Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

 

Leituras: Ap 11,19a;12,1-6a.10ab; Sl 45(44); 1Cor 15,20-26.27a; Lc 1,39-56

⇒ HOMILIA ⇐

Maria e Isabel: o Encontro da Profecia e da Salvação

Lc 1,39-56

 

Meus irmãos e irmãs, celebramos hoje o mistério pascal apresentado pela liturgia da solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu. O Evangelho para esta Solenidade está em Lc 1,39-56.

Nossa Senhora foi ela quem viveu primeiramente a fé e o serviço a Cristo e, por isso, a primeira a participar de corpo e alma, da redenção e da glorificação do Céu.

A Assunção de Nossa Senhora é uma verdade de fé, um dogma proclamado pela Igreja de forma irreversível. Este dogma sobre Nossa Senhora é o mais recente, entre os quatro. Foi o Papa Pio XII que, em 1º de novembro de 1950, através da constituição apostólica Munificentissimus Deus[1], a proclamou assunta à glória celeste, de corpo e alma. Os outros três dogmas são: Maternidade Divina, Imaculada Conceição e Virgindade Perpétua.

Quanto à liturgia da Palavra, o Evangelho segundo Lucas (cf. 1,39-56) nos apresenta Maria realizando a sua caminhada de fé rumo à casa de Isabel. Maria segue pelo longo percurso de 150 km, rumo a Judeia, caminha, por entre as montanhas, para levar a caridade e a alegria à sua prima. Ao abraçar o chamado de Deus, torna-se sacrário vivo do Senhor. Maria seguirá a sua peregrinação, grávida do Salvador e vazia dos suas pretensões e interesses pessoais, como todos aqueles que também abraçam o chamado do Senhor e decidem crescer na resposta de fé, pois todos aqueles que estão cheios de Deus vivem a mesma atitude de amor e de doação.

Maria, na sua caminhada, não se doa de forma lenta e desinteressada, mas às pressas, quase correndo, por que a salvação está próxima e, por isso, faz-se necessário anunciar a promessa que Deus fez aos profetas. Pois há outra grávida (Isabel), que traz em seu ventre a profecia (João Batista), que preparará os caminhos do Enviado para que os homens o acolham, sejam curados, chamados e redimidos pelo sangue do Cordeiro.

Maria é a imagem perfeita da Igreja (cf. CIgC[2], nº 967), que é o Corpo Místico de Cristo (cf. CIgC, nº 787-810), também sacrário Santo e vínculo de amor entre os irmãos, é meio de salvação para todos que dela se aproximam para escutar e se alimentar do Senhor, será purificada pela fé e glorificada na dimensão celestial.

É ela a mulher “vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1), por que tem no seu ventre o poder da vida que vence o dragão da morte e devolve a vida verdadeira a todos os que acolhem os valores do Reino e querem a redenção e desejam participar da glória de Deus.

São Paulo nos diz que “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15,20). Deus antecipa a Maria a graça da ressurreição e da glorificação. É ela a primeira cristã entre os que seguiram e seguem o Senhor. Por isso podemos chamá-la de Nossa Senhora da Glória, pois ela é a Rainha que se encontra à direita do Rei, com o esplendor da sua beleza e da sua santidade, assim como cantamos no salmo responsorial desta liturgia (cf. Sl 45/44).

Para que vivamos um testemunho coerente, precisamos olhar para Maria, que interioriza e pratica as virtudes na simplicidade do seu cotidiano. Estando atentos ao que Deus nos pede, vivendo a obediência à Palavra do Senhor, não desviarmos a nossa atenção às diversas situações do mundo, principalmente no que se refere a todos os sofredores. Enfim, nos esvaziando do nosso egoísmo para nos encher da graça de Deus.

Rezemos neste 3º domingo do mês vocacional pela vocação à vida consagrada, religiosos, consagrados, seculares, os quais são chamados e enviados para a Evangelização no mundo. Que possamos aprender de Maria sobre a escuta da Palavra, a obediência ao chamado de Deus, à vida de castidade, o anúncio do Reino de Deus e a contemplação frutífera, através da oração perseverante.

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[1] Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/pius-xii/pt/apost_constitutions/documents/hf_p-xii_apc_19501101_munificentissimus-deus.html>.

[2] CIgC: Catecismo da Igreja Católica, disponível em: <http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/prima-pagina-cic_po.html>.

 

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⇒ POESIA ⇐

A Primeira Crente da Nova Aliança

 

Aberta à voz de Deus e ao seu chamado,
Grávida, a serviço da vida e da esperança,
á vai a caminheira para a santa missão,
Como primeira crente da nova Aliança.

Vai pelas montanhas entre o vento e a poeira,
Motivada pelo amor e levando a força da redenção,
Visita a sua prima Isabel, com gratuidade fraterna,
Levando um cântico de alegria, profecia e libertação.

Sua alma é engrandecida pelo amor supremo,
Pois a alegria é plena do Espírito Divino,
Porque o mundo a chamará Senhora Bendita,
Porque da sua boca nasce o anúncio, por um belo hino.

É glorificada no Céu de corpo e alma,
Porque em Cristo és mãe e santificada,
Por isso o nosso culto a ti elevamos felizes,
Porque és a primeira cristã de vitória alcançada.

Rogai por nós, nos vales dos nossos sofrimentos,
Mãe da profecia e cheia do belo cantar de amor,
Ensina-nos a sermos vazios de nós e cheios da Graça,
Como servos atentos e santos de Nosso Senhor.

 

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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que enquanto Deus se fez filho de Maria, ilumine o seu caminho! ***

 

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