IV Domingo do Advento

Ano Nacional Mariano

Leituras: Is 7,10-14; Sl 23(24); Rm 1,1-7; Mt 1,18-24

POESIA

O SIM DE JOSÉ

Contemplemos o sim de José,
Que no silêncio respondeu,
Ao chamado do altíssimo,
A Deus Pai obedeceu,
Foi firme e perseverou,
A Maria muito amou,
E a ela engrandeceu.

José do sim no silêncio,
Homem santo e obediente,
Despertou para o plano divino,
Foi fiel ao Onipotente,
Ao anjo soube escutar,
Só rezando e sem falar,
Calou e seguiu em frente.

Contemplou os sinais do Céu,
Ao lado da sua amada,
Acolheu a Deus criança,
E seguiu a caminhada,
Foi firme e foi fiel,
Adotando o Emanuel,
Foi sua vida abençoada.

Deus veio morar conosco,
Pra trazer a salvação,
Mostrou-nos o amor do Pai,
Seu amor é libertação,
Um Deus humano e divino,
Nos trazendo o destino,
Que é a nossa redenção.

Deus está sempre conosco,
Em todos os nossos momentos,
Nos chamando e enviando,
Dando força e sustento,
E o silêncio de José,
Ensina o caminho da fé,
Quando nos vem os tormentos.

E Maria mãe do Céu,
Que a Deus se entregou,
Viveu com seu santo esposo,
e com carinho o cuidou,
Os dois viveram a esperança,
Fiéis ao Deus da Aliança,
Que o profeta anunciou.

Seja a sagrada Família,
O auxílio em nossos dias,
Ensinado a obediência,
Pela fé e alegria,
Maria Sacrário Santo,
E José com o seu manto,
Sejam nossa companhia.

Do altar da Eucaristia,
Jesus vem nos encontrar,
Ele é Pão da união,
Que quer nos alimentar,
Sua Palavra é forte,
Nos tira o medo da morte,
Quando estamos a lutar.

Este é o nosso Deus,
Que não nos deixa sozinhos,
Quer sempre está com a gente,
Ele quer ficar pertinho,
Faz conosco a caminhada,
Quer os pés firmes na estrada,
Mesmo que haja espinhos.

HOMILIA

Ele está conosco, Ele é nossa salvação

Na liturgia da Palavra do IV domingo do Advento temos como figuras principais Maria e José. Eles deram a resposta a Deus em favor da salvação do mundo, quando disseram sim diante do chamado que veio do Céu. Maria,diante do anjo de Deus, tentou compreender como tudo aconteceria, se ela não convivia com homem algum (cf. Lc 1,34). José, sabendo da gravidez de Maria e não querendo denunciá-la queria abandoná-la em segredo, mas o anjo de Deus lhe encoraja a não deixar sua esposa, porque está nos planos de Deus aquele acontecimento e não nos planos humanos (cf. Mt 1, 19-21).

José desperta para o projeto divino e também diz sim (cf. Mt 1,24). Sua esposa gerou no ventre, o verbo que veio comunicar o amor misericordioso de Deus. Esta promessa já era antiga, pois está na primeira leitura, retirada da profecia de Isaías: “Eis que uma virgem conceberá dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7,14). Deus virá visitar o seu povo para lhe trazer a salvação. Não é necessário mais o intermédio dos profetas, ele ficará conosco, ele próprio vem trazer a redenção do homem, como homem perfeito. José e Maria, figuras principais do presépio, depois de Jesus, foram os acolhedores do Senhor que veio habitar no nosso meio.

José e Maria trouxeram Jesus para nós pela obediência e escuta a Deus. Por causa deles, Cristo está em nosso meio. Jesus está conosco na sua Palavra, na Eucaristia, na assembleia reunida, na simplicidade e na caridade aos irmãos. O Natal é a prova concreta de que Deus veio ficar conosco. A missão de Jesus foi curar as pessoas de suas doenças, fazer os cegos recuperarem a vista, os paralíticos andarem, os leprosos serem curados, os surdos ouvirem, os mortos ressuscitarem e os pobres serem evangelizados para poderem entender a vontade de Deus (cf. Mt 11,5).

