteçam em nossa existência para que a vida nova possa fluir e trazer um novo sentido.

Somos ainda alimentados pela fé na ressurreição e por isso caminhamos para vida eterna que é a nossa meta principal como foi dos discípulos seus. Cristo vive entre nós e nos dá o seu Espírito para vivermos no mundo, seguindo os seus passos na construção do seu Reino de amor e paz.

A celebração de domingo de Ramos nos insere na Semana Santa, nos dando o clima e o tom de todo o percurso a ser vivido nos dias seguintes. O roteiro homilético da CNBB[1] nos lembra que nesta semana viveremos cinco movimentos os quais marcam não somente este tempo, mas também toda a nossa caminhada de fé, dentro do sentido de um itinerário pascal.

O primeiro movimento é a procissão do domingo de Ramos usando a cruz à frente como sinal da paixão e da vitória de Cristo sobre a morte. Ele que nos guia no nosso caminhar de discípulos missionários seus. Como cristão, na nossa peregrinação terrestre, vivemos o louvor e o sofrimento, mas continuamos a caminhada, pois estamos com o Senhor.

O segundo movimento acontece concretamente na sexta-feira santa, quando caminhamos para beijar a cruz. Ela é o sinal da glória de Cristo, representação do amor máxima de Jesus por nós, a explicação do limite o qual Jesus chegou para nos apresentar a face misericordiosa de Deus Pai pelos homens. Quando desprezamos esta dimensão espiritual da cruz, fugimos da nossa missão e nos desanimamos. A Cruz também é sinal de misericórdia e vitória.

No terceiro movimento, podemos dizer que é o mais forte e marcante para os cristãos, pois é o nosso caminhar atrás do círio Pascal, a luz verdadeira que brilha nas trevas. A noite da morte agora já não existe mais. Cristo ressuscitado agora nos guia e nos ilumina com sua luz. Caminhamos sem medo da escuridão das dores, das angústias e das tristezas, pois agora somos vencedores marcados pela alegria, coragem e paz no mundo. Cristo está vivo!

O quarto movimento diz respeito à nossa procissão rumo à mesa cujo o alimento é o corpo do ressuscitado, o seu sangue nos mata a sede e nos sacia para continuarmos firmes, marcados pela esperança num mundo novo cheio de fraternidade e vida nova para todos.

E no quinto e último movimento, somos enviados em missão para proclamarmos que Cristo venceu a morte. Mas ele está conosco animando-nos com o seu Espírito. Lá fora da Igreja, no mundo, daremos testemunho de verdadeiros seguidores do Cristo. Seremos os continuadores de sua mensagem salvífica. Seremos presenças vivas entre os homens para mostrarmos a face do Senhor que é amor e a compaixão que deseja que todos sejamos irmãos.

Portanto, vivamos a semana das semanas, num espírito de oração, de penitência e jejum. Fiquemos atentos aos passos do Senhor na sua paixão, morte e ressurreição, pois é nesta verdade e neste acontecimento que está fundamentada a nossa fé. Amém.

[1] Roteiros homiléticos da quaresma, março e abril, ano A. 2014.
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Um Comentário

  1. Maria Divina dos santos

    👏👏👏 muito lindo!!

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