SOLENIDADE DA EPIFANIA, ANO A – MATEUS

SOLENIDADE DA EPIFANIA, ANO A – MATEUS

Leituras: Is 60,1-6; Sl 71(72); Ef 3,2-3a.5-6; Mt 2,1-12

POESIA

 CAMINHAR EM BUSCA DO MENINO

Seguindo a estrela de Belém,
No desejo de encontrar o Senhor,
Vão os sábios do oriente,
Com o coração ardente,
Prontos para adorar,
E também para ofertar,
Os seus simbólicos presentes.

O encontro com o Deus menino,
Converte os magos caminheiros,
Seguem um rumo transformado,
As trilhas são de homens renovados,
Que levam a divina alegria,
Pra eles, antes não existia,
Sonho santo e realizado.

Este caminho todos devemos seguir,
Via do Deus amor e encarnado,
Convictos de um constante converter,
Adorando o Senhor para na fé crescer,
Num caminho de viva evangelização,
Marcado pelo amor e pela oração,
E como Discípulos nossos dons oferecer.

Não façamos como o rei tirano e solitário,
Que somente quis saber onde nasceu o salvador,
Não trilhou o caminho para até ele chegar,
Pois teve medo de perder o seu lugar.
Pois o reinado do Senhor é diferente,
É de amor e para todos, como presente,
Aos que querem sempre o encontrar.

Carreguemos o sentido da salvação universal,
Onde todos têm direito aos dons divinos.
Pois, todo homem é chamado a conversão,
De qualquer canto do mundo ou nação,
Basta abrir o coração a grande novidade,
Por que Deus veio morar na humanidade,
Para nos presentear com a salvação.

HOMILIA

 Os magos do oriente são atraídos pela luz do Senhor

A Solenidade da Epifania do Senhor nos traz o texto de Mateus, o qual nos conta o nascimento de Jesus em Belém. O Evangelista nos situa dentro do reinado de Herodes, o qual se sente ameaçado por tal acontecimento e procura encontrar o menino (cf. Mt 2,3). Os especialistas nas escrituras (mestres da lei) localizam o texto do profeta Miqueias (cf. 5,1-4), que cita o nascimento do Messias em Belém. Em cena aparecem também os magos do oriente que estão curiosos, não têm as escrituras para decifrarem sobre o nascimento do Jesus, mas querem chegar até ele (cf. Mt 2,2). Herodes quer usar os magos para chegar até o menino, mas não consegue, de modo que eles, avisados em sonho, voltam por outro caminho dessa grande jornada de busca e de visita ao Messias (cf. Mt 2,12).

A nossa reflexão mais importante deve se voltar para o significado da visita, das ofertas e da volta dos magos por outro caminho. Em primeiro lugar a interpretação teológica nos ensina que os magos representam os gentios que, em sua diversidade racial, buscam e acolhem a salvação universal de Deus em Jesus Cristo.

Ir ao encontro do Menino significa a busca dos que querem encontrar-se com Deus. O texto de Mateus nos ensina que a Salvação em Cristo é para todos os homens, como nos fala São Paulo na segunda leitura: “os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo Corpo e coparticipantes da Promessa em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.” (Ef 3,6).

Um segundo ensinamento sobre a visita dos magos são as ofertas feitas por eles: ouro, símbolo da realeza de Cristo; incenso, a sua divindade; e mirra, a sua unção no túmulo, no corpo (natureza humana) e a incorruptibilidade do seu corpo que culmina na Ressurreição. Antes mesmo das ofertas, os magos se ajoelham diante do Menino e o adoram (cf. Mt 2,12). Num terceiro momento podemos lembrar que os visitantes retornaram para sua terra seguindo outro caminho, significando que o encontro com o menino Jesus transforma a vida daqueles que vão ao seu encontro.

Portanto, a liturgia da Epifania do Senhor deve nos levar a meditar que precisamos constantemente ir ao encontro de Jesus para renovarmos nossa caminhada, para seguir novos caminhos e avançar na vida de discípulos amados por ele. O nosso encontro deve ser de louvor, marcado pela alegria que nos pode proporcionar. Podemos ainda nos perguntar: o que temos para oferecer a Deus? Que dons podemos colocar a serviço do reino?

A dimensão universal da salvação, proposta pelo evangelista Mateus, pode nos direcionar para o aspecto ecumênico nas nossas ações cristãs, em nossos relacionamentos com os irmãos de outras Igrejas e no nosso trabalho social voltado para serviço aos pobres.

Juntemos a nossa prece às preces das crianças do mundo inteiro para que percorramos um ano novo cheio de muitas transformações na vida dos que querem encontrar o Senhor, dos que querem fazer uma caminhada marcada pelo crescimento espiritual, daqueles que querem juntamente conosco conhecer e seguir Jesus. Por fim, rezemos com o salmista: “As nações de toda terra hão de adorar-vos, ó Senhor.” (Sl 72/71).

Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria (2017)

DOMINGO NA OITAVA DO NATAL, ANO A – MATEUS

Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria

Leituras: Nm 6,22-27; Sl 66(67); Gl 4,4-7; Lc 2,16-21

POESIA

 SANTA MÃE DE DEUS E NOSSA

Mãe da escuta atenta,
Do silêncio e da oração,
Toda entregue por amor,
Ao Senhor da salvação,
Ensina-nos a santidade,
Mostra-nos a serenidade,
À nossa santificação.

Mãe de Deus e nossa Mãe,
Mãe do príncipe da paz,
Ensina-nos a fraternidade,
Que tanta harmonia nos traz,
Ensina-nos também a escuta,
A paciência na labuta,
Quando não somos capazes.

Que a benção do Senhor,
O filho amado e querido,
Possa nos trazer a paz,
Neste mundo tão sofrido,
Das guerras possa nos livrar.
E o amor sempre a buscar,
Os povos todos unidos.

Que a Santa Eucaristia,
Renove a nossa lida,
Dando a força necessária,
Para a estrada percorrida,
E que Deus Emanuel
Com a nossa Mãe do Céu,
Tragam a paz à nossa vida.

HOMILIA

 Junto a Mãe de Deus celebremos a Paz

Na liturgia solene da Santa Mãe de Deus os cristãos se reúnem carregados de esperanças, de revisões de vida, de expectativas e de muitos propósitos para o ano que se inicia. Há uma intenção especial por parte do Papa que é celebrar o dia Mundial da Paz junto a Mãe de Deus e nossa. Ela que nos presenteou com o seu “sim”, acolhendo e fazendo com que o príncipe da paz pudesse reinar em nosso meio, nos trazendo o amor, a misericórdia e a salvação para todos.

O Evangelho proclamado é continuidade do texto da noite de Natal quando os pastores encontram o menino Jesus na manjedoura juntamente com Maria e José e depois vão anunciar esta alegria aos outros. Os pastores discriminados que eram, recebem primeiro a notícia do nascimento do salvador. A eles cabe também o anúncio das maravilhas de Deus. Da boca deles também saiu os louvores por tudo que o que Deus tinha realizado em favor de toda a humanidade (cf. Lc 2,17-18.20).

Maria guardava, como que depositando, todos estes acontecimentos e meditava em seu coração (cf. Lc 2,19), procurando compreender todo o processo da sua resposta a Deus tempos antes, quando o Anjo a visitou. Meditava porque também era uma mulher do silêncio e da oração, na escuta atenta a Deus, na reflexão da sua missão de gerar o verbo e de ser agraciada com o compromisso de acompanhar o seu filho no cumprimento das promessas que vinha de Deus Pai.

Neste dia primeiro do ano, os cristãos também se reúnem para pedirem as bênçãos que vem de Deus. A benção é sinal de salvação como escutamos na primeira Leitura: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! ‘O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!’ Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”. (Nm 6,24-27).

Olhando o ano que passou, muitas vezes ficamos tristes, tivemos desafios, mas quantas bênçãos e proteção o Senhor nos deu quando não sabíamos por onde caminhar ou o que fazer. No ano que se inicia, quanto sonhos, projetos e propósitos colocamos no Altar de Deus. Neste sentido devemos também ter em mente que se faça a vontade do Senhor e não a nossa.

Maria nos possibilita que sejamos filhos porque ela sendo Mãe de Deus e nossa, também gerou a Igreja que somos nós. Ela é a mãe do príncipe da Paz, também nosso irmão. Ele nosso Deus amado, que veio ficar junto de nós para nos ensinar que Deus é Pai e tem misericórdia dos pecadores, vem trazer a união e a fraternidade.

E nessa relação santa de filhos, São Paulo nos fala: “Assim já não és escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso por graça de Deus.” (Gl 4,7). Por isso temos o temor que vem do amor e da necessidade de santificação e não o medo da condenação. Se amamos o Senhor faremos a vontade dele é não devemos ter medo dele por ele está bem próximo de nós.

Que neste ano que se inicia possamos promover cada vez mais a paz entre as pessoas, onde estivermos inseridos e que Nossa Senhora nos ensine a sermos obedientes e necessitados por amor, na escuta de Deus que está sempre nos chamando à santidade. Chamando-nos a sermos também discípulos missionários do seu Reino.

NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, ANO A – MATEUS

Ano Nacional Mariano

Liturgia da Noite: Is 9,1-6; Sl 95(96); Tt 2,11-14; Lc 2,1-14

Liturgia do Dia: Is 52,7-10; Sl 98(97); Hb 1,1-6; Jo 1,1-18

POESIA

DEUS NASCE ENTRE OS PEQUENOS

Entre as montanhas de Judá,
Nas noites escuras dos pastores,
Vem a luz divina nos visitar,
Vencendo todos os temores,
Trazendo o amor e a salvação,
Vencendo em nós a escuridão,
Que muitas vezes nos traz horrores.