Todas as vezes que nós cristãos nos reunimos para escutar a Palavra Santa, Jesus vem ao nosso encontro. Quando no silêncio do nosso quarto e do nosso ser, mergulhamos na oração, o Espírito do Senhor vem sobre nós, em nosso cotidiano Deus caminha conosco. Precisamos aprender de José e Maria a escuta e a obediência no silêncio de Deus e no nosso. Os barulhos impedem de escutarmos Deus. Quando falamos e lamentamos muito há dificuldade de entender a vontade divina. Não há espaço para Deus falar e agir. José e Maria, inicialmente, tiveram dificuldade de entender o que Deus queria, mas foi pela fé, pelo silêncio e pela obediência que eles se entregaram de forma total ao projeto do Reino.

Em nossa caminhada, muitas vezes não entendemos certos sinais de Deus. De Maria aprendemos o dialogar com Deus, perguntar e ficarmos dispostos a ouvir o que ele quer nos falar e nos propor. Depois da resposta divina ela se entrega ao plano do Reino. De José apreendemos a escuta silenciosa e obediente pela fé. Como José, no silêncio e na escuta, e totalmente entregues a proposta desconhecida e incomum de Deus, somos chamados a seguir a orientação que o Senhor nos dá. Isto quando somos alimentados pela fé e pela esperança.

Escutar a voz de Deus através das circunstâncias, acontecimentos e pessoas é talvez o grande desafio dos cristãos. O nosso mundo de barulhos e conceitos predefinidos, muitas vezes nos deixam indecisos e marcados pelo medo. Em alguns momentos queremos abandonar a nossa missão, mas o anjo de Deus vem e nos comunica o que ele quer de nós e nos orienta como devemos fazer. Somente quando paramos e silenciamos podemos entender ou nos colocarmos na escuta do Senhor.

Deus caminha conosco, seu nome é Jesus (Deus salva), ele é Emanuel (Deus conosco). O mundo precisa ser salvo do mal das corrupções, da violência, da falta de comunhão. Nossa missão é promover a paz em vez das guerras, buscar em nosso interior a solidez da Palavra, em vez das superficialidades e do vazio das ruas, marcadas pelo desejo do consumo desenfreado. A luz da salvação deve invadir o nosso coração no lugar das imensas árvores do império do dinheiro e das riquezas materiais que tentam as pessoas a comprarem sem necessidades.

Precisamos reacender o verdadeiro sentido do Natal para que deixemos o menino Jesus aparecer em nossas casas, em nossas redes sociais humanas. É preciso deixar de novo que a manjedoura de Belém nos ensine sobre a simplicidade de Deus. Jesus quer nascer em nossos corações, em nosso agir e em nossa missão para que a estrela da noite dos pastores ilumine o mundo. Faz-se necessário colocar a Sagrada família no centro de nosso lar e de nossa vida.

São Paulo nos exorta dizendo: É por ele (Cristo) que recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé a todos os povos pagãos, para a glória de Deus. Entre esses povos estais também vós, chamados a ser discípulos de Jesus Cristo (cf. Rm 1,5-6). Em meio a tantas distorções do verdadeiro sentido do Natal, precisamos apresentar para o mundo o testemunho da verdadeira festa da encarnação do verbo de Deus através do nosso discipulado.

III Domingo do Advento (Gaudete)

Ano Nacional Mariano

Leituras: Is 35,1-6a.10; Sl 145(146); Tg 5,7-10; Mt 11,2-11

POESIA

A ALEGRIA NA ESPERA

Onde está a nossa alegria?
Que tanto nós almejamos,
Que na paz a gente busca,
E que em Deus nós esperamos,
A alegria mais completa,
A ânsia da nossa meta,
Que todo dia sonhamos.

Está no canto e nas santas cores,
Nas luzes, nas árvores e no altar,
Nos presépios, nas ruas e praças
Nossas casas, e no nosso lar
Nos corações orantes,
Nas celebrações vibrantes,
Na assembleia a celebrar.

Está também na profecia,
Na palavra viva ecoando,
No caminhar com os irmãos,
Na espera do novo nos alegrando,
No pão do encontro e do amor,
Eucaristia: força e vigor,
A cada dia nos alimentando.

