31º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Por uma Igreja aberta a todos ⇐
⇒ Mês do Rosário 
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» Lema: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8) «

Leituras: Sb 11,22-12,2; Sl 144(145),1-2.8-9.10-11.13cd-14 (R. cf. 1); 2Ts 1,11-2,2; Jo 3,16; Lc 19,1-10

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Ele Veio Procurar e Salvar o que Estava Perdido

Lc 19,1-10

 

Meus irmãos e minhas irmãs, estamos no 31º Domingo do Tempo Comum, do Ano C, o quinto Domingo do Mês do Rosário e também do Mês Missionário, que tem como tema “A Igreja é missão” e como lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Também coloquemos em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês, e em consonância com o espírito da sinodalidade (ou da comunhão da Igreja), roga por uma Igreja aberta a todos.

A Liturgia do 31º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar Nosso Senhor Jesus Cristo que veio procurar e salvar o que estava perdido.

E foi numa passagem de Jesus pela cidade de Jericó que a vida do rico, chefe dos cobradores de impostos, Zaqueu, foi transformada. Como uma criança ou como um garoto curioso, Zaqueu, por ser de baixa estatura (na sua “pequenez” humana) subiu numa árvore, um sicômoro ou uma figueira(1), para ver Jesus (cf. Lc 19,3). De uma atitude curiosa os dois olhares se cruzam. Jesus ergueu seu olhar para cima e logo ordena a Zaqueu que desça depressa, pois a salvação logo entrará em sua casa! (cf. Lc 19,5).

E Jesus entra não somente na casa do chefe dos publicanos, mas na vida daquele homem. O acolhimento e a escuta para com Zaqueu, o conduzirá a um exame de consciência. O seu ato penitencial o fará com que repense a sua vida, sua trajetória pregressa e suscite atitudes concretas, às quais mudarão para sempre sua vida. E de pé, Zaqueu proclama: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais.” (Lc 19,8).

O encontro com a pessoa de Jesus fará surgir, naquele que o encontrar, uma nova criatura, um testemunho vivo de compaixão, de honestidade, de moralidade e de caridade para com os pobres e as vítimas da corrupção. Jesus nos escuta, nos acolhe e nos acompanha com a sua misericórdia, com a sua amizade. Ele é um Deus próximo, que caminha conosco e que não discrimina ninguém em função de classes sociais ou econômicas, pois “o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.” (Lc 19, 10).

Jesus faz cumprir o que a Primeira Leitura desta Liturgia, do livro da Sabedoria, nos apresenta: “a todos, porém, tu tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor, amigo da vida. […] É por isso que corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados, para que se afastem do mal e creiam em ti” (Sb 11,26; 12,2).

Nosso Senhor quer que nós saiamos do nosso pecado e sigamos com nossa existência transformada para melhor, sem exibicionismo e prepotência. Não podemos levar a nossa vida cristã conduzida por obrigações e preceitos, mas de coração livre e disponível, numa atitude de humildade e acolhimento do outro, o qual não cabe a nós julgá-lo. Muitas vezes, podemos fazer parte da multidão e dos julgadores que impedem o irmão de ver Jesus. Porém, somente Deus na sua infinita misericórdia nos julga e nos ensina o caminho da nossa conversão e para a nossa salvação.

Na nossa caminhada de discípulos e missionários do Senhor, somos convidados a viver o nosso testemunho de perseverança e fé ativa, como nos fala São Paulo na Segunda Carta aos Tessalonicenses: “Que ele [nosso Deus], por seu poder, realize todo o bem que desejais e torne ativa a vossa fé.” (2Ts 1,11).

Que no encerramento do Mês Missionário e Mês do Rosário, continuemos rezando por todos os missionários, os que estão perto de casa e os que estão longe de sua terra natal, fazendo a Igreja ser missão e sendo testemunhas de Cristo (cf. At 1,8). A Igreja vive em estado permanente de missão, do mesmo modo os seus pastores e ministros, para o bem, para a justiça, para a paz e para a salvação do mundo, pois foi para isso que o Pai enviou o seu Filho (cf. Jo 3,17). Amém.

