IV Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Dt 18,15-20; Sl 95(94); 1Cor 7,32-35; Mc 1,21-28

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Jesus, Expulsa-nos o Mal

Mc 1,21-28

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do IV Domingo do Tempo Comum nos motiva a fixar o olhar em Cristo para escutar sua Palavra e sermos libertos. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 1,21-28, uma sequência do Domingo passado.

O evangelista Marcos nos apresenta Jesus na sinagoga de Cafarnaum, participando do Sábado, em obediência à lei. Ali ensinava com autoridade e o demônio se incomoda e se manifesta, reconhecendo a força da presença de Deus naquela sinagoga. A sua presença é a manifestação divina contra o mal que está no coração das pessoas. Seu ensinamento é novo e cheio de força. É o enviado do Pai para trazer a mensagem do céu e ser palavra viva no meio de nós, como anunciou Moisés: “Farei surgir um profeta semelhante a ti. Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará, tudo o que eu mandar” (Dt 18,18-19).

Em nossos dias, muitos falsos profetas se apresentam e anunciam inverdades, falsidades e mentiras. A Palavra de Deus não é assim. Ela tem força porque é a presença da verdade e da justiça que expulsa o mal da inveja, da mentira, da prepotência, da injustiça.

A sede de Deus às vezes faz com que as pessoas bebam qualquer promessa, qualquer palavra humana. Por isso é importante que os discípulos missionários anunciem a Palavra viva do Evangelho de Jesus Cristo que veio trazer a salvação. A Palavra viva de Jesus muda o coração das pessoas, pois não se baseia em prosperidades sejam materiais, econômicas, mas na força de conversão do coração humano. A Palavra de Jesus cura a pessoa integralmente.

A missão de Jesus é obra de salvação e de mudança de vida interior porque é uma mensagem pura e genuinamente libertadora. O demônio o reconheceu como Deus todo poderoso que veio vencê-lo pela sua força salvadora e diz: “Sei quem tu és: o Santo de Deus.” (Mc 1,24).

A presença do Bem maior, Palavra viva no meio do povo reunido, expulsa dos corações toda maldição. Sua voz faz calar todo o mal; sua presença é de poder que faz afastar qualquer presença de divisão do meio do povo que escuta a Deus.

Portanto, esta Liturgia nos ensina que quando fixamos o olhar em Cristo e escutamos sua voz de amor contra nossos males, seremos libertos de tudo que nos aprisiona.

São Paulo, na segunda leitura desta Liturgia, nos diz: “O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações” (1Cor 7,35). O Apóstolo nos ensina que, como cristão, nossa prioridade é abraçar aquilo que o Senhor nos traz em sua mensagem para que enfrentemos os desafios da vida. Outras preocupações terão menos importância e influência, se carregarmos em nosso coração e em nossa vida, Cristo e sua Palavra.

Rezemos para que o Espírito do Senhor esteja sempre presente nos corações dos homens que se reúnem em seu nome para escutá-lo e se alimentar do seu Corpo, o qual se fortalece na luta contra todo o tipo de escravidão e maldição. Que possamos ser profetas da verdade, do amor e da fraternidade no mundo.

 

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⇒ POESIA ⇐

O Profeta Perfeito

Jesus, profeta perfeito,
Nosso amor eterno,
Que traz a libertação,
Que nos faz sempre irmãos,
No mundo, também fraternos.

Jesus, nossa Palavra viva,
Nosso Deus e salvador,
Traz-nos um ensinamento novo,
Para a vida do seu povo,
Que busca a essência do amor.

Jesus, voz do sumo bem,
Que faz o mal se calar.
Cura nossas maldições,
Também nossas tentações,
Que vem a nos massacrar.

Jesus, mestre e salvador,
Que conosco quer estar,
Faz-nos fiéis seguidores,
Vence a morte e as dores,
Que querem nos sufocar.

Jesus, nosso Deus amado,
Traz-nos a paz e a esperança,
Faz-nos firmes caminhar,
E ao mundo anunciar,
Sua santa aliança.

Jesus, pão vivo do céu,
Vem como alimentação
Fortalece a caridade,
Pra viver fraternidade,
Na mesa da comunhão.

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**** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos ensina com autoridade, ilumine o seu caminho! ***

 

III Domingo do Tempo Comum, Ano B, São Marcos

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: Jn 3,1-5.10; Sl 25(24); 1Cor 7,29-31; Mc 1,14-20

 

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

Pescadores no Mar da Humanidade

Mc 1,14-20

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do III Domingo do Tempo Comum, deste Ano de São José, nos motiva a caminhar com Jesus que prega a Boa-Nova tão esperada pelo povo de Israel. E o Evangelho desta Liturgia está em Mc 1,14-20.

