NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, ANO A – MATEUS

Ano Nacional Mariano

Liturgia da Noite: Is 9,1-6; Sl 95(96); Tt 2,11-14; Lc 2,1-14

Liturgia do Dia: Is 52,7-10; Sl 98(97); Hb 1,1-6; Jo 1,1-18

POESIA

DEUS NASCE ENTRE OS PEQUENOS

Entre as montanhas de Judá,
Nas noites escuras dos pastores,
Vem a luz divina nos visitar,
Vencendo todos os temores,
Trazendo o amor e a salvação,
Vencendo em nós a escuridão,
Que muitas vezes nos traz horrores.

Nasce entre os animais e pecadores,
Anunciando desde já sua missão,
Rei simples, pobre e sem coroa,
Sendo sinal de contradição.
Vem como uma simples criança,
Mas traz para muitos a esperança,
E aos poderosos a confusão.

Naquela noite vem os louvores,
Da corte celeste a cantarolar,
E à voz do anjo mensageiro,
Que se une também a entoar,
Porque nasceu o salvador,
Deus de paz, justiça e amor,
E a todos os homens veio salvar.

O Natal nos traz um ensinamento,
Para nesta vida proceder,
Deus veio para o mundo inteiro,
Com sua palavra a nos converter,
Ensina-nos a simplicidade,
O acolhimento e a fraternidade,
Prega a justiça e o bem viver.

E em torno do santo altar,
Vivamos a coerência e a união,
Escutando sempre a santa Palavra,
Na irmandade e na comunhão,
Sendo sinais da luz do Senhor,
Vencendo a tristeza e o rancor,
Vivendo todos como irmãos.

HOMILIA

E Deus veio morar conosco

Celebrar o Natal é deixar que a luz de Deus venha nos iluminar e nos trazer uma vida renovada, onde a fraternidade seja cada vez mais reforçada e a vida humana seja mais dignificada. Por isso o Natal se prolonga sobre nossa existência quando o amor reina nos corações das pessoas para que sejam mais sensíveis a caridade e a bondade de Deus. Bondade que se concretiza na prática da justiça social e na paz entre os povos.

O texto do Evangelho sugerido para liturgia da Igreja na noite de Natal é de Lucas, o qual apresenta a caminhada dura, entre as montanhas, que Maria e José, grávidos de Deus, fazem de Nazaré até Belém com o objetivo de participarem do recenseamento como membros daquele povo. Nos arredores daquela cidade, próximo aos campos dos pastores, envolvido em faixas e deitado numa manjedoura (cf. Lc 2,12), nasce o nosso Pastor, aquele que vem trazer a paz, a justiça e, sobretudo, o amor misericordioso de Deus Pai.

Os primeiros a receberem a notícia são os que estão nos campos, cuidando dos rebanhos. São os pobres, distantes do centro da cidade, longe da casa real onde a corte humana esperava junto aos seus súditos um Rei poderoso e rico, com seus exércitos fortes e invencíveis. Mas Deus usa uma pedagogia diferente para se fazer presente entre os homens. Mesmo sendo capaz de se manifestar de uma forma mais óbvia e mais plausível aos olhos da humanidade, Deus vem como criança, nascendo numa estrebaria, através de uma família simples (Maria e José) e pobre, a ponto de não ter uma casa para realizar o parto.

Já a liturgia do dia de Natal, esta nos apresenta de forma mais profunda a divindade do Menino que nasceu na gruta de Belém entre os pastores e sobre a luz das estrelas entre as montanhas da Galileia. De acordo com o evangelista João, este recém-nascido é a encarnação de Deus e já existia antes pois participou do princípio da Criação. Ele agora vem mostrar sua face entre nós, vem caminhar com a gente trazendo-nos a paz, anunciando-nos que o seu amor é para todos aqueles que querem encontrar a salvação.

O menino que nasceu de Maria é o esperado por todos e do qual o profeta Isaías nos fala na primeira leitura: “Como são belos, sobre os montes, os pés do mensageiro que anuncia a paz, do que proclama boas novas e anuncia a salvação…” (Is 52,7). Ele crescerá em sabedoria e graça, caminhará pelas estradas da Galileia, andará de barco pelo Mar para mostrar a todos os homens que Deus é amor e que quer a salvação para todos. Basta que estes acolham a sua Palavra e respondam ao seu chamado e depois sejam discípulos para também anunciar o Reino.

Jesus nasce na noite dos pastores para dizer que ele é Luz e que é também o Pastor supremo que trará a alegria e a misericórdia a todos os homens. Ele vence o medo dos que escutam a sua mensagem através do anjo mensageiro, porque traz a alegria da salvação e onde há a presença salvadora de Deus não poderá haver medo, mas o temor pelo amor e pela adoração. Ele vem realizar as profecias de Isaías: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria.” (Is 9,1).

Para o evangelista João, somente os que acolhem a Luz salvadora, recebem a capacidade da filiação divina: “Veio para o que era seu e os seus não o receberam. Mas a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus.” (Jo 1,11-12). Somos filhos quando acolhemos a palavra viva em nossa vida, quando deixamos que a luz ilumine todo o nosso ser. E então vivemos o verdadeiro Natal quando deixamos renascer Cristo em nossas vidas. Por isso que o sacramento da confissão é a porta pela qual retornamos para os braços de Cristo.

E todos nós cristãos que nos reunimos para celebrar esta grande festa, somos convidados a nos unir à multidão da corte celeste para cantar em uma só voz: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama.” (Lc 2,14), porque o nosso Deus se faz presente na simplicidade de uma criança para nos ensinar a simplicidade e o amor a todos.

Que Espírito Santo nos abençoe, nos ilumine e nos faça cada vez mais filhos através do Filho muito amado de Deus que veio assumir a natureza humana para resgatar o homem. Ele é Deus conosco.

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3 Comments

  1. E de muita importância, mais essa ferramenta que nos dá, para apreender e TB repassar para aqueles que precisam de um conforto…uma alegria ou simplesmente transmitir poemas com grande conteúdo… Obrigada…e que Deus e Nossa Senhora o abençoe e o proteja.

  2. Gidevaldo de Miranda Cedro

    Bela abordagem da veia mestra da mensagem trazida do amor que nasce entre nós, como dádiva de Deus a seus filhos, nós.

  3. Gidevaldo de Miranda Cedro

    Bela abordagem da veia mestra da mensagem trazida do amor que nasce entre nós, como dádiva de Deus a seus filhos, nós.+

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