Solenidade de Corpus Christi, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Ex 24,3-8; Sl 116(114-115); Hb 9,11-15; Mc 14,12-16.22-26

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Corpo e o Sangue da Nova Aliança

Mc 14,12-16.22-26

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar Cristo tomando para si todos os elementos do ritual da aliança, em que o sacrifício já não é um novilho, mas o próprio Deus na pessoa do Filho, o nosso Redentor. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 14,12-16.22-26, passagens que compõe a quinta e última parte do Evangelho segundo São Marcos, intitulada “a paixão e a Ressurreição de Jesus”.

A palavra aliança nos remete a um pacto em torno de uma finalidade com deveres mútuos entre as partes. No entanto, Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento, é o próprio avalista do povo e o povo não precisa recorrer a terceiros para garantir a aliança. É a divina misericórdia. Não há generosidade igual no mundo que possamos usar como analogia, senão a própria obra de Deus como Criador, Redentor e Santificador.

Jesus, o Filho Amado do Pai, foi fiel e selou a nova aliança com o Seu Sangue. E era preciso que os discípulos aprendessem a viver essa oferta de vida para abraçar o ide e fazer novos discípulos em todos os lugares (cf. Mt 28,16-20).

E nós renovamos, a cada Eucaristia celebrada, o compromisso com o Senhor que se entregou por todos. Há uma proclamação em memória do Sangue derramado e do Corpo doado, que é atualizado, é vivido todas as vezes que participamos da Eucaristia. E alimentados do Senhor devemos ter a mesma compaixão do Jovem Galileu na vida cotidiana da família, do trabalho e nas interações sociais. Ser um cristão eucarístico é ir além do espaço do culto e, sem desconsiderar a dimensão devocional, expressar o exemplo de Cristo nas realidades temporais. Depois voltar para o encontro fraterno da Palavra na assembleia, onde somos irmãos e irmãs no mesmo Sangue do Senhor, que nos vincula perpetuamente na aliança ofertada e avalizada por Deus. Podemos nos lembrar: “Somos irmãos de sangue, em Cristo.”

Qual a memória que carregamos na nossa experiência de seguidores do Senhor? Como nos sentimos, quando dizemos que somos irmãos em Cristo? E mesmo em tempo de coronavírus antes da comunhão nos damos a paz, olho no olho. Quantas vezes, mecanicamente, não conseguimos realmente desejar-lhe a paz? O que nos falta para sermos naturalmente mais irmãos mansos e humildes de coração?

Por isso, a Eucaristia nos motiva a ir além das emoções. Por exigência, devemos colocar o Ressuscitado no centro de nossas vidas e deixar que a fé da Igreja dê o sentido que vivemos nesta Solenidade. O Cristo que irá na procissão é o mesmo que caminha conosco em nossas angústias, fadigas, derrotas, mas também alimenta nossa esperança, é nosso refrigério e é motivo para completarmos nossas corridas.

Sejamos cristãos eucarísticos no templo, no culto, no cotidiano, a cada momento do dia. Deixemos nos conduzir pela memória viva, da entrega do Senhor que ofertou sua vida para que todos tenham vida plena e abundantemente. Ele quer fazer a ceia conosco, quer partilhar seu Corpo e seu Sangue para nos dá força e mantermos viva a esperança. Encerremos, como o salmista, louvando o Corpo do Senhor e rezando “Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.”

 

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⇒ POESIA ⇐

Comungar com o Senhor

 

Comungar com o Senhor,
É ação que transcende ao altar,
Vai lá, no nosso coração,
E que vem a nos impulsionar,
Para ser também o corpo seu,
Viver como Ele viveu,
Sem dEle se distanciar.

Comungar com o Senhor,
É ter Seus mesmos sentimentos,
É viver a sua Boa-Notícia,
Como nosso ensinamento,
É como a semente a se espalhar,
Pelo mundo, para germinar,
Para o Reino em crescimento.

Comungar com o Senhor,
É viver Sua santa memória,
Com Ele presente aqui,
Rompendo os limites da história,
Povo vivendo em comunhão,
Encontro e partilha do Pão,
Onde a união tem a vitória.

Comungar com o Senhor,
É sair da acomodação,
Sendo sal e luz neste mundo,
Para fazer a transformação,
E aos corações que partilham o amor,
Oferecer à vida, o sentido e a cor [dor],
Para se despedir da desilusão.

E comungando com o Senhor,
Vamos vivendo a caridade,
Sendo entrega que Ele pediu,
Entre o sagrado e a humanidade,
Semeando a paz em vez da guerra,
Trazendo a harmonia a todo a terra,
E as criaturas em dignidade.

E vivendo o vínculo com o Senhor,
Pelo Seu Sangue, nova aliança,
E no seu Corpo sendo seus membros,
Na entrega constante que não se cansa,
Estamos ligados pela Eucaristia,
Vivida nos passos de cada dia,
Mantendo a memória e a esperança.

 

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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que selou a nova aliança pelo seu sangue, ilumine o seu caminho! ***

 

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO

ANO NACIONAL DO LAICATO

Leituras: Ex 24, 3-8; Sl 115; Hb 9,11-15; Mc 14,12-12.22-26

POESIA

COMUNGAR COM O SENHOR

Comungar com o Senhor,
É ação que transcende ao altar,
Vai lá, no nosso coração,
E que vem a nos impulsionar,
Para ser também o corpo seu,
Viver como ele viveu,
Sem dele se distanciar.