Nasce entre os animais e pecadores,
Anunciando desde já sua missão,
Rei simples, pobre e sem coroa,
Sendo sinal de contradição.
Vem como uma simples criança,
Mas traz para muitos a esperança,
E aos poderosos a confusão.

Naquela noite vem os louvores,
Da corte celeste a cantarolar,
E à voz do anjo mensageiro,
Que se une também a entoar,
Porque nasceu o salvador,
Deus de paz, justiça e amor,
E a todos os homens veio salvar.

O Natal nos traz um ensinamento,
Para nesta vida proceder,
Deus veio para o mundo inteiro,
Com sua palavra a nos converter,
Ensina-nos a simplicidade,
O acolhimento e a fraternidade,
Prega a justiça e o bem viver.

E em torno do santo altar,
Vivamos a coerência e a união,
Escutando sempre a santa Palavra,
Na irmandade e na comunhão,
Sendo sinais da luz do Senhor,
Vencendo a tristeza e o rancor,
Vivendo todos como irmãos.

HOMILIA

E Deus veio morar conosco

Celebrar o Natal é deixar que a luz de Deus venha nos iluminar e nos trazer uma vida renovada, onde a fraternidade seja cada vez mais reforçada e a vida humana seja mais dignificada. Por isso o Natal se prolonga sobre nossa existência quando o amor reina nos corações das pessoas para que sejam mais sensíveis a caridade e a bondade de Deus. Bondade que se concretiza na prática da justiça social e na paz entre os povos.

O texto do Evangelho sugerido para liturgia da Igreja na noite de Natal é de Lucas, o qual apresenta a caminhada dura, entre as montanhas, que Maria e José, grávidos de Deus, fazem de Nazaré até Belém com o objetivo de participarem do recenseamento como membros daquele povo. Nos arredores daquela cidade, próximo aos campos dos pastores, envolvido em faixas e deitado numa manjedoura (cf. Lc 2,12), nasce o nosso Pastor, aquele que vem trazer a paz, a justiça e, sobretudo, o amor misericordioso de Deus Pai.

Os primeiros a receberem a notícia são os que estão nos campos, cuidando dos rebanhos. São os pobres, distantes do centro da cidade, longe da casa real onde a corte humana esperava junto aos seus súditos um Rei poderoso e rico, com seus exércitos fortes e invencíveis. Mas Deus usa uma pedagogia diferente para se fazer presente entre os homens. Mesmo sendo capaz de se manifestar de uma forma mais óbvia e mais plausível aos olhos da humanidade, Deus vem como criança, nascendo numa estrebaria, através de uma família simples (Maria e José) e pobre, a ponto de não ter uma casa para realizar o parto.

Já a liturgia do dia de Natal, esta nos apresenta de forma mais profunda a divindade do Menino que nasceu na gruta de Belém entre os pastores e sobre a luz das estrelas entre as montanhas da Galileia. De acordo com o evangelista João, este recém-nascido é a encarnação de Deus e já existia antes pois participou do princípio da Criação. Ele agora vem mostrar sua face entre nós, vem caminhar com a gente trazendo-nos a paz, anunciando-nos que o seu amor é para todos aqueles que querem encontrar a salvação.

O menino que nasceu de Maria é o esperado por todos e do qual o profeta Isaías nos fala na primeira leitura: “Como são belos, sobre os montes, os pés do mensageiro que anuncia a paz, do que proclama boas novas e anuncia a salvação…” (Is 52,7). Ele crescerá em sabedoria e graça, caminhará pelas estradas da Galileia, andará de barco pelo Mar para mostrar a todos os homens que Deus é amor e que quer a salvação para todos. Basta que estes acolham a sua Palavra e respondam ao seu chamado e depois sejam discípulos para também anunciar o Reino.

Jesus nasce na noite dos pastores para dizer que ele é Luz e que é também o Pastor supremo que trará a alegria e a misericórdia a todos os homens. Ele vence o medo dos que escutam a sua mensagem através do anjo mensageiro, porque traz a alegria da salvação e onde há a presença salvadora de Deus não poderá haver medo, mas o temor pelo amor e pela adoração. Ele vem realizar as profecias de Isaías: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria.” (Is 9,1).

Para o evangelista João, somente os que acolhem a Luz salvadora, recebem a capacidade da filiação divina: “Veio para o que era seu e os seus não o receberam. Mas a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus.” (Jo 1,11-12). Somos filhos quando acolhemos a palavra viva em nossa vida, quando deixamos que a luz ilumine todo o nosso ser. E então vivemos o verdadeiro Natal quando deixamos renascer Cristo em nossas vidas. Por isso que o sacramento da confissão é a porta pela qual retornamos para os braços de Cristo.

E todos nós cristãos que nos reunimos para celebrar esta grande festa, somos convidados a nos unir à multidão da corte celeste para cantar em uma só voz: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama.” (Lc 2,14), porque o nosso Deus se faz presente na simplicidade de uma criança para nos ensinar a simplicidade e o amor a todos.