*   *   *
(1) Em geral, as traduções bíblicas, referente a Lc 19,4, denominam essa árvore como sendo um sicômoro. Sicômoro é um tipo de figueira que produz um fruto de menor qualidade, mas que também é comestível. Na cultura bíblica, a figueira é um bom lugar para meditar a partir da palavra de Deus, tendo em vista que produz frutos comestíveis e é abundante na Terra Prometida, mas é também um lugar do justo. Recordamos que Amós, o profeta que denuncia a cruel realidade das “ruínas de José”, isto é, os pobres de Israel (cf. Am 6,6), além de vaqueiro, cultivava sicômoro (cf. Am 7,14) e foi enviado em missão para pregar no Reino do Norte.

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Um Olhar que Encontrou a Salvação

 

Olhares que se encontraram e se cruzaram,
De Jesus e do publicano curioso,
Não conhecia o Deus misericordioso,
Jesus entra na casa e na vida de Zaqueu,
Que o acolhe e ele em muito se arrependeu,
Caminhará com o Mestre amoroso!
*
Mudará sua vida para sempre,
Dá-se conta que precisa partilhar,
Aos pobres em muito devolverá,
Proclama para Jesus sua conversão,
Reconhece seu pecado de corrupção,
Como discípulo agora quer caminhar!
*
Nosso Deus é um juiz compassivo,
Que acolhe todos sem distinção,
Ele escuta nosso louvor ou lamentação,
Muitas vezes quer nos visitar,
Entrar em nossa vida e operar,
Trazendo-nos a nossa salvação
*
Jesus vem procurar os pecadores,
Para lhes suscitar a conversão,
Transformar a vida e o coração,
Dos que se sentem perdidos,
Pelos os pecados corrompidos,
E assim opera a transformação!
*
Ó Senhor, Mestre querido e amado,
Nossa pequenez e fraqueza vem olhar,
Nossos olhos aos irmãos vêm purificar,
Tirai de nós, nossos julgamentos,
Transformai nossos pensamentos,
E o acolher vem nos ensinar!
*
Evita-nos fazer parte daquela multidão,
Que causa obstáculos para o pecador,
Que quer encontrar com o Senhor,
Sejamos seguidores da compaixão,
Como sinais de Deus para o irmão,
Alimentados do divino amor!
*
Ao banquete da Palavra e da Eucaristia,
Sejamos por Jesus todos convidados,
Em comunhão e também transformados,
Que o encontro santo gere confraternização,
Atitudes de paz, justiça e comunhão,
E por tua misericórdia sempre abraçados!

 

*   *   *

 

Obra: “Zacchaeus in the Sycamore Awaiting the Passage of Jesus”, por J. Tissot (1836-1902). In brooklynmuseum.org.

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que veio procurar e salvar o que estava perdido, ilumine o seu caminho! 

 

 

30º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

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⇒ Dia Mundia das Missões e da Infância Missionária 

Leituras: Eclo 35,15b-17.20-22a (gr. 12-14.16-18); Sl 33(34),2-3.17-18.19.23 (R. 7a.23a); 2Tm 4,6-8.16-18; 2Cor 5,19; Lc 18,9-14

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Modelo de Oração

Lc 18,9-14

 

Meus irmãos e minhas irmãs, estamos no 30º Domingo do Tempo Comum, o quarto Domingo do Mês do Rosário e também do Mês Missionário, que tem como tema “A Igreja é missão” e como lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Também coloquemos em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês, e em consonância com o espírito da sinodalidade (ou da comunhão da Igreja), roga por uma Igreja aberta a todos.

A Liturgia do 30º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar a atitude de humildade do publicano no ato da oração. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 18,9-14, sequência do Domingo passado.

Na Liturgia da Palavra deste Domingo, a Igreja nos oferta mais uma parábola, hoje é a parábola do fariseu e do publicano, em que Nosso Senhor conta para alguns que confiam na própria justiça.

Assim, continuamos ainda no tema da oração e a Palavra de Deus nos coloca diante de duas posturas do homem orante diante do Altíssimo. A Liturgia nos apresenta dois modelos de oração para nos ensinar que o centro da oração não somos nós mesmos, mas, da parte de Deus, a gratuidade e a misericórdia e, da nossa parte, a humildade.

