28º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Por uma Igreja aberta a todos ⇐
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» Lema: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8) «

 

Leituras: 2Rs 5,14-17; Sl 97(98),1.2-3ab.3cd-4 (R. cf. 2b); 2Tm 2,8-13; 1Ts 5,18; Lc 17,11-19

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Deus quer que Sejamos Colaboradores na Construção do Seu Reino

Lc 17,11-19

 

Meus irmãos e irmãs, estamos no 28º Domingo do Tempo Comum, o segundo Domingo do Mês do Rosário e também do Mês Missionário, que tem como tema “A Igreja é missão” e como lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Também coloquemos em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês, e em consonância com o espírito da sinodalidade, roga por uma Igreja aberta a todos.

A Liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar uma atitude de agradecimento a Deus pelas tantas graças que Ele realiza em nós e por nós. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 17,11-19, sequência do Domingo passado.

Na Liturgia da Palavra deste Domingo, a Igreja nos apresenta uma passagem do Evangelho Segundo São Lucas conhecido como “Os dez leprosos”. E dentre as principais chaves desta Liturgia temos a fé e a gratidão.

O Evangelho nos fala dos dez leprosos que foram curados por Jesus e a atitude de apenas um deles que se coloca aos pés do Senhor para bendizê-lo pela cura. Este, por sua vez, era um samaritano. E os samaritanos e os judeus tinham uma história de inimizade muito forte, tendo em vista que os samaritanos receberam influência de outros povos e por isso os judeus os consideravam impuros.

Podemos ainda nos perguntar por que o evangelista Lucas nos apresenta figuras externas ao contexto judaico. Um possível indicativo é que talvez queira nos comunicar que a salvação é para toda a humanidade, desde que haja o reconhecimento e o acolhimento, pela fé, do poder e da ação salvadora de Deus em suas vidas. Isto aconteceu com aquele samaritano que, recebendo a cura, volta ao Senhor e, numa atitude de fé e gratidão, se prostra aos pés e agradece não somente a restauração física, mas também pela cura total do homem, que é a salvação.

Na Primeira Leitura desta Liturgia, extraída do Segundo Livro dos Reis, a Igreja nos apresenta uma prefiguração do Evangelho, pois Naamã, o sírio, numa atitude semelhante à do leproso samaritana, segue o conselho do profeta Eliseu e mergulha sete vezes no Jordão e fica curado. Ele volta ao profeta, mas não somente para agradecer, senão também para reconhecer que há um só Deus que atende ao pedido dos seus filhos: “Agora estou convencido de que não há outro Deus em toda a terra, senão o que há em Israel!” (2Rs 5,15). Para a Igreja, uma verdadeira profissão de fé.(1)

A atitude de voltar para agradecer a Deus pelo Seu imenso amor deve ser própria dos cristãos. Talvez não tenhamos noção do quanto Deus age em nosso favor, de quantos livramentos Ele nos oferta, dos alimentos que nos dá para a nossa caminhada. Enfim, como é grande a sua misericórdia por nós. Para isso, basta que queiramos receber suas graças e o perdão que vem ao nosso encontro com imenso abraço de Pai.

Gratidão é o que precisamos exercitar no nosso cotidiano. Gratidão pela vida de cada dia, pelo nascer do sol a cada manhã, pelo encontro com os irmãos em cada momento de nossa vida, por nossos familiares, pelos nossos amigos, pela comunidade que nos faz fraternos, pelo nosso trabalho, pela coragem de enfrentarmos as adversidades da nossa existência e pelo imenso amor de nosso Deus que nos faz irmãos e seus filhos.

Portanto, irmãos e irmãs, gratidão é o gesto de querer voltar a Deus, sempre para a ação de graças (a Missa), para a escuta da sua Palavra que nos orienta no nosso caminhar, para nos reconciliar com Aquele que nos cura e nos coloca no nosso processo de conversão e para a Mesa (a Eucaristia) que nos alimenta no dia-a-dia, rumo à eternidade. Assim, a Igreja nos leva a fazer com que “a fé se torna ação de graças”.(2)

Neste sentido podemos lembrar a Segunda Leitura quando São Paulo nos diz: “Se com ele ficamos firmes, com ele reinaremos. Se nós o negamos, também ele nos negará. Se lhe somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo.” (2Tm, 2,12-13).

E neste mês missionário e mês do rosário voltemo-nos para o Senhor que caminha conosco e quer nos curar das enfermidades, sejam espirituais ou não. Ele quer que façamos parte do Seu rebanho, quer a nossa colaboração na construção do seu Reino. Como canta o salmista, “ele fez conhecer a salvação e às nações revelou sua justiça” [Sl 97(98)], pois seu amor e seu Reino são para todos os homens. Ele nos chama para este projeto universal e santo a cada momento. Amém.

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(1) Cf. título da Primeira Leitura no Lecionário: “Naamã voltou para junto do homem de Deus, e fez sua profissão de fé.”
(2) Título obtido no “Missal Dominical – Missal da Assembleia Cristã” e presente na página destinada ao 28º Domingo do Tempo Comum, do Ano C. KOLLING, Ir. Miria Therezinha (coord). “Cantando os salmos e aclamações: anos A – B – C”. 13 reimp. Paulus: São Paulo, 2018, p. 242.

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⇒ POESIA ⇐

A Fé e a Gratidão do Discípulo

 

A fé nos dá o retorno
Para o abraço do Senhor,
Quando muito agraciados,
Por seu imenso amor,
Pois a cura será completa,
Quando a vida for repleta,
Das graças do Salvador.
*
Um retorno agradecido,
Pela cura operada,
Quando as tantas feridas
Já estiverem fechadas,
E então levantaremos,
E firmes prosseguiremos,
Com a vida agraciada.
*
Nossa salvação completa,
É nossa cura total,
A alma purificada,
E o corpo sem o mal,
Uma vida santificada,
Pra seguir a caminhada,
Ao reino celestial
*
Para seguir o Senhor,
Devemos agradecer,
Pelas suas santas bênçãos,
Que estão a acontecer,
Pois não temos nem noção,
Das graças que nos virão,
Para nos fortalecer.
*
É bom sempre retornar,
Com gesto de gratidão,
Pelo Pão na mesa santa,
E a vida em comunhão,
Viver a gratuidade,
Construir a unidade,
Em Deus e com os irmãos.
*
A fé é a grande chave,
Que nos faz sempre voltar,
Para ouvir a Palavra santa.
E o pecado confessar,
E também a perceber,
Tantas curas acontecer,
Nesse nosso caminhar.
*
Obrigado, ó Senhor,
Por seu Corpo em alimento,
Pelos imensos milagres,
Sua Palavra, o sustento.
Pois sua santa caridade,
Sua paz, sua bondade,
Cura nossos ferimentos.

 

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Obra: “A Cura do Leproso”, por Harold Copping (1863-1932). In wahooart.com: “The Healing Of The Leper”.

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina e nos motiva a contemplar uma atitude de agradecimento a Deus pelas tantas graças que Ele realiza em nós e por nós, ilumine o seu caminho!