Que Espírito Santo nos abençoe, nos ilumine e nos faça cada vez mais filhos através do Filho muito amado de Deus que veio assumir a natureza humana para resgatar o homem. Ele é Deus conosco.

IV Domingo do Advento

Ano Nacional Mariano

Leituras: Is 7,10-14; Sl 23(24); Rm 1,1-7; Mt 1,18-24

POESIA

O SIM DE JOSÉ

Contemplemos o sim de José,
Que no silêncio respondeu,
Ao chamado do altíssimo,
A Deus Pai obedeceu,
Foi firme e perseverou,
A Maria muito amou,
E a ela engrandeceu.

José do sim no silêncio,
Homem santo e obediente,
Despertou para o plano divino,
Foi fiel ao Onipotente,
Ao anjo soube escutar,
Só rezando e sem falar,
Calou e seguiu em frente.

Contemplou os sinais do Céu,
Ao lado da sua amada,
Acolheu a Deus criança,
E seguiu a caminhada,
Foi firme e foi fiel,
Adotando o Emanuel,
Foi sua vida abençoada.

Deus veio morar conosco,
Pra trazer a salvação,
Mostrou-nos o amor do Pai,
Seu amor é libertação,
Um Deus humano e divino,
Nos trazendo o destino,
Que é a nossa redenção.

Deus está sempre conosco,
Em todos os nossos momentos,
Nos chamando e enviando,
Dando força e sustento,
E o silêncio de José,
Ensina o caminho da fé,
Quando nos vem os tormentos.

E Maria mãe do Céu,
Que a Deus se entregou,
Viveu com seu santo esposo,
e com carinho o cuidou,
Os dois viveram a esperança,
Fiéis ao Deus da Aliança,
Que o profeta anunciou.

Seja a sagrada Família,
O auxílio em nossos dias,
Ensinado a obediência,
Pela fé e alegria,
Maria Sacrário Santo,
E José com o seu manto,
Sejam nossa companhia.

Do altar da Eucaristia,
Jesus vem nos encontrar,
Ele é Pão da união,
Que quer nos alimentar,
Sua Palavra é forte,
Nos tira o medo da morte,
Quando estamos a lutar.

Este é o nosso Deus,
Que não nos deixa sozinhos,
Quer sempre está com a gente,
Ele quer ficar pertinho,
Faz conosco a caminhada,
Quer os pés firmes na estrada,
Mesmo que haja espinhos.

HOMILIA

Ele está conosco, Ele é nossa salvação

Na liturgia da Palavra do IV domingo do Advento temos como figuras principais Maria e José. Eles deram a resposta a Deus em favor da salvação do mundo, quando disseram sim diante do chamado que veio do Céu. Maria,diante do anjo de Deus, tentou compreender como tudo aconteceria, se ela não convivia com homem algum (cf. Lc 1,34). José, sabendo da gravidez de Maria e não querendo denunciá-la queria abandoná-la em segredo, mas o anjo de Deus lhe encoraja a não deixar sua esposa, porque está nos planos de Deus aquele acontecimento e não nos planos humanos (cf. Mt 1, 19-21).

José desperta para o projeto divino e também diz sim (cf. Mt 1,24). Sua esposa gerou no ventre, o verbo que veio comunicar o amor misericordioso de Deus. Esta promessa já era antiga, pois está na primeira leitura, retirada da profecia de Isaías: “Eis que uma virgem conceberá dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7,14). Deus virá visitar o seu povo para lhe trazer a salvação. Não é necessário mais o intermédio dos profetas, ele ficará conosco, ele próprio vem trazer a redenção do homem, como homem perfeito. José e Maria, figuras principais do presépio, depois de Jesus, foram os acolhedores do Senhor que veio habitar no nosso meio.

José e Maria trouxeram Jesus para nós pela obediência e escuta a Deus. Por causa deles, Cristo está em nosso meio. Jesus está conosco na sua Palavra, na Eucaristia, na assembleia reunida, na simplicidade e na caridade aos irmãos. O Natal é a prova concreta de que Deus veio ficar conosco. A missão de Jesus foi curar as pessoas de suas doenças, fazer os cegos recuperarem a vista, os paralíticos andarem, os leprosos serem curados, os surdos ouvirem, os mortos ressuscitarem e os pobres serem evangelizados para poderem entender a vontade de Deus (cf. Mt 11,5).

Todas as vezes que nós cristãos nos reunimos para escutar a Palavra Santa, Jesus vem ao nosso encontro. Quando no silêncio do nosso quarto e do nosso ser, mergulhamos na oração, o Espírito do Senhor vem sobre nós, em nosso cotidiano Deus caminha conosco. Precisamos aprender de José e Maria a escuta e a obediência no silêncio de Deus e no nosso. Os barulhos impedem de escutarmos Deus. Quando falamos e lamentamos muito há dificuldade de entender a vontade divina. Não há espaço para Deus falar e agir. José e Maria, inicialmente, tiveram dificuldade de entender o que Deus queria, mas foi pela fé, pelo silêncio e pela obediência que eles se entregaram de forma total ao projeto do Reino.