E a Boa-Nova é a chegada do Reino, a proximidade da realeza de Deus. Por isso todos devem se voltar para Deus através da conversão (cf. Mc 1,15). E para a expansão do Reino, Jesus chama colaboradores, para caminharem com ele e se prepararem para a missão. Inicialmente, ele compõe um quarteto de discípulos para ajudá-lo em sua obra salvadora: Pedro e André, Tiago e João. É interessante que estes primeiros quatro homens convocados por Jesus eram todos pescadores, estavam no mar, nas suas atividades profissionais (cf. Mc 1,16-19).

Imediatamente deixam seus afazeres e seguem o mestre… porque “é preciso pescar diferente e o povo já sente que o tempo chegou”[1], assim nos fala uma canção do Pe Zezinho. Os discípulos continuarão pescadores, mas agora de pessoas, mudarão suas vidas e a de tantos que abraçarem o Chamado. As relações familiares serão mudadas porque o Caminho de Jesus está acima dos relacionamentos humanos.

Jonas, na primeira leitura desta Liturgia, é o mensageiro para converter os ninivitas dentro de um prazo de quarenta dias (cf. Jn 3,4). Sua mensagem é forte. O povo e o rei se convertem e a cidade foi preservada da destruição anunciada. Deus nos pede mudança de atitude. Assim foi a atitude dos ninivitas após a pregação de Jonas: “creram em Deus, convocaram um jejum e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até o menor.” (Jn 3,5).

Abraçar o caminho do Senhor nos impele a mudar hábitos, a mudar ações e qualidade das relações. Como os discípulos de Jesus, que deixaram a rotina das redes para serem seguidores, os ninivitas deixaram a rotina de pecado e transformaram a cidade em um lugar de paz e fraternidade, deixando que Deus conduzisse as suas vidas.

Nós cristãos também temos nossas redes particulares e que de diversas formas nos prendem a uma zona de conforto, que nos impede de sair em missão. Mesmo batizado, indo às celebrações semanais e praticando os preceitos, devemos sempre nos perguntar se algo mais deva ser feito pelo Reino de Deus.

Paulo, na sua Primeira Carta aos Coríntios, faz referência à brevidade do tempo dos homens. É preciso ficar atento porque as coisas terrenas passam e o amor de Deus precisa ser acolhido antes que seja tarde (cf. 1Cor 7,29-30). É urgente que aprofundemos nosso caminho com Cristo. Seja em nossa vida matrimonial, celibatária, de solteiros ou de viúvos, faz-se necessário que o nosso olhar esteja em Deus, porque o tempo da graça de Deus chegou para vivermos com mais intensidade a experiência com Deus.

Peçamos ao Espírito Santo que nos fortaleça para rompermos a nossa zona de conforto, seja ela qual for. Faz-se necessário sairmos em movimento, escutando o chamado de Jesus e seguindo em missão, como os discípulos saíram e propagaram pelo mundo o Evangelho.

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[1] Trecho da letra da música Há um barco esquecido na praia (Pe. Zezinho), Graça e paz, 1985, COMEP/Paulinas.

 

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⇒ POESIA ⇐

Pescadores no Mundo

Dos mares e das redes pessoais,
Saem os discípulos com o Senhor,
Atendem o chamado sem protelação,
Abraçam o caminho com muito amor,
Suas vidas e seus atos se transformarão,
Estão a serviço com grande ardor,
Seguindo os caminhos da santa missão.

Serão pescadores no mundo dos homens,
Buscando a muitos para a conversão,
Aprendem com o mestre como caminhar.
Pregando, curando e também a oração,
Para durante as jornadas não desanimar,
Porque desafios e tempestades enfrentarão,
Mas é preciso sempre e sempre continuar.

Mas uma coisa, deverão aprender,
Que suas vidas primeiro precisam mudar,
Para o testemunho de homens eleitos,
Seus caminhos comuns precisam alterar,
Pelo contrário não viverão o preceito,
Que é viver o Reino e este implantar,
Tem que ter conversão não há outro jeito.

E nós batizados, também seus discípulos,
Queremos de nossas redes desapegar,
Seguir os caminhos para salvação,
Deixando que a Palavra venha nos moldar,
Não tendo medo da transformação,
Que o chamado venha nos causar,
Para seguir o Cristo e sua missão.

A missão é de Cristo por excelência,
Devemos apenas lhe obedecer,
Sendo discípulos no aqui e no agora,
Para sua obra deixarmos crescer,
Não fujamos e nem vamos embora
Porque ele chama a todos a se converter,
Porque o Reino chegou sua hora.

E na ceia, lugar do amor partilhado,
Todos os discípulos sempre reunidos,
Para o encontro da vida de união,
Alimenta-se na alegria e são agradecidos,
Pois em Cristo, todos são irmãos,
Povo em missão e escolhido,
Vivendo na terra e no céu a comunhão.

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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, presença concreta do Reino de Deus entre nós, ilumine o seu caminho! ***