Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria (2018)

Leituras: Nm 6,22-27; Sl 66(67); Gl 4,4-7; Lc 2,16-21

POESIA

MÃE DE DEUS E NOSSA

Mãe da escuta atenta,
Do silêncio e da oração,
Toda entregue por amor,
Do Senhor da salvação,
Ensina-nos a santidade,
Mostra-nos tua serenidade,
Para a santificação.

Mãe de Deus e nossa Mãe,
Mãe do príncipe da paz,
Ensina-nos a fraternidade,
Que tanta harmonia nos traz,
Ensina-nos também a escuta,
A paciência na labuta,
Quando não somos capazes.

Que a benção do Senhor,
Teu filho amado e querido,
Possa nos trazer a paz,
Neste mundo tão sofrido,
Das guerras possa nos livrar.
E por Deus sempre nos guiar,
Sendo um povo redimido.

Que o nosso príncipe da paz,
Pela sua encarnação,
Ajude-nos na caminhada,
E o amor entre os irmãos,
Trazendo-nos alegria,
Que nasce da Eucaristia,
Pra nossa libertação..

 

HOMILIA

Junto a Mãe de Deus celebramos a Paz

Na liturgia solene da Santa Mãe de Deus os cristãos se reúnem carregados de esperanças, de revisões de vida, de expectativas e de muitos propósitos para o ano que se inicia. Há uma intenção especial por parte do Papa, que é celebrar o dia Mundial da Paz junto a Mãe de Deus. Ela que nos presenteou com o seu “sim”, acolhendo e fazendo com que o príncipe da paz pudesse reinar em nosso meio, nos trazendo o amor, a misericórdia e a salvação para todos.

O Evangelho proclamado é continuidade do texto da noite de Natal quando os pastores encontram o menino Jesus na manjedoura juntamente, com Maria e José, e depois vão anunciar esta alegria aos outros. Os pastores, descriminados que eram, foram os primeiros que receberam a notícia do nascimento do salvador. A eles cabe também o anúncio das maravilhas de Deus. Da boca deles também saiu os louvores por tudo que o que Deus tinha realizado em favor de toda a humanidade (cf. Lc 2,17-18.20).

Maria guardava, como que depositando, todos estes acontecimentos e meditava em seu coração (cf. Lc 2,19), procurando compreender todo o processo da sua resposta a Deus, quando o Anjo a visitou. Meditava porque também era mulher do silêncio e da oração, na escuta atenta a Deus, na reflexão da sua missão de gerar o Verbo e de ser agraciada com o compromisso de acompanhar o seu filho no cumprimento das promessas que vinha de Deus Pai.

Neste primeiro dia do ano os cristãos também reúnem para pedirem as bênçãos que vem de Deus, por que a benção é sinal de salvação como escutamos na primeira Leitura: “ ‘O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!’ Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”. (Nm 6,24-27).

Olhando o ano que passou muitas vezes ficamos tristes pelas perdas, pelos desafios não superados, mas quantas bênçãos e proteção o Senhor nos deu quando não sabíamos por onde caminhar ou o quê fazer. Para o ano que se inicia temos sonhos, projetos e propósitos, que devemos colocamos no Altar de Deus. Neste sentido devemos também ter em mente que se faça a vontade do Senhor e não a nossa.

Maria nos possibilita que sejamos seus filhos. Ela, que é Mãe de Deus e nossa Mãe, também gerou a Igreja que somos nós. Ela é a mãe do príncipe da Paz, também nosso irmão, nosso Deus amado que veio ficar junto de nós para nos ensinar que Deus é Pai e tem misericórdia dos pecadores, por isso vem trazer a união e a fraternidade.

Nessa relação santa de filhos, São Paulo nos fala: “De modo que já não és escravo, mas filho. E se és filho, és também herdeiro, graças a Deus.” (Gl 4,7). Temos então o temor que vem do amor e da necessidade de santificação e não o medo da condenação. Se amamos o Senhor, faremos a vontade dele e por isso não devemos ter medo dele porque ele está bem próximo de nós.

Que neste ano que se inicia possamos promover cada vez mais a paz entre as pessoas, onde estivermos inseridos e que Nossa Senhora nos ensine a sermos obedientes, necessitados de amor e na escuta de Deus, que sempre está nos chamando a santidade e a sermos, ao mesmo tempo, discípulos missionários do seu Reino.