Solenidade de Todos os Santos

⇒ Ano de São José (2020/2021) ⇐

 

Leituras: Ap 7,2-4.9-14; Sl 24(23); 1Jo 3,1-3; Mt 5,1-12a

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Bem-Aventurados São os que Procuram o Senhor

Mt 5,1-12a

 

Meus irmãos e irmãs, a Liturgia do Solenidade de Todos os Santos, neste Ano de São José, nos apresenta as bem-aventuranças como programa para alcançar a realidade celeste composta pelos santos e santas de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 5,1-12a.

Nesta Liturgia, Jesus está nas proximidades de Cafarnaum e o evangelista Mateus nos apresenta o Senhor que, vendo as multidões, sobe à montanha e senta para ensinar e proclamar as bem-aventuranças aos seus discípulos. A montanha, para o Antigo Testamento, é o lugar da manifestação de Deus, pois foi numa montanha que Moisés recebeu os Mandamentos.

As bem-aventuranças nos ensinam que, para ser santo, é preciso ser discípulo de Cristo, com humildade, os pés no chão e o olhar atento aos diversos campos da existência humana, sejam eles econômicos, sociais, espirituais ou religiosos. Devemos cultivar a nossa sede de justiça. E então podemos nos perguntar: o que tem a ver comigo a violência, urbana e rural, e as questões da pandemia? E a intolerância religiosa mundo afora, o que tem a ver? Jesus ainda apresenta duas bem-aventuranças exigentes: ser perseguido por causa da justiça e ser injuriado e caluniado por causa de Cristo (cf. Mt 5,10-12). Alcançaremos a santidade, buscando por justiça e vivendo as consequências desta busca.

Assim, a vivência da santidade deve ser testemunhada aqui e agora. Devemos ser mansos, justos, puros de coração, promotores da paz no grupo onde participamos, no trabalho, nas relações sociais e também na nossa família, com o cônjuge, os filhos e irmãos e também entre os ministros ordenados e os religiosos.

Para isso, a santidade precisa da vivência da Palavra, da oração com liberdade nos caminhos do Senhor, praticando o amor em vista do Reino para fazer parte da incontável “multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9), como nos fala São João na primeira leitura desta Liturgia. Esta busca de santidade deve ser sempre no Senhor, como discípulos missionários, que desejam ser purificados como o Senhor é puro, (cf. 1Jo 3,3) como nos indica a segunda leitura desta Liturgia.

Voltando, agora, à Carta do Papa Francisco sobre São José, Patris Corde(1) , vamos tratar dois aspectos, hoje. O primeiro, “Pai no acolhimento”, mostra que, ao acolher a Virgem, submete a Lei à caridade, abraçando o mistério salvífico. Mesmo nas tribulações, pelo dom da fortaleza, fica imune à desilusão, ensinando-nos que o acolhimento e a fé nos permitem compreender os acontecimentos, alegres e tristes. O segundo aspecto, “Pai com coragem criativa”, nos indica que com essa coragem é possível enfrentar as dificuldades, inclusive usando recursos que nem sabíamos ter. Foi assim que São José providenciou o presépio em Belém e conduziu Jesus e a Virgem pelo desterro no Egito. Como Guardião da Igreja, São José continua protegendo sua Família e nos ensinando a amar o Menino Deus e a Virgem; “os Sacramentos e a caridade”; “a Igreja e os pobres”.

É oportuno mencionar hoje que o Papa Francisco prorrogou as indulgências plenárias para os fiéis defuntos para todo o mês de novembro. Assim, poderá ser adquirida indulgência plenária para os fiéis defuntos quando o cristão católico visite um cemitério, rezando pelos defuntos durante o mês de novembro de 2021 e também rezando um “Pai-Nosso” e o “Credo” num santuário, igreja matriz, capela ou oratório, desde que seja batizado, encontre-se em estado de graça, tenha participado da Eucaristia e rezado pelas intenções do Papa. E lembrando que rezar pelos vivos e defuntos é uma das obras de misericórdia.

Peçamos a Nossa Senhora Medianeira que rogue por nós para recebermos do Espírito Santo o dom santificador e sermos, no meio do mundo, esta geração que procura o Senhor [cf. Sl 24(23)] e que semeia o Evangelho para a santidade de todos. Amém.