Neste sentido, mesmo cumprindo todos os mandamentos, jejuando duas vezes por semana, participando diariamente da Missa, rezando o Terço, novenas, fazendo momentos de adoração e louvor, não podemos nos colocar na posição e no direito de julgar o outro, dizendo: não somos como os outros … (cf. Lc 18,11).

Nosso Senhor não está pedindo que deixemos nossas práticas espirituais e nem está elogiando os que não vivem a vida cristã e por isso levam uma vida moralmente incoerente. Contudo, Ele quer mostrar que o centro da oração deve ser sempre Deus, com Sua misericórdia e não as culpas do outro e, ao mesmo tempo, o nosso autoelogio.

Deus nos ensina sobre a nossa oração humilde, como nos fala o Eclesiástico: “A prece do humilde atravessa as nuvens: enquanto não chegar não terá repouso; e não descansará até que o Altíssimo intervenha e faça justiça aos justos e execute o julgamento” (Eclo 35,21-22).

Devemos refletir que, mesmo quando somos fiéis aos nossos compromissos e práticas orantes, continuamos pecadores e necessitados da misericórdia de Deus. Será que muitas vezes nos comportamos como aquele fariseu citado no Evangelho de hoje? Uma atitude de quem se considera o mais responsável, o mais correto, honesto e cumpridor das leis morais e se dizendo que não é como aqueles outros…

Ter uma vida moral e religiosamente correta é nosso dever, pois somos chamados pelo Batismo a ser sal e luz do mundo, um mundo que precisa da nossa presença com uma vida reta, que tenha sentido e que possa ajudar os outros a caminharem em direção à vivência da Palavra, no cultivo da justiça, do amor e da paz.

A postura do fariseu nos lembra o início das nossas celebrações, quando somos convidados a fazer um exame de consciência para dignamente ouvirmos a Palavra e nos alimentarmos do Corpo e Sangue do Senhor. Neste constante olhar sobre nós, numa postura e espírito de humildade, vamos crescendo na experiência do amor misericordioso de Deus. A nossa verdadeira oração está numa vida de humildade, de não julgamento dos outros, de escuta do Senhor e de confiança em Deus.

Já a Segunda Leitura desta Liturgia nos diz que será nossa felicidade e nossa graça chegarmos ao final da nossa caminhada terrestre e dizermos como São Paulo: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.” (2Tm 4,7-8).

E hoje, Dia Mundial das Missões e da Infância Missionária, ainda no mês do Rosário, rezemos por todos os missionários, os que estão perto de casa e os que estão longe de sua terra, talvez em outra nação, fazendo a Igreja ser missão e sendo testemunhas de Cristo (cf. At 1,8). Amém.

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Dignos da Mesa do Senhor

 

A mesa do Senhor,
Tira-nos a autossuficiência,
Nos coloca em humildade
Questiona nossa consciência,
Alivia também nosso sofrer,
Purifica-nos para o bem viver,
No fundamento do Seu amor.
*
A mesa do Senhor,
Ensina-nos por onde prosseguir,
Dela o encontro com o Caminho,
E os passos do nosso existir,
Alimenta-nos com a Sua caridade,
Com a Palavra da fraternidade,
Livrando-nos do nosso rancor.
*
A casa do Senhor,
Convida-nos para nos encontrar,
Encontro de perfeita igualdade
Para pedir perdão em vez de julgar,
Para a pequenez reconhecer,
Na humildade que faz crescer,
Para voltar ao nosso labor.
*
No altar do Senhor,
Nossa oração se faz escutar,
Do mais profundo do nosso coração,
Porque o Senhor quer nos encontrar,
Num clima livre e de humildade,
Além das regras e legalidades,
Deve o coração está no fervor.
*
Que essa mesa e esse altar,
Ensine-nos, a autêntica oração,
Um olhar para nós mesmos
Na graça de Deus que é doação.
Que desapeguemos da prepotência,
E olhemos o outro na nossa prudência,
Deixemos que o Senhor possa justificar.
*
Que o nosso discipulado,
Seja construído na humildade,
Sem fingimentos e ilusões
Num caminhar de santa irmandade,
Que o outro seja sempre nosso irmão,
Para nos encontrar na comunhão,
Para por Deus sermos justificados.
*
Do farisaísmo Senhor, livrai-nos
Que proclamemos em nós a verdade,
Nosso ser e nossa essência,
Aquilo que é nossa espiritualidade,
Que afastemos nosso egoísmo,
E também nosso individualismo,
Do autojulgamento purificai-nos.

