⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pela abolição da pena de morte ⇐ Leituras: Am 6,1a.4-7; Sl 145(146),7.8-9a.9bc-10 (R. 1); 1Tm 6,11-16; 2Cor 8,9; Lc 16,19-31 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 16,19-31 Meus irmãos e irmãs, o 26º Domingo do Tempo Comum, o quarto e último Domingo do Mês da Bíblia, nos motiva a contemplar Jesus que ensina sobre os abismos entre os homens. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 16,19-31. No Evangelho de hoje, a Liturgia nos apresenta Nosso Senhor Jesus Cristo contando outra parábola, desta vez, dirigida aos fariseus. Trata-se da parábola do rico avarento e do pobre Lázaro. Nosso Senhor fala sobre duas realidades que envolvem o homem: a riqueza negativa e a pobreza. Num extremo, um homem rico que, vaidosamente, se vestia com belas e caras roupas; no outro, o pobre Lázaro ao chão, ferido, faminto e esfarrapado, diante da porta do rico avarento (cf. Lc 16,19-21). A segunda cena deste Evangelho já não é mais no plano terrestre. Lázaro encontra-se “junto de Abraão” (Lc 16,22) enquanto que o rico está na “a região dos mortos, no meio dos tormentos” (Lc 16,23). As realidades se invertem: Lázaro que padeceu na terra, está agora gozando da paz e da harmonia, porque mesmo vivendo na extrema miséria, confiou totalmente na graça divina. Já o rico, que não soube usar dos seus bens para ajudar o próximo, pecou pela indiferença e agora está nos tormentos. Vejamos que, de forma mesquinha, o rico pede uma gota de água para refrescar a sua língua, como que não acreditando na abundância da graça divina, e ainda mais: pede não pelos os homens que estão na terra, mas, de forma egoística, apela pelos cinco irmãos. No seu abismo não há mais possibilidades de criar uma ponte para junto de Abraão (cf. Lc 16,26). A riqueza no Antigo Testamento muitas vezes foi vista como se a benção de Deus se realizasse somente na dimensão da prosperidade ao homem fiel à promessa. Consequentemente, a pobreza era como uma maldição. Os tempos passaram e as riquezas materiais foram se tornando mais obstáculos do que acesso ao paraíso eterno. Atualmente, parece que não mudou muito estas duas realidades, entre ricos avarentos e pobres. Diante disso, há sempre um abismo enorme, quase intransponível entre os filhos do mesmo Pai Divino. Ainda há muitas mansões e palácios luxuosos, ainda há muita ostentação e esbanjamento das riquezas materiais. O pior é que ainda persiste o pecado da indiferença e do desrespeito para com a necessidade dos pobres. Há nas calçadas, nas ruas, nas portas, muitos famintos, doentes, sofredores e excluídos. Eles clamam por comida, por assistência médica e por justiça social. E é a realidade dos pobres que nos revelam e denunciam as feridas de um mundo desigual, excludente e opressor. Diante disso, podemos nos perguntar: Como está a nossa atenção aos irmãos que estão na miséria, nas calçadas, feridos e sem a assistência que os humanos merecem? Como está a nossa relação com os bens materiais? As riquezas são possibilidades de aproximação ou de abismo em relação ao Reino de Deus? O cristão é chamado a ser o agente de transformação desta realidade. Jesus nos chama a romper as portas da indiferença de nosso coração para construímos pontes de solidariedade, de justiça e de caridade no mundo. E neste Dia Nacional da Bíblia, sejamos motivados pelo lema do Mês da Bíblia a abraçar a promessa que nos garante a presença de Deus conosco sempre. Diz o lema a parir do livro de Josué: “O SENHOR, teu Deus, estará contigo onde quer que vás” (Js 1,9). Também busquemos a intercessão de São Jerônimo, que viveu entre 347 e 420, para termos as Sagradas Escrituras presente em nossas circunstâncias, pois ele foi responsável por traduzir toda a Bíblia para o latim. Podemos concluir, lembrando-nos do Salmo desta Liturgia, o qual mostra como Deus deseja que o homem trilhe pelo caminho do bem e, ao mesmo tempo, como Ele protege os sofredores, pobres materiais e espirituais, guiando-os na sua vida, porque ele reina e sempre vence o mal. “O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos. (…) Ele ampara a viúva e o órfão, mas confunde os caminhos dos maus. O Senhor reinará para sempre!” [Sl 145(146)]. Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ Há abismos angustiantes * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina e nos alerta sobre os abismos entre os homens, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Ciclo das Rosas: Tomada de véu de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, em 24 de setembro de 1890 ⇐
⇒ Mês da Bíblia 2022 – “O SENHOR, teu Deus, estará contigo onde quer que vás” (Js 1,9) ⇐
⇒ 5a semana: A memória dos prodígios de Deus como suporte para manter-se fiel à Lei do Senhor. ⇐
⇒ Encerramento do Mês da Bíblia: Deus sempre está com o seu povo ⇐
⇒ Dia Nacional da Bíblia ⇐
No Amor de Cristo, Vencemos os Abismos entre os Irmãos
Abismos entre Irmãos
Que nos separam do irmão,
Pelas nossas atitudes,
De egoísmo e de ilusão,
Este abismo é a indiferença,
Pelo orgulho e violência,
Contrárias à comunhão.
*
O que faz a nossa ponte,
Ao outro se ligar,
É o amor de nosso Deus,
Que nos faz ao Céu chegar,
Pois n’Ele somos irmãos,
Não depende a condição,
Em que cada um está.
*
Se andarmos na verdade,
Sem fraude e avareza,
Sem o contratestemunho,
Prepotência da riqueza,
Se a Cristo nos ligamos,
E firmes continuamos,
Ele chamará à mesa.
*
Quantos Lázaros a nossa espera,
Nas calçadas e portões,
Nas ruas e nas estradas,
Esperando nossas ações,
Esperando o grande amor,
Que vem de Nosso Senhor,
Pra quebrar as escravidões.
*
Em Deus está nossa paz,
Sua ponte é o amor,
Ele vence o nosso abismo,
Que nos causa tanta dor,
Sua graça é abundante,
Não só gota refrescante,
Ele é graça e esplendor.
*
Que a santa Palavra,
Alerte o nosso viver,
Sobre a ponte do amor,
Que precisamos erguer,
E atentos aos sofredores,
Sejamos os construtores,
Para o Reino acontecer.
Tag: Intenções do Santo Padre – pela abolição da pena de morte
25º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pela abolição da pena de morte ⇐ Leituras: Am 8,4-7; Sl 112(113),1-2.4-6.7-8 (R. cf. 1a.7b); 1Tm 2,1-8; 2Cor 8,9; Lc 16,1-13 (mais longo) ou Lc 16,10-13 (mais breve) ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 16,1-13 (mais longo) ou Lc 16,10-13 (mais breve) Meus irmãos e irmãs, o 25º Domingo do Tempo Comum, o terceiro Domingo do Mês da Bíblia, nos motiva a contemplar Jesus que ensina aos seus discípulos a servir a Deus e não ao dinheiro. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 16,1-13. No Evangelho de hoje, a Liturgia nos apresenta Nosso Senhor Jesus Cristo contando uma parábola que fala sobre o administrador infiel e esperto. Este administrador, refletindo sobre a sua demissão, usa uma estratégia para sair desta situação. Ele abre mão do seu lucro e desta forma consegue devolver o dinheiro que é do seu patrão (cf. Lc 16,5-7). Jesus elogia a esperteza daquele administrador(1) e fala para seus discípulos: “Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas” (Lc 16,9). Para Jesus, o dinheiro injusto poderia ser originado na exploração das pessoas. Porém, tal recurso também poderia ser usado a serviço da caridade e da vida dos pobres. Desta forma, os pobres, os bem-aventurados, poderiam acolher os ricos no Céu, porque estes colocaram suas riquezas a favor dos necessitados. Pois o Céu é daqueles que fizeram o bem e viveram a caridade na sua caminhada terrena (cf. Mt 25,34-40). A parábola do administrador infiel é contada aos Seus discípulos (cf. Lc 16,1) mas tinha como ouvintes, também, alguns fariseus zombadores (cf. Lc 16,14). E o Senhor Jesus quer que eles, os discípulos, sejam fiéis no seguimento a Ele e na missão, pois eles serão administradores dos bens celestes e deverão carregar no coração a honestidade e a verdade da Palavra de Deus. Na missão, os discípulos de Jesus deveriam também estar atentos com a mesma astúcia do administrador infiel, porém estando abertos à Sabedoria do Espírito Santo para administrarem os bens do Reino. Em nossa caminhada cristã, precisamos também da Sabedoria para sermos coerentes, em virtude do nosso testemunho e do serviço ao Evangelho. Jesus também ensina que o seu discípulo é aquele que é fiel na administração das pequenas e das grandes coisas (cf. Lc 16,10). Também para ser discípulo é preciso que este ame a Deus como único Senhor (cf. Lc 16,13). O dinheiro pode ser cultuado como um deus (um ídolo) com muitos altares erguidos por todos os lugares deste mundo atual de um capitalismo tão selvagem. O dinheiro ser adorado e confundir o homem na busca do bem maior de sua existência, que é o sentido da sua vida e seu papel no mundo. E através do profeta Amós, a Liturgia nos apresenta a situação de corrupção no séc. VIII a.C., durante o reinado de Jeroboão II na Samaria ou Reino do Norte. Amós denuncia principalmente o que a elite fazia no próprio Sábado, que era o dia sagrado, pois não tinham o menor escrúpulo em diminuir medidas, adulterar balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com pares de sandálias (cf. Am 5-6). Parece que o nosso mundo não mudou. Sempre existiu esta luta entre os filhos das trevas e os filhos da luz. Hoje temos tantas situações parecidas com o que apresenta Amós, pois as fraudes comerciais, políticas e administrativas são visíveis. Nem sempre o dinheiro é usado a serviço das necessidades básicas e da concretização dos direitos os quais as leis nacionais e internacionais exigem que os governantes devam cumpri-las. Também fiquemos atentos ao que nos ensina São Paulo na Primeira Carta a Timóteo: “Antes de tudo, recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens; pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador; ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.” (1Tm 2,1-4). Em tempos de campanha eleitoral e ainda o terceiro Domingo do Mês da Bíblia, rezemos pelos candidatos para que a disputa eleitoral não transforme o nosso país em uma terra arrasada, pois junto com o povo sempre esteve e sempre estará Deus, que é Senhor da História e como canta o Salmo nesta Liturgia “Louvai o Senhor, que eleva os pobres!”. Portanto, irmãos e irmãs, a nossa oração pelos que nos governam e o sincero propósito de crescermos na comunhão, na verdade e na honestidade, nos ajudará na construção do Reino de Deus, através do anúncio da Boa-Nova ao mundo. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Mundo de tantos altares, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina a servir a Deus e não ao dinheiro, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Mês da Bíblia 2022 – “O SENHOR, teu Deus, estará contigo onde quer que vás” (Js 1,9) ⇐
⇒ 4a semana: Josué – exemplo de continuador da História da Salvação ⇐
Os Discípulos de Cristo são os Adoradores e Servidores do Único Deus
(1) Cf. nota de rodapé referente a Lc 16,8 na Bíblia de Jerusalém.Servir Somente ao Senhor
Onde o dinheiro é adorado,
Onde tantos estão focados,
Nas coisas materiais,
Tornando-se desiguais.
Como Deus será amado?
*
Jesus nosso Salvador,
É quem nos traz a lição:
Vivermos sem ambição,
As coisas não adorar,
Mas somente administrar,
Para o bem do nosso irmão.
