Leituras: Ml 3,19-20a; Sl 97(98); 2Ts 3,7-12; Lc 21,5-19
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⇒ HOMILIA ⇐
Nossa fé e esperança se sustentam na Palavra de Deus e na Eucaristia
Lc 21,5-19
A caminhada litúrgica do Ano C está chegando ao seu término e nós, os cristãos, continuamos a caminhada, aguardando o novo ano, orientados pela Palavra de Deus e alimentandos pela Eucaristia, que nos sustenta na fé e na esperança. O 33º domingo do tempo comum nos apresenta, na liturgia da Palavra, Jesus orientando-nos e tornando-nos discípulos conscientes sobre as consequências da missão. Muitas são as realidades e acontecimentos que vão surgindo no mundo, muitas são as ameaças aos que creem e muitas são as vidas oferecidas para que o Reino de Deus seja anunciado.
Não devemos imaginar a missão e a experiência cristã como algo tranquilo e acomodado, vivenciada na zona de conforto das nossas vidas. O Senhor nos alertou sobre o que aconteceria aos que seguissem o seu caminho, porém podemos ter certeza que Ele também não nos decepciona quando nos promete a vida nova e eterna na sua glória.
Jesus se dirige aos que o acompanham, seus discípulos, e diz: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído” (Lc 21,9). Jesus se refere ao templo material, que é perecível, fala sobre os sinais, os combates e os falsos mensageiros que aparecerão para pregar outras doutrinas.
Os que seguem o Senhor e anunciam a sua Palavra serão agraciados com sua proteção e, portanto, não deverão temer o julgamento porque Ele o fará com justiça como nos fala o salmista: “O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará. Logo seu julgamento será temido pelos que não a abraçam.” (Sl 97/98)
Muitos se deixam enganar, exatamente, porque ouvem mais o que falam de Jesus, do que fala o próprio Jesus ou, ainda, não estão conscientes do caminho que o Senhor da vida verdadeira nos apresenta. Por isso é importante escutar a Palavra e ruminá-la constantemente. Faz-se necessário, ainda, ao cristão exercitar a paciência e perseverança, dimensões esquecidas nos tempos pós-modernos, porém de suma importância para se construir um alicerce mais consistente e firme da fé, da esperança e da caridade (cf. Lc 21,19).
Quando nos engajamos no seguimento de Jesus, que é Mestre, Senhor e Deus, devemos seguir firmemente sem temer as perseguições e as provações, internas e externas. Às vezes situações muitos simples e até naturais da vida nos afetam facilmente porque não temos bem claro o caminho que fazemos e não desenvolvemos a confiança verdadeira em Deus, que é um Pai atento às necessidades de seus filhos e dará o que é bom aos que pedirem (cf. Mt 7,11) e dará também o Espírito Santo (cf. Lc 11,13). Por isso devemos nos alimentar sempre da Palavra e da Eucaristia, pois são a presença e a força de Cristo ressuscitado em nós.
Como discípulos e missionários de Cristo precisamos confiar e nos entregarmos ao seu caminho. Devemos ser caminheiros incansáveis, corajosos sem medo de enfrentar os combates que se apresentam a nossa frente. Como falou Jesus: “E eles matarão alguns de vós. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” (Lc 21,16b.18-19). Confiar nesta promessa de Jesus nos fará fortes discípulos, fortes missionários e autênticos profetas. Se anunciarmos as verdades do Evangelho, de uma forma ou de outra, virão as perseguições e provações, mas devemos ter a certeza de que ser cristão é também muito bom e gratificante, porque estamos a serviço do Senhor que nos apresenta e nos assegura a vida verdadeira na sua glória.
Caminhemos firmes e fortes como verdadeiros discípulos, sem ociosidade, sem comodismos, porque São Paulo nos alerta sobre esta questão na 2ª leitura: “Ora, ouvimos dizer que entre vós há alguns que vivem à toa, muito ocupados em não fazer nada.” (2Ts 3,11). Os discípulos e missionários estão sempre a serviço do Reino, também trabalhando para a manutenção do seu sustento e de sua família. O apóstolo quer aqui ressaltar a dignidade do trabalho humano que é necessário para a vida.
Que neste penúltimo domingo do ano litúrgico possamos fazer uma avaliação da nossa caminhada com o Senhor, relacionado ao nosso discipulado, exercido na comunidade em que estamos inseridos, à nossa experiência na Palavra, que nos orientou e nos orienta, à participação na Eucaristia, que nos fortalece na busca da santidade e no nosso convívio com os irmãos e as irmãs. Podemos ainda avaliar o nosso anúncio: será que fomos anunciadores do Reino no nosso trabalho, no convívio social e nos nossos contatos gratuitos com as pessoas nas diversas dimensões sociais em que estamos inseridos? Rezemos sobre estes questionamentos e vejamos aonde chegamos. Amém.
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⇒ POESIA ⇐
Vivos e fortes em Cristo
Somos fortes e vencedores,
Quando alimentados pela certeza,
De que em Cristo temos a fortaleza,
Para continuar sem medo de desistir,
Mantendo a fé no caminho a seguir,
Como fiéis de Cristo ao redor da mesa.
Acreditar na vida como um presente,
É nosso destino, é a eternidade,
Continuamos vivendo a gratuidade,
Que depende de nós para chegar,
Basta uma qualidade de fé cultivar,
E abraçar o espírito de fraternidade.
É preciso o alimento forte receber,
Para não desmoronar em frente ao tentador,
Pois com o Ressuscitado não há temor,
Porque ele, a vida nova veio nos dar,
E o seu reino eterno, nos presentear,
Para todos os que querem o seu amor.
Somos fortes também na comunidade,
Quando unidos vivemos a unidade,
Ouvindo a Palavra na fraternidade,
Como o povo de Deus a se encontrar,
Para neste encontro junto comungar,
E vivermos o sonho da eternidade.
Que ao redor da mesa do Senhor,
Possamos proclamar com convicção,
Quando do corpo que era pão,
Anunciar que a morte foi vencida,
E que acreditamos na nova vida,
Que recebemos por graça e doação.
Animando os nossos corações,
E confirmando a nossa boa ação,
Ficando cada vez mais em oração,
Para que a Palavra seja anunciada,
E que seja sempre confirmada
Que a Vida de Cristo, em nós, é redenção.
*** Que a Palavra e a Luz do nosso Mestre e Senhor ilumine o seu caminho ***