Todos os Santos, Solenidade – 2022

Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas crianças que sofrem ⇐
⇒ Novembro: Mês dedicado às almas do purgatório 

Leituras: Ap 7,2-4.9-14; Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R. cf. 6); 1Jo 3,1-3; Mt 11,28; Mt 5,1-12a

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

Bem-Aventurados São os que Procuram o Senhor

Mt 5,1-12a

 

Meus irmãos e minhas irmãs, chegamos à Solenidade de Todos os Santos, no primeiro Domingo de novembro, mês em que, tradicionalmente, dedicamos orações pelas almas do purgatório. Também oremos pelas intenções do Santo Padre, o Papa Francisco, que, neste mês, roga pelas crianças que sofrem.

Antes de adentrarmos na Liturgia da Palavra desta Solenidade, é importante recordarmos que o dia próprio de Todos os Santos é o 1º de novembro e que, portanto, antecede à Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos.

Ocorre que no Brasil o dia de Todos os Santos não é feriado e a Igreja dedica um Domingo para esta Solenidade. Liturgicamente, o dia primeiro é para Todos os Santos e o dia 2 para Todos os Fiéis Defuntos.

A Liturgia do Solenidade de Todos os Santos nos apresenta as bem-aventuranças como programa para alcançarmos a realidade celeste composta pelos santos e santas de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 5,1-12a.

Nesta Liturgia, Jesus está nas proximidades de Cafarnaum e o evangelista Mateus nos apresenta o Senhor que, vendo as multidões, sobe à montanha e senta para ensinar e proclamar as bem-aventuranças aos seus discípulos. A montanha, para o Antigo Testamento, é o lugar da manifestação de Deus, pois foi numa montanha que Moisés recebeu os Mandamentos.

As bem-aventuranças nos ensinam que, para ser santo, é preciso ser discípulo de Cristo com humildade, os pés no chão e o olhar atento aos diversos campos da existência humana, sejam eles econômicos, sociais, espirituais ou religiosos. Devemos cultivar a nossa sede de justiça.

E então podemos nos perguntar: o que tem a ver comigo a violência, urbana e rural? As guerras e a intolerância religiosa mundo afora, o que tem a ver? Jesus ainda apresenta duas bem-aventuranças exigentes: ser perseguido por causa da justiça e ser injuriado e caluniado por causa de Cristo (cf. Mt 5,10-12).

Portanto, o Senhor nos ensina que alcançaremos também a santidade nos empenhando no mundo por justiça e, ao mesmo tempo, vivendo as consequências desta busca.

Assim, a vivência da santidade deve ser testemunhada aqui e agora. Devemos ser mansos, justos, puros de coração, promotores da paz no grupo onde participamos, no trabalho, nas relações sociais e também na nossa família, com o cônjuge, com os filhos e com os irmãos e também entre os ministros ordenados e os religiosos.

Para isso, a santidade precisa da vivência da Palavra, da oração com liberdade nos caminhos do Senhor, praticando o amor em vista do Reino para fazer parte da “multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9), como nos fala São João na Primeira Leitura desta Liturgia. Esta busca de santidade deve ser sempre no Senhor, como discípulos missionários, que desejam ser purificados como o Senhor é puro (cf. 1Jo 3,3), como nos indica a Segunda Leitura.

Peçamos a Nossa Senhora, Rainha dos Santos, que ela interceda por nós para sermos, no meio do mundo, esta geração que procura o Senhor [cf. Sl 24(23)] e que semeia o Evangelho para a santidade de todos. Amém.

 

*   *   *

 

⇒ POESIA ⇐

Quem é Santo…

 

Para buscar e viver a santidade
Deve-se trilhar nos caminhos do Senhor,
Estar atento à Palavra Sagrada,
Ser manso, justo e ter muito amor.
Deve-se viver as bem-aventuranças
Que Jesus nos deu como herança,
Que é centro do seu plano salvador.
*
A santidade não é coisa qualquer
Que a gente possa imaginar,
É caminho no chão concreto da vida,
Não ter medo do que se possa encontrar,
Pois ser santo tem suas consequências,
Muitas vezes precisa-se paciência,
Para no mundo não desanimar.
*
No início da história dos cristãos,
Ser santo implicava muita ousadia,
Muitas vezes implicava ser devorado pelas feras,
Ou ser colocado em grelha com brasas que ardia,
Mas o santo em sua enorme dor,
Ainda carregava o senso de humor,
Quando o fogo em chama lhe consumia.
*
O ser santo é sempre destinado
Para toda pessoa que quiser,
Mas para isso é preciso requisito,
Pois, não se santifica de um jeito qualquer,
Pra isso é preciso ter vocação,
Não viver na fantasia e na ilusão,
E é possível tanto pro homem quanto pra mulher.
*
Tem que ter um coração de amor,
Ter muita paz e muita alegria,
Mesmo diante das tantas misérias,
Fazer da noite às vezes o dia,
Ser bondoso e de muita caridade,
Promover a paz e a fraternidade,
Onde há muitas vezes má sintonia.
*
Às vezes é também ser ignorado,
Não ser reconhecido ainda em vida,
Pois ser santo exige além do presente,
Viver o amor e uma paz refletida,
Carregar um coração aberto às ações divinas,
Acreditar noutra vida que não termina,
E em Jesus apostar o caminho e a lida.
*
Muitos viveram radicalmente a castidade,
Entregaram sua vida totalmente,
Sem de nada ter nem um apego,
Carregavam no corpo e em sua mente
Um coração entregue somente ao Senhor,
Vivendo o trabalho na oração e no amor,
Vivendo no serviço às pessoas carentes.
*
Temos também que reconhecer
Que santos não são somente os do altar,
Temos tantos santos que não os conhecemos,
Por isso é preciso acreditar,
Que santo são todos os bem-aventurados,
Que viveram ou vivem o amor ao Bem-Amado,
Na esperança no Céu e com Jesus morar.

 

*   *   *

 

Obra: “Sermão da Montanha” (extrato do retábulo), por Henrik Olrik (1830-1890). In commons.wikimedia.org: “File:Sankt_Matthaeus_Kirke_Copenhagen_altarpiece_detail1.jpg”

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos motiva, com o auxílio das bem-aventuranças, a aspirar a corte celeste, ilumine o seu caminho!