Leituras: Ex 19,2-6a; Sl 99(100); Rm 5,6-11; Mt 9,36-10,8
POESIA
A MISSÃO DOS DISCÍPULOS DE JESUS
Eis o tamanho da messe,
Que Jesus a contemplou,
Tendo compaixão do povo,
Quando aos discípulos chamou,
Pra levar a libertação,
Pela evangelização,
Que ele mesmo iniciou.
Pra curar todos os enfermos,
Jesus chamou seguidores,
Pra levar a libertação,
Das doenças e das dores,
Pra levar o amor e a vida,
Força e paz distribuídas,
Pelos anunciadores.
Pra ressuscitar os mortos,
Dos abismos e ilusões,
Pra renascer a esperança,
As forças e as motivações,
Pra trazer a divina coragem,
De Deus retomar a imagem,
E pulsar dos corações.
Pra expulsar as tantas lepras,
Jesus também nos envia,
Limpar as tantas feridas,
Que a muitos angustia,
As mentiras combater,
A hipocrisia vencer,
E espalhar a alegria.
Expulsar os divisores,
Que provoca a tentação,
Que o demônio quer trazer,
Pelas forças da opressão,
Combater a idolatria,
Saí da vida vazia,
Pra viver a compaixão.
Nosso Senhor Jesus Cristo,
Vendo ovelhas sem pastor,
Pede-nos pra que rezemos,
Pela missão do amor,
Construir libertação,
Anunciar a salvação,
Do Reino do Criador.
Que a Palavra e a Eucaristia,
Fortifique a nós cristãos,
Pra vivermos o dia a dia,
As obras da santa missão,
E o Reino anunciarmos,
Jesus Cristo comungarmos,
Isto sim, é comunhão.
HOMILIA
A missão de curar, ressuscitar, purificar e expulsar o mal
Na liturgia da palavra deste 11º domingo do tempo comum, o evangelista Mateus nos apresenta Jesus tendo compaixão pela multidão, porque ele percebeu que aquele povo estava como ovelhas sem Pastor (cf. Mt 9,36). Isso porque aos que cabia a responsabilidade de conduzir o povo (fariseus, mestres da lei, responsáveis pela religião) não estava sendo cumprida. Pelo contrário, oprimiam, desprezavam e hostilizavam as multidões. Os chefes políticos, responsáveis pelo bem comum da nação, também a explorava. Ou seja, a opressão estava presentes em todas as dimensões de comando da sociedade judaica como, por exemplo, na econômica, política e religiosa.
Diante desta situação, Jesus contempla aquela multidão e sente compaixão. Ter compaixão é sentir nas entranhas a dor do sofredor. Com isso Jesus ver a necessidade não somente de pão material mas de libertação, de justiça e, sobretudo, de dignidade humana. Num segundo momento Jesus percebe a necessidade de verdadeiros anunciadores do Reino de Deus e pede que se faça a oração para que o dono da messe suscite mais operários para a missão de cuidá-la. (cf. Mt 9,38). Rezar para que aumente os colaboradores na missão salvífica em favor do Reino, não somente depois desta vida terrena, mas ainda aqui, para que haja a presença do amor, da fraternidade e da paz.
E diante da compaixão e a motivação da oração em favor da messe, Jesus toma a atitude de chamar discípulos para a missão a fim de prolongar a sua mensagem. É preciso espalhar a Boa-Nova por todas as aldeias (cf. Mt 10,6). O povo de Deus que há centena de anos recebeu de Deus a promessa da aliança e sua fidelidade, agora é chamado a viver a nova aliança. Os doze discípulos missionários, chamados e ao mesmo tempo enviados, lembram as doze tribos do povo da antiga aliança.
E nós cristão de hoje somos parte deste novo povo, chamados a ter compaixão dos sofredores e a rezarmos para que novos evangelizadores respondam ao chamado de Deus. Aqui a necessidade de anunciar com a nossa vida o evangelho da alegria ao todos. Os bispos, os presbíteros, os diáconos, os religiosos, os catequistas, os Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística, os jovens, leigos dos mais diversos movimentos, as comunidades de vida e de aliança, todos e todas são chamados a partir em missão.
Os eleitos por Jesus vão com uma mensagem e uma missão específica: Primeiro devem anunciar que o Reino está perto… Depois, devem curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar os demônios (cf. Mt 10,8). Também essa é a missão dos cristãos nos dias de hoje em meio a tantas doenças, tantas mortes, tantas lepras e muitas divisões demoníacas que destroem as famílias e as diversas relações humanas.
Podemos nos perguntar o que significou para os discípulos de Jesus naquele tempo e o que significa hoje esta missão a qual Jesus designou a todos nós batizados em seu nome. Curar os enfermos é esta atitude de libertá-los de tudo que é contra a vida. Ajudar as pessoas em aceitar as enfermidades irreversíveis, como um caminho de experiência e conversão espiritual.
Ressuscitar os mortos como um processo de ajudar a muitos irmãos e irmãs a reacenderem a esperança na sua vida de desilusão e enfrentarem os seus desesperos existenciais. Limpar os leprosos é esta ação de vencer todas as impurezas que a mentira, a falsidade, a ações hipócritas constroem contra o humano e trazer a verdade, a simplicidade a justiça e resgatar a honradez. Expulsar os demônios num caminho de afastar tudo aquilo que é mal e que divide a vida das pessoas. Combater a idolatria aos bens materiais e os apegos a tantas ideologias e interesses obsessivos.
Eis a missão da Igreja nos dias de hoje: fazer com que as doenças, as mortes, as lepras e os demônios sejam banidos da vida da humanidade. Fazer com que o Reino de Deus aconteça já na caminhada das comunidades, das famílias, dos grupos, dos movimentos e trabalhos missionários em favor do amor, da paz e da vida.
Cristo é a razão da nossa existência e nós devemos buscar a reconciliação com ele. São Paulo nos diz na segunda leitura: “Nós nos gloriamos em Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. É por ele que, já desde o tempo presente, recebemos a reconciliação.” (Rm 5,11). Cristo é misericordioso e ele tem amor e compaixão por todos nós. Ele quer curar nossas feridas, limpar nossas lepras que tanto nos oprimem, nos ressuscitar para uma vida nova e expulsar todas as tentações que nos afastam do caminho do amor de Deus. Amém.