Solenidade de Pentecostes, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 2,1,11; Sl 104(103); 1Cor 12,3b-7.12-13; Jo 20,19-23

 

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Manifestação Pública do Espírito Santo

Jo 20,19-23

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia da Solenidade de Pentecostes nos motiva a contemplar a descida do Espírito Santo sobre a Igreja nascente. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 20,19-23.

Agora, a descida do Santo Espírito não é somente sobre os apóstolos, mas também para que todos acolham a Boa-Nova em sua própria língua, em sua própria cultura. O que estava restrito aos que conviveram com o Rabí, agora é manifestado para todos que abraçarem a fé pelo testemunho corajoso.

Com o Pentecostes, inicia-se o tempo da Igreja, quando a humanidade não é guiada somente pela Lei, mas pelo Espírito de Verdade (cf. Jo 16,13) e pela doação do Corpo e Sangue de Cristo, pela sua Palavra e pelos dons oferecidos pelos que se tornam também o Corpo de Cristo.

O evangelista João faz memória da Ressurreição e de quando os discípulos ainda estão profundamente marcados pelo medo (cf. Jo 20,19). A alegria renasce quando o Senhor traz a paz para o grupo e, ao mesmo momento, os envia em missão, com o objetivo de anunciar ao mundo a alegria do Evangelho. Assim, todos os que ali estavam reunidos ganham força e coragem para pregar a Boa-Nova, porque o Espírito do Senhor está sobre eles dando-lhes vigor e motivação nos seus corações para semearem o Evangelho até os confins da terra!

Na primeira leitura (cf. At 2,1-11) temos o relato do Pentecostes, quando os discípulos estavam reunidos e então o Espírito Santo se manifesta e “todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (At 2,4). Agora, aquilo que o Senhor anunciou, antes e depois da Ressurreição, se concretiza, pois a manifestação do Espírito Santo é para que a Boa-Nova seja anunciada, com coragem, em todo o mundo, rompendo barreiras, geográficas e culturais, e levando a todos os frutos nutritivos e doces dos sinais do Jovem Galileu.

Há outra dimensão da ação do Espírito Santo que merece a nossa reflexão, apresentada na segunda leitura da Liturgia de hoje: “Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos.” (1Cor 12,4-6). São Paulo nos fala dos dons oferecidos aos mansos e humildes para a messe do Senhor.

Quantos dons podemos dispor à messe? Há uma infinidade de atividades, pois os ramos da Videira crescem constante e permanentemente e do mesmo modo os ramos que brotam. Precisamos cuidar do templo, dos grupos, da música, da pregação, das famílias, dos doentes… Mas também da defesa da vida nos espaços políticos e sociais, escolas e meios culturais.

O Espírito Santo estava no início da Criação, falou pelos profetas, operou a encarnação do Verbo na Virgem, esteve presente no Batismo de Jesus no Jordão e o conduziu ao deserto e à sua missão. Também animou os apóstolos após a Ressurreição, desceu em Pentecostes e impulsiona a Igreja na propagação do Evangelho no decorrer dos mais de vinte séculos.

Portanto, devemos sempre nos manter na convicção de que tudo aquilo que vivemos e fazemos é para o bem maior, é pela força do Espírito Santo, que é Deus, a alma da Igreja, Senhor que dá a vida, que renova todas as criaturas e santifica a vida dos seguidores e seguidoras do Senhor Ressuscitado. E com o Salmo 103 podemos proclamar e suplicar ao nosso Deus, rezando o seguinte refrão: “Enviai o vosso Espírito Senhor, e da terra toda a face renovai, e da terra toda a face renovai”.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Sopro de Vida Nova

 

Sopro santo de Deus,
Nas narinas da criatura humana,
Imagem e semelhança,
Que sua bondade emana,
E se espalha pelo mundo inteiro,
Através dos discípulos mensageiros,
Sobre todos aqueles que a Deus amam.

Sopro e fogo de Deus,
Nos discípulos agora encorajados,
Pela presença dos dons oferecidos,
Pelos frutos do amor, inflamados,
Na vivência da sua missão,
Pregando o Reino da salvação,
E pelos confins do mundo espalhados.

Sopro e luz de Deus,
No Pentecostes do nosso agora,
Nos discípulos no mundo atual,
Dizendo a todos que desperte na aurora,
Na diversidade das nossas situações,
Transformando os nossos corações,
Para anunciarmos que chegou a hora.

Sopro e força de Deus,
Agindo naqueles que estão chegando,
Que pelo Batismo são inseridos,
E à comunidade, vão se irmanando,
Tornando-se um povo em comunhão,
Impulsionados para a missão,
E a Igreja Santa vai aumentando.

Sopro e benção de Deus,
Que vem e desce sobre a Santa Mesa,
Para transformar o pão e o vinho,
Trazendo-nos o amor e a fortaleza,
Dando-nos o Santo e vivo alimento,
Para a comunidade o sustento,
Deus belo, forte… Nossa realeza.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que preparou os filhos de Deus para o Espírito da verdade que nos guiará na verdade plena, ilumine o seu caminho! ***

 

Solenidade da Ascensão do Senhor, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 1,1,11; Sl 47(46); Ef 1,17-23; Mc 16,15-20

 

⇒ HOMILIA ⇐

Cristo na Glória do Pai

Mc 16,15-20

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia da Solenidade da Ascensão do Senhor, do Ano B, nos motiva a contemplar Cristo que sobe aos céus, à glória do Pai. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 16,15-20, os últimos versículos do Evangelho.

A Ascensão do Senhor não significa o distanciamento em relação a nós, mas também a possibilidade da nossa participação na glória de Deus, que está sempre próximo, sempre caminha conosco. Agora, Jesus quer que continuemos a sua missão pelo mundo. Depois da Ressurreição, o Senhor preparou os discípulos, por quarenta dias, para a vinda do Espírito Santo. Fez refeição com eles e depois de ter se manifestado, os enviou em missão dizendo-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado.” (Mc 16,15-16). É o momento de expandir a obra do Reino, não se fixar nas nuvens e sim no caminho, como lugar de missão.

Esta Liturgia da Ascensão do Senhor também nos motiva a olhar a criação de Deus, da necessidade de cuidar das doenças resultantes dos poluentes, das queimadas, da exploração dos povos indígenas e suas terras para se construir hidrelétricas e tirar madeiras. Isso tem a ver com o Evangelho e também com o envio dos discípulos de Jesus. É o cuidado com a “casa comum”, como nos prega o Papa Francisco.