Comungar com o Senhor,
É ter seus mesmos sentimentos,
É viver a sua Boa-Notícia,
Como nosso ensinamento,
É como a semente a se espalhar,
Pelo mundo, para germinar,
Para o Reino em crescimento.

Comungar com o Senhor,
É viver sua santa memória,
Com ele presente aqui,
Rompendo os limites da história,
Povo vivendo em comunhão,
Encontro e partilha do Pão,
Onde a união tem a vitória.

Comungar com o Senhor,
É sair da acomodação,
Sendo sal e luz neste mundo,
Para fazer a transformação,
E aos corações que partilham o amor,
Oferecer à vida, o sentido e a cor,
Para se despedir da desilusão.

E comungando com o Senhor,
Vamos vivendo a caridade,
Sendo entrega que ele pediu,
Entre o sagrado e a humanidade,
Semeando a paz em vez da guerra,
Trazendo a harmonia a todo a terra,
E as criaturas em dignidade.

E vivendo o vínculo com o Senhor,
Pelo seu sangue, nova aliança,
E no seu corpo sendo seus membros,
Na entrega constante que não se cansa,
Estamos ligados pela Eucaristia,
Vivida nos passos de cada dia,
Mantendo a memória e a esperança.

 

HOMILIA

O Corpo e o Sangue da Nova Aliança

“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o e entregou-lhes, dizendo: ‘Tomai, isto é o meu corpo’. Em seguida, tomou o cálice, deu graças, entregou-lhes e todos beberam dele.” (Mc 14,22-23).

Olhando os textos para esta solenidade, podemos ver que a aliança vivenciada pelo povo de Israel foi celebrada com um ritual que trazia os mesmos temas, mas que Jesus tomou para si. E o renovou. Dando um sentido novo e mais profundo. (cf. Ex, 24,4-8). Portanto, para a Nova Aliança, o sacrifício já não é do corpo e do sangue de um novilho, mas do próprio corpo do Cordeiro de Deus, que foi fiel até o fim e derramou seu sangue como uma entrega total pela salvação do mundo. Uma entrega que os seus seguidores teriam que aprender a viver também, no dia a dia de suas andanças a começar pela Galileia onde o próprio Senhor Ressuscitado proclamou o mandado, de irem pelo mundo inteiro (cf. Mt 28,16-20).

E os cristãos de hoje fazem memória viva e presente quando também doam suas vidas por um mundo cheio de vida, de dignidade, de fraternidade de “pão em todas as mesas”. São Paulo nos lembra: “… todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estarei proclamando a morte do Senhor até que ele venha” (1Cor 11,26).

A cada Eucaristia celebrada, portanto, há uma renovação do compromisso com o Senhor que se entregou de forma total por todos. Há uma proclamação em memória do sangue derramado e do corpo doado, que é atualizado e vivido todas as vezes que comungamos e alimentados do Senhor, temos os mesmos sentimentos dele, na vida cotidiana, na sua família, no seu trabalho, na vida política, nas interações sociais e em outros ambientes.

Ser um cristão eucarístico é ir além do altar ou do espaço do culto. A Eucaristia não terá seu sentido completo se não for encarnada, através de uma experiência concreta de obras que o Senhor nos ensinou. Viver o amor à Eucaristia não é um ato devocional, mas ação que se dá na vida, dentro das realidades temporais também.

O encontro com o Jesus Eucarístico deve nos impulsionar para as estradas da vida e para o movimento que brota do culto e do encontro na Palavra, na assembleia, no corpo e sangue, e, no desejo de amor vivo que se move em favor do bem do outro (próximo ou distante) que esteja precisando de nós e de nossa caridade. Somos irmãos e irmãs no mesmo sangue do Senhor. O Sangue do Senhor nos dar o vínculo perpétuo da aliança que ele fez por nós e pelo mundo. Podemos nos lembrar: “Somos irmãos de sangue, em Cristo.”

Qual a memória que carregamos na nossa experiência de seguidores do Senhor? Como nos sentimos, quando dizemos que somos irmãos em Cristo? Antes da comunhão nos damos a paz… Quantas vezes, mecanicamente, não conseguimos olhar nos olhos do outro ao deseja-lhe a paz. O que nos falta para nos sentirmos naturalmente mais irmãos?

A vivência da Eucaristia nos pede profundidade que vai além das nossas emoções. Por exigência, devemos colocar Cristo ressuscitado no centro de nossas vidas. É a fé que dá sentido a tudo que é o Corpo e Sangue do Senhor, a qual vivenciamos nesta solenidade. O Cristo que irá na procissão é o mesmo que caminha conosco em nossas fadigas, angústias, derrotas, mas também em nossas alegrias, em nossas festas, encontros, jornada de trabalhos e em nossas amizades e interações sociais.

Sejamos cristãos Eucarísticos no templo, no culto, no nosso cotidiano, a cada passo de nossa existência. Deixemos nos conduzir pela memória viva, da entrega do Senhor que ofertou sua vida para que todos tenham a vida plena, alimentada pelo seu amor. Ele quer fazer a ceia conosco, ele quer partilhar seu corpo e seu sangue para nos dá força e mantermos viva a esperança. Encerremos com o louvor ao corpo do Senhor, rezando a estrofe do salmo 15: Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.” Amém.