⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas paróquias ⇐ Leituras: Gn 2,7-9;3,1-7; Sl 50(51),3-4.5-6a.12-13.14.17 (R. cf. 3a); Rm 5,12-19 (mais longa); Rm 5,12.17-19 (mais breve); Mt 4,4b; Mt 4,1-11 ⇒ HOMILIA ⇐ Mt 4,1-11 Meus irmãos e minhas irmãs, celebramos hoje o 1º Domingo do Tempo da Quaresma do Ano A . Desde a Quarta-feira de Cinzas já estamos no Ciclo da Páscoa e a primeira parte do Ciclo da Páscoa é o Tempo da Quaresma, que terá seis Domingos, incluindo o de Ramos. O Tempo quaresmal, portanto, iniciou-se na última quarta-feira e se encerrará na Quinta-feira Santa antes da Missa do Lava-pés e da Instituição da Eucaristia. Também na Quarta-Feira de Cinzas, a Igreja fez a abertura da Campanha da Fraternidade, que traz como tema “Fraternidade e Fome” e como lema “ ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ (Mt 14,6)”. A Liturgia deste Domingo nos motiva a contemplarmos, através do Evangelista Mateus (cf. 4,1-11), Jesus, após o batismo, sendo conduzido pelo Espírito ao deserto, onde também enfrenta as tentações do diabo. Santo Agostinho nos diz: “O Senhor poderia impedir o demônio de aproximar-se dele; mas, se não fosse tentado, não te daria o exemplo de como vencer na tentação”(1). Meditando na Liturgia da Palavra deste Domingo, percebemos que o Senhor nos ensina sobre as tentações que Ele viveu antes de se entregar ao seu ministério pela Galileia. A primeira tentação acontece no deserto após os quarenta dias de jejum, quando sente fome. Diz o tentador: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” (Mt 4,3). O Senhor Jesus nos ensina a vencermos a tentação do ter, à qual nos leva a pensarmos que tudo se refere ao dado material e aos nossos próprios desejos e interesses. Por vezes, somos tentados a resolvermos as situações do mundo a partir de nossa autossuficiência. Esquecemos que não é somente dos bens materiais de consumo, do acúmulo e de nossos interesses individuais que vivemos, mas da Palavra de Deus que nos orienta por um caminho de fraternidade e de partilha, vivida no amor ao nosso Deus e aos nossos irmãos (cf. Mt 4,4). A segunda tentação ocorre no templo. Diz o tentador: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui para baixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’.” (Mt 4,6). Jesus é tentado a se apresentar glorioso e inclinar-se ao triunfalismo. A nossa vivência religiosa na Igreja não deve ser motivada por prestígio e por fama. Somos, às vezes, tentados a vivenciar uma religião de refúgio, segurança individualista, fama e também de status social. Faz-se necessário vivermos um cristianismo em virtude da justiça e do bem a favor dos outros. O Senhor nos ensina: “Não tentarás o Senhor teu Deus!” (Mt 4,7). Não podemos provocar Deus a fazer a nossa vontade em favor dos nossos interesses pessoais e do nosso prestígio, para sermos vistos pelo mundo em nossa ostentação. Na terceira tentação, Jesus é levado a uma alta montanha onde visualiza todos os reinos poderosos do mundo. Diz o tentador: “Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar.” (Mt 4,9). O Senhor respondeu: “Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a ele prestarás culto’.” (Mt 4,10) A verdade é que o pai da mentira mentiu, pois ele não pode oferecer tudo aquilo que mostrou. O que ele pode oferecer são verdadeiras estruturas que tem como fonte e meta a morte, a opressão, a maldade, a discriminação, a mentira, a falsidade e a corrupção. O verdadeiro poder político não está ao alcance do Malígno. O verdadeiro poder político é denominado por Deus como “vara do Meu poder”, isso segundo uma carta de São João Bosco (1815-1888) ao imperador