Em nossa caminhada, muitas vezes não entendemos certos sinais de Deus. De Maria aprendemos o dialogar com Deus, perguntar e ficarmos dispostos a ouvir o que ele quer nos falar e nos propor. Depois da resposta divina ela se entrega ao plano do Reino. De José apreendemos a escuta silenciosa e obediente pela fé. Como José, no silêncio e na escuta, e totalmente entregues a proposta desconhecida e incomum de Deus, somos chamados a seguir a orientação que o Senhor nos dá. Isto quando somos alimentados pela fé e pela esperança.

Escutar a voz de Deus através das circunstâncias, acontecimentos e pessoas é talvez o grande desafio dos cristãos. O nosso mundo de barulhos e conceitos predefinidos, muitas vezes nos deixam indecisos e marcados pelo medo. Em alguns momentos queremos abandonar a nossa missão, mas o anjo de Deus vem e nos comunica o que ele quer de nós e nos orienta como devemos fazer. Somente quando paramos e silenciamos podemos entender ou nos colocarmos na escuta do Senhor.

Deus caminha conosco, seu nome é Jesus (Deus salva), ele é Emanuel (Deus conosco). O mundo precisa ser salvo do mal das corrupções, da violência, da falta de comunhão. Nossa missão é promover a paz em vez das guerras, buscar em nosso interior a solidez da Palavra, em vez das superficialidades e do vazio das ruas, marcadas pelo desejo do consumo desenfreado. A luz da salvação deve invadir o nosso coração no lugar das imensas árvores do império do dinheiro e das riquezas materiais que tentam as pessoas a comprarem sem necessidades.

Precisamos reacender o verdadeiro sentido do Natal para que deixemos o menino Jesus aparecer em nossas casas, em nossas redes sociais humanas. É preciso deixar de novo que a manjedoura de Belém nos ensine sobre a simplicidade de Deus. Jesus quer nascer em nossos corações, em nosso agir e em nossa missão para que a estrela da noite dos pastores ilumine o mundo. Faz-se necessário colocar a Sagrada família no centro de nosso lar e de nossa vida.

São Paulo nos exorta dizendo: É por ele (Cristo) que recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé a todos os povos pagãos, para a glória de Deus. Entre esses povos estais também vós, chamados a ser discípulos de Jesus Cristo (cf. Rm 1,5-6). Em meio a tantas distorções do verdadeiro sentido do Natal, precisamos apresentar para o mundo o testemunho da verdadeira festa da encarnação do verbo de Deus através do nosso discipulado.

III Domingo do Advento (Gaudete)

Ano Nacional Mariano

Leituras: Is 35,1-6a.10; Sl 145(146); Tg 5,7-10; Mt 11,2-11

POESIA

A ALEGRIA NA ESPERA

Onde está a nossa alegria?
Que tanto nós almejamos,
Que na paz a gente busca,
E que em Deus nós esperamos,
A alegria mais completa,
A ânsia da nossa meta,
Que todo dia sonhamos.

Está no canto e nas santas cores,
Nas luzes, nas árvores e no altar,
Nos presépios, nas ruas e praças
Nossas casas, e no nosso lar
Nos corações orantes,
Nas celebrações vibrantes,
Na assembleia a celebrar.

Está também na profecia,
Na palavra viva ecoando,
No caminhar com os irmãos,
Na espera do novo nos alegrando,
No pão do encontro e do amor,
Eucaristia: força e vigor,
A cada dia nos alimentando.

A nossa espera é orante,
Como uma espera de alegria,
Pois já não se tem dúvidas,
Do tempo que se anuncia
Pois o novo esperamos,
Ouvimos e também pregamos,
O Natal, o grande dia.

Sejamos também precursores,
Desta alegria abençoada,
Dos frutos e dos milagres
Da redenção esperada,
Do amor de Deus menino,
Do louvor que se faz hino,
Que brota da mesa sagrada.

HOMILIA

Esperar com alegria

Estamos no 3º Domingo do Advento, o altar já está mais iluminado com as três velas do advento acessas, os paramentos podem ser de cor rosa, pois a alegria se torna mais forte, porque está próximo o grande momento, o grande dia, a celebração da encarnação do Filho do Altíssimo. Deus que veio ficar perto de nós para nos ensinar como caminharmos para o céu. Está chegando para alegrar o mundo dos que esperam confiante nele.

No Evangelho desta liturgia, Mateus nos apresenta um cenário de realidades e situações que nos fazem pensar como aconteceu a vinda do filho de Deus: João Batista, o precursor, já tem notícias dos sinais referentes ao que ele anunciou e por isso, enquanto está prisioneiro, envia discípulos para certificar-se se é mesmo o Messias que está no meio do povo.