 

*   *   *

 

Obra: “The Pharisee and the Publican”, por J. Tissot (1836-1902). In brooklynmuseum.org

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina a contemplarmos a humildade na vida de oração, ilumine o seu caminho! 

 

 

29º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Por uma Igreja aberta a todos ⇐
⇒ Ciclo das Rosas: 25º ano da atribuição do título de doutora da Igreja a Santa Teresinha, em 19 de outubro de 1997 
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Leituras: Ex 17,8-13; Sl 120(121),1-2.3-4.5-6.7-8 (R. cf. 2); 2Tm 3,14-4,2; Hb 4,12; Lc 18,1-8

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Oração Perseverante

Lc 18,1-8

 

Meus irmãos e irmãs, estamos no 29º Domingo do Tempo Comum, o terceiro Domingo do Mês do Rosário e também do Mês Missionário, que tem como tema “A Igreja é missão” e como lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Também coloquemos em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês, e em consonância com o espírito da sinodalidade (ou da comunhão da Igreja), roga por uma Igreja aberta a todos.

A Liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar uma atitude de oração constante e de perseverança (cf. Lc 18,1). E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 18,1-8.

Na Liturgia da Palavra deste Domingo, a Igreja nos oferta a parábola do juiz iníquo e da viúva inoportuna em que Nosso Senhor Jesus Cristo conta a seus discípulos “para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir” (Lc 18,1).

O sucesso na experiência de oração acontecerá exatamente quando houver a perseverança e a percepção da necessidade de sempre rezar. A oração, portanto, é este encontro com o Mistério, que é santo e infinito, o nosso Deus verdadeiro que está sempre pronto a nos encontrar e nos escutar.

Quando buscamos aprofundamento nos mestres espirituais, percebemos que rezar está muito além das petições, ou seja, dos pedidos, dos louvores, das fórmulas e dos textos decorados. Vemos que a oração é um diálogo com Deus, numa atitude filial, numa postura interior e de total confiança e entrega aos braços divinos. Claro que quando rezamos a Ave Maria ou o Pai-Nosso as palavras que proferimos são resultado de uma fórmula, mas o que Deus quer é que tomemos posse daquelas palavras e busquemos, no nosso coração orante, o fundamento e o sentido maior destas orações para nós cristãos.

A parábola do juiz iníquo e da viúva inoportuna nos ensina também que se deve orar suplicando a Deus sem cessar, porque Ele escuta o clamor dos seus filhos os quais confiam no seu amor, pois Ele fará justiça à todos que lhes suplicam dia e noite.

Na Primeira Leitura desta Liturgia, obtida no livro Êxodo (cf. 17,8-13), temos a experiência de Moisés na sua luta contra o inimigo, pois, para vencer, ele precisou ser forte e até mesmo necessitou do apoio do povo para manter seus braços erguidos na oração para que Israel vencesse os amalecitas.

Muitas vezes, também precisamos contar com a ajuda e as orações dos outros para nos mantermos firmes, perseverantes e obtermos a vitória. Portanto, irmãos e irmãs, temos um modelo de oração no sentido bíblico, para nos mostrar que é a fé no Deus verdadeiro, a perseverança e a força, também nossa, é que nos mantém na luta contra o mal.

Diante destas reflexões podemos nos perguntar: Como está a minha experiência de oração pessoal e comunitária? Qual a qualidade dos meus momentos de encontro com Deus? A nossa oração também suplica a justiça de Deus em favor dos irmãos que sofrem descriminação, desprezo, desemprego e muitos outros sofrimentos?

Como cristãos, discípulos do Senhor, devemos sempre nos perguntar se a nossa vida está marcada por uma atitude de oração pessoal e comunitária, tendo como base a Eucaristia, a meditação da Palavra do Senhor e a comunhão com os irmãos.

