II DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO A – MATEUS

Leituras: Is 49,3.5-6; Sl 39(40); 1Cor 1,1-3; Jo 1,29-34

POESIA

 ELE É O NOSSO CORDEIRO

Olhando para o altar,
Para o Cordeiro imolado,
Pedimos a salvação,
E que nos livre do pecado.

Ouvindo o que ele nos diz,
Nutrindo nosso coração,
Queremos que nos ensine,
A vivermos como irmãos.

Entrando em sua casa,
E com os irmãos encontrando,
Vivendo em Comunhão,
Vamos nos santificando.

Nosso Cordeiro amado,
Entregou-se em humildade,
Fazendo-se nosso banquete,
De Vida e Fraternidade.

Seu alimento é eterno,
E a nós se ofertou
Também fonte de água viva,
Pois a morte derrotou.

E a nós, os batizados,
No Espírito abrasador,
Sejamos também sinais,
Do Santo e Vivo amor.

Que na missão pelo mundo,
Levemos sempre a verdade,
E que a força do evangelho,
Salve toda a humanidade.

E o Batismo no Espírito,
Luz Santa que irradia,
Preencha a nossa alma,
De repleta alegria.

HOMILIA

 Batizados em Cristo

Irmãos e irmãs, após as solenidades da Epifania e do Batismo do Senhor entramos no tempo comum, período que contemplamos a ação do Verbo de Deus na história dos homens. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (cf. Jo 1,29), porque veio mergulhar em nossa realidade humana, santificou as águas e trouxe o batismo no Espírito Santo para resgatar a nossa imagem, a fim de que se assemelhe a D’Ele.

O Evangelho de hoje nos apresenta João Batista apontando Jesus, confirmando o que ele já tinha anunciado nas suas pregações pelo deserto. João Batista também faz uma memória do acontecimento do Batismo de Jesus e a sua experiência de ter visto o Espírito Santo descer e permanecer (Jo 1,33).

O profeta Isaías nos fala na primeira leitura do Servo de Israel, que será luz das nações e que trará a salvação até os confins da terra. Para nós cristãos, Jesus é este servo, o Cordeiro que agora se entrega para salvar todos do pecado original. Ele traz a redenção e paz para o mundo.

São Paulo na carta aos Coríntios dirige uma mensagem aos que encontraram em Cristo o fundamento da santidade. Os que estão em Cristo são chamados a viver os mesmos sentimentos dele. Por isso os batizados têm a missão de serem santos dentro das diversas realidades do mundo. Como fermento que transforma a massa e que a faz crescer, assim são os batizados no Espírito Santo, os quais fazem crescer a força do Evangelho no mundo. Viver a santidade com os pés firmes no chão da vida e iluminando os outros para também trilharem o mesmo caminho, esta a missão dos cristãos.

Não podemos viver uma espiritualidade mergulhada no isolamento e no intimismo, alheios às realidades concretas da vida as quais estamos inseridos. Onde quer que estejamos, somos chamados a dar testemunho do que vivemos. E dar testemunho sempre no meio das realidades onde estão ausentes os valores do evangelho.

No seguimento a Cristo somos chamados a tirar o pecado do mundo, porque ser seguidor é anunciar a justiça, é construir a fraternidade, vencer os males que afetam a realidade humana. Todas as vezes que nos reunimos para rezar, para planejar as ações de amor e de caridade estamos contribuindo para que a miséria que está no mundo seja diminuída.

Quando nos alimentamos do Santo Corpo e Sangue apresentados pelo sacerdote no Altar, somos nutridos para vivermos com perseverança e força a missão que o Senhor nos confiou. Não podemos esquecer que a apresentação do Cordeiro no Altar nos motiva a olhar para João Batista e fazermos o mesmo que ele fez: apontar para ele e apresentar aos que ainda não o encontraram.

Olhemos para o Cordeiro que agora nos oferece um banquete santo para nossa salvação e perguntemo-nos: somos capazes de reconhecer os nossos pecados os quais Cristo quer nos tirar? Quais são os pecados do mundo os quais estamos envolvidos? Que pecados queremos que Cristo tire do mundo, com a nossa colaboração?

São muitos os pecados os quais praticamos e que de certa forma podemos nomear nos dias de hoje: as injustiças sociais, a corrupção, as guerras, as ambições, o egoísmo, o individualismo e, sobretudo a omissão dos cristãos quando é preciso levantar a voz e defender a vida e a justiça.

Peçamos ao Espírito Divino que ilumine as nossas ações e os nossos corações para vencermos o medo e o comodismo e que nos venha a coragem de tomarmos consciência de nossos erros, os quais trazem consequências para a humanidade se distanciar da vida verdadeira. Que o “Banquete do Cordeiro” alimente a nossa vontade de vivermos fielmente o nosso batismo no Espírito de Deus em virtude de vivermos a missão de discípulos missionários neste mundo marcado por tantas controvérsias.