SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO

ANO NACIONAL DO LAICATO

Leituras: Ex 24, 3-8; Sl 115; Hb 9,11-15; Mc 14,12-12.22-26

POESIA

COMUNGAR COM O SENHOR

Comungar com o Senhor,
É ação que transcende ao altar,
Vai lá, no nosso coração,
E que vem a nos impulsionar,
Para ser também o corpo seu,
Viver como ele viveu,
Sem dele se distanciar.

Comungar com o Senhor,
É ter seus mesmos sentimentos,
É viver a sua Boa-Notícia,
Como nosso ensinamento,
É como a semente a se espalhar,
Pelo mundo, para germinar,
Para o Reino em crescimento.

Comungar com o Senhor,
É viver sua santa memória,
Com ele presente aqui,
Rompendo os limites da história,
Povo vivendo em comunhão,
Encontro e partilha do Pão,
Onde a união tem a vitória.

Comungar com o Senhor,
É sair da acomodação,
Sendo sal e luz neste mundo,
Para fazer a transformação,
E aos corações que partilham o amor,
Oferecer à vida, o sentido e a cor,
Para se despedir da desilusão.

E comungando com o Senhor,
Vamos vivendo a caridade,
Sendo entrega que ele pediu,
Entre o sagrado e a humanidade,
Semeando a paz em vez da guerra,
Trazendo a harmonia a todo a terra,
E as criaturas em dignidade.

E vivendo o vínculo com o Senhor,
Pelo seu sangue, nova aliança,
E no seu corpo sendo seus membros,
Na entrega constante que não se cansa,
Estamos ligados pela Eucaristia,
Vivida nos passos de cada dia,
Mantendo a memória e a esperança.

 

HOMILIA

O Corpo e o Sangue da Nova Aliança

“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o e entregou-lhes, dizendo: ‘Tomai, isto é o meu corpo’. Em seguida, tomou o cálice, deu graças, entregou-lhes e todos beberam dele.” (Mc 14,22-23).

Olhando os textos para esta solenidade, podemos ver que a aliança vivenciada pelo povo de Israel foi celebrada com um ritual que trazia os mesmos temas, mas que Jesus tomou para si. E o renovou. Dando um sentido novo e mais profundo. (cf. Ex, 24,4-8). Portanto, para a Nova Aliança, o sacrifício já não é do corpo e do sangue de um novilho, mas do próprio corpo do Cordeiro de Deus, que foi fiel até o fim e derramou seu sangue como uma entrega total pela salvação do mundo. Uma entrega que os seus seguidores teriam que aprender a viver também, no dia a dia de suas andanças a começar pela Galileia onde o próprio Senhor Ressuscitado proclamou o mandado, de irem pelo mundo inteiro (cf. Mt 28,16-20).

E os cristãos de hoje fazem memória viva e presente quando também doam suas vidas por um mundo cheio de vida, de dignidade, de fraternidade de “pão em todas as mesas”. São Paulo nos lembra: “… todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estarei proclamando a morte do Senhor até que ele venha” (1Cor 11,26).

A cada Eucaristia celebrada, portanto, há uma renovação do compromisso com o Senhor que se entregou de forma total por todos. Há uma proclamação em memória do sangue derramado e do corpo doado, que é atualizado e vivido todas as vezes que comungamos e alimentados do Senhor, temos os mesmos sentimentos dele, na vida cotidiana, na sua família, no seu trabalho, na vida política, nas interações sociais e em outros ambientes.

Ser um cristão eucarístico é ir além do altar ou do espaço do culto. A Eucaristia não terá seu sentido completo se não for encarnada, através de uma experiência concreta de obras que o Senhor nos ensinou. Viver o amor à Eucaristia não é um ato devocional, mas ação que se dá na vida, dentro das realidades temporais também.

O encontro com o Jesus Eucarístico deve nos impulsionar para as estradas da vida e para o movimento que brota do culto e do encontro na Palavra, na assembleia, no corpo e sangue, e, no desejo de amor vivo que se move em favor do bem do outro (próximo ou distante) que esteja precisando de nós e de nossa caridade. Somos irmãos e irmãs no mesmo sangue do Senhor. O Sangue do Senhor nos dar o vínculo perpétuo da aliança que ele fez por nós e pelo mundo. Podemos nos lembrar: “Somos irmãos de sangue, em Cristo.”

Qual a memória que carregamos na nossa experiência de seguidores do Senhor? Como nos sentimos, quando dizemos que somos irmãos em Cristo? Antes da comunhão nos damos a paz… Quantas vezes, mecanicamente, não conseguimos olhar nos olhos do outro ao deseja-lhe a paz. O que nos falta para nos sentirmos naturalmente mais irmãos?

A vivência da Eucaristia nos pede profundidade que vai além das nossas emoções. Por exigência, devemos colocar Cristo ressuscitado no centro de nossas vidas. É a fé que dá sentido a tudo que é o Corpo e Sangue do Senhor, a qual vivenciamos nesta solenidade. O Cristo que irá na procissão é o mesmo que caminha conosco em nossas fadigas, angústias, derrotas, mas também em nossas alegrias, em nossas festas, encontros, jornada de trabalhos e em nossas amizades e interações sociais.

Sejamos cristãos Eucarísticos no templo, no culto, no nosso cotidiano, a cada passo de nossa existência. Deixemos nos conduzir pela memória viva, da entrega do Senhor que ofertou sua vida para que todos tenham a vida plena, alimentada pelo seu amor. Ele quer fazer a ceia conosco, ele quer partilhar seu corpo e seu sangue para nos dá força e mantermos viva a esperança. Encerremos com o louvor ao corpo do Senhor, rezando a estrofe do salmo 15: Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.” Amém.

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2 Comments

  1. Gosto da forma como vc descreve a liturgia em forma de poesia , me encanta tudo isso

  2. Amém, comungar com o Senhor é principalmente sentir seus mesmos sentimentos.Ter amor puro e verdadeiro pelo próximo🙏

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