XXI Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

 

Leituras: Is 22,19-23; Sl 138(137); Rm 11,33-36; Mt 16,13-20

⇒ HOMILIA ⇐

As Chaves e os Tijolos da Construção Espiritual

Mt 16,13-20

Meus irmãos e irmãs, celebramos hoje o mistério pascal apresentado pela Liturgia do XXI Domingo do Tempo Comum, em que Pedro reconhece que Jesus é o Filho do Deus vivo. E o Evangelho para esta liturgia está em Mateus 16,13-20.

“Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus.” (Mt 19,19).

Quem é Jesus para nós? Ele que nos diz entregar a chave nas mãos dos que ficam por conta do seu rebanho. Quem é esse Deus que permite aos seus sucessores ser como pedras de fundamento para a sua Igreja.

O Evangelho de hoje nos pede inicialmente que nos perguntemos quem é Jesus para cada um de nós. Nós que somos Igreja e caminhamos como Igreja, que escutamos a Palavra do Senhor, que participamos da sua mesa, não podemos caminhar sem conhecê-lo ou sem fazermos uma experiência mais profunda em nossas vidas. Nossas respostas não podem ser aquelas decoradas ou pronunciadas por outros. Nossas respostas devem ser mais abrangentes, ser expressão da nossa convicção, da nossa experiência íntima na caminhada de vida orante e de missão junto a Cristo.

Por isso é importante aceitarmos que somente quando caminhamos com Jesus, vivendo no seu amor, sendo fiel a seu Evangelho, buscando viver a justiça, a caridade, a esperança e vivendo em comunhão com os irmãos e com os mandamentos é que teremos conhecido cada vez mais a Ele. E a nossa resposta para os que nos perguntam são ditas com o auxilio de Deus e através do nosso testemunho de vida. Resposta esta que damos com as nossas ações caridosas e acolhedoras, porque somos discípulos de Cristo.

Somente vivendo em oração, atento a Palavra, alimentando-se da Eucaristia, participando da ceia, nos encontros com os irmãos, podemos ter convicção de quem é Jesus para nós.

Pedro, que iluminado pela graça de Deus, proclamou o conhecimento verdadeiro de Cristo, agora ele recebe duas missões exigentes: primeiro ser pedra firme do Edifício Divino que é a Igreja e depois receber as chaves para conduzir o Reino de Deus na terra. Por isso caberá a ele, em nome de Cristo, ligar e desligar. E o poder do mal não mais vencerá (cf. Mt 13,18), porque em Cristo, que é a nossa rocha, está o reino de Deus.

E nós, os cristãos de agora, somos também convidados a sermos tijolos de construção do Edifício Espiritual, que é a Igreja. Nós formamos a comunidade dos seguidores de Jesus. Formamos o rebanho que é conduzido pelo sucessor de Pedro, o Papa. E como responsáveis por uma família, por um grupo da Igreja ou por uma missão confiada e confirmada pela Igreja e iluminados pelo Espírito Santo devemos ter a chave que é a nossa condução, a nossa responsabilidade em cuidar e colaborar com Cristo na construção do seu Reino.

E neste quarto domingo do mês vocacional rezemos pela vocação para os ministérios e serviços na comunidade. Por todos os leigos dos diversos ministérios pastorais, segmentos e serviços. Cristãos, povo de Deus, que formam a missão evangelizadora e caritativa da Igreja. Que o Espírito Santo ilumine o irmão e a irmã que doa seu tempo e sua boa vontade para servir na fé, na caridade e na esperança, evangelizando e fazendo crescer o rebanho do Senhor. Amém.

 

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⇒ POESIA ⇐

Pedras de Edificação da Igreja

 

No remar da nossa vida,
Nas noites das tempestades,
Nas chegadas e partidas,
Em nossas fragilidades,
Procuremos o Senhor,
Que nos dá tranquilidade.

E ao fazermos a travessia,
Nos mares da insegurança,
Busquemos a harmonia,
Nossa força e esperança,
Com o olhar fixo em Cristo,
Ele nos dá segurança.

Nas nossas noites escuras,
Nossa fé, fortifiquemos,
Quando vem as amarguras,
Em Deus todos confiemos,
Para seguirmos no mar,
Sem que nós nos afundemos.

Nossos medos e tristezas,
Não nos venha apavorar,
Não nos tirem a beleza,
Da vida e do caminhar,
Para vivermos a missão,
Firmes e sem vacilar.

Que a barca do Senhor,
Vença as tribulações,
E que a força e o amor,
Traga paz entre as nações,
Nossa Igreja a remar,
Vencendo as contradições.

Que a mesa da alegria,
Reúna todos os irmãos,
Com a paz e harmonia,
Sangue e Corpo, comunhão,
Que chama à fraternidade,
Destino à ressurreição.

 

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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo, ilumine o seu caminho! ***