A nossa espera é orante,
Como uma espera de alegria,
Pois já não se tem dúvidas,
Do tempo que se anuncia
Pois o novo esperamos,
Ouvimos e também pregamos,
O Natal, o grande dia.

Sejamos também precursores,
Desta alegria abençoada,
Dos frutos e dos milagres
Da redenção esperada,
Do amor de Deus menino,
Do louvor que se faz hino,
Que brota da mesa sagrada.

HOMILIA

Esperar com alegria

Estamos no 3º Domingo do Advento, o altar já está mais iluminado com as três velas do advento acessas, os paramentos podem ser de cor rosa, pois a alegria se torna mais forte, porque está próximo o grande momento, o grande dia, a celebração da encarnação do Filho do Altíssimo. Deus que veio ficar perto de nós para nos ensinar como caminharmos para o céu. Está chegando para alegrar o mundo dos que esperam confiante nele.

No Evangelho desta liturgia, Mateus nos apresenta um cenário de realidades e situações que nos fazem pensar como aconteceu a vinda do filho de Deus: João Batista, o precursor, já tem notícias dos sinais referentes ao que ele anunciou e por isso, enquanto está prisioneiro, envia discípulos para certificar-se se é mesmo o Messias que está no meio do povo.

A resposta de Jesus aos mensageiros de João sinaliza a certeza da presença de Deus feito homem no mundo. Pela sua presença e ação “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados.” (Mt 11,5). Agora muitos já desfrutaram da ação milagrosa do Filho de Deus, porque sentem a realização do Reino em suas vidas. Jesus ainda faz um elogio a João Batista: “Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele.” (Mt 11,11).

O Reino de Deus agora está no meio dos homens, a preparação desta vinda custou a condenação de João Batista, pois assim foi o destino de quase todos os profetas no Antigo Testamento. Os verdadeiros profetas, na caminhada de Israel, foram sempre anunciadores das realidades de Deus, seja da alegria, seja no anúncio da Justiça, seja na denúncia da opressão e morte contra o povo.

No que se refere ao anúncio da alegria e do júbilo, podemos constatar na primeira leitura, quando Isaías, pelas suas palavras, fala daquilo que o povo esperava já naquele tempo. Ele anuncia o que irá se cumprir em Jesus: “Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. Germine e exulte de alegria e louvores.” (Is 35,1-2). E os cristãos podem cantar esta realização, pois a salvação já se faz presente em todos, já veio a primeira vez, ressuscitou e agora espera-se uma vinda gloriosa não mais marcada pela carne, mas no Espírito, como o vencedor da morte, sem a barreira da corrupção, porque virá para chamar e levar para junto de si, na sua glória aqueles que fizeram opção pelo seu reino eterno.

São Tiago nos encoraja a continuarmos firmes nesta espera, como o agricultor, que nos desafios da seca, espera firme o tempo das chuvas para molhar o chão e ver germinar a semente sepultada no chão. E diz ainda que a vinda do Senhor está próxima, por isso é necessário manter-se na espera sem desanimar (cf. Tg 5,7-8).

Viver o Advento, portanto, é fazer a experiência da espera do Senhor em nossas vidas, é querer caminhar com perseverança alimentados pela Eucaristia, mesmo que os dias sejam de grandes sofrimentos. É ouvir a Palavra, mesmo que os nossos ouvidos estejam um pouco surdos, e muitas vezes infectados pelos barulhos do mundo que polui nossas consciências com palavras de desânimo e que destrói o otimismo e a fé. Mas nossa fé e nossa espera é em Deus que nos enche de alegria, otimismo e paz.

Abençoai Senhor o caminhar do povo de Deus e de tantos irmãos e irmãs que esperam dias de restauração em suas vidas e seus lares. Protegei os que anunciam a verdade do Evangelho e os que mesmo nas perseguições por causa do Reino, como João Batista, permanecem firmes e corajosos. Amém.

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA

Ano Nacional Mariano

Leituras: Gn 3,9-15.20; Sl 97(98); Ef 1,3-6.11-12; Lc 1,26-38

POESIA

MULHER DO SIM

Visitada pelo anjo,
A escolhida perturbada:
Escuta o mensageiro,
Acolhe-o, desconcertada,
Questiona-o, mas aceita,
E diz sim por ser amada.