A resposta de Jesus aos mensageiros de João sinaliza a certeza da presença de Deus feito homem no mundo. Pela sua presença e ação “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados.” (Mt 11,5). Agora muitos já desfrutaram da ação milagrosa do Filho de Deus, porque sentem a realização do Reino em suas vidas. Jesus ainda faz um elogio a João Batista: “Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele.” (Mt 11,11).

O Reino de Deus agora está no meio dos homens, a preparação desta vinda custou a condenação de João Batista, pois assim foi o destino de quase todos os profetas no Antigo Testamento. Os verdadeiros profetas, na caminhada de Israel, foram sempre anunciadores das realidades de Deus, seja da alegria, seja no anúncio da Justiça, seja na denúncia da opressão e morte contra o povo.

No que se refere ao anúncio da alegria e do júbilo, podemos constatar na primeira leitura, quando Isaías, pelas suas palavras, fala daquilo que o povo esperava já naquele tempo. Ele anuncia o que irá se cumprir em Jesus: “Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. Germine e exulte de alegria e louvores.” (Is 35,1-2). E os cristãos podem cantar esta realização, pois a salvação já se faz presente em todos, já veio a primeira vez, ressuscitou e agora espera-se uma vinda gloriosa não mais marcada pela carne, mas no Espírito, como o vencedor da morte, sem a barreira da corrupção, porque virá para chamar e levar para junto de si, na sua glória aqueles que fizeram opção pelo seu reino eterno.

São Tiago nos encoraja a continuarmos firmes nesta espera, como o agricultor, que nos desafios da seca, espera firme o tempo das chuvas para molhar o chão e ver germinar a semente sepultada no chão. E diz ainda que a vinda do Senhor está próxima, por isso é necessário manter-se na espera sem desanimar (cf. Tg 5,7-8).

Viver o Advento, portanto, é fazer a experiência da espera do Senhor em nossas vidas, é querer caminhar com perseverança alimentados pela Eucaristia, mesmo que os dias sejam de grandes sofrimentos. É ouvir a Palavra, mesmo que os nossos ouvidos estejam um pouco surdos, e muitas vezes infectados pelos barulhos do mundo que polui nossas consciências com palavras de desânimo e que destrói o otimismo e a fé. Mas nossa fé e nossa espera é em Deus que nos enche de alegria, otimismo e paz.

Abençoai Senhor o caminhar do povo de Deus e de tantos irmãos e irmãs que esperam dias de restauração em suas vidas e seus lares. Protegei os que anunciam a verdade do Evangelho e os que mesmo nas perseguições por causa do Reino, como João Batista, permanecem firmes e corajosos. Amém.

II Domingo do Advento

Leituras: Is 11,1-10; Sl 71(72); Rm 15,4-9; Mt 13,1-12

POESIA

O SENHOR NOS ENDIREITA

Na boca de João Batista,
A profecia é proclamada,
O Povo quer uma mudança,
Com um olhar na nova estrada
Todos buscam a conversão,
Muda a vida e a direção,
Numa atitude endireitada.

João Batista o precursor,
Vida de simplicidade,
Veste pele de camelo,
Vive fora da cidade,
Anuncia o Salvador,
Com força e grande vigor,
A atitude e a lealdade.

João foi apresentador,
Do Messias esperado,
Preparou a Israel,
Pra acolher Deus encarnado,
Voz que clama no deserto,
Dizendo que está perto,
O Filho de divino amado.

Soa também hoje em dia,
A voz de João Precursor
Nos recantos deste mundo,
Que precisa de amor,
Cristo deve ser acolhido,
Ele o Santo e ungido,
Príncipe da Paz e Senhor.

Olhemos nossos caminhos,
Que precisam endireitar,
Se algo há em descontrole,
Que nos vem desordenar,
Cristo traz a perfeição,
É misericórdia e perdão,
Pra quem quer recomeçar.

Nós todos somos chamados,
A também anunciar,
A vinda de Jesus Cristo,
Que conosco quer morar,
Pra trazer paz e harmonia
Na vida de cada dia,
E a que a todos vem salvar.

Quando damos testemunho
Da vida em simplicidade,
Deixando que Cristo apareça,
Na Palavra e na verdade
Somos também precursores,
Discípulos e anunciadores,
Da paz e fraternidade.

Em cada celebração,
Jesus vem nos encontrar,
Trazendo a sua Palavra
Para nos orientar,
Quer rever nossos caminhos,
Tem amor e tem carinho,
Para nos endireitar.

Também na Eucaristia,
Vem dar força pra missão,
Nos dias de nossas vidas,
Na partilha com os irmãos,
Pois para viver o Natal,
O que é mais fundamental,
E viver a comunhão.

HOMILIA

O Senhor endireita nossos caminhos

PPPPPEstamos na segunda semana do Advento. Na celebração, mais uma vela é acessa para sinalizar a luz de Deus na dinâmica da nossa caminhada espiritual rumo à celebração ao Natal do Senhor. No nosso dia-a-dia, muitas outras luzes brilham e fazem o colorido das lojas, das praças e de nossas casas. Os presépios também são erguidos em diversos lugares, não somente na Igreja, mas é preciso contemplá-lo sempre como um símbolo da encarnação de nosso Salvador. O Cristo que veio na história, que nasceu em Belém e que foi anunciado pelos profetas.

