VI Domingo da Páscoa, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 10,25-27.34-35.44-48; Sl 98(97); 1Jo 4,7-10; Jo 15,9-17

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Amor e a Alegria no Senhor

Jo 15,9-17

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do VI Domingo da Páscoa, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar Jesus Cristo, o enviado do Pai, que ama plenamente os ramos da Videira, que é Ele mesmo. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 15,9-17, sequência do Domingo passado.

Nesta Liturgia, o evangelista João nos apresenta o amor em três dimensões: o amor de Deus pelo Filho, o amor do Filho por nós e o conselho para os cristãos que vivam o amor plenamente. No entanto, o amor que emana de Deus desafia a nossa compreensão. Deus tem manifestado seu amor desde o princípio da Criação, Ele nos amou primeiro. Jesus Cristo, o Filho, nos mostrou esse amor com face humana, olhou nos nossos olhos, tocou e purificou muitos e foi tocado pelos movidos pela fé. Jesus nos deixou uma comunidade de fé.

É nesta comunidade que nos reunimos, conforme o ritmo de cada membro do povo de Deus, em torno das mesas da Palavra e da Eucaristia e, sem barreiras de idiomas ou de cultura, bebemos e comemos o mesmo alimento, orgânico e espiritual. E nesta experiência de caminharmos com Jesus, se formos aceitos como amigos dEle (cf. Jo 15,5), devemos nos amar e viver este testemunho, para que o mundo veja a beleza do amor que existia entre os primeiros cristãos quando mostraram para o mundo a experiência da partilha e da caridade, colocando tudo em comum (cf. At 2,44). Como percebemos nossa relação de comunidade cristã, amigos do Senhor? Como está a partilha do nosso pão e da nossa vida cotidiana?

O conceito de amor do nosso tempo é exuberante em imagens e pobre de sentido, além de querer comprar algo para suprir alguma carência. Diferente do amor cristão que tem como fonte o sangue e a água do lado de Cristo e é pleno de imagem e de sentido, além de ser fonte de misericórdia.

O amor de mãe é a expressão mais concreta deste amor que Jesus nos fala hoje, nesta Liturgia, pois é um amor de sentimento e de afeto, mas também é uma experiência de entrega consciência da missão. É um amor que independe da resposta dos filhos, pois antes do filho amar, a mãe já amou primeiro e não espera retribuição.

O Senhor nos pede para guardar o seu mandamento e persistir no seu amor (cf. Jo 15,10). São tarefas dos amigos de Jesus, para que a nossa alegria seja plena da presença da vida. Permanecer no amor… Até que ponto conseguimos permanecer nos nossos propósitos de caridade, de doação de nossa vida, de projetos a favor dos que precisam, como fez Jesus?

O Senhor deseja que permaneçamos no seu amor e com isso possamos manter o projeto que Cristo pregou e viveu entre nós. Ele passou a vida fazendo o bem, disse o apóstolo Pedro (cf. At 10,38), que compreendeu que o amor de Cristo Ressuscitado também está para todos os homens e mulheres. E diz ainda mais São Pedro: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas” (At 10,34).

Que neste mês de maio e neste dia das mães, Nossa Senhora, a mãe de todas as mães e mãe de todos os homens, nos ensine o valor do amor de Deus em nossas vidas. O Senhor que nos escolheu para sermos seus amigos nos ajude a permanecermos no seu amor e na sua alegria, como nos fala o salmista: “Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai”. Busquemos e vivamos a alegria do Evangelho no lugar da tristeza das guerras, do medo, do ódio e das desesperanças.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Um Amor que Vem Primeiro

 

Olho para o Senhor,
E vejo que ele me escolheu,
Para ser seu amigo,
Para permanecer no seu amor,
E viver todo o esplendor,
E por isso no seu caminho eu sigo.

Olho para o Senhor,
E vejo o seu mandamento,
Que é um amor perfeito,
Que está além dos meus desejos,
Dos interesses que tenho e vejo,
Grande, abrangente e sem defeito.

Olho para o Senhor,
E vejo que a sua alegria é plena,
Porque traz vida e esperança,
Que não deixa nossas forças cair,
Nem no caminho a gente desistir,
Por que com Senhor ninguém se cansa.

Olho para o Senhor,
E vejo que ele nos quer amando,
Entre todos como irmãos,
Sem o rancor de outro dominar,
Nem na sua frente passar,
Querendo ser o seu patrão.

E vejo ainda que o Senhor,
Tem um amor de Pai e Mãe,
Ele está no início do meu existir,
Por primeiro nos amando,
Por isso está nos chamando,
Para com Ele prosseguir.

Olho e vejo o Seu banquete,
Que é para nós a Festa,
Repleta de forte alegria,
Que chama para partir o pão,
Que mata a fome e a solidão,
Restaurando a vida em harmonia!

.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o enviado do Pai que ama plenamente os ramos da Videira, ilumine o seu caminho! ***