Acolherá o Verbo de Deus,
Para o mundo, esperança.
Ele será grande e Justo
Rei diferente em bonança
Reinando para sempre,
Deus fiel da aliança.

A Mulher do sim sem limites,
A Santa e Imaculada,
A Mãe de amor verdadeiro,
A mais pura e amada,
Ensina-nos a perseverança,
E a fé na caminhada.

Esperemos o Senhor,
Aprendendo com Maria,
Perseverando nas lutas
Seja noite ou seja dia,
Mesmo na dúvida e na cruz,
Seja Deus o nosso guia.

Olhando o seu rosto Santo,
Aprendamos sua lição,
De sempre escutar a Deus
Na alegria e na aflição,
Vivendo o santo silêncio,
Pra acolher a salvação.

Mãe de Deus e nossa Mãe,
Cheia da graça divina,
Modelo de santidade,
Que intercede e que ensina,
Que ama e protege os filhos,
Amor que afaga e ilumina.

Que na Santa Eucaristia,
Preparemos um lugar,
Um sacrário em nosso ser,
Pra Jesus poder estar,
Como fez também Maria,
Quando Deus veio nos salvar.

HOMILIA

Um sim para nossa salvação

A festa de Nossa mãe imaculada sempre acontece dentro do tempo do Advento. Maria foi a primeira a viver o advento santo de Nosso Salvador. Ela esperou em Deus, no silêncio, na oração e na serenidade.

Esta verdade de fé foi declarada pelo Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Dei. No número 42, o Santo Padre declara: “Esta doutrina sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis.”

A Mãe Imaculada nos ajuda a vivermos este tempo litúrgico de forma mais profunda, pois foi por ela e através dela que o mundo pode conhecer o salvador esperado, aquele que é salvação para todos. Maria viveu intensamente e de forma particular a espera do Deus Menino. O seu advento foi o mais completo e perfeito, por que colocou em Deus toda a sua espera e confiança.

No Evangelho de Lucas podemos aprender de Maria como responder a Deus no momento e que Ele nos chama. Nem sempre devemos ser passivos quando o chamado vem, pois faz necessário perguntar: Como acontecerá isso? (cf. Lc 1,34). A resposta divina virá, os caminhos se abrirão, Deus nos falará… E diante da resposta de Deus através do mensageiro: O Espírito Santo virá sobre você e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra… (cf. Lc 1,35). E diante do esclarecimento divino, haverá a entrega, a disponibilidade, o “sim” definitivo em favor do plano de Deus.

A Mãe Imaculada ensina-nos como proceder na santidade, pois todas as suas ações, sua escuta e sua resposta fiel ao chamado do Senhor é para nós a direção do caminho ao Céu. Devemos ser fiéis em nossos propósitos quando sentimos que é Deus que nos chama e nos quer colaboradores do seu Reino, quando nos quer discípulos e missionários seus. Devemos dialogar com Deus, quando não o entendemos deixando que Ele nos fale do seu projeto para nós.

Maria é a Cheia de Graça, frase que a Igreja eternizou e que rezamos todos os dias na oração da Ave Maria, mesmo sem perceber tamanha importância. Nesta frase do Anjo temos a certeza de que Nossa Senhora tem muito a nos ensinar e também interceder por nós com o seu santo amor maternal.

Mulher Santa e fiel, da concepção até a cruz, caminhando e esperando cada realização que Deus lhe prometeu, pois espera no silêncio e na oração, guardando tudo em seu coração para poder agir na esperança e na confiança. Mãe imaculada (sem a mácula do pecado original) porque Deus não poderia se encarnar num ventre com a mancha do pecado, as fraquezas humanas que muitas vezes dificultam a resposta a Deus.

Sem pecado Maria poderá esmagar o mal e destruir a desobediência que existiu no início da criação (cf. Gn 3,14). Imaculada, cuidará do seu filho Santo em Nazaré, caminhará com ele pela Galileia, como discípula e se tornará também nossa mãe, pois na Cruz, o próprio Cristo nos oferece para que ela cuide com amor a todos nós.

Que neste Advento, possamos interiorizar os sinais que Deus nos mostrar para vivermos como seus servos. Meditar no silêncio, principalmente quando encontramos a Cruz e a sentimos mais pesado do que antes.

