Leituras: Ez 18,25-28; Sl 25(24); Fl 2,1-11; Mt 21,28-32
⇒ HOMILIA ⇐
Chamado à Vinha do Senhor
Mt 21,28-32
Meus irmãos e minhas irmãs, celebramos hoje o mistério pascal apresentado pela Liturgia do XXVI Domingo do Tempo Comum, em que o Senhor nos motiva a fazer a vontade de Deus. E o Evangelho para está Liturgia está em Mateus 21,28-32.
“Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus” (Mt 21,31). As palavras de Jesus deve provocar em nós a reflexão sobre as nossas atitudes de discípulos. Nossa experiência, obediência e coerência.
Contemplamos, no Evangelho deste Domingo, Jesus que se dirige aos sacerdotes e anciãos (cf. Mt 21,31) com seus ensinamentos sobre o Reino de Deus, a vinha. Para eles a salvação estava destinada ao povo da primeira Aliança, que ouviu os profetas, mas que nem sempre foi fiel e agora rejeita o projeto salvífico do Filho que semeia um novo Povo de Deus. Aquela Jerusalém é o segundo filho.
Há outro filho, o primeiro, o que disse não, mas que depois foi trabalhar na vinha. Este pode ser os pagãos [como centurião que recebeu o milagre da cura do servo (cf. Mt 8,5-17)] ou os pecadores [como Mateus que era publicano ao receber o chamado (cf. Mt 9,9) ou a prostituta (que era pagã) Raab, que no Antigo Testamento é acolhida no Povo de Deus (cf. Js 6,23-25) e está presente na linhagem de Jesus (cf. Mt, 1,5)]. Por terem uma segunda chance, se transformam em testemunho vivo no caminho do Senhor.
Muitas vezes dizemos “Senhor, Senhor” em nossas orações, mas não levamos a vontade de Deus para o nosso comportamento (cf. Lc 6,46). Poderemos falar de caridade, mas na prática somos insensíveis e hostis. Isso significa dizer sim, mas não comparecer à vinha. Por outro lado poderemos cair no pecado de recusar a vontade de Deus, mas se nos arrependermos podemos buscar, na reconciliação, fazer esta vontade. Muitas vezes, nós mesmos somos os dois filhos. Nossa resposta positiva se dá na caminhada com Cristo.
Jesus é o Filho coerente o qual devemos seguir, imitar e dar testemunho. Diz São Paulo: Ele “existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens” (Fl 2,6-7). Cristo viveu a entrega total ao Pai quando se encarnou no meio de nós, sendo obediente até a morte e morte de cruz (cf. Fl 2,8).
Devemos imitar o Filho e deixar que a sua pessoa faça parte de nossa vida, por inteiro. As comunidades cristãs são chamadas a viver o sim coerente ao projeto de salvação. Pelo batismo, somos chamados à vinha do Senhor. O nosso sim é a missão de cuidar da semeadura do Evangelho, da vinha, que é do Senhor.
E quando estivermos sentindo que, pelos nossos pecados, o nosso sim estiver fraco, precisamos, como nos ensina a Igreja, buscar fortalecer a fé, acessar os sacramentos, vigiar nosso comportamento e perseverar nas orações.
E neste último Domingo do mês da Bíblia peçamos a intercessão de São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja, o qual celebramos sua memória no próximo dia 30. Este santo traduziu toda a Bíblia das línguas originais para o latim. Que ele ajude a todos nós cristãos e aos estudiosos da Sagrada Escritura a sermos discípulos obedientes da Palavra. Palavra que se tornou carne e veio habitar no meio de nós, Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor.
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⇒ POESIA ⇐
Filhos do Não e do Sim
Está disponível para servir,
Ser coerente com o chamado,
De corpo e alma para vinha,
Como filho do Pai amado,
Dizer sim e confirmar,
Ao Evangelho semeado.
Buscar e viver o amor,
Prontos para anunciar,
Na vida da comunidade,
Vivendo prontos a partilhar,
Na vinha do nosso Deus,
Que está sempre a nos chamar.
Às vezes filhos dizendo não,
Quando o pecado vem a invadir,
E o coração querendo negar,
Por tantas coisas a infringir,
Fraquezas que vem e impedem,
A santa vinha querer servir.
Somos filhos que dizem sim,
Porque olhamos para o Senhor,
Que viveu a santa obediência,
Ao Pai Santo e vivo amor,
Porque a vinha veio cultivar,
Através do seu plano salvador.
A vinha precisa de trabalhadores,
Porque o dono os chama à colheita,
Para que se produza a alegria,
Que brota da fonte que é perfeita,
Jorrada da entrega do Santo fruto,
Que do Pai recebe a missão e aceita.
Busquemos em Cristo a obediência,
E aprendamos o sim e o servir,
Abraçando a missão confiada,
E a voz do Senhor sempre a ouvir,
Servindo à messe tão imensa,
Que o dono quer a todos reunir.
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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a fazer a vontade do Pai, ilumine o seu caminho! ***