*   *   *
(1) Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20201208_patris-corde.html>. Publicado em: 8 dez. 2020. Acesso em: 15 out. 2021.

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Quem é Santo…

Para buscar e viver a santidade
Deve-se trilhar nos caminhos do Senhor,
Estar atento à Palavra Sagrada,
Ser manso, justo e ter muito amor.
Deve-se viver as bem-aventuranças
Que Jesus nos deu como herança,
Que é centro do seu plano salvador.
*
A santidade não é coisa qualquer
Que a gente possa imaginar,
É caminho no chão concreto da vida,
Não ter medo do que se possa encontrar,
Pois ser santo tem suas consequências,
Muitas vezes precisa-se paciência,
Para no mundo não desanimar.

*
No início da história dos cristãos,
Ser santo implicava muita ousadia,
Muitas vezes implicava ser devorado pelas feras,
Ou ser colocado em grelha com brasas que ardia,
Mas o santo em sua enorme dor,
Ainda carregava o senso de humor,
Quando o fogo em chama lhe consumia.

*
O ser santo é sempre destinado
Para toda pessoa que quiser,
Mas para isso é preciso requisito,
Pois, não se santifica de um jeito qualquer,
Pra isso é preciso ter vocação,
Não viver na fantasia e na ilusão,
Mas é possível para o homem quanto para a mulher.
*
Tem que ter um coração de amor,
Ter muita paz e muita alegria,
Mesmo diante das tantas misérias,
Fazer da noite às vezes o dia,
Ser bondoso e de muita caridade,
Promover a paz e a unidade,
Onde há muitas vezes má sintonia.
*
Às vezes é também ser ignorado,
Não ser reconhecido ainda em vida,
Pois ser santo exige além do presente,
Viver o amor e uma paz refletida,
Carregar um coração aberto às ações divinas,
Acreditar noutra vida que não termina,
E em Jesus apostar o caminho e a lida.
*
Muitos viveram radicalmente a castidade,
Entregaram sua vida totalmente,
Sem de nada ter nem um apego,
Carregavam no corpo e em sua mente
Um coração entregue somente ao Senhor,
Vivendo o trabalho na oração e no amor,
Vivendo no serviço às pessoas carentes.
*
Temos também que reconhecer
Que santos não são somente os do altar,
Temos tantos santos que não os conhecemos,
Por isso é preciso acreditar,
Que santo são todos os bem-aventurados,
Que viveram ou vivem o amor ao Bem-Amado,
Na esperança no Céu e com Jesus morar.

 

*   *   *

 

Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva, com o auxílio das bem-aventuranças, a aspirar a corte celeste, ilumine o seu caminho!

 

 

Solenidade de Todos os Santos

 

Leituras: Ap 7,2-4.9-14; Sl 24(23); 1Jo 3,1-3; Mt 5,1-12a

 

⇒ HOMILIA ⇐

Bem-Aventurados São os que Procuram o Senhor

Mt 5,1-12a

 

Meus irmãos e minhas irmãs, o mistério pascal da Liturgia da Solenidade de Todos os Santos nos apresenta as bem-aventuranças como programa para alcançar a realidade celeste composta pelos santos e santas de Deus. E o Evangelho desta Solenidade está em Mt 5,1-12a.

O Evangelho de Mateus (cf. 5,1-12) nos apresenta Jesus que, vendo as multidões, sobe à montanha e senta para proclamar as bem-aventuranças aos seus discípulos. A montanha, para o Antigo Testamento, é o lugar da manifestação de Deus. É na montanha que Deus fala com Moisés e lhe entrega o decálogo.

As bem-aventuranças nos ensina que, primeiramente, a santidade nos pede que sejamos discípulos de Cristo, na simplicidade, na humildade, com o pé no chão da vida e, sobretudo, no olhar atento às diversas situações do mundo, sejam elas econômicas, políticas, sociais ou religiosas. Sendo discípulo atento no mundo, faz-se necessário a nossa mansidão, a nossa fome de amor, a nossa sede de justiça e a nossa preocupação com a paz entre as nações.

Podemos nos perguntar: o que tem a ver comigo os atentados terroristas ou os conflitos no oriente médio? A violência nas cidades e no campo? A intolerância religiosa nos diversos recantos do mundo? Ser santo é estar atento a tudo isso.