Devemos viver os momentos litúrgicos e eclesiais como combustíveis que nos alimentam e nos motivam em nossa caminhada diária, na nossa vida familiar, no nosso trabalho, nas interações sociais, na vida de comunidade e na nossa missão de ser sal e luz, em vista de um mundo mais fraterno e justo.

Recordamos que no próximo dia 23 de outubro a Igreja estará voltada para o Dia Mundial das Missões e da Infância Missionária e que nos dias 22 e 23 de outubro acontecerá a Coleta Missionária 2022-2023 e cada um de nós é responsável por propagar esse acontecimento, contribuindo assim para que a Igreja continue exercendo sua vocação missionária.

Que neste mês das missões possamos refletir que sem a oração verdadeira o discípulo não terá sucesso na evangelização, pois a oração fortalece o missionário e, ao mesmo tempo, o coloca consciente de sua caminhada em meio a tantos desafios a serem superados, sendo com amor e perseverança testemunhas do Senhor Jesus (cf. At 1,8). Amém.

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Necessitados da Oração

 

Deixemos que o Senhor
Ensine-nos a rezar,
Com Sua santa Palavra viva,
Que ensina e incentiva,
Que anima a nossa vida,
Nas chegadas e partidas,
Com Sua força sem cessar.
*
Deixemos que o Senhor
Abra o nosso coração,
Com a força do Seu amor,
Com o Seu forte fervor,
Fazendo-nos perseverar,
Nossa vida iluminar,
Em profunda oração.
*
Façamos com o Senhor
Nossa forte oração,
Sem medo, sem desanimar,
Sempre e sempre a caminhar,
Na vida missionária,
Na vida também solidária,
Com e para os irmãos.
*
Fiquemos com o Senhor
A cada passo realizando,
Numa presença constante,
Caminheiro e caminhante,
Amigos em sinceridade,
Diálogo de lealdade,
Sempre, sempre retomando.
*
Sejamos com o Senhor,
Discípulos perseverantes,
Caminhando na esperança,
Em oração de confiança,
Nos braços do Deus amado,
Entregues e em nada reservados,
Totalmente confiantes.

 

*   *   *

 

Obras: (1) Fotos: © FreeBibleimages – CC BY-SA 4.0. In freebibleimages.org/photos/persistent-widow. (2) Imagem da Rosa: In gratispng.com/png-uj22en.

 

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina e nos motiva a contemplar uma atitude de oração constante e perseverante, ilumine o seu caminho! 

 

 

28º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Por uma Igreja aberta a todos ⇐
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Leituras: 2Rs 5,14-17; Sl 97(98),1.2-3ab.3cd-4 (R. cf. 2b); 2Tm 2,8-13; 1Ts 5,18; Lc 17,11-19

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Deus quer que Sejamos Colaboradores na Construção do Seu Reino

Lc 17,11-19

 

Meus irmãos e irmãs, estamos no 28º Domingo do Tempo Comum, o segundo Domingo do Mês do Rosário e também do Mês Missionário, que tem como tema “A Igreja é missão” e como lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Também coloquemos em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês, e em consonância com o espírito da sinodalidade, roga por uma Igreja aberta a todos.

A Liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar uma atitude de agradecimento a Deus pelas tantas graças que Ele realiza em nós e por nós. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 17,11-19, sequência do Domingo passado.

Na Liturgia da Palavra deste Domingo, a Igreja nos apresenta uma passagem do Evangelho Segundo São Lucas conhecido como “Os dez leprosos”. E dentre as principais chaves desta Liturgia temos a fé e a gratidão.

O Evangelho nos fala dos dez leprosos que foram curados por Jesus e a atitude de apenas um deles que se coloca aos pés do Senhor para bendizê-lo pela cura. Este, por sua vez, era um samaritano. E os samaritanos e os judeus tinham uma história de inimizade muito forte, tendo em vista que os samaritanos receberam influência de outros povos e por isso os judeus os consideravam impuros.