da Áustria, Francisco José I (1830-1916), no ano de 1873(2). Também o tema da autoridade política pode ser visitado tanto no Catecismo da Igreja Católica (núm. 1897-1904) quanto no Compêndio da Doutrina Social da Igreja (núm. 393-405). Também o Papa Francisco repercute, ainda, a manifestação do Papa Pio XI de que a política é “a mais alta forma de caridade”. O Senhor Jesus nos ensina que não podemos nos dobrar às motivações diabólicas do poder que mata, que divide as pessoas, que as exclui e que promovem as guerras. A tentação do lucro e do domínio por parte de poucos sobre muitos, crucifica os pobres e vulneráveis com práticas criminosas. Precisamos entender que o poder do Senhor está no amor, na compaixão, no cuidado com os pobres, na Sua Palavra que chama o ser humano à mudança de vida e o envia a semear o Evangelho. Também na entrega à cruz, para a libertação e salvação do mundo. Porque é o amor, a escuta, a adoração, o culto ao Deus verdadeiro, que dignifica de verdade a vida das pessoas e traz a verdadeira paz que o Senhor saudou os discípulos, logo na tarde da Ressurreição, onde eles se encontravam trancados com medo dos judeus, proporcionando-lhes a Paz interior a todos os que estavam amedrontados (cf. Jo 20,19-23). Essa é a “Paz de Cristo”. A razão de nossa vida é Cristo, o novo Adão, Aquele que no deserto, lugar onde a nação de Israel foi tentada, venceu o diabo e nos ensinou também a vencê-lo. Deu-nos a vida verdadeira e nos renovou em Seu amor. Quis ser alimento para nós, o Seu povo novo, com Seu Corpo e Sua Palavra, dando-nos força e luz em nosso peregrinar terrestre. Peçamos perdão pelas vezes que nos deixamos vencer pelas tentações, pelas quais passaram o próprio Filho de Deus e que ainda hoje invadem a nossa vida material e espiritual. Que a luz do Espírito nos ilumine e nos encha de força para vencermos as tantas tentações que encontramos a cada dia. Que com a nossa esmola, a nossa oração e o nosso jejum sejamos cada vez mais parecidos com Cristo, tanto nas palavras quanto nas atitudes. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Contigo, Senhor, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Novo Adão que nos trouxe o dom gratuito e superabundante da justiça e da misericórdia, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Fevereiro: Mês dedicado à Sagrada Família ⇐
⇒ 3º Ano Vocacional ⇐
» Tema: “Vocação: graça e missão” «
» Lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33)
⇒ Campanha da Fraternidade 2023 ⇐
» Tema: “Fraternidade e Fome” «
» Lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16) «
» Coleta Nacional da Solidariedade: 2 de abril «Cristo nos ensina como vencer as tentações
(1) cf. Dos comentários sobre os salmos, de Santo Agostinho, bispo. Liturgia das Horas, 1º Domingo da Quaresma.
(2) cf. Profecias de São João Bosco. 2 ed. São Paulo: Artpress, 2011. p. 86-87. Série “Cultura Religiosa”, núm. 15.Vencer as tentações com Cristo
Sou vencedor,
Contra o tentador,
Que me faz escravo
De muitas falsidades,
Atrocidades,
Contrárias ao amor.
*
Em Ti, Senhor,
Sou firme e forte,
Venço também a morte,
Que me traz as trevas,
Deixando-me perdido,
Como se fosse vencido,
Longe da Tua sorte.
*
Por Ti, Senhor,
Vou me entregando,
Sempre caminhando,
Rumo à vitória,
Meta dos Teus seguidores,
Dos evangelizadores,
E o Reino anunciando.
*
Para Ti, Senhor,
Toda gratidão,
Não é em vão,
Vamos sempre vencendo,
Vencemos o pecado,
O mal derrotado,
Em ti, novo Adão.
*
Contigo, Senhor,
Na fraternidade,
Seguindo sendo caridade,
Pelo mundo afora,
Vencendo na oração,
Sendo comunhão,
Via de santidade.
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