Jesus ainda apresenta uma última bem-aventurança e desta vez mais exigente do que simplesmente estar atento às realidades humanas do mundo: serão bem-aventurados (felizes) os que forem perseguidos por causa da justiça, também serão bem-aventurados os que forem injuriados e caluniados por causa de Jesus (cf. Mt 5,10-12). A busca pela justiça e a experiência das consequências desta busca nos fará santos e nos levará aos Céus.

Finalmente não podemos esquecer que a vivência da santidade deve ser testemunhada no aqui e agora. Devemos ser mansos, justos, puros de coração, promotores da paz no grupo onde participamos, no nosso ciclo de trabalho, nas relações sociais e nos nossos campos de atuação, do nosso lar também. Pois é na família, no meio dos filhos, irmãos, cônjuges que precisa-se de santos e santas. Também entre os ministros ordenados e religiosos, na missão cristã de cada dia, precisa-se de santos e santos.

Santos e santas, pessoas que sejam sal, luz e fermento na massa, para aumentar cada vez mais a multidão dos bem-aventurados. Santos e santas que leiam e vivam a Palavra, que rezem e que sejam livres nos caminhos do Senhor e que façam o bem a todos em vista do Reino de Deus.

Portanto, é sendo santos que podemos nos juntar a incontável “multidão imensa de gente de todas as nações, tribos povos e línguas” (Ap 7,9), como nos fala São João na primeira leitura desta Solenidade. Esta busca de santidade deve ser sempre no Senhor, como discípulos missionários. Assim podemos citar também o final da segunda leitura: “Todo o que espera nele purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1Jo 3,3). E concluímos com o refrão do salmo desta Solenidade: “É assim a geração dos que procuram o Senhor” [Sl 24(23)]. Sejamos, no meio do mundo, esta geração que procura o Senhor e que semeia o Evangelho para a santidade e salvação de todos.

 

 

***

 

⇒ POESIA ⇐

Quem é Santo…

 

Para buscar e viver a santidade
Deve-se trilhar nos caminhos do Senhor,
Estar atento à Palavra Sagrada,
Ser manso, justo e ter muito amor.
Deve-se viver as bem-aventuranças
Que Jesus nos deu como herança,
Que é centro do seu plano salvador.

A santidade não é coisa qualquer
Que a gente possa imaginar,
É caminhar no chão concreto da vida,
Não ter medo do que se possa encontrar,
Pois ser santo tem suas consequências,
Muitas vezes precisa-se paciência,
Para no mundo não desanimar.

No início da história dos cristãos,
Ser santo implicava muita ousadia,
Muitas vezes implicava ser devorado pelas feras,
Ou ser colocado em grelha com brasas que ardia,
Mas o santo em sua enorme dor,
Ainda carregava o senso de humor,
Quando o fogo em chama lhe consumia.

O ser santo é sempre destinado
Para toda pessoa que quiser,
Mas para isso é preciso requisito,
Pois, não se santifica de um jeito qualquer,
Pra isso é preciso ter vocação,
Não viver na fantasia e na ilusão,
Mas é possível para homem quanto para a mulher.

Tem que ter um coração de amor,
Ter muita paz e muita alegria,
Mesmo diante das tantas misérias,
Fazer da noite às vezes o dia,
Ser bondoso e de muita caridade,
Promover a paz e a unidade,
Onde há muitas vezes má sintonia.

Às vezes é também ser ignorado,
Não ser reconhecido ainda em vida,
Pois ser santo exige além do presente,
Vivendo o amor e uma paz refletida,
Carregar um coração aberto às ações divinas,
Acreditar noutra vida que não termina,
E em Jesus apostar o caminho e a lida.

Muitos viveram radicalmente a castidade,
Entregaram sua vida totalmente,
Sem de nada ter nem um apego,
Carregavam no corpo e em sua mente
Um coração entregue somente ao Senhor
Vivendo o trabalho na oração e no amor,
Vivendo no serviço às pessoas carentes.

Temos também que reconhecer
Que santos não são somente os do altar,
Temos tantos santos que não os conhecemos,
Por isso é preciso acreditar,
Que santo são todos os bem-aventurados,
Que viveram ou vivem o amor ao Bem-Amado,
Na esperança no céu e com Jesus morar.

 

***

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva, com o auxílio das bem-aventuranças, a aspirar a corte celeste, ilumine o seu caminho! ***