São Lucas, também autor dos Atos dos Apóstolos, na primeira leitura, nos fala: “… continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia. Apareceram então dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: ‘Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu?’ ” (At 1,10-11). Estes versículos nos motivam a refletir sobre a nossa experiência de missionários com os pés no chão e não nas nuvens, pois a Igreja, na sua dimensão terrestre, precisa de homens e mulheres que assumam a presença viva de Cristo “testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude”. (1)

É preciso que os cristãos, que são todos missionários, continuem a disseminar a Boa-Nova de Jesus, pois, vivemos num mundo que é corrompido pelas injustiças. O Papa Francisco denunciou que “a escravidão não é algo de outros tempos” e estima-se que “existem mais de 40 milhões de pessoas, principalmente mulheres e crianças, em situação de escravidão”. (2) Para isso, os discípulos devem, no agir missionário, promover a justiça, a dignidade humana e a paz no mundo.

Portanto, mesmo que o Evangelho esteja fartamente disponível em recursos físicos e digitais, as pessoas em situação de escravidão têm dificuldade real de alcançar o pão de cada dia e também o pão descido do céu. E a beleza da esperança que Deus derramou no mundo é que estas pessoas podem tocar a veste de Deus, como fez a hemorroíssa (cf. Mc 5,25-34), para estarem prontas para que o Pentecostes aconteça em suas vidas.

Que Nossa Senhora nos ensine sempre mais sobre a experiência de Jesus que foi elevado ao céu para também nos elevar e ainda conosco em Espírito e verdade, como nos fala o evangelista Marcos: “O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (Mc 16,20). Portanto, a missão do cristão é exatamente tornar presente a convicção da vida nova em Cristo no mundo, pela Palavra, pela Eucaristia e pela Igreja reunida sobre a ação do Espírito Santo.

 

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(1) CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2019-2023 (Doc. 109), trecho do Objetivo Geral.
(2) Publicado em 7 de maio de 2018. Disponível em: <https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2018-05/papa-escravidao-moderna-forum-internacional.html>.

 

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⇒ POESIA ⇐

Cristo nos Eleva ao Pai

 

O Senhor nos eleva ao céu,
À face pura e divina,
Quer-nos junto do amor maior
Que nos chama e nos ensina,
Basta seguirmos nesta vida,
Com fé e oração na lida,
Com firmeza e disciplina.

O Senhor nos chama ao céu,
Junto a sua legião,
Quer unir todos os santos,
Na perfeita comunhão,
Para viver o puro amor,
Sem tristeza, morte ou dor,
Isto é, a salvação.

O Senhor nos quer no céu,
Mas nos chama a trabalhar,
No envia pelo mundo,
E sua Palavra pregar,
Levando a todos a vida,
Paz, dignidade e acolhida,
Sem nunca desanimar.

O Senhor vem e nos envia,
A todas as criaturas,
No cuidado a toda a terra,
Em sua vida e formosura,
À natureza: fauna e flora,
Missão feita no agora,
Pelo amor, pela ternura.

O Senhor subiu ao céu,
Mas conosco Ele está,
Pela sua santa Palavra,
Pelo seu Corpo a nos dá,
Pela sua Comunhão,
E sua Igreja em missão,
No mundo a continuar.

 

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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que ressuscitou dos mortos, se mostrou vivo aos escolhidos e diante dos olhos destes subiu aos céus, ilumine o seu caminho! ***

 

VI Domingo da Páscoa, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 10,25-27.34-35.44-48; Sl 98(97); 1Jo 4,7-10; Jo 15,9-17

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Amor e a Alegria no Senhor

Jo 15,9-17

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do VI Domingo da Páscoa, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar Jesus Cristo, o enviado do Pai, que ama plenamente os ramos da Videira, que é Ele mesmo. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 15,9-17, sequência do Domingo passado.

Nesta Liturgia, o evangelista João nos apresenta o amor em três dimensões: o amor de Deus pelo Filho, o amor do Filho por nós e o conselho para os cristãos que vivam o amor plenamente. No entanto, o amor que emana de Deus desafia a nossa compreensão. Deus tem manifestado seu amor desde o princípio da Criação, Ele nos amou primeiro. Jesus Cristo, o Filho, nos mostrou esse amor com face humana, olhou nos nossos olhos, tocou e purificou muitos e foi tocado pelos movidos pela fé. Jesus nos deixou uma comunidade de fé.

É nesta comunidade que nos reunimos, conforme o ritmo de cada membro do povo de Deus, em torno das mesas da Palavra e da Eucaristia e, sem barreiras de idiomas ou de cultura, bebemos e comemos o mesmo alimento, orgânico e espiritual. E nesta experiência de caminharmos com Jesus, se formos aceitos como amigos dEle (cf. Jo 15,5), devemos nos amar e viver este testemunho, para que o mundo veja a beleza do amor que existia entre os primeiros cristãos quando mostraram para o mundo a experiência da partilha e da caridade, colocando tudo em comum (cf. At 2,44). Como percebemos nossa relação de comunidade cristã, amigos do Senhor? Como está a partilha do nosso pão e da nossa vida cotidiana?

O conceito de amor do nosso tempo é exuberante em imagens e pobre de sentido, além de querer comprar algo para suprir alguma carência. Diferente do amor cristão que tem como fonte o sangue e a água do lado de Cristo e é pleno de imagem e de sentido, além de ser fonte de misericórdia.

O amor de mãe é a expressão mais concreta deste amor que Jesus nos fala hoje, nesta Liturgia, pois é um amor de sentimento e de afeto, mas também é uma experiência de entrega consciência da missão. É um amor que independe da resposta dos filhos, pois antes do filho amar, a mãe já amou primeiro e não espera retribuição.

O Senhor nos pede para guardar o seu mandamento e persistir no seu amor (cf. Jo 15,10). São tarefas dos amigos de Jesus, para que a nossa alegria seja plena da presença da vida. Permanecer no amor… Até que ponto conseguimos permanecer nos nossos propósitos de caridade, de doação de nossa vida, de projetos a favor dos que precisam, como fez Jesus?

O Senhor deseja que permaneçamos no seu amor e com isso possamos manter o projeto que Cristo pregou e viveu entre nós. Ele passou a vida fazendo o bem, disse o apóstolo Pedro (cf. At 10,38), que compreendeu que o amor de Cristo Ressuscitado também está para todos os homens e mulheres. E diz ainda mais São Pedro: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas” (At 10,34).

Que neste mês de maio e neste dia das mães, Nossa Senhora, a mãe de todas as mães e mãe de todos os homens, nos ensine o valor do amor de Deus em nossas vidas. O Senhor que nos escolheu para sermos seus amigos nos ajude a permanecermos no seu amor e na sua alegria, como nos fala o salmista: “Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai”. Busquemos e vivamos a alegria do Evangelho no lugar da tristeza das guerras, do medo, do ódio e das desesperanças.