Esperar o Natal é, sobretudo esperar a coisas novas que nascerão em nossa vida para o nosso bem e para o bem do mundo, pois o menino nasce para todos. Ele vem ao nosso encontro para nos dizer e nos mostrar que Deus tem um rosto como o nosso e quer que o nosso seja igual ao dele. Amém.

II Domingo do Advento

Leituras: Is 11,1-10; Sl 71(72); Rm 15,4-9; Mt 13,1-12

POESIA

O SENHOR NOS ENDIREITA

Na boca de João Batista,
A profecia é proclamada,
O Povo quer uma mudança,
Com um olhar na nova estrada
Todos buscam a conversão,
Muda a vida e a direção,
Numa atitude endireitada.

João Batista o precursor,
Vida de simplicidade,
Veste pele de camelo,
Vive fora da cidade,
Anuncia o Salvador,
Com força e grande vigor,
A atitude e a lealdade.

João foi apresentador,
Do Messias esperado,
Preparou a Israel,
Pra acolher Deus encarnado,
Voz que clama no deserto,
Dizendo que está perto,
O Filho de divino amado.

Soa também hoje em dia,
A voz de João Precursor
Nos recantos deste mundo,
Que precisa de amor,
Cristo deve ser acolhido,
Ele o Santo e ungido,
Príncipe da Paz e Senhor.

Olhemos nossos caminhos,
Que precisam endireitar,
Se algo há em descontrole,
Que nos vem desordenar,
Cristo traz a perfeição,
É misericórdia e perdão,
Pra quem quer recomeçar.

Nós todos somos chamados,
A também anunciar,
A vinda de Jesus Cristo,
Que conosco quer morar,
Pra trazer paz e harmonia
Na vida de cada dia,
E a que a todos vem salvar.

Quando damos testemunho
Da vida em simplicidade,
Deixando que Cristo apareça,
Na Palavra e na verdade
Somos também precursores,
Discípulos e anunciadores,
Da paz e fraternidade.

Em cada celebração,
Jesus vem nos encontrar,
Trazendo a sua Palavra
Para nos orientar,
Quer rever nossos caminhos,
Tem amor e tem carinho,
Para nos endireitar.

Também na Eucaristia,
Vem dar força pra missão,
Nos dias de nossas vidas,
Na partilha com os irmãos,
Pois para viver o Natal,
O que é mais fundamental,
E viver a comunhão.

HOMILIA

O Senhor endireita nossos caminhos

PPPPPEstamos na segunda semana do Advento. Na celebração, mais uma vela é acessa para sinalizar a luz de Deus na dinâmica da nossa caminhada espiritual rumo à celebração ao Natal do Senhor. No nosso dia-a-dia, muitas outras luzes brilham e fazem o colorido das lojas, das praças e de nossas casas. Os presépios também são erguidos em diversos lugares, não somente na Igreja, mas é preciso contemplá-lo sempre como um símbolo da encarnação de nosso Salvador. O Cristo que veio na história, que nasceu em Belém e que foi anunciado pelos profetas.

PPPPPA Palavra de Deus nos apresenta, no evangelho de Mateus, o último dos profetas antes de Cristo, aquele que vivia no deserto, distante da cidade e que tinha um estilo de vida diferente das pessoas comuns. Sua postura e modo de viver era original: suas vestes eram de pele de camelo e seu alimento era gafanhotos e mel silvestre (cf. Mt 3,4). E da sua boca soava a mensagem para as pessoas que o ouviam naquele deserto: “Convertei-vos porque o Reino dos Céus está próximo. João foi anunciado pelo profeta Isaías, que disse: ‘Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!’” (Mt 3,2-3).

PPPPPA mensagem de João Batista era de denúncia contra os pecados do povo e dos poderosos de sua época. O batismo dele era em virtude da conversão, mudança de vida pessoal em preparação à acolhido do Messias. Sua vida era de humildade diante do Cristo que estava chegando. Ele falava: “Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. (…) Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo.” (Mt 3,11).

PPPPPEsta mensagem vem para nós hoje, povo de Deus, que espera celebrar o Natal. A cada ano temos à oportunidade de dá uma endireitada em nossas vidas, rever os nossos percursos, nossas atitudes, nossos projetos, intenções e práticas, como cristãos batizados no fogo do Espírito Santo.

