DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DO LATRÃO

Leituras: Ez 47,1-2.8-9.12; Sl 46(45); 1Cor 3,9c-11.16-17; Jo 2,13-22

POESIA

TEMPLO SANTO

Templo Santo,
É onde se escuta a Palavra,
Que ressoa aos que querem ouvir,
Para a santificação e comunhão,
Filhos e filhas em união,
Em um único Pai a reunir.

Templo Santo,
É o lugar da partilha verdadeira,
Que alimenta a esperança dos irmãos,
Para que a fome seja saciada,
E a alegria seja saboreada,
Dos que querem a salvação.

Templo Santo,
É o espaço da esperança e da saída,
Para o anúncio do Reino do Senhor,
Num caminhar de caridade e paz,
Rumo a Vida infinita que satisfaz,
Que todos querem alimentar no amor.

Templo Santo,
São todos os caminheiros da vida,
Que deixam ressoar em seus ouvidos,
A palavra Santa de amor e do amado,
Que faz a gente no maná alimentados,
No banquete vivo dos redimidos.

Templo Santo,
Somos todos nós filhos e filhas,
Composição do corpo místico do Senhor,
Habitação Santa do Espírito Santo,
Quando somos sinais e encanto,
Da força divina e de seu esplendor.

HOMILIA

Cristo, o Templo Vivo, nos indica como sermos templos vivos

Celebramos no dia 9 de novembro a dedicação da Basílica do Latrão, a catedral do Papa, Igreja mãe de todo o povo católico. “Foi construída pelo imperador Constantino no tempo do Papa Silvestre I, sendo dedicada no ano de 324. Sua festa antes era celebrada apenas pela cidade de Roma e após a reforma do calendário litúrgico, foi estendida a todas as comunidades católicas de rito latino de todo o mundo.”[1]

Quando o martírio dos cristãos é cessado pela liberdade religiosa no Império Romano no século IV, pelo imperador Constantino, o culto ao Senhor é transferido das casas de família e das catacumbas para os grandiosos e imponentes templos (catedrais, basílicas), construídos pelos diversos governantes e ricos do período da cristandade.

Celebrar hoje a dedicação da Basílica do Latrão é muito mais que engrandecer o monumento de pedra. É confirmar a importância de todas as igrejas, isto é, das mais ornamentadas e grandiosas possivelmente até os mais simples e pequenos templos espalhados pelo mundo inteiro onde habita o Senhor da nossa vida. Nesse sentido não é apenas o espaço físico que poderá abarcar ou reter a presença e habitação de Deus, pois a sua grandeza é infinita, Ele abarca o céu, a terra e, principalmente, os corações humanos, daqueles que se deixam habitar-se e moldar-se pelo amor e sacralidade profunda de poder invencível e de vida infinita.

Os textos bíblicos desta liturgia nos ajudam a refletir sobre o templo como algo além do espaço físico, como lugar por excelência onde habita o Deus vivo e verdadeiro. O templo verdadeiro está fundamentado em Cristo como Pedra fundamental do edifício espiritual onde as pessoas são também templos vivos, onde o Espírito Santo habita e faz ressoar a todos os homens a voz de Deus e a sua obra se manifesta como realização do Reino definitivo.

No Evangelho que ouvimos encontramos Jesus no templo de Jerusalém. Ele constata que no lugar onde deveria estar presente o culto a Deus, onde a Palavra Sagrada pudesse ser escutada e meditada está acontecendo o contrário: o lugar sagrado, espaço de oração, está sendo difamado pelo comércio e desonrado pela distorção dos cambistas e vendedores de animais para serem sacrificados.

A partir desta realidade Jesus nos ensina que a relação com Deus passa a ser uma experiência além do templo de Pedra, pois o corpo do próprio Cristo será o verdadeiro templo de adoração. Será destruído absurdamente pelos homens (morte), mas em três dias será reconstruído (ressurreição) para sempre, sem ameaça de derrota. Por toda a eternidade Cristo será o novo templo, o templo sagrado que nos transformará em templos vivos onde habitará a presença do seu Espírito e de onde ressoará o amor e a comunhão verdadeira da Igreja. Amém.

[1] Roteiros homiléticos do Tempos Comum II – Ano A – São Mateus. Brasília: Edições CNBB, 2014, p. 66.
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