SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

ANO NACIONAL DO LAICATO

Leituras: Dn 7,13-14; Sl 92(93); Ap 1,5-8; Jo 18,33b-37

 

POESIA

ESTE REI NÃO É DESTE MUNDO

 

Este Rei é Divino,
Ele vem das alturas,
Desceu com ternura,
Para nos libertar.
Ele é mensageiro,
Para os caminheiros,
Vem anunciar.

É um Rei diferente,
De natureza humana,
A nós se irmana,
Pra poder chegar.
Seu reino é amor,
Faz-se servidor,
É assim, seu reinar.

Não vem com soldados,
Vive a mansidão,
Não tem opressão,
Só vem para amar.
Chama à conversão,
Envia em missão,
Pra outros chamar.

Ele não tem fama,
Tem simplicidade
Sem publicidade,
Sem triunfalismo.
Seu reino é semente,
Na vida da gente,
Sem popularismo.

Ele é nosso mestre,
Sempre a ensinar,
A quem quer escutar,
Com perseverança.
Quer sempre acolher,
A quem quer lhe ver,
Pois ele é esperança.

Reinai ó Senhor,
Em nossa existência,
Dai-nos a clemencia,
Tua salvação.
Pois se a ti seguimos,
Contigo partimos
Para a redenção.

 

HOMILIA

Ele é o Alfa e Ômega, o começo e fim…

O Evangelho de João nos traz o encontro de dois Reis. Um é o Rei Herodes que tem um exército, é rico, age pela frieza, pelo poder perverso, pelo autoritarismo e o popularismo. O segundo rei, Jesus, é pobre, o homem manso, cheio de misericórdia, sem armas e sem soldados. Seu Reino não é deste mundo, pois vem do alto e está acima dos poderes terrenos.

A realeza de Jesus está marcada pela caridade e acolhimentos aos que sofrem e querem a salvação eterna. Também estão presentes neste reino a verdade, a justiça, o serviço e o amor incondicional pela fidelidade à missão que Deus Pai confiou a Ele.

Por não ser deste mundo, este Rei não se afasta das realidades humanas e das situações de injustiças e domínios perversos contra os homens e mulheres. Ele se importa e sente as dores das situações de opressão, de politicagens, sofrimentos interiores e exteriores dos humanos; os que seguem este Rei são inseridos nele para viver a missão de propagar a realeza divina no meio da humanidade.

A primeira leitura, do livro de Daniel, se refere ao Rei e ao seu Reino: “Foram-lhe dados poder, honra e realeza, e todos os povos, nações e línguas o servem; seu poder é eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7,14).

Os reinos da terra e dos homens, portanto são finitos e se dissolvem ao mesmo tempo em que são marcados pela imposição e pela ordem cega. Quanto à segunda leitura, tirada do Apocalipse, nos fala sobre o Rei divino: “Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra” (Ap 1,5). O poder de Cristo está além da dimensão humana, pois é marcado pela fidelidade, vence a morte, traz a ressurreição e resgata os errantes pela misericórdia.

Agora vem a reflexão: como vejo Cristo e seu reinado na minha vida e na vida da Igreja? É importante lembrar que a nossa postura e nossa ação como cristãos no mundo e no apostolado, depende de como estamos concebendo Cristo através de nossas opiniões particulares. Para uns, ser cristão é ser soldado a serviço de ordens irrevogáveis, sem poder dizer não. Para outros é obedecer a um rei intolerante, que está a toda hora castigando àqueles que não cumprem suas determinações.

É importante que vejamos a relação de Jesus com seus discípulos e sua postura diante daqueles que o busca. Primeiramente ele não tem exércitos para mandar, mas discípulos que o seguem por amor e adesão livre. Depois ele não impõe ordens e nem obriga ninguém a segui-lo, ensina-os com amor, coloca os critérios, os riscos consequentes dos que o acompanham e depois os chama para serem discípulos e não soldados.

O reinado de Jesus é marcado pela alegria e gratidão, pois no seu nascimento os anjos cantam de alegria diante dos pastores da noite de Belém. “Cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados e surdos ouvem, mortos ressuscitam e aos pobres se anuncia a Boa-Nova” (Lc 7,22). Todas estas ações milagrosas de Jesus são posteriormente marcadas pela alegria dos que foram curados. Muitos destes tornaram-se discípulos para sempre. E o coroamento da alegria mais completa é a sua própria ressurreição, na mais linda e alegre das manhãs dos discípulos e das mulheres que seguiam o Senhor.

Portanto, fazer parte deste Reino é viver a alegria, a fraternidade, a justiça, o sonho de um mundo de paz e o pé na estrada para a vida definitiva. É buscar a santidade, vivendo na escuta da Palavra e se alimentando do corpo do Senhor, sendo também corpo, membros em comunhão, rezando e cantando como o salmo 92: “Verdadeiros são os vossos testemunhos, refulge a santidade em vossa casa, pelos séculos, dos séculos, Senhor!”.