PPPPPMotivados pelas palavras do Batista, vamos abraçando a cada dia o Batismo de Jesus, deixando-nos guiar pelo seu Espírito que nos coloca inseridos na dinâmica da Salvação. É preciso que Cristo cresça em nós para sermos discípulos do Reino e precursores de Cristo que poderá chegar aos corações das pessoas.

PPPPPVivendo em Cristo iremos caminhar como discípulos no mundo, para endireitar as situações de injustiças e mortes que invadem a vida de tantos humanos, que destrói a criação de Deus e entortam tantas realidades do plano do Reino de Deus.

PPPPPO Nascimento de Jesus é a concretização da profecia que Isaías anunciou, 700 anos antes de João Batista. O salvador esperado pelo povo de Israel nasce do tronco de Jessé, pai do rei Davi. A família Sagrada é da descendência de Davi. De Maria e do seu sim, nascerá o menino Salvador. José será o esposo santo que ajudará Maria na missão de apresentar Jesus ao mundo, mesmo em meio a perseguições e fugas para o Egito, o livrando da tirania de Herodes.

PPPPPSobre Cristo pousará o Espírito de Deus: Espírito de sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, conhecimento e temor de Deus. Ele julgará os fracos com justiça, dará sentenças retas aos pobres da terra… (cf. Is 11,2.4). A presença de Jesus na Galileia é a concretização da pregação de Isaías que pela sua mensagem de esperança sustentou a caminhada do seu povo até chegar o Messias de Deus.

PPPPPO Natal acontecerá quando Espírito de Deus, anunciado por Isaías, invadir os corações das pessoas. Quando as injustiças, os preconceitos e a discriminação forem substituídos pela justiça, acolhimento e dignidade humana. Quando os pobres forem respeitados e acolhidos com seus direitos e necessidades. Quando a comunhão e a paz estiverem presentes nas comunidades humanas e a exploração e a ganância forem vencidas pelo bem que vem de Deus.

PPPPPMeditemos nas palavras de João Batista: Preparai o caminho do Senhor, endireitem suas veredas. É preciso que mergulhemos em nós mesmos para uma autoavaliação de nossas atitudes. Cristo vem a nós a cada momento para renascer em nossos corações os mesmos sentimentos dele. Para sermos anunciadores, primeiro temos que acolher Jesus em nossas vidas. Temos que deixar a luz iluminar nossos cominhos, transformando nossas estradas e aplainando o chão de nosso existir.

PPPPPSão Paulo, na segunda leitura, nos aconselha: “Acolham uns aos outros como Cristo acolheu vocês, para a Glória de Deus.” (Rm 15,7). Acolher o irmão é acolher o próprio Jesus. Este é o caminho de nossa fé cristã. Ele é marcado pela caridade e pelo cuidado para com as coisas de Deus. A criação e todos nós são coisas de Deus.

PPPPPO Advento nos motiva a ficarmos mais sensíveis ao acolhimento e a caridade para com a natureza, para com nossos irmãos e irmãs. Precisamos rever o nosso cuidado ao outro, precisamos endireitar nossas relações de comunidade cristã na prática da comunhão. Faz necessário propagar para o mundo nossa luz de cristãos e nossa convicção de discípulos missionários de Cristo em favor do anúncio do bem e da paz entre as nações. Eis a nossa missão!

1º DOMINGO DO ADVENTO, ANO A – MATEUS

Ano Nacional Mariano

Leituras: Is 2,1-5; Sl 122; Rm 13, 11-14; Mt 24,37-44

POESIA

ESPERA ATENTA E ATIVA

Atentos à voz do Senhor
Trazendo-nos a redenção,
A este mundo em conflitos,
Carente de reconciliação
E as dores sufocando
Toda a nossa criação.

Atentos à Palavra Santa,
Que vem nos comunicar,
A perfeita alegria de Deus
Chegando a nos despertar,
E das trevas nós fujamos,
Firmes sempre a caminhar.

Atentos à Luz verdadeira,
Clareando o espaço sagrado,
E às flores que perfumam,
O nosso tempo esperado,
Do verbo que sempre vem,
Nosso Deus muito amado.

