SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Leituras: Ap 11,19a;12,1-6a.10ab; Sl 44(45); 1Cor 15,20-26.27a; Lc 1,39-56

POESIA

A PRIMEIRA CRENTE DA NOVA ALIANÇA

Aberta à voz de Deus e ao seu chamado,
Grávida, a serviço da vida e da esperança,
Lá vai a caminheira para a santa missão,
Como primeira crente da nova Aliança.

Vai pelas montanhas entre o vento e a poeira,
Motivada pelo amor e levando a força da redenção,
Visita a sua prima Izabel com gratuidade fraterna,
Levando um cântico de alegria, profecia e libertação.

Sua alma é engrandecida pelo amor supremo,
Pois a alegria é plena do Espírito Divino,
Porque o mundo a chamará Senhora Bendita,
Porque da sua boca nasce o anúncio, por um belo hino.

Porque Deus pela sua graça e imensa força,
Libertará da morte os que são sofredores:
Os famintos, os cegos, os presos às coisas terrenas,
E os alimentará com a vida e tirando as dores.

És glorificada no céu de corpo e alma,
Porque em Cristo és mãe e santificada,
Por isso o nosso culto a ti elevamos felizes,
Porque és a primeira cristã de vitória alcançada.

Mãe de Deus e de todos os homens,
Que teu cântico faça-se em nós, urgente,
Inundando-nos com o teu amor e tua da fé,
Fazendo-nos servos e teus filhos crentes.

Rogai por nós, nos vales dos nossos sofrimentos,
Mãe da profecia e cheia do belo cantar de amor,
Ensina-nos a sermos vazios de nós e cheios da Graça,
Como servos atentos e santos de Nosso Senhor.

HOMILIA

A primeira missionária

Celebramos neste domingo a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu. Foi ela quem viveu primeiramente a fé e o serviço a Cristo e por isso sendo a primeira a participar de corpo e alma da redenção e glorificação ao Céu.

A Assunção de Nossa Senhora é uma verdade de fé (dogma), proclamada pela Igreja de forma irreversível. Este dogma sobre Nossa Senhora é o mais recente, entre os quatro. Foi o Papa Pio XII, que em 1º de novembro de 1950, através da constituição apostólica Munificentissimus Deus[1], quem a proclamou assunta à glória celeste, de corpo e alma. Os outros três dogmas são: Maternidade Divina, Imaculada Conceição e Virgindade Perpétua.

Quanto à liturgia da Palavra, o Evangelho de Lucas nos apresenta Maria realizando a caminhada da sua fé rumo à casa de Isabel, pelo longo percurso de 150 Km, rumo a Judéia. Vai entre as montanhas, para levar a caridade e a alegria à sua prima. Ao abraçar o chamado de Deus tornando-se sacrário vivo do Senhor, Maria seguirá a sua peregrinação, grávida da salvação e vazia dos seus desejos e interesses pessoais, como todos aqueles que também abraçam o chamado do Senhor e decidem crescer na resposta de fé, pois todos aqueles que estão cheios de Deus, vivem a mesma atitude de amor e de doação.

A sua caminhada não se dá de forma lenta e desinteressada, mas às pressas, quase correndo, por que a salvação está próxima a chegar, e por isso faz-se necessário anunciar a promessa que Deus fez aos profetas. Pois há outra grávida (Isabel) que traz em seu ventre a profecia (João Batista), o qual preparará os caminhos do Enviado para que os homens o acolham, sejam curados, chamados e redimidos pelo sangue do Cordeiro.

Maria é a imagem perfeita da Igreja, casa que acolhe a Palavra do Senhor, que proclama e deve ser repleta do Espírito Santo, recebendo a missão de anunciar a salvação a todos os homens. Igreja que é casa de Cristo, sacrário Santo, vínculo de amor entre os irmãos, sendo meio de salvação para todos que dela se aproxima para escutar e se alimentar do Senhor, será purificada pele fé e glorificada a dimensão celestial.

É ela a mulher “vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1). Por que tem no seu ventre o poder da vida que vence o dragão da morte e devolve a vida verdadeira a todos os que acolhem os valores do reino e querem a redenção e desejam participar da glória de Deus.

A assunção de Nossa Senhora, portanto, já nos indica a certeza da nossa ressurreição em Cristo e nos apresenta os caminhos que deveremos trilhar para chegarmos aonde ela chegou. São Paulo, na primeira carta aos coríntios, nos diz que “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (15,20). Deus antecipa a Maria à graça da ressurreição e da glorificação, ela é a primeira cristã entre os que seguiram e seguem o Senhor. Por isso podemos chamá-la de Nossa Senhora da Glória, pois ela é a Rainha que se encontra á direita do Rei, com o esplendor da sua beleza e de sua santidade, assim como cantamos no salmo responsorial desta liturgia (Sl 44/45).

Para que vivamos um testemunho coerente do ser cristão, precisamos olhar para Maria e buscar interiorizar e ao mesmo tempo externar na prática, às suas atitudes na vida nossa de cada dia. Em primeiro lugar estarmos atentos ao que Deus nos fala e nos pede; vivermos a todos os momentos obediência à Palavra do Senhor; não desviarmos a nossa atenção às diversas situações do mundo, principalmente no que se refere a todos os sofredores, e por fim, nos esvaziarmos do nosso egoísmo e individualismo para nos encher da graça de Deus.

Rezemos neste 3º domingo do mês vocacional, quando a Igreja lembra de todos os religiosos e as religiosas como discípulos missionários chamados e enviados para a Evangelização no mundo. Para que todos os homens e mulheres que se consagraram a serviço do Reino de forma radical, possam aprender de Maria sobre a escuta da Palavra, a obediência ao chamado, a vivência da castidade, o olhar atento às realidades do mundo, o anúncio do Reino de Deus e a contemplação frutífera, através da oração perseverante.

[1] Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/pius-xii/pt/apost_constitutions/documents/hf_p-xii_apc_19501101_munificentissimus-deus.html>.
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2 Comments

  1. Bom dia muito rica a sua homilia em detalhes e bela poesia .Deus continue te iluminando,trazendo para nós belas reflexões de fé. A paz de Cristo e o Amor de Maria esteja contigo e toda sua família. Bom domingo na graça de Deus.

  2. Maria Divina dos santos

    Amém ?! Deus abençoe a todos nós!

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