Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, Solenidade, Ano B, São Marcos

⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐

 

Leituras: Dn 7,13-14; Sl 93(92); Ap 1,5-8; Jo 18,33b-37

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Ele é o Alfa e Ômega, o Começo e o Fim

Jo 18,33b-37

 

Meus irmãos e irmãs, nesta Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, neste Ano de São José e encerrando o ciclo litúrgico do Ano B, a Liturgia nos motiva a contemplar o senhorio de Cristo, que é o alfa e o ômega, princípio e fim, o Rei do Universo. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 18,33-37, passagem que está localizada na terceira e última parte do Evangelho segundo São João, intitulada “A hora de Jesus – A Páscoa do Cordeiro de Deus”.

Nesta Liturgia, Jesus, no início da manhã da Sexta-Feira da Paixão, está diante de Pilatos. A partir desse contexto, o evangelista João apresenta dois tipos de realeza: crueldade versus misericórdia; opressão versus esperança; testemunho da força versus testemunho da verdade; e reino deste mundo versus reino celestial.

Por não ser deste mundo, o Reino de Jesus não se afasta das realidades de injustiça e perversidade sobre homens e mulheres. Portanto, os seguidores de Cristo vivem a missão de disseminar a realeza divina no meio da humanidade.

O profeta Daniel, na primeira leitura desta Liturgia, se refere ao Rei e ao Seu reinado. Diz o profeta: “Foram-lhe dados poder, honra e realeza, e todos os povos (…) o servem; seu poder é eterno (…) e seu reino (…) não se dissolverá” (Dn 7,14). Já os reinos da terra se dissolvem e são marcados pela imposição e pela ordem cega. Já a segunda leitura desta Liturgia, obtida do Apocalipse de São João, confirma a promessa do Antigo Testamento de que “Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra (…) ‘o alfa e o ômega’ (…) ‘aquele que é, que era e que vem, o Todo-poderoso’ .” (Ap 1,5.8).

Diante desta Liturgia da Palavra, devemos meditar sobre como temos abraçado o senhorio de Cristo em nossa vida, na vida da Igreja e também na sociedade. Ser cristão não é estar à serviço de ordens de superiores que castigam diante do não cumprimento das determinações, pois a relação de Jesus com os discípulos deve servir de modelo. Primeiramente, os discípulos não O seguem pela força, pela imposição, mas por livre adesão; depois, o discipulado é fundamentado no amor de Deus, para que Seus discípulos sejam representantes do Príncipe da Paz (cf. Is 9,5) num mundo de guerras.

Assim, o reinado de Jesus é marcado pela alegria e gratidão, desde o momento da Encarnação quando os anjos cantaram de alegria como os pastores gratos por testemunharem indescritível beleza. Em todo o Seu ministério, Jesus realiza curas que consolida a fé de muitos que expressam alegria e gratidão. E o coroamento da alegria mais completa é a Sua Ressurreição, motivo de gratidão para todas as gerações.

E neste Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas, queremos recordar um fato marcante da vida de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face conhecido como “aos pés do Papa”. No dia 20 de novembro de 1887, Teresinha, de apenas 14 anos, que se oferece como “brinquedo do Menino Jesus”, é recebida pelo Papa(1). Na ocasião expressa o desejo de entrar para o Carmelo, pois a idade mínima era de 21 anos. A resposta do Papa foi que ela obedecesse aos seus superiores. A dor da frustração naquela manhã, pois não ouviu o “sim do Papa”, fez com que, 7 anos depois e por obediência, Teresinha iniciasse a redação de um famoso escrito, o seu livro “História de uma Alma”.

E neste último Domingo do Ano Litúrgico, peçamos a Nossa Senhora da Apresentação, padroeira da capital do Rio Grande do Norte e cultuada neste dia 21 de novembro, que ela rogue por nós para que sejamos merecedores do Espírito Santo, coroa dos perfeitos, para que Cristo reine em nossa existência. Amém.

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(1) Papa Leão XIII (1878-1903).

 

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⇒ POESIA ⇐

Este Rei não é deste Mundo

 

Este Rei é divino,
Ele vem das alturas,
Desceu com ternura,
Para nos libertar.
Ele é mensageiro,
Para os caminheiros,
Vem anunciar.
*
É um Rei diferente,
Tem natureza humana,
A nós Se irmana,
Pra poder chegar.
Seu Reino é amor,
Faz-se servidor,
É assim, Seu reinar.

*
Não vem com soldados,
Vive a mansidão,
Não tem opressão,
Só vem para amar.
Chama à conversão,
Envia em missão,
Pra outros chamar.

*
Ele não tem fama,
Tem simplicidade
Sem publicidade,
Sem triunfalismo.
Seu Reino é semente,
Na vida da gente,
Sem, estrelismo.
*
Ele é nosso Mestre,
Sempre a ensinar,
A quem quer escutar,
Com perseverança.
Quer sempre acolher,
A quem quer Lhe ver,
Pois Ele é esperança.
*
Reinai ó Senhor,
Em nossa existência,
Dai-nos a clemência,
Tua salvação.
Pois se a Ti seguimos,
Contigo partimos
Para a redenção.

 

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Referência da (i) imagem principal: Andrew Shiva (2014), In pt.wikipedia.org e (ii) imagem da rosa: In gratispng.com/png-uj22en

 

Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a contemplar o Seu senhorio, que é o alfa e o ômega, ilumine o seu caminho!