Que vença o amor de Deus,
Em toda a humanidade,
E espalhando o diálogo,
No lugar da maldade
E em todos os corações,
Renasça a fraternidade.

Pés firmes na longa estrada,
E em nosso bom Senhor,
Que renasça a alegria,
Sem o medo e o rancor,
E que se acenda chama,
Da vida e do esplendor!

Sejamos também presentes
Do Deus eterno amor,
Supremo, Verbo, vida
Menino, santo e Senhor.
E na santa comunhão,
Encontremos o salvador.

HOMILIA

Esperemos alegres o Senhor que vem!

pppCom o Advento iniciamos um novo ano na liturgia da Igreja. Trata-se de um tempo de espera, quando o ambiente da Igreja muda para um clima mais brando, cores roxas nos paramentos e nas alfaias. No altar, a coroa do Advento, em que a cada domingo uma vela é acesa para marcar o nosso caminhar na espera do Senhor que vem. Os cantos também expressam o que estamos celebrando no ritmo diário e semanal, os refrãos deste tempo litúrgico nos introduzem no clima de espera e esperança, pois suas melodias anunciam que algo novo vem e nos alegrará. O Advento é esta espera alegre e confiante no caminhar da vida.

pppNeste primeiro Domingo do Advento, do ano A, acolhemos os textos de Mateus no início da espera vigilante e alegre para nascimento de Deus menino. Este evangelista escreve para os novos cristãos, vindo do judaísmo. Nesta liturgia podemos ver, primeiramente, que o evangelista nos fala sobre a vinda do Senhor para julgar a terra. O segundo tema é sobre a vigilância, que é a atitude que os cristãos devem ter para esperar a justiça divina.

ppp“Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24,42) diz o Senhor. Ficar atento às nossas fraquezas, ao nosso comodismo, a nossa indiferença à Palavra de Deus. Ficar vigilantes é estar preparados para o dia em que o Senhor virá julgar os homens. Não é necessário nos separarmos da realidade em que estamos inseridos, mas continuar nosso testemunho entre os outros, com as pessoas, pois aqueles que viverão de acordo com a lei de Deus, serão tirados para o Senhor (cf. Mt 24,40).

pppDiante destas reflexões não devemos ficar apavorados, com medo, mas fazer a experiência da escuta sempre atenta da Palavra e ao mesmo tempo numa atitude de alegre espera, confiando na justiça do Senhor. Devemos caminhar como discípulo que anuncia a esperança num mundo onde a vida nova deverá nascer para todos, certos de que a salvação e o julgamento de Deus virá. Por isso a vida de oração e vigilância caracteriza a nossa preparação para celebrarmos o nascimento de Jesus e ao mesmo tempo estarmos atentos a cada momento de nossa vida para a segunda vinda do Senhor.

pppO profeta Isaías nos faz o convite para vivermos esta alegre espera: “Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor” (Is 2,5). Deixar guiar pela luz do Senhor nos dá segurança e a certeza de que caminhamos para a vida eterna e que estamos iluminados e orientados por sua lei. Neste sentido, o apóstolo Paulo nos exorta a revestirmo-nos do Senhor Jesus Cristo (cf. Rm 13,11-14). Revestir-se do Senhor é deixar de lado tudo aquilo que tira nossa dignidade e desfigura a nossa imagem de filhos de Deus.

pppPortanto é na eucaristia e no encontro com a Palavra que devemos viver o Advento. A penitência e a oração são de suma importância para vivermos bem este tempo litúrgico. No encontro com os irmãos, partilhando o mesmo pão, partilhando também a Palavra e a vida, nas novenas de natal em família, na reza do terço e na contemplação do presépio. Todas estas práticas e atitudes espirituais e outras mais nos colocam no clima da espera e da vigilância que o tempo do Advento nos propõe.

pppCantemos com o salmo 121(122) o qual nos faz compreender que é na casa do Senhor que melhor poderemos aprender sobre a experiência do seu amor e sua misericórdia. Nessa Casa (Igreja) encontramos o alimento completo (Palavra e Eucaristia) e a razão de sermos filhos e imagem do Deus que nos criou e nos quer presentes no seu reino eterno: “Que alegria, quando ouvi que me disseram: ‘vamos à casa do Senhor!’” Amém.