SOLENIDADE DA NATIVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA

ANO NACIONAL DO LAICATO

Leituras: Is 49,1-6; Sl 137(138); At 13,22-26; Lc 1,57-66.80

POESIA

UMA VOZ NO DESERTO

Voz que soa ao mundo,
Para o povo preparação
Entre o antigo e o novo,
No plano da salvação,
Que prega pelo deserto,
Deixando o caminho aberto,
Pra chegar a salvação.

Voz cheia de humildade,
Que fala do salvador,
Prega a mudança de vida,
E entre os irmãos o amor,
Denuncia as injustiças,
As maldades e cobiças,
Salve o grande pregador.

João, aclamado pelo povo,
Nas festas e na alegria,
Na devoção popular,
Nas fogueiras e poesia,
Nos encontros de irmãos,
Na partilha e comunhão,
E  na família em harmonia.

Aos cristãos dos nossos tempos,
Também cabe a missão,
De anunciar o Senhor,
Pra trazer transformação,
Na justiça e caridade,
Na Paz e fraternidade,
A exemplo de São João.

 

HOMILIA

João, o último dos profetas

“Estando para terminar sua missão, João declarou: Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: Depois de mim vem aquele do qual nem mereço desamarrar as sandálias” (At 13,25). Assim pregou Paulo sobre João Batista, apresentando-o como o último dos profetas, aquele que liga a Antiga à Nova Aliança. Neste sentido, havia uma expectativa por parte do povo de Deus, sobre a vinda do Messias, e, o Batista, em alguns momentos, foi confundido pela semelhança, até então, com o que os profetas se referiam ao salvador esperado por Israel.

A pregação de João estava voltada para preparação da vinda de Cristo e por isso se colocou na posição de um missionário e propagador sobre Jesus. Por isso a postura humilde e consciente para esclarecer o seu papel profético. Suas palavras eram fortes e exigentes e assim, aqueles que as acolhiam transformavam suas vidas para melhor e viviam de acordo com a vontade de Deus. O batismo das pessoas marcava a mudança de vida, através do arrependimento (cf. Lc 3,3), de uma metanoia, mas ainda não era o batismo de Jesus.

O próprio João falou para o povo sobre os seu batismo: “Eu batizo com água, mas, virá aquele que é mais forte do que eu… Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.” (Lc 3,16). João Batista foi o grande precursor do Messias e por isso preparou realmente o povo simples para a chegada de Jesus.

João Batista nasce num família de gente discriminada (Zacarias e Isabel), idosos, para a época. A Misericórdia e a força do amor de Deus atuaram num ventre onde naturalmente não era possível gerar uma criança. Mas para Deus tudo é possível. Por isso que, seguindo o Evangelho de hoje, Zacarias, proclama, cheio do Espírito Santo, o seu cântico de louvor. Oração proclamada todas as manhãs por quem reza a Liturgia das Horas, nas laudes. Da boca de Zacarias sai as palavras sagradas, as quais se referem à missão de João Batista: “E tú, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à frente do Senhor, preparando os seus caminhos, dando a conhecer a seu povo a salvação com o perdão dos pecados.” (Lc 1,76-77).

Os cristãos, olhando para o Batista, são também convidados a anunciarem a palavra de Deus aos outros corações humanos, onde se precisa de conversão e uma vida voltada para o amor de Deus. Neste sentido todos poderão parecer com precursor de Jesus. Preparar os caminhos do Senhor é proclamar a paz e a alegria ao mundo para que haja mais fraternidade e justiça entre as nações. As palavras dos cristãos podem transformar as estruturas que oprimem e que descriminam tantos nas suas condições sociais, étnicas, culturais e outras diversas questões existenciais.

Por fim, não podemos esquecer o quanto São João Batista é festejado e celebrado nas paróquias, nas comunidades, nas famílias, nas escolas e também nas manifestações culturais das quadrilhas e das fogueiras que iluminam as noites juninas. As quermesses, alegrias, danças e muitos vivas a São João estão presentes nas cidades de nosso país. Porém, sabemos que muita gente não conhece a história e missão profética do precursor.

Que o exemplo de São João Batista seja proclamado e imitado por todos os cristãos a fim de que a Palavra de Deus possa germinar nos corações e fazer nascer um mundo novo, onde cesse a violência e o sofrimento de tantos irmãos e irmãs. E assim a alegria do Evangelho inunde a vida e a missão da Igreja a qual deve ser de libertar e transformar o mundo em uma família de irmãos em harmonia.