 

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⇒ POESIA ⇐

Um Amor que Vem Primeiro

 

Olho para o Senhor,
E vejo que ele me escolheu,
Para ser seu amigo,
Para permanecer no seu amor,
E viver todo o esplendor,
E por isso no seu caminho eu sigo.

Olho para o Senhor,
E vejo o seu mandamento,
Que é um amor perfeito,
Que está além dos meus desejos,
Dos interesses que tenho e vejo,
Grande, abrangente e sem defeito.

Olho para o Senhor,
E vejo que a sua alegria é plena,
Porque traz vida e esperança,
Que não deixa nossas forças cair,
Nem no caminho a gente desistir,
Por que com Senhor ninguém se cansa.

Olho para o Senhor,
E vejo que ele nos quer amando,
Entre todos como irmãos,
Sem o rancor de outro dominar,
Nem na sua frente passar,
Querendo ser o seu patrão.

E vejo ainda que o Senhor,
Tem um amor de Pai e Mãe,
Ele está no início do meu existir,
Por primeiro nos amando,
Por isso está nos chamando,
Para com Ele prosseguir.

Olho e vejo o Seu banquete,
Que é para nós a Festa,
Repleta de forte alegria,
Que chama para partir o pão,
Que mata a fome e a solidão,
Restaurando a vida em harmonia!

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***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o enviado do Pai que ama plenamente os ramos da Videira, ilumine o seu caminho! ***

 

V Domingo da Páscoa, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 9,26-31; Sl 22(21); 1Jo 3,18-24; Jo 15,1-8

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Cristo é nossa Videira Verdadeira

Jo 15,1-8

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do V Domingo da Páscoa nos motiva a contemplar Jesus Cristo como a verdadeira Videira que nos faz ramos vivos do povo de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 15,1-8.

Historicamente, Jesus viveu na realidade de plantadores de uvas e nos apresenta o Pai como o agricultor que cuida dos ramos e que tira os ressequidos que impedem a frutificação. A partir da Encarnação de Deus, o Filho nos garante que quem permanecer nEle, desde que aceito, produzirá muitos ramos e frutos (cf. Jo 15,5). Quando Jesus nos fala que é a videira verdadeira, nos vem naturalmente algumas perguntas: O que é a videira falsa? No tempo da promessa (no Antigo Testamento) podemos verificar que Israel foi considerado como uma videira que nem sempre produziu bons frutos e em alguns momentos chegou a produziu uvas inúteis e amargas, como nos fala a parábola dos vinhateiros homicidas (cf. Mc 12,1-12).

Olhando para a Igreja, Corpo Místico de Cristo, nós somos os ramos da videira que precisa de poda (de conversão na caminhada) e se queremos produzir bons frutos devemos permanecer em comunhão com Ele, pois estamos ligados a partir do Batismo. Por isso, precisamos deixar ser podados pelo Agricultor para que tire os ramos ressequidos que nos levam a pecar, mas não somente os pecados mortais, pois são os veniais que nos deixam insensíveis às obras que ferem o Sagrado Coração de Jesus, nos diz Santa Faustina (cf. Diário de Sta Faustina, 1228).

O povo de Deus, cujas raízes estão em Abraão, Moisés e Elias, são os ramos que espalham pelo mundo os frutos nutritivos e doces dos sinais do Jovem Galileu. E a Igreja nos prepara cotidianamente a fonte onde brotam tais frutos: as mesas da Palavra e da Eucaristia. A comunidade cristã, portanto, é o lugar onde nos relacionamos como ramos (como irmãos) para expressar o esplendor da vida, da alegria da nossa comunhão. Isto acontece nas confraternizações, nas orações e nas celebrações e é também onde se realiza a união da vida em Cristo pelo encontro com Ele e com os outros, através da partilha do alimento orgânico e espiritual, inclusive, em tempo de coronavírus, nos grupos de Igreja no whatsapp.

Quanto aos frutos, temos as obras de caridade, as campanhas de ajuda aos famintos e a conscientização política a favor do bem comum, quando os recursos públicos são gastos com justiça e em favor dos que têm direitos ao serviço e também dos pequenos, dos famintos, dos indefesos.

Na segunda leitura, desta Liturgia, o Apóstolo nos adverte: “não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade!” (1Jo 3,18), pois a falta de amor corresponde a videira improdutiva e desliga de Cristo. O amor é praticado quando as nossas atitudes forem coerentes com nossos discursos, que não podem ser puramente teóricos. Sem a presença de Deus em nós, somos como galhos ressequidos. Quantas vezes, com euforia, pregamos tão bonito e no nosso cotidiano somos incoerentes com tudo que falamos. Por isso é importante sempre revermos nossas misérias para que sejamos podados pela graça purificadora de Deus. Se buscarmos o contato com o ser infinito de Deus, nos tornamos mais expressão dEle onde quer que estejamos.

Peçamos ao Espírito Santo que ilumine nosso caminho e nos faça iluminados, porque somos também iluminadores quando estamos unidos a Cristo. Precisamos iluminar o mundo que está em pandemia e que também explora e massacra a Criação, seja o homem ou o meio ambiente.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Nossa Eterna Videira

 

Cristo nossa videira eterna,
Pela força do amor,
Faz-nos seus ramos vivos.
E o Pai, o agricultor,
Poda-nos pra santidade,
Dá-nos a vivacidade,
A seiva do salvador.

Cristo tronco vivo e eterno,
Igreja ramo a frutificar,
Pelo mundo espalha os frutos,
E as sementes a germinar,
E pelo Pai tendo cuidado,
Pelo Filho muito amado,
Vida nova a regar.

Nem um ramo viverá,
Sem à videira, ligado,
Precisa permanecer,
E ao tronco enxertado,
Para ter vida de paz,
E a seiva, amor que refaz,
Mundo novo instaurado.

Nos unindo como irmãos,
Em Cristo permanecendo,
Somos ramos em evolução,
E muitos frutos oferecendo,
A esperança será constante,
Frutos doces a todo instante
E a vida nova oferecendo.

Seiva que traz o verdor,
E o existir em harmonia,
A vida com seu sentido,
Que floresce na alegria,
Dá sentido à nossa essência,
Motiva nossa existência,
Sendo à noite ou à luz do dia!

Força, fonte e beleza,
Faz os ramos em união,
O encontro à videira tão bela,
Festa que se faz de irmãos,
No encontro de paz e partilha,
Vinha que cresce e que brilha
Povo novo em comunhão.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, a Videira que nos faz povo de Deus, ilumine o seu caminho! ***

 

IV Domingo da Páscoa, Domingo do Bom Pastor, Ano B

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 4,8-12; Sl 118(117); 1Jo 3,1-2; Jo 10,11-18

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Pastor Eterno e Amoroso

Jo 10,11-18

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do IV Domingo da Páscoa, o Domingo do Bom Pastor, nos motiva a contemplar o Bom Pastor e a nossa experiência de ovelha que escuta a sua voz que nos conduz ao redil onde saciamos definitivamente a fome e a sede. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 10,11-18.

O evangelista João nos apresenta três importantes dimensões do Cristo, Bom Pastor: Jesus é o Bom Pastor que cuida; o seu redil já não está restrito à Jerusalém terrestre e, por fim, o Bom Pastor dá a vida pela salvação das ovelhas.

Jesus é o Bom Pastor porque é pleno ao cuidar do rebanho confiado pelo Pai. Por isso, foi até as últimas consequências na cruz e, de braços abertos, acolhe as ovelhas. O seu rebanho nasce da entrega e do cuidado visíveis no seu amor misericordioso.

Nós, você e eu, somos convidados a seguir a voz do Bom Pastor, o Pastor divino. O Autor da Vida também espera a oferta do nosso coração (muitas vezes de pedra), pois quer fazer novas todas as coisas (cf. Ap 21,5). Que atitudes do Bom Pastor temos tido diante da vida e dos irmãos? Temos, todos nós, missões que se parecem com a condução de um rebanho. Somos também pastores como ministros ordenados, como consagrados, pais e mães de família, como coordenadores de pastorais, como chefes de repartições. Também devemos imitar o Bom Pastor na escuta ao outro e em muitas outras experiências de cuidado que devem ser realizadas com simplicidade, justiça e misericórdia.

Num segundo momento Cristo nos diz que há ovelhas que não são do redil (de Jerusalém) que devem ser apascentadas (cf. Jo 10,16). Os cristãos devem acolher cada um que vem e quer se inserir no rebanho do Senhor, pois o Bom Pastor acolheu a todos, em um só rebanho e um só Pastor. O acolhimento e o cuidado do Bom Pastor faz a diferença na semeadura do Evangelho.

Por fim Jesus nos ensina que a sua vida é oferecida para a salvação do mundo: “Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo.” (Jo 10,18). A entrega é gratuita e livre em favor da humanidade. O Ressuscitado quer abrir a nossa inteligência para que possamos entender as Escrituras.

Somos motivados a meditar se nossas ações são em função das coisas do alto ou de interesses fúteis e ou mesmo de atitudes úteis das coisas terrestres (cf. Cl 3,1-4). Como usamos o nosso cajado diante de nossa missão de servir? O cajado do pastor é para apontar e proteger o caminhar e não para bater nas ovelhas. Os maus pastores, os mercenários, fogem diante dos perigos ou batem com o cajado nas ovelhas quando estas se perdem (cf Jo 10,12).

E o que dizer dos governantes? Responsáveis pela saúde pública, pela educação, pelo cuidado do povo. Estes, escolhidos pelo seu próprio rebanho, com frequência causam muitos sofrimentos como o mercenário do Evangelho de hoje. Não promovem a justiça e o bem comum. Jesus nos ensina que o pastor deve ter amor e compromisso na sua missão, promovendo a dignidade do povo.

Por fim, rezemos pelos nossos pastores (Papa, Bispos, padres, diáconos, muitos coordenadores de pastorais), para que sejam fiéis à sua missão de cuidar do redil, que é a Igreja. E a nós, ovelhas reunidas em torno da Palavra e da Eucaristia, ouçamos a voz do Bom Pastor que nos conduz ao aprisco onde nossa fome e sede são saciadas definitivamente, e que possamos ser também responsáveis naquilo que o Bom Pastor nos confiou.

 

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⇒ POESIA ⇐

O Pastor e a Ovelha

Ó Pastor supremo e bom,
Que a todas as ovelhas,
Trata com tanto carinho,
Que orienta o caminho,
Totalmente por amor,
Ó eterno bom Pastor,
Não nos deixe aqui sozinhos.

Ó Pastor supremo e verdadeiro,
Que doa a vida livremente,
Para a todos vir salvar,
Sem assim descriminar,
Nenhum dos seres humanos,
Com verdade e sem enganos.
Vem nos fortificar.

Ó Pastor supremo e amigo,
Que fala palavras eternas,
Para nos alimentar,
Para nos encorajar,
Pois tua voz queremos ouvir,
Sem medo de te seguir,
Vem sempre nos iluminar.

Somos teu rebanho vivo,
Que quer sempre te encontrar,
Queremos o teu infinito amor,
Acende-nos com tua luz e teu ardor,
Para a nossa forte felicidade,
Para a nossa viva caridade,
Tu és nosso belo e bom Pastor.

Pastor que cuida com tanto zelo,
As ovelhas cansadas e feridas,
O seu rebanho por ti tão querido,
Trata-nos como teus amigos,
E vai também a outros rebanhos,
Não consideram como estranhos,
Acolhe e carrega quem está sofrido.

Prepara-nos a mesa do amor,
Com taças e o vinho da alegria,
Para as ovelhas sempre acolher,
Pois sua vida vem a nos oferecer,
E não deixa de fora ninguém,
Seu rebanho alimenta do sumo bem,
No banquete vem a todos receber.

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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o Bom Pastor, ilumine o seu caminho! ***

 

III Domingo da Páscoa, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 3,13-15.17-19; Sl 4; 1Jo 2,1-5a; Lc 24,35-48

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

A Paz e a Alegria da Ressurreição

Lc 24,35-48

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do III Domingo da Páscoa do Ano B, nos motiva a contemplar a paz e a alegria da Ressurreição. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 24,35-48.

O Evangelho de hoje encerra-se dizendo: “Vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24,35). Os discípulos têm o desafio de seguir em frente, carregando as dificuldades e as marcas da saudade das caminhadas pelas estradas com Jesus e ainda a realidade (de difícil compreensão) da Ressurreição.

É importante lembrar que a passagem desta Liturgia é continuidade do encontro do Ressuscitado com os dois discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35), eles que fugiam de Jerusalém sem esperança para anunciar o Reino de Deus (cf. Lc 24,21) e Jesus aparece caminhando ao lado dos dois falando das Escrituras e de como se referiam a ele (cf. Lc 24,27). Quando chegaram ao povoado, Jesus fez que ia seguir em frente e os discípulos o convidam para ficar com eles. Disseram: “fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” (Lc 24,29). Jesus entrou para ficar, sentou e partilhou dos alimentos. Quando partia o pão e falava, o coração dos discípulos estava ardendo. Quando ele desapareceu, os discípulos voltaram imediatamente a Jerusalém anunciando o que tinham experienciado junto ao Ressuscitado (cf. Lc 24,33).

Pois bem, é aqui que inicia o Evangelho de hoje: a volta dos discípulos de Emaús para a mesma Jerusalém que é lugar de missão, de coragem, de proclamar com ardor, a vida nova do Ressuscitado em suas vidas. E então meditemos, nesta parte: Quando nos falta a fé, pensamos em fugir dos problemas, mas é inútil, pois os problemas nos acompanham onde quer que estejamos.

No Evangelho desta Liturgia há uma segunda experiência de encontro da comunidade dos discípulos: Jesus se apresenta mais uma vez para trazer-lhes a paz e enviá-los em missão. Somente um coração que repousa na paz pode anunciar a Boa-Nova. Era preciso que todos fizessem a experiência do encontro com a pessoa de Jesus e que vivessem a alegria da partilha com o Ressuscitado.

Os encontros de intimidade entre Jesus e seus discípulos ocorriam com frequência, sempre com o objetivo de amadurecer a partilha. Foram momentos fortes antes da crucificação e da Ressurreição, pois é na mesa que se realiza a partilha, a fraternidade e tantas outras descobertas importantes na vida das pessoas.

A mesa da família também é esse lugar. No mundo, devemos preservar a mesa como lugar de fraternidade, das conversas do cotidiano. Lugar onde o “vinho” do amor deve ser brindado para fortalecer a fé, a esperança e a caridade. Lugar para fortalecer os laços de amizade.

Na Missa, a Palavra e a Eucaristia são servidas em duas mesas que se tornam lugar sagrado do encontro com o Senhor e com os irmãos. Alimentados, voltamos fortalecidos para a “nossa Jerusalém”, onde está nossa família, nossa caminhada profissional, os irmãos da comunidade.

Precisamos testemunhar que Cristo está vivo como fez o apóstolo Pedro, o porta voz da comunidade em Atos dos Apóstolos: “Vós rejeitastes o Santo e o Justo, e pedistes a libertação para um assassino. Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos e disso nós somos testemunhas” (At 3,15).

Que possamos, a cada celebração, seguir firmes no amor ao Ressuscitado, através de atitudes concretas na relação consigo e com os irmãos. E possamos cantar como o salmo 4: “Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!”. Com o esplendor de Cristo, Autor da Vida, voltemos para anunciar a vida nova à “nossa Jerusalém”.

 

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⇒ POESIA ⇐

Testemunhas da Alegria

 

A alegria do Senhor,
Vem trazer aos caminheiros,
Os discípulos das estradas,
De Emaús são mensageiros,
Ao Deus vivo encontraram,
Juntos também partilharam,
O Pão com o Senhor, primeiro.

O Pão com Jesus primeiro,
Foi uma santa experiência,
Participar da mesa Santa,
Com Jesus em sua essência,
Porque a mesa é o partilhar,
Do pão, Cristo, a alimentar,
E o amor divina ciência.

E o amor divina ciência,
Vem trazer a alegria,
Do Evangelho semeado,
Pela noite e pelo dia,
Vai ao mundo transformando,
E o Reino vai brotando,
Mensagem que não se esvazia.

Mensagem que não se esvazia,
No coração vivo e humano,
Na história dos discípulos,
Que superam seus enganos,
Na caminhada do povo,
Que acolhe o amor e o novo,
Do Reino e dos seus planos.

Do Reino e dos seus planos,
Vem Jesus se apresentar,
No meio da comunidade,
Que vem para celebrar,
No encontro em união,
Na Palavra e comunhão,
Que se faz a partilhar.

Que se faz a partilhar,
O que os discípulos viveram,
Seus encontros mais sagrados,
Quando então se envolveram,
Jesus, paz tranquilidade,
Constrói a fraternidade,
E os discípulos acolheram

E os discípulos acolheram,
O envio do Senhor,
Para serem as testemunhas,
Com força e com ardor,
Entregaram suas vidas,
Existências consumidas,
A serviço do Amor.

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos abre a inteligência para entender as Escrituras, ilumine o seu caminho! ***

 

II Domingo da Páscoa, Domingo da Misericórdia, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 2,42-47; Sl 118(117); 1Jo 5,-16; Jo 20,19-31

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Cristo tem Misericórdia dos que Duvidam

Jo 20,19-31

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do II Domingo da Páscoa, o Domingo da Misericórdia, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar o Ressuscitado que derrama misericórdia nos que duvidam. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 20,19-31.

O evangelista João nos apresenta as primeiras experiências dos discípulos com o Ressuscitado em dois momentos, sempre no primeiro dia da semana.

Na primeira parte (cf. Jo 20,19-25) Jesus aparece quando estava anoitecendo e o grupo estava de portas fechadas, inseguros e o Ressuscitado, vencedor da morte, rompe a escuridão e declara “A paz esteja convosco” (Jo 20,19). Após mostrar as chagas, repete a saudação para que os discípulos tenham consciência de que a missão redentora agora é para os confins do mundo. Depois, Cristo sopra o Espírito para que anunciem a salvação e perdoem os pecados dos homens (cf. Jo 20,23) e os conduzam para uma vida transformada.

Na segunda parte (cf. Jo 20,26-31) fica-nos uma pergunta: onde estava Tomé naquela primeira aparição? Talvez seu distanciamento fosse causado pela desesperança. Ao encontrar os irmãos, Tomé duvida da aparição de Cristo e também da Ressurreição, ele quer uma prova, como muitos de nós quando fraquejamos na fé e nos isolamos da comunidade. Oito dias depois, Tomé está na comunidade e vê o Senhor. Novamente Jesus deseja a Paz e convoca aquele discípulo que não acreditou antes, e diz a Tomé: “ ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel’.” (Jo 20,27). Jesus disse mais: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” (Jo 20,29). A resposta de Tomé é forte: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28). E Cristo acolhe e tem misericórdia de Tomé que duvidou.

Nós, os cristãos, reunidos em torno da Palavra e da Eucaristia, somos os que acreditam sem ter visto e sem ter tocado nas chagas, mas que escutam a voz do Senhor na Palavra e tocam o seu Corpo quando recebem a Eucaristia (inclusive espiritualmente), nutrindo-se da fé na vida verdadeira e prosseguindo no discipulado.
Portanto, cada Domingo também é como aquele Oitavo Dia, quando também professamos a nossa fé no Ressuscitado, quando escutamos os ensinamentos dos Apóstolos, louvamos, colocamos em comum a nossa oração, partilhamos o pão, fazemos nossas ofertas materiais e espirituais como as primeiras comunidades dos Atos dos Apóstolos (cf. At 2,46).