Podemos ainda nos perguntar por que o evangelista Lucas nos apresenta figuras externas ao contexto judaico. Um possível indicativo é que talvez queira nos comunicar que a salvação é para toda a humanidade, desde que haja o reconhecimento e o acolhimento, pela fé, do poder e da ação salvadora de Deus em suas vidas. Isto aconteceu com aquele samaritano que, recebendo a cura, volta ao Senhor e, numa atitude de fé e gratidão, se prostra aos pés e agradece não somente a restauração física, mas também pela cura total do homem, que é a salvação.

Na Primeira Leitura desta Liturgia, extraída do Segundo Livro dos Reis, a Igreja nos apresenta uma prefiguração do Evangelho, pois Naamã, o sírio, numa atitude semelhante à do leproso samaritana, segue o conselho do profeta Eliseu e mergulha sete vezes no Jordão e fica curado. Ele volta ao profeta, mas não somente para agradecer, senão também para reconhecer que há um só Deus que atende ao pedido dos seus filhos: “Agora estou convencido de que não há outro Deus em toda a terra, senão o que há em Israel!” (2Rs 5,15). Para a Igreja, uma verdadeira profissão de fé.(1)

A atitude de voltar para agradecer a Deus pelo Seu imenso amor deve ser própria dos cristãos. Talvez não tenhamos noção do quanto Deus age em nosso favor, de quantos livramentos Ele nos oferta, dos alimentos que nos dá para a nossa caminhada. Enfim, como é grande a sua misericórdia por nós. Para isso, basta que queiramos receber suas graças e o perdão que vem ao nosso encontro com imenso abraço de Pai.

Gratidão é o que precisamos exercitar no nosso cotidiano. Gratidão pela vida de cada dia, pelo nascer do sol a cada manhã, pelo encontro com os irmãos em cada momento de nossa vida, por nossos familiares, pelos nossos amigos, pela comunidade que nos faz fraternos, pelo nosso trabalho, pela coragem de enfrentarmos as adversidades da nossa existência e pelo imenso amor de nosso Deus que nos faz irmãos e seus filhos.

Portanto, irmãos e irmãs, gratidão é o gesto de querer voltar a Deus, sempre para a ação de graças (a Missa), para a escuta da sua Palavra que nos orienta no nosso caminhar, para nos reconciliar com Aquele que nos cura e nos coloca no nosso processo de conversão e para a Mesa (a Eucaristia) que nos alimenta no dia-a-dia, rumo à eternidade. Assim, a Igreja nos leva a fazer com que “a fé se torna ação de graças”.(2)

Neste sentido podemos lembrar a Segunda Leitura quando São Paulo nos diz: “Se com ele ficamos firmes, com ele reinaremos. Se nós o negamos, também ele nos negará. Se lhe somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo.” (2Tm, 2,12-13).

E neste mês missionário e mês do rosário voltemo-nos para o Senhor que caminha conosco e quer nos curar das enfermidades, sejam espirituais ou não. Ele quer que façamos parte do Seu rebanho, quer a nossa colaboração na construção do seu Reino. Como canta o salmista, “ele fez conhecer a salvação e às nações revelou sua justiça” [Sl 97(98)], pois seu amor e seu Reino são para todos os homens. Ele nos chama para este projeto universal e santo a cada momento. Amém.

*   *   *
(1) Cf. título da Primeira Leitura no Lecionário: “Naamã voltou para junto do homem de Deus, e fez sua profissão de fé.”
(2) Título obtido no “Missal Dominical – Missal da Assembleia Cristã” e presente na página destinada ao 28º Domingo do Tempo Comum, do Ano C. KOLLING, Ir. Miria Therezinha (coord). “Cantando os salmos e aclamações: anos A – B – C”. 13 reimp. Paulus: São Paulo, 2018, p. 242.