*
Servir somente ao Senhor,
Como único e verdadeiro,
Não sendo interesseiro,
Sem o outro corromper,
Mas a ele oferecer,
O amor como primeiro.
*
Ser fiel no que lhe cabe,
Saber administrar,
Sem ao outro enganar
Viver com muito cuidado,
Para não ser condenado,
Quando Deus vier cobrar
*
Deus de amor Ressuscitado,
Curai nosso coração,
Pra não vivermos a ilusão,
De uma vida enganada,
Guia-nos na Tua estrada,
Que nos leva à salvação.
*
Abençoai todos aqueles,
Que estão sempre a servir,
Amando sem oprimir,
Que sabem administrar,
O que Senhor lhe confiar,
E os irmãos vivem a unir.
*
Espírito Santo de amor,
Iluminai nosso viver,
Faz-nos esclarecer,
Cada passo da estrada,
Nessa nossa caminhada,
Pois, o Céu queremos ver.
24º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pela abolição da pena de morte ⇐ Leituras: Ex 32,7-11.13-14; Sl 50(51),3-4.12-13.17.19 (R. Lc 15,18); 1Tm 1,12-17; 2Cor 5,19; Lc 15,1-32 (mais longo) ou Lc 15,1-10 (mais breve) ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 15,1-32 (mais longo) ou Lc 15,1-10 (mais breve) Meus irmãos e irmãs, o 24º Domingo do Tempo Comum, o segundo Domingo do Mês da Bíblia, nos motiva a contemplar um pequenino aspecto da misericórdia de Deus: a Sua alegria com a conversão de um só pecador. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 15,1-32. No Evangelho de hoje, a Igreja nos oferece todo o capítulo 15 do evangelho de Lucas, o qual nos apresenta a parábola da misericórdia, ou seja, a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido e o filho fiel. As três narrativas, chamadas de parábolas da misericórdia, podem ser lidas como um todo. O pai, o pastor e a mulher, representam Deus. A ovelha perdida se relaciona com o filho perdido e achado. A moeda se relaciona com o filho mais velho. Estas narrações expressam a misericórdia de Deus para conosco. O motivo pelo qual são contadas estas parábolas, está associado às críticas dos fariseus que diziam que Jesus fazia refeições nas casas de pecadores e, ao mesmo tempo, os acolhia. Às vezes nos perdemos como a ovelha, outras vezes, sem que tenhamos muito domínio de nós, somos perdidos como a moeda. Isso em função dos caminhos de nossa existência. Considerando um contexto narrativo, a ovelha perdida pode ser sujeito ou objeto, mas a moeda perdida é um objeto. O pastor só encontra a ovelha quando esta se reconhece perdida, quando ela para de perambular e se afastar do redil. Já a moeda, que é objeto, só pode ser encontrada pela persistência da mulher. Sendo ovelha (sujeito) ou moeda (objeto), precisamos da luz de Deus e da sua Palavra para nos reencontrarmos. E quando somos encontrados, haverá a alegria de outros, pois a experiência da volta para Deus é sempre uma alegria comunitária. A ovelha perdida pode nos lembrar dos momentos em que, por um tempo, saímos da comunhão com o rebanho do Senhor e depois nos damos conta dos erros e queremos voltar porque o Senhor nos reencontrou e nos carregou nos seus ombros. Isso com imensa alegria e muito amor e Ele de volta ao encontro de seu rebanho. Já a moeda nos remete aos momentos de noite escura, quando precisamos que Deus nos ache de qualquer forma, pois ficamos impotentes diante de uma crise de fé. Às vezes não conseguimos encontrar o sentido do caminho e nem nos encontrarmos mesmo estando na casa do Pai. Na narrativa do Pai misericordioso, vemos o quanto é grande a alegria de Deus na volta do seu filho perdido. Assim Deus faz com cada um de nós quando retornamos aos seus braços. Somos sempre bem acolhidos no banquete da vida, na casa do Pai. Isto com cantos de alegria, