⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas crianças que sofrem ⇐ Leituras: 2Sm 5,1-3; Sl 121(122),1-2.4-5 (R. cf. 1); Cl 1,12-20; Mc 11,9.10; Lc 23,35-43 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 23,35-43 Meus irmãos e minhas irmãs, chegamos ao último Domingo do Tempo Comum do Ano C e o terceiro Domingo de novembro, mês em que, tradicionalmente, dedicamos orações em sufrágio das almas do purgatório. Também oremos pelas intenções do Santo Padre, o Papa Francisco, que, neste mês, roga pelas crianças que sofrem. E neste último Domingo do Tempo Comum nós celebramos a Liturgia da Solenidade de Cristo Rei do Universo nos motiva a contemplar Nosso Senhor Jesus Cristo em Seu trono, um trono diferente dos deste mundo. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 23,35-43. A solenidade de Cristo Rei foi instituída pelo Papa Pio XI em 1925. Inicialmente era celebrada no último Domingo de outubro, o qual era próximo do dia de Todos os Santos, “a fim de que se proclamasse abertamente a glória daquele que triunfa em todos os santos eleitos”. Com a reforma litúrgica, após o Concílio Vaticano II, esta celebração foi transferida para o último Domingo do Tempo Comum, concedendo um significado mais amplo e sublinhando a dimensão escatológica do Reino em sua consumação final(1). A partir deste percurso queremos também olhar para o Senhor, e para nós, no intuito de fazermos uma retrospectiva de tantos passos dados. A cada Eucaristia celebrada, aliada à dimensão da Palavra, nos fortalecemos de nossos desânimos e cansaços da vida. Por isso, essa ação precisa ser constante. Mas essa rotina é, como prometido por Jesus, suave e leve (cf. Mt 11,28-30). O Evangelho desta Liturgia nos apresenta Jesus, o nosso Rei, num trono diferente, a cruz, de pernas e braços presos ao madeiro, porém – e o que é importantíssimo! – a boca e o coração estão livres para anunciar e oferecer o seu Reino de amor e salvação aos que acolherem ou suplicarem. Contemplamos ainda a sua coroa, uma coroa de espinhos e também os ladrões ao Seu lado. Um deles quis e soube fazer sua súplica, ele pediu que aquele Rei não se esquecesse dele no Paraíso e por isso conseguiu um lugar no Reino celestial, pois a resposta de Jesus nos assegura esta afirmação: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43). A promessa que os profetas anunciaram sobre o Reino de justiça, de amor e de paz se cumpre plenamente em Jesus. Ele é da descendência de Davi, aquele rei que foi ungido em Israel para apascentar, conduzir, zelar e cuidar do povo, como rebanho que é do Senhor e não propriedade do rei terreno, como vimos na Primeira Leitura desta Liturgia (cf. 2Sm 5,1-3). Jesus é rei diferente, Ele é o Bom Pastor, pois não somente conduz, mas se possível, e necessário, carrega as ovelhas nos Seus braços, para que retornem ao Seu rebanho. Sua autoridade é o serviço aos que estão perdidos e carregados de fardos pesados, de cruzes que a vida terrena vai apresentando durante a caminhada. A comida para as Suas ovelhas é seu próprio Corpo doado gratuitamente, a bebida é Seu próprio sangue derramado para purificar, para matar a sede de amor e fortalecer Seus membros, os bem-aventurados que desejam inserir-se na multidão dos santos na glória celeste. São Paulo, na Segunda Leitura, nos leva a contemplar a figura do nosso Rei, o qual devemos sempre reconhecer como o verdadeiro: “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois por causa dele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes.” (Cl 1,15-16). Muitas vezes queremos incutir em nossas ações e posturas o anúncio distorcido sobre o poder de Deus e Seu Reino. Esquecemos que quando pedimos “venha a nós o Vosso Reino”, estamos suplicando a presença de uma realidade divina em nossas vidas. A presença de Cristo em nosso meio é a presença da imagem do Pai-Nosso, que nos congrega como irmãos, para formamos um Reino diferente dos reinos que o mundo dos homens concebe. Portanto, irmãos e irmãs, a mensagem que a Liturgia nos apresenta hoje é que possamos pensar naquilo que é a vontade e plano do Reino de Deus. Enquanto existirem as tantas injustiças, seja por opressão e dominação, podemos dizer que está ausente e, ao mesmo tempo, há a necessidade do Reino de Deus. Quando há partilha, doação, fraternidade e a caridade entre as pessoas e para as pessoas, haverá um sinal concreto de que o Reino de Deus está acontecendo já neste mundo. Que a Eucaristia, sob o olhar de Nossa Senhora das Graças, nos alimente na busca da construção do Reino de Jesus sobre o mundo e que a Palavra nos guie na realização de ministérios, de ordenados ou leigos dignos, como discípulos missionários na busca de contribuir e concretizar a Igreja como ambiente de expressão do reinado santo de Deus. Encerremos esta reflexão rezando alguns versículos do salmo responsorial desta Liturgia: “Quanta alegria e quando ouvi que me disseram: vamos à casa do Senhor… A sede da justiça lá está e o trono de Davi.” [cf. Sl 121(122),1.5]. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Olho para Ti Senhor, * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos motiva e nos ensina a contemplarmos o Seu trono, um trono diferente dos tronos deste mundo, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Novembro: Mês dedicado às almas do purgatório ⇐
⇒ Ciclo das Rosas: Santa Teresinha aos pés do Papa Leão XIII ⇐
⇒ Dia Nacional dos Cristãos Leigos ⇐Rei, Reino e Trono diferentes dos Tronos deste Mundo
(1) Cf. Roteiros homiléticos para o Tempo Comum – Ano B – São Marcos. Brasília: Edições CNBB, 2012.Um Rei que nos Quer no Seu Trono
Entregando-se na cruz em liberdade,
Sendo em nossas dores, solidariedade,
E vejo o Teu amor se derramar por nós,
Querendo que ao Seu trono cheguemos,
E por isso com medo não fiquemos,
Porque caminhamos perto de Vós.
*
Olho para Ti Senhor,
Reconhecendo Tua justiça e Teu perdão,
Ansiando Teu presente, à salvação,
Como aquele ladrão suplicando ao Teu lado,
Levaste à glória aquele que se compadeceu,
Porque Tuas palavras no coração ele acolheu,
E por isso foi participar do Teu santo reinado.
*
Olho para Ti, Senhor,
Caminhamos tanto, mas precisamos aprender,
Que o Teu Reino ainda está a estabelecer,
Porque nos desviamos do Teu caminho,
E assim precisamos muito pedir-te perdão,
E reconhecer que Teu amor é imensidão,
E que não nos salvamos nunca sozinhos.
*
Olho para Ti, Senhor,
Nesse trono, braços abertos para todas as nações,
Quer reinar fortemente em nossos corações,
E vejo o Teu trono, acima do nosso olhar,
Quer nos conduzir ao “hoje” do Teu Paraíso,
Apenas o nosso querer e pedido é preciso,
Para nos conduzir a Teu santo lugar.
*
Olho para Ti, Senhor,
Vejo o poder que vem do Teu infinito amor,
O Teu corpo que é alimento salvador,
Peço-Te que nos ensine o Teu jeito de reinar,
Tua palavra nos ensina por onde prosseguir,
Teu reinado é somente amar e servir,
E nada mais que se possa acrescentar.
*
Olho para Ti, Senhor,
E penso quando nos encontrar em fraternidade,
Quando o nosso apostolado se faz na caridade,
E assim vejo que Teu Reino em nosso meio já está,
E a paz é em definitivo anunciada,
Nossa vida em comunhão concretizada,
Tendo em nós a certeza que Tu nos salvará.