Há feridas humanas que precisamos sentir e tocar, as quais estão presentes nos crucificados dos nossos dias. Essas feridas aparecem nos que passam fome, nos desempregados, nos presos, nos que sofrem os impasses e impactos da pandemia, também nos que, injustamente, são colocados como culpados, porque denunciam a desumanidade e injustiças de opções e projetos políticos, econômicos e sociais.

Quem poderá sentir e considerar esta realidade que está além do templo? Somente os discípulos, os batizados em Cristo que acreditam e vivem a ressurreição, em muitas pessoas do bem, que se empenham em vista de uma sociedade justa, fraterna, solidária e cheia de vida e de paz.

E neste Domingo da Misericórdia peçamos o sopro do Espírito Santo e a misericórdia de Deus quando também não acreditamos na presença de Cristo em nossas vidas. Que possamos sair do medo, do fechamento e do egoísmo, para anunciar a certeza da ressurreição através de nossa vida e do nosso testemunho, o qual se expressa na nossa alegria, na nossa paz, na nossa união e por que não dizer, na nossa caridade, virtude própria dos que amam o Senhor e o seguem.

 

***

⇒ POESIA ⇐

Meu Senhor e Meu Deus

 

Tomé e seus irmãos somos nós,
Quando nos isolamos,
Quando também duvidamos,
E ficando tão distantes,
Numa tristeza constante,
Fechados e não acreditamos.

Tomé, assim somos nós
Quando queremos fazer comprovações,
Nas tantas situações,
E de Deus então duvidamos,
Também o desafiamos,
As feridas e ilusões.

Tomé também somos nós,
Quando ao grupo retornamos,
E aos irmãos nós encontramos,
Para ver e encontrar o Senhor,
Com acolhida e muito amor,
E assim recomeçamos.

E, sendo como Tomé,
Queremos o Senhor tocar,
No seu Corpo vindo nos dar,
Para seguir agora, em frente,
Num caminhar vivo e crente,
Sem medo e sem duvidar.

Mesmo como Tomé,
Queremos ao Senhor ouvir,
Para podê-lo seguir,
Nossa fé nele professar,
Sempre, sempre a caminhar,
E de amor se consumir.

Como Tomé e os irmãos,
Nossas dúvidas então rompamos,
De portas abertas sigamos,
Pra sair do grupo fechado,
E anunciar o Ressuscitado,
E então não desistamos.

Seja a Palavra luz forte,
Em nosso peregrinar,
Sua luz a nos clarear,
Pra vencer a escuridão,
E seguirmos de pé no chão,
Sem medo de tropeçar.

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que tem misericórdia dos que duvidam, ilumine o seu caminho! ***

 

Domingo da Páscoa do Senhor

 

Leituras: At 10,34a.37-43; Sl 118(117); Cl 3,1-4; Jo 20,1-9

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Animados e Iluminados pela Ressurreição de Cristo

Jo 20,1-9

 

Meus irmãos e irmãs, eu vos desejo uma feliz e abençoada Páscoa. O mistério pascal da Liturgia do Domingo da Ressurreição nos motiva a contemplar a alegria do Aleluia e do Glória que, desde a Vigília do Sábado, se estenderá por cinquenta dias como sendo um único dia. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 20,1-9.

Maria Madalena, marcada pelo sofrimento e pela morte de Jesus, vai, antes do sol raiar, tratar do Corpo de Nosso Senhor e encontra o Túmulo Vazio (cf. Jo 20,1). Leva a notícia aos outros discípulos, sendo, no Evangelho desta Liturgia, a primeira a anunciar o grande acontecimento.

Os discípulos, ainda atordoados pelos acontecimentos, não conseguiram vislumbrar a grande dádiva de Deus. Tudo era muito novo, muitas coisas precisavam acontecer para que eles vivessem a certeza da Ressurreição do Senhor.

Aquela manhã, a do primeiro dia da semana, ficará marcada no coração dos discípulos e discípulas como sendo o Dies Domini, Domingo, que quer dizer Dia do Senhor. É o dia em que se consolida a fé na Ressurreição, porque o discípulo amado viu, acreditou e espalhou esta certeza (cf. Jo 20,8) e a força do Ressuscitado se espalhará por todos os cantos. A fé agora será amadurecida na caminhada dos seguidores de Cristo até ao ponto de testemunharem sem medo tudo o que aconteceu.

Alimentados da esperança e pela certeza, os discípulos enfrentarão o mesmo destino do Senhor, serão perseguidos, caluniados e martirizados, mas encontrarão a ressurreição e a vida eterna. Se fortalecerão na comunidade reunida com a presença da Santa Mãe de Deus.

Pedro e os outros discípulos anunciarão a verdade da Ressurreição como vimos na primeira leitura de hoje: “… Eles o mataram, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. Ele nos mandou proclamar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos” (At 10,39-42).

Somos os herdeiros desta mensagem quando nos reunimos para o encontro com a Palavra viva e com a Eucaristia, nutrientes para o nosso caminhar na nossa peregrinação terrestre. Assim, somos despertados para uma nova vida que se constitui a cada momento, a cada desafio vencido, a cada graça oferecida por Deus. A fé que temos no Senhor foi consolidada naquela madrugada de Madalena e dos outros discípulos. Somos também discípulos missionários que devem levar a mensagem de esperança e de vida nova todo o mundo.

Precisamos buscar o Ressuscitado na oração, no jejum e na esmola. Cristo, o Ressuscitado, é a Eucaristia que devemos receber com o coração purificado pela confissão dos nossos pecados – e aqueles que não podem receber a Eucaristia, que estejam com o coração puro de malícias e maledicências. Na celebração eucarística devemos, como disse São Paulo na segunda leitura desta Liturgia, nos esforçar para “… alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus…” e aspirar “… às coisas celestes e não às coisas terrestres.” (Cl 3,1-3).

Que nesta caminhada pascal possamos semear a verdade esperançosa e alegre, num mundo carente do amor do Pai e marcado pelas dores e mortes desta pandemia. E que a cada dia também possamos amadurecer a nossa fé no Ressuscitado que nos faz novas criaturas. Sigamos em frente e meditemos neste período de cinquenta dias que se seguem, celebrando-os como sendo um, e cantemos confiante: “Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!” (Sl 118/117).

 

***

⇒ POESIA ⇐

Quem Ama Chega Primeiro

 

Pelo amor e a esperança,
Madalena vai correndo,
Cheia de uma novidade,
Que está lhe preenchendo,
Volta do Túmulo Vazio,
Madrugada em vento e frio,
Coração se aquecendo.

Primeira anunciadora,
De Jesus ressuscitado,
Vai dizer aos seus irmãos,
Sobre o Túmulo Arrebentado,
Precisa se refazer,
Para pode entender,
O que Deus tem realizado.

