CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR

ANO NACIONAL DO LAICATO

Leituras: Is 52,13-53,12; Sl 30 (Refrão: Lc 23,46); Hb 4,14-16;5,7-9; Jo 18,1-19,42

POESIA

A ÁRVORE DA VIDA NOVA

Ó Cruz libertadora,
Que Cristo a subiu por amor,
Para nos trazer a vida,
Mesmo aos tormentos e na dor,
Sinal da entrega total,
Matando a morte afinal,
Pra ser o nosso Salvador.

Cordeiro que se entregou,
Ao sacrifício livremente,
No silêncio e na firmeza,
Em favor de sua gente,
Fez de si santa comida,
Como também a bebida,
Que se dá agora e sempre.

Essa cruz também se estende,
Aos irmãos, aos sofredores,
Que também carregam o fardo,
Expressos em suas dores,
Os sem voz e oprimidos,
Aos tristes e deprimidos,
Que vivem os seus temores.

No silêncio da Cruz de Cristo,
Se une aos abandonados,
Às famílias em desalento,
Aos tantos desempregados,
Aos reféns dos tantos conflitos,
Aos peregrinos aflitos,
E aos irmãos refugiados.

Que a Cruz de nosso Senhor,
A sua santa Paixão,
Faça-nos a Igreja viva,
Fundada na Comunhão,
E que o seu Corpo Santo,
Faça-nos enxugar o pranto,
E nos dê consolação.

 

HOMILIA

A Páscoa de Cristo na Cruz

Em silêncio e de joelhos, iniciamos a celebração da Paixão do Senhor, a sua segunda Páscoa, dentro do mistério da redenção. Todo o momento desta liturgia é realizado na mais absoluta reverência e clima de meditação da palavra, da contemplação da Cruz. Da cruz a qual Jesus subiu e a tornou o trono do seu reinado para a nossa salvação. Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado por entrega total e livremente.

No Jardim das Oliveiras, Jesus foi entregue aos inimigos para viver a sua Paixão e morte e nos resgatar para a vida nova. O Jardim é simbólico. Lá o homem (Adão) desobedeceu a Deus e quis ser igual a Ele. No Jardim Jesus foi obediente ao Pai pela nossa Salvação. A maioria de seus discípulos fugiram, pois esperavam um rei poderoso segundo as expectativas humanas. Pilatos se acovardou por medo da popularidade de Jesus. Por medo de perder seu poder diante do Império Romano.

O Reino de Cristo não é deste mundo, mas do alto e do Pai. Esse reino não tem critérios humanos, não tem interesses de poderes terrenos e de ambições de poder e opressão contra os pobres, os sem vez e sem voz. Jesus sim, esteve a todo tempo ao lado dos necessitados de saúde, de acolhimento, de perdão e de libertação. Tudo isso levou Jesus a ser condenado pelos poderes do mundo.

Ontem, no lava-pés, Jesus nos deu o exemplo do mandamento do amor e do serviço e nos pediu que fizéssemos o mesmo. Hoje recebemos o testemunho da entrega total, do esvaziamento pelo sofrimento limítrofe humanamente falando. “Embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens” (Fl 2,6-7). É com a natureza humana e santa que Cristo se entrega pela nossa salvação.

Nós somos chamados a viver a paixão de Cristo nos tornando solidários aos que sofrem vivendo a compaixão pela dor do outro e tentando amenizá-la. Somos convidados a valorizarmos a vida, a cada dia. Quantas vezes reclamamos por pouca coisa e queremos desistir de seguir em frente. Cristo no chama a caminharmos com ele em meio as glórias e carregando a cruz.

O Senhor se compadeceu de nossos pecados e sofrimentos. Ele é misericordioso quando erramos e quer que retornemos a dignidade de filhos e filhas. Quer que voltemos a sua casa, onde há o pão da Palavra e da Eucaristia e onde há a bebida que mata a nossa sede de paz e harmonia para sempre.

O salmo de hoje nos convida a refletirmos sobre a confiança no Senhor: “Pai em tuas mãos eu entrego o meu espírito”. O servo justo coloca toda a confiança em Deus que lhe dá força e não o abandona. Às vezes temos o sentimento de abandono, achamos que Deus nos abananou e não nos escuta. Mas Cristo nos ensina que devemos perseverar mesmo no sofrimento, mesmo quando somos caluniados em busca da nossa redenção.

Nós hoje estamos com Jesus vivendo a sua Páscoa na Cruz. Como Maria e o discípulo amado (João), estamos também aos pés da Cruz para dizermos que somos uma comunidade onde se abraça o sofrimento, não com masoquismo, mas sim com coragem e ao mesmo tempo, carregados de esperança e amor na vida nova que brota do coração de Cristo.

Reconhecemos que muitas vezes queremos desistir da Cruz, queremos mais glória, mais festas, mais apegos humanos, comodidades, e por isso temos medo do compromisso e das consequências do abraço à Cruz.

Nesta celebração vamos unir nossas preces em favor das realidades humanas, temporais e espirituais. Depois iremos acolher a Cruz como símbolo da vitória de Cristo. Em procissão reconheceremos que somos a Igreja que nasce do lado de Cristo no alto da Cruz. Pelas águas do Batismo somos unidos aos discípulos do Senhor.

Pela Eucaristia nos unimos como Igreja corpo que se torna comunhão mística que busca a redenção. Depois, em silêncio também sairemos para meditarmos em nossas casas, sobre a Paixão do Senhor. O Sábado deverá ser vivido no silêncio até o início da Vigília Pascal. Que o Senhor nos abençoe e nos dê a perseverança de vivermos santamente este Tríduo Pascal. Amém.

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Um Comentário

  1. Maria Divina dos santos

    Amém, que possamos confiar e descansar em Jesus, ciente de que seu sangue derramado foi para curar nossos pecados e nossas feridas

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