Tag: Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas
Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, Solenidade, Ano B, São Marcos
⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐ Leituras: Dn 7,13-14; Sl 93(92); Ap 1,5-8; Jo 18,33b-37 ⇒ HOMILIA ⇐ Jo 18,33b-37 Meus irmãos e irmãs, nesta Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, neste Ano de São José e encerrando o ciclo litúrgico do Ano B, a Liturgia nos motiva a contemplar o senhorio de Cristo, que é o alfa e o ômega, princípio e fim, o Rei do Universo. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 18,33-37, passagem que está localizada na terceira e última parte do Evangelho segundo São João, intitulada “A hora de Jesus – A Páscoa do Cordeiro de Deus”. Nesta Liturgia, Jesus, no início da manhã da Sexta-Feira da Paixão, está diante de Pilatos. A partir desse contexto, o evangelista João apresenta dois tipos de realeza: crueldade versus misericórdia; opressão versus esperança; testemunho da força versus testemunho da verdade; e reino deste mundo versus reino celestial. Por não ser deste mundo, o Reino de Jesus não se afasta das realidades de injustiça e perversidade sobre homens e mulheres. Portanto, os seguidores de Cristo vivem a missão de disseminar a realeza divina no meio da humanidade. O profeta Daniel, na primeira leitura desta Liturgia, se refere ao Rei e ao Seu reinado. Diz o profeta: “Foram-lhe dados poder, honra e realeza, e todos os povos (…) o servem; seu poder é eterno (…) e seu reino (…) não se dissolverá” (Dn 7,14). Já os reinos da terra se dissolvem e são marcados pela imposição e pela ordem cega. Já a segunda leitura desta Liturgia, obtida do Apocalipse de São João, confirma a promessa do Antigo Testamento de que “Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra (…) ‘o alfa e o ômega’ (…) ‘aquele que é, que era e que vem, o Todo-poderoso’ .” (Ap 1,5.8). Diante desta Liturgia da Palavra, devemos meditar sobre como temos abraçado o senhorio de Cristo em nossa vida, na vida da Igreja e também na sociedade. Ser cristão não é estar à serviço de ordens de superiores que castigam diante do não cumprimento das determinações, pois a relação de Jesus com os discípulos deve servir de modelo. Primeiramente, os discípulos não O seguem pela força, pela imposição, mas por livre adesão; depois, o discipulado é fundamentado no amor de Deus, para que Seus discípulos sejam representantes do Príncipe da Paz (cf. Is 9,5) num mundo de guerras. Assim, o reinado de Jesus é marcado pela alegria e gratidão, desde o momento da Encarnação quando os anjos cantaram de alegria como os pastores gratos por testemunharem indescritível beleza. Em todo o Seu ministério, Jesus realiza curas que consolida a fé de muitos que expressam alegria e gratidão. E o coroamento da alegria mais completa é a Sua Ressurreição, motivo de gratidão para todas as gerações. E neste Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas, queremos recordar um fato marcante da vida de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face conhecido como “aos pés do Papa”. No dia 20 de novembro de 1887, Teresinha, de apenas 14 anos, que se oferece como “brinquedo do Menino Jesus”, é recebida pelo Papa(1). Na ocasião expressa o desejo de entrar para o Carmelo, pois a idade mínima era de 21 anos. A resposta do Papa foi que ela obedecesse aos seus superiores. A dor da frustração naquela manhã, pois não ouviu o “sim do Papa”, fez com que, 7 anos depois e por obediência, Teresinha iniciasse a redação de um famoso escrito, o seu livro “História de uma Alma”. E neste último Domingo do Ano Litúrgico, peçamos a Nossa Senhora da Apresentação, padroeira da capital do Rio Grande do Norte e cultuada neste dia 21 de novembro, que ela rogue por nós para que sejamos merecedores do Espírito Santo, coroa dos perfeitos, para que Cristo reine em nossa existência. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Este Rei é divino, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a contemplar o Seu senhorio, que é o alfa e o ômega, ilumine o seu caminho! ⇐
Ele é o Alfa e Ômega, o Começo e o Fim
(1) Papa Leão XIII (1878-1903).Este Rei não é deste Mundo
Ele vem das alturas,
Desceu com ternura,
Para nos libertar.
Ele é mensageiro,
Para os caminheiros,
Vem anunciar.
*
É um Rei diferente,
Tem natureza humana,
A nós Se irmana,
Pra poder chegar.
Seu Reino é amor,
Faz-se servidor,
É assim, Seu reinar.
*
Não vem com soldados,
Vive a mansidão,
Não tem opressão,
Só vem para amar.
Chama à conversão,
Envia em missão,
Pra outros chamar.
*
Ele não tem fama,
Tem simplicidade
Sem publicidade,
Sem triunfalismo.
Seu Reino é semente,
Na vida da gente,
Sem, estrelismo.
*
Ele é nosso Mestre,
Sempre a ensinar,
A quem quer escutar,
Com perseverança.
Quer sempre acolher,
A quem quer Lhe ver,
Pois Ele é esperança.
*
Reinai ó Senhor,
Em nossa existência,
Dai-nos a clemência,
Tua salvação.
Pois se a Ti seguimos,
Contigo partimos
Para a redenção.