A mensagem é semeada,
Junto aos outros irmãos,
E aos poucos se espalhando,
Por Pedro e também por João,
Cristo trouxe a vida nova,
Túmulo Vazio é a prova,
Da santa Ressurreição.

Há um amor que motivou,
Ao discípulo em seu correr,
Pois o amor chega primeiro,
E não se deixa esmorecer,
Sem medo ele segue em frente,
Sem dúvida a lhe preencher.

O amor do Discípulo Amado,
A muitos encorajou,
Fez Pedro seguir em frente,
Mesmo que ao mestre negou,
Pois foi o amor e a fé,
Que fez Pedro ficar de pé,
Com coragem continuou.

Compreender a vida nova,
No caminhar do dia a dia,
Aceitar outra maneira,
Pra seguir a nova via,
A morte não tem mais poder,
Basta seguir e também crer,
Na Paz e na Alegria.

Somos também seguidores,
De Cristo ressuscitado,
Seguimos a nova vida,
Com o nosso Deus amado,
Que se faz nosso alimento,
Na alegria e sofrimento,
Caminhando ao nosso lado.

O encontro com os irmãos,
Faz sair da madrugada,
Para abraçar a luz completa,
E a vida iluminada,
Pois Cristo que se faz clarão,
Na Palavra e comunhão,
E a assembleia renovada.

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos dá a vida eterna, ilumine o seu caminho! ***

 

III DOMINGO DA PÁSCOA, ANO  C – SÃO LUCAS

 

Leituras: At 5,27b-32.40b-41; Sl 117; Ap 5,11-14; Jo 21,1-19

“Alimenta meus cordeiros”, 1886–1894, J. Tissot (1836–1902)


Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

A força do testemunho no Ressuscitado

Jo 21,1-19

 

Na liturgia do terceiro domingo da Páscoa contemplamos com alegria a beleza do testemunho dos apóstolos. Em destaque Pedro e João, que proclamam a verdade na Ressurreição, preenchidos de coragem e alegria. Através da experiência da fé na ressurreição os discípulos são transformados em corajosos missionários da vida nova, indo por todos os lugares para viverem como pescadores de pessoas, para construir o Reino de amor e redenção do mundo.

O interessante é que a terceira aparição de Jesus é realizada dentro do contexto profissional dos apóstolos, na vida cotidiana, no trabalho, não mais a portas fechadas, mas ao “ar livre”, porque a Ressurreição não tem barreiras e nem obstáculos e a presença do Senhor também não está presa ao templo ou ao culto antigo, agora o templo de adoração é o corpo glorificado.

Este texto nos traz várias chaves de reflexão para a experiência comunitária, às lideranças e para a missão evangelizadora da Igreja. Estas ações acima citadas nos levam a refletir que é o ressuscitado que conduz a comunidade cristã para que se lance ao mundo. A pesca foi um fracasso até a aparição de Jesus. Com Jesus acontece o milagre da abundância. Somente com Jesus a nossa evangelização tem êxito e faz crescer a multidão dos seguidores do Senhor.

O chamado de Jesus para cuidar do rebanho deve ser alimentado primeiramente pela vivência do amor. “Jesus perguntou a Simão Pedro: ‘Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?’ Pedro respondeu: ‘Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo’. Jesus disse: ‘Apascenta os meus cordeiros’.” (Jo 21,14).

Por três vezes Pedro é interrogado pelo Senhor, pois antes tinha negado que conhecia Jesus também por três vezes (cf. Lc 22,56-60). Mas isso não foi impedimento para seguir em frente, agora está disposto e reabilitado pela força da ressurreição e conversão mais profunda, para tomar conta do rebanho, para representar a comunidade dos seguidores do Senhor.

Lembremo-nos de que é o Senhor que conduz a Igreja (a barca) e que também Pedro não seguirá sozinho, pois a pesca foi realizada também pelos outros apóstolos, quando disseram: nós também vamos pescar (cf. Jo 21,3).

Com esta experiência Pedro caminhará e encontrará perseguições, calúnias. Seguirá para o martírio com uma convicção tão forte que se sentirá alegre e satisfeito porque agora encontrou a razão da sua fé, como podemos confirmar nos Atos dos Apóstolos: os apóstolos saíram do Conselho, muito contentes, por terem sido considerados dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus (cf. 5,41).

Olhemos agora para João, o discípulo amado, aquele que esteve no sepulcro vazio e esperou Pedro chegar para conferir o acontecimento. Ele está também presente na pesca milagrosa e é quem reconhece primeiramente a Jesus ressuscitado e comunica a Pedro (cf. Jo 21,7). João é a face da Igreja contemplativa, orante, ministério do amor, que reclina a cabeça sobre o coração de Cristo (cf. Jo 13,23), que está ao pé da cruz e que acolhe Maria como sua mãe (cf. Jo 19,26-27), mas que é obediente ao representante do colégio dos apóstolos.

As nossas comunidades paroquiais, grupos e pastorais devem se fixar nestas duas faces da Igreja: uma face que trabalha que age, que administra (Pedro), e ao mesmo tempo uma face que reza, que contempla e se alimenta da comunhão, numa realidade de partilha e de missão (João).

Diante de tantos olhares bíblicos, nós cristãos do século XXI, somos testemunhas primeiramente da Ressurreição do Senhor, que é autor da vida, que a defende e a proclama como infinita. Também devemos viver a caridade, a comunhão e a obediência quando respondemos ao Senhor que chama e nos manda lançar as redes para a pesca.

Peçamos ao Senhor as virtudes teologais (fé, esperança e caridade), para que cuidemos de nosso caminho de discipulado e também sejamos agraciados por ajudar a outras pessoas a alimentarem a sua fé em Jesus Cristo. E agradecemos pelo nosso Papa que segue na barca de Pedro, vivendo os desafios da evangelização no mundo, mas na simplicidade e na obediência ao Senhor que o chamou para cuidar do seu rebanho.

 

***

 

⇒ POESIA ⇐

Pela fé, na coragem e na alegria

Lá vão os discípulos, seguidores do amor,
Em meio a calúnias e injúrias,
É o grande cominho que inicia,
Seguem sem medo,
Confiantes e na alegria.

Vão remando mar adentro,
Para o grande milagre,
Para a pesca do amor,
Que não afunda com a tempestade.
Por que o barco é do Senhor.

E em meio à mesa da partilha,
Onde o Pão os sacia,
Confirmam a missão,
Anunciando vida nova,
Construindo comunhão.

Seguem em comunidade,
Como “pedras vivas”,
Para o reino edificar,
A caminho do martírio,
Firmes vão, sem desanimar.