PPPPPA Palavra de Deus nos apresenta, no evangelho de Mateus, o último dos profetas antes de Cristo, aquele que vivia no deserto, distante da cidade e que tinha um estilo de vida diferente das pessoas comuns. Sua postura e modo de viver era original: suas vestes eram de pele de camelo e seu alimento era gafanhotos e mel silvestre (cf. Mt 3,4). E da sua boca soava a mensagem para as pessoas que o ouviam naquele deserto: “Convertei-vos porque o Reino dos Céus está próximo. João foi anunciado pelo profeta Isaías, que disse: ‘Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!’” (Mt 3,2-3).

PPPPPA mensagem de João Batista era de denúncia contra os pecados do povo e dos poderosos de sua época. O batismo dele era em virtude da conversão, mudança de vida pessoal em preparação à acolhido do Messias. Sua vida era de humildade diante do Cristo que estava chegando. Ele falava: “Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. (…) Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo.” (Mt 3,11).

PPPPPEsta mensagem vem para nós hoje, povo de Deus, que espera celebrar o Natal. A cada ano temos à oportunidade de dá uma endireitada em nossas vidas, rever os nossos percursos, nossas atitudes, nossos projetos, intenções e práticas, como cristãos batizados no fogo do Espírito Santo.

PPPPPMotivados pelas palavras do Batista, vamos abraçando a cada dia o Batismo de Jesus, deixando-nos guiar pelo seu Espírito que nos coloca inseridos na dinâmica da Salvação. É preciso que Cristo cresça em nós para sermos discípulos do Reino e precursores de Cristo que poderá chegar aos corações das pessoas.

PPPPPVivendo em Cristo iremos caminhar como discípulos no mundo, para endireitar as situações de injustiças e mortes que invadem a vida de tantos humanos, que destrói a criação de Deus e entortam tantas realidades do plano do Reino de Deus.

PPPPPO Nascimento de Jesus é a concretização da profecia que Isaías anunciou, 700 anos antes de João Batista. O salvador esperado pelo povo de Israel nasce do tronco de Jessé, pai do rei Davi. A família Sagrada é da descendência de Davi. De Maria e do seu sim, nascerá o menino Salvador. José será o esposo santo que ajudará Maria na missão de apresentar Jesus ao mundo, mesmo em meio a perseguições e fugas para o Egito, o livrando da tirania de Herodes.

PPPPPSobre Cristo pousará o Espírito de Deus: Espírito de sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, conhecimento e temor de Deus. Ele julgará os fracos com justiça, dará sentenças retas aos pobres da terra… (cf. Is 11,2.4). A presença de Jesus na Galileia é a concretização da pregação de Isaías que pela sua mensagem de esperança sustentou a caminhada do seu povo até chegar o Messias de Deus.

PPPPPO Natal acontecerá quando Espírito de Deus, anunciado por Isaías, invadir os corações das pessoas. Quando as injustiças, os preconceitos e a discriminação forem substituídos pela justiça, acolhimento e dignidade humana. Quando os pobres forem respeitados e acolhidos com seus direitos e necessidades. Quando a comunhão e a paz estiverem presentes nas comunidades humanas e a exploração e a ganância forem vencidas pelo bem que vem de Deus.

PPPPPMeditemos nas palavras de João Batista: Preparai o caminho do Senhor, endireitem suas veredas. É preciso que mergulhemos em nós mesmos para uma autoavaliação de nossas atitudes. Cristo vem a nós a cada momento para renascer em nossos corações os mesmos sentimentos dele. Para sermos anunciadores, primeiro temos que acolher Jesus em nossas vidas. Temos que deixar a luz iluminar nossos cominhos, transformando nossas estradas e aplainando o chão de nosso existir.

PPPPPSão Paulo, na segunda leitura, nos aconselha: “Acolham uns aos outros como Cristo acolheu vocês, para a Glória de Deus.” (Rm 15,7). Acolher o irmão é acolher o próprio Jesus. Este é o caminho de nossa fé cristã. Ele é marcado pela caridade e pelo cuidado para com as coisas de Deus. A criação e todos nós são coisas de Deus.

PPPPPO Advento nos motiva a ficarmos mais sensíveis ao acolhimento e a caridade para com a natureza, para com nossos irmãos e irmãs. Precisamos rever o nosso cuidado ao outro, precisamos endireitar nossas relações de comunidade cristã na prática da comunhão. Faz necessário propagar para o mundo nossa luz de cristãos e nossa convicção de discípulos missionários de Cristo em favor do anúncio do bem e da paz entre as nações. Eis a nossa missão!