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

A Fé e a Gratidão do Discípulo

 

A fé nos dá o retorno
Para o abraço do Senhor,
Quando muito agraciados,
Por seu imenso amor,
Pois a cura será completa,
Quando a vida for repleta,
Das graças do Salvador.
*
Um retorno agradecido,
Pela cura operada,
Quando as tantas feridas
Já estiverem fechadas,
E então levantaremos,
E firmes prosseguiremos,
Com a vida agraciada.
*
Nossa salvação completa,
É nossa cura total,
A alma purificada,
E o corpo sem o mal,
Uma vida santificada,
Pra seguir a caminhada,
Ao reino celestial
*
Para seguir o Senhor,
Devemos agradecer,
Pelas suas santas bênçãos,
Que estão a acontecer,
Pois não temos nem noção,
Das graças que nos virão,
Para nos fortalecer.
*
É bom sempre retornar,
Com gesto de gratidão,
Pelo Pão na mesa santa,
E a vida em comunhão,
Viver a gratuidade,
Construir a unidade,
Em Deus e com os irmãos.
*
A fé é a grande chave,
Que nos faz sempre voltar,
Para ouvir a Palavra santa.
E o pecado confessar,
E também a perceber,
Tantas curas acontecer,
Nesse nosso caminhar.
*
Obrigado, ó Senhor,
Por seu Corpo em alimento,
Pelos imensos milagres,
Sua Palavra, o sustento.
Pois sua santa caridade,
Sua paz, sua bondade,
Cura nossos ferimentos.

 

*   *   *

 

Obra: “A Cura do Leproso”, por Harold Copping (1863-1932). In wahooart.com: “The Healing Of The Leper”.

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina e nos motiva a contemplar uma atitude de agradecimento a Deus pelas tantas graças que Ele realiza em nós e por nós, ilumine o seu caminho! 

 

 

27º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas

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Leituras: Hab 1,2-3.2,2-4; Sl 94(95),1-2.6-7.8-9 (R. 8); 2Tm 1,6-8.13-14; 1Pd 1,25; Lc 17,5-10

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Aumentando a Fé na Caminhada

Lc 17,5-10

 

Meus irmãos e irmãs, estamos no 27º Domingo do Tempo Comum, do Ano C, o primeiro Domingo do Mês do Rosário e também do Mês Missionário, que tem como tema “A Igreja é missão” e como lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Também coloquemos em nossas orações as intenções do Santo Padre, que neste mês, e em consonância com o espírito da sinodalidade, roga por uma Igreja aberta a todos.

A Liturgia do 27º Domingo do Tempo Comum nos motiva a contemplar Nosso Senhor Jesus Cristo diante da forte súplica dos Apóstolos, que pedem: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17,5). E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 17,5-10. sequência do Domingo passado.

Neste Evangelho os apóstolos caminham com Jesus para Jerusalém e, depois de terem ouvido sobre a misericórdia, a pobreza e a riqueza, sentem o desafio e as possíveis barreiras a serem enfrentadas no apostolado. E Jesus, vendo aquela fé “infantil”(1) dos apóstolos, vinda da tradição do antigo povo de Israel, responde: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria.” (Lc 17,6).

Na caminhada com o Mestre, os apóstolos necessitavam de aumentar fé, pois a experiência de segui-Lo em missão exigia um compromisso maduro e mais concreto, fundamentado numa resposta consciente de cada seguidor, a cada dia, a cada desafio, a cada crise. Caminhar com Jesus não era mais como seguir a tradição dos mestres da lei, que muitas vezes impunham normas e preceitos sem adesão das pessoas.

Para seguir Jesus, exigia-se novas atitudes de vivência religiosa e desta vez concreta e encarnada na vida, no contato com os doentes, com os pobres e com os marginalizados, também no embate com as lideranças políticas e religiosas daquela época. Isso exigia que a fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, precisaria crescer, ter força de transformação, de movimento e de mudanças consistentes na vida de cada apóstolo.

Estas palavras de Jesus devem nos levar a refletir sobre a nossa necessidade de suplicar uma fé que seja mais sólida e que tenha a força das palavras do Evangelho, maior do que a fé infantil absorvida (e mesmo necessária!) nos primeiros anos de nossa catequese. E então podemos pedir: Senhor, aumenta a nossa fé, qualifica a nossa fé, torna a nossa experiência com o Senhor cada vez mais autêntica, como aquela que transformou a vida dos primeiros seguidores do Caminho, mesmo que ela seja tão pequena quanto um grão de mostarda.

E Jesus ensina sobre a necessidades de servirmos com humildade. “Quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’.” (Lc 17,10). Neste sentido, é o crescimento de nossa fé como discípulos do Senhor que nos faz nos reconhecermos como servos inúteis ou simples servos.
Crescer na fé é uma graça que vem de Deus, com a nossa colaboração. Servir ao Senhor não nos dar o direito aos merecimentos, às honrarias, mas acessamos às bem-aventuranças por fazermos um caminho de discipulado e assim nos convertermos e ganharmos o Céu.

Vivemos num mundo que estimula os méritos, mas ser discípulos é se colocar na contramão desta concepção de merecimentos humanos. Ser um simples servo é ser discípulo em gratuidade e agradecimento por caminhar com Jesus e colaborar com o seu Reino e no anúncio de sua boa notícia.

Na Primeira Leitura desta Liturgia temos um diálogo entre o profeta Habacuc e Deus, que poderá nos ajudar nesta compreensão da experiência da fé. O profeta se queixa de tantos sofrimentos e problemas sem soluções. E Deus lhe responde no final: “Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé.” (Hab 2,4). O justo viverá pela sua fé, este é o segredo.

Já a Segunda Leitura, da Segunda Carta a Timóteo, nos ensina a vivermos sem medo ou timidez na estrada do Senhor. E diz São Paulo: “Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade.” (2Tm 1,7). O discípulo do Senhor não pode caminhar na insegurança, nem no medo. Ele deve caminhar e carregar no coração a esperança e como servo inútil buscar viver a sua fé numa dinâmica de crescimento do mandato recebido.

E no início do mês missionário e do Santo Rosário, peçamos ao Senhor que aumente a nossa fé e o nosso entusiasmo na missão. Também o nosso compromisso na evangelização, caminhando com Ele na construção do Reino de Deus. Mesmo reconhecendo que a nossa fé seja menor que um grão de mostarda, supliquemos ao Senhor que qualifique a nossa confiança, pois somos servos inúteis e necessitamos sempre da graça de Deus e, ao mesmo tempo, somos incapazes de corresponder plenamente ao que o Senhor nos favorece, porque seu amor além de ser incalculável é gratuito. Amém.

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(1) A expressão “infantil” nos remete à uma vivência de adoração a Deus anteriormente a encarnação do Filho. Essa noção pode ser lida em Pagola (O caminho aberto por Jesus: Lucas. Petrópolis: Vozes, 2012, pp. 279-285).

 

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⇒ POESIA ⇐

Os Caminhos da Fé

 

Em missão vão os discípulos,
Junto ao Senhor que tanto os ama,
Suplicam a fé em quantidade,
Para que não se apague o fervor da chama,
Que se acendeu quando Ele os chamou,
E continua acesa por onde Ele caminhou,
Mas que por um momento já não inflama.
*
Ao perceberem os desafios do caminhar,
Pedem a fé para perseverar,
A confiança na rocha firme que é o Senhor,
Para na missão com pés firmes continuar,
Sem medo, sem desconfiança,
Mas na obediência e na esperança,
Que com o Senhor não irão desandar.
*
Hoje somos nós os seguidores,
Que pedem o dom da esperança e da alegria,
Com o peito marcado pelo fervor
Nas noites escuras, mas também ao dia,
Buscando ouvir a Palavra como alimentação,
Querendo viver sem desolação,
E seguindo a Luz que sempre alumia.
*
O Senhor nos chama a sempre caminhar,
E nos dá o seu Corpo que nos fortalece,
Nos chama a viver na comunhão,
Acolher seu Amor que nos enternece,
E o Santo Espírito sempre acolher,
Que a nossa vida quer aquecer,
Numa firme busca que se oferece.
*
E nesta vida de peregrinação,
Como servos inúteis vamos andando,
Aos passos lentos procurando entender,
Tudo que o Senhor vai nos ensinando,
Como na fé a gente vai crescendo,
Mesmo que no momento não entendendo,
Por que a vida santa se faz caminhando.

 

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Obras: (1) “Santa Teresinha Visitando a Sagrada Família”, (autor desconhecido). In thesacredartgallery.com: “St. Therese Visiting The Holy Family by Old Masters”. (2) Imagem da Rosa: In <gratispng.com/png-uj22en>.

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina sobre a necessidade de aumentar a nossa fé para vivermos a experiência do discipulado e da missão, ilumine o seu caminho!