E nós missionários de agora,
Seguiremos também no amor,
Vivendo como os primeiros,
Caminhando sobre tempestades,
Mar adentro, sem desespero.

 

*** Que a Palavra e a Luz do Ressuscitado ilumine o seu caminho ***

 

IV DOMINGO DA PÁSCOA

ANO NACIONAL DO LAICATO

Leituras: At 4,8-12; Sl 117; 1Jo 3,1-2; Jo 10,11-18

POESIA

O PASTOR E A OVELHA

Ó Pastor supremo e bom,
Que a todas as ovelhas,
Trata com tanto carinho,
Que orienta o caminho,
Totalmente por amor,
Ó eterno bom Pastor,
Não nos deixe aqui sozinhos.

Ó Pastor supremo e verdadeiro,
Que doa a vida livremente,
Para a todos vim salvar,
Sem assim descriminar,
Nenhum dos seres humanos,
Com verdade e sem enganos.
Vem nos fortificar.

Ó Pastor supremo e amigo,
Que falas palavra eternas,
Para nos alimentar,
Para nos encorajar,
Pois tua voz queremos ouvir,
Sem medo de te seguir,
Vem sempre nos iluminar.

Somos teu rebanho vivo,
Que quer sempre te encontrar,
Queremos o teu infinito amor,
Acende-nos com tua luz e teu ardor,
Para a nossa forte felicidade,
Para a nossa viva caridade,
Tu és nosso belo e bom Pastor.

Pastor que cuida com tanto zelo,
As ovelhas cansadas e feridas,
O seu rebanho por ti tão querido,
Trata-nos como teus amigos,
E vai também a outros rebanhos,
Não consideram como estranhos,
Acolhe e carrega quem está sofrido.

Prepara-nos a mesa do amor,
Com taças e o vinho da alegria,
Para as ovelhas sempre acolher,
Pois sua vida vem a nos oferecer,
E não deixa de fora ninguém,
Seu rebanho alimenta do sumo bem,
No banquete vem a todos receber.

 

HOMILIA

O Pastor Eterno e Amoroso

A liturgia deste quarto domingo da Páscoa celebra a figura do Bom Pastor, Jesus Cristo, nosso caminho de Salvação. Somos chamados neste dia a refletirmos nossa condição de participantes do rebanho do Senhor numa experiência de escuta da voz do Bom Pastor e na participação da sua mesa, onde há o alimento que mata para sempre a nossa fome e a bebida que sacia eternamente a nossa sede.

No evangelho desta liturgia, no texto de João 10,11-18, podemos refletir três pontos importantes para a nossa vida de Cristãos: primeiro Jesus se apresenta como o Bom Pastor que é diferente dos mercenários, os quais conduzem o rebanho por interesse e por dinheiro, não se importando com as ovelhas que estão aos seus cuidados.

Jesus é o Bom Pastor porque ele dá a vida pelo seu rebanho, por isso foi até as últimas consequências: foi pregado numa cruz. Ele tem a vocação vinda de Deus Pai que o confia como verdadeiro pastor. Braços abertos para acolher o rebanho que nasce da entrega e do seu cuidado que brota da força de seu amor incalculável.

Nós, cristão que nos reunimos como rebanho do Senhor, somos convidados a ouvir a voz do nosso Pastor divino e ao mesmo tempo segui-lo. Somos também convidados a colocar no nosso coração e na nossa vida, as qualidades e as marcas da experiência de Jesus aquele que nos guia por caminhos seguros. Que gestos, atitudes e postura do Bom Pastor temos diante da vida e dos irmãos?

Na vida nossa de cada dia, temos responsabilidades e missões que se parecem com a condução de um rebanho. Portanto, somos também pastores a exemplo de Cristo, como pais e mães de família, como coordenadores de grupos da Igreja, como chefes de repartições, com políticos, no nosso trabalho, nas pastorais sociais, nas organizações, também como ouvintes, conselheiros confidenciais e muitas outras experiências que devem ser realizadas com justiça e sinceridade, sem interesses e sem descaso.

Num segundo momento Jesus nos diz: “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir.” (Jo 10,16). É interessante que a missão de Jesus não está restrita a grupo dos seus (povo judeus), mas também a outros pastoreios que precisam também ouvir a sua voz e aos quais ele os considera. Os cristãos são convidados a acolher cada ser humano, que vem e quer se inserir no rebanho do Senhor.

Portanto, o amor de Cristo se estende a todos, por que é o desejo de Deus que haja um só rebanho e um só Pastor no amor. É vontade do Bom Pastor que todos encontrem nele a vida nova e o sentido da sua existência. Por isso o acolhimento e o cuidado do bom Pastor faz a diferença na semeadura do Evangelho.

Por fim Jesus nos ensina que a sua vida é oferecida para a salvação do mundo: Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo.” (Jo 10,18). Há uma entrega gratuita e totalmente livre de Jesus em favor da humanidade. Não poderá haver total entrega quando há imposições.

Somos então convidados a refletir sobre a nossa vida de cristãos membros do rebanho do Senhor. Até que ponto nossas ações e opções de vida são uma experiência verdadeira de entrega sem interesses fúteis e vazios? Como nos sentimos dentro deste rebanho de Cristo, o Bom Pastor? Como usamos o nosso cajado das responsabilidades diante de nossa missão de servir?

O Cajado do pastor é para a pontar e proteger o caminhar do rebanho e não para bater nas ovelhas. Os maus pastores, fogem quando veem os perigos, e, muitas vezes batem com o cajado na cabeça das suas ovelhas quando estas se perdem ou caem pelo caminho. A estes, Jesus chama de mercenários, porque eles não se importam com a sua tarefa de cuidar. (cf Jo 10,12).

O que dizer dos chefes das nações, dos estados, dos municípios, os quais são responsáveis pela condução de um povo, como representantes. Estes, muitas vezes escolhidos pelo seu próprio rebanho, com frequência causam muitos sofrimentos ao povo quando não se interessa em cuidar com carinho daquilo que lhe foi confiado. Não se interessam em fazer valer a justiça, o bem comum e a vida digna. Jesus nos ensina que o pastor deve ter amor e compromisso na sua missão de fazer valer a dignidade e a igualdade a um povo.

Portanto, busquemos rezar pedindo pelos nossos pastores aqui na terra (Papa, Bispos, padres, diáconos) para que sejam fiéis na sua missão e que o seu trabalho seja vivenciado numa entrega verdadeira e numa atitude de carinho, fé e esperança.

E a nós, ovelhas reunidas em torno das mesas da Palavra e da Eucaristia, que possamos seguir em frente ouvindo a voz do Bom Pastor e se alimentando da sua mesa a caminho da verdadeira vida e sendo responsáveis naquilo que o Bom Pastor nos confiou.