1º DOMINGO DO ADVENTO, ANO A – MATEUS

Ano Nacional Mariano

Leituras: Is 2,1-5; Sl 122; Rm 13, 11-14; Mt 24,37-44

POESIA

ESPERA ATENTA E ATIVA

Atentos à voz do Senhor
Trazendo-nos a redenção,
A este mundo em conflitos,
Carente de reconciliação
E as dores sufocando
Toda a nossa criação.

Atentos à Palavra Santa,
Que vem nos comunicar,
A perfeita alegria de Deus
Chegando a nos despertar,
E das trevas nós fujamos,
Firmes sempre a caminhar.

Atentos à Luz verdadeira,
Clareando o espaço sagrado,
E às flores que perfumam,
O nosso tempo esperado,
Do verbo que sempre vem,
Nosso Deus muito amado.

Que vença o amor de Deus,
Em toda a humanidade,
E espalhando o diálogo,
No lugar da maldade
E em todos os corações,
Renasça a fraternidade.

Pés firmes na longa estrada,
E em nosso bom Senhor,
Que renasça a alegria,
Sem o medo e o rancor,
E que se acenda chama,
Da vida e do esplendor!

Sejamos também presentes
Do Deus eterno amor,
Supremo, Verbo, vida
Menino, santo e Senhor.
E na santa comunhão,
Encontremos o salvador.

HOMILIA

Esperemos alegres o Senhor que vem!

pppCom o Advento iniciamos um novo ano na liturgia da Igreja. Trata-se de um tempo de espera, quando o ambiente da Igreja muda para um clima mais brando, cores roxas nos paramentos e nas alfaias. No altar, a coroa do Advento, em que a cada domingo uma vela é acesa para marcar o nosso caminhar na espera do Senhor que vem. Os cantos também expressam o que estamos celebrando no ritmo diário e semanal, os refrãos deste tempo litúrgico nos introduzem no clima de espera e esperança, pois suas melodias anunciam que algo novo vem e nos alegrará. O Advento é esta espera alegre e confiante no caminhar da vida.

pppNeste primeiro Domingo do Advento, do ano A, acolhemos os textos de Mateus no início da espera vigilante e alegre para nascimento de Deus menino. Este evangelista escreve para os novos cristãos, vindo do judaísmo. Nesta liturgia podemos ver, primeiramente, que o evangelista nos fala sobre a vinda do Senhor para julgar a terra. O segundo tema é sobre a vigilância, que é a atitude que os cristãos devem ter para esperar a justiça divina.

ppp“Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24,42) diz o Senhor. Ficar atento às nossas fraquezas, ao nosso comodismo, a nossa indiferença à Palavra de Deus. Ficar vigilantes é estar preparados para o dia em que o Senhor virá julgar os homens. Não é necessário nos separarmos da realidade em que estamos inseridos, mas continuar nosso testemunho entre os outros, com as pessoas, pois aqueles que viverão de acordo com a lei de Deus, serão tirados para o Senhor (cf. Mt 24,40).

pppDiante destas reflexões não devemos ficar apavorados, com medo, mas fazer a experiência da escuta sempre atenta da Palavra e ao mesmo tempo numa atitude de alegre espera, confiando na justiça do Senhor. Devemos caminhar como discípulo que anuncia a esperança num mundo onde a vida nova deverá nascer para todos, certos de que a salvação e o julgamento de Deus virá. Por isso a vida de oração e vigilância caracteriza a nossa preparação para celebrarmos o nascimento de Jesus e ao mesmo tempo estarmos atentos a cada momento de nossa vida para a segunda vinda do Senhor.

pppO profeta Isaías nos faz o convite para vivermos esta alegre espera: “Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor” (Is 2,5). Deixar guiar pela luz do Senhor nos dá segurança e a certeza de que caminhamos para a vida eterna e que estamos iluminados e orientados por sua lei. Neste sentido, o apóstolo Paulo nos exorta a revestirmo-nos do Senhor Jesus Cristo (cf. Rm 13,11-14). Revestir-se do Senhor é deixar de lado tudo aquilo que tira nossa dignidade e desfigura a nossa imagem de filhos de Deus.

pppPortanto é na eucaristia e no encontro com a Palavra que devemos viver o Advento. A penitência e a oração são de suma importância para vivermos bem este tempo litúrgico. No encontro com os irmãos, partilhando o mesmo pão, partilhando também a Palavra e a vida, nas novenas de natal em família, na reza do terço e na contemplação do presépio. Todas estas práticas e atitudes espirituais e outras mais nos colocam no clima da espera e da vigilância que o tempo do Advento nos propõe.

pppCantemos com o salmo 121(122) o qual nos faz compreender que é na casa do Senhor que melhor poderemos aprender sobre a experiência do seu amor e sua misericórdia. Nessa Casa (Igreja) encontramos o alimento completo (Palavra e Eucaristia) e a razão de sermos filhos e imagem do Deus que nos criou e nos quer presentes no seu reino eterno: “Que alegria, quando ouvi que me disseram: ‘vamos à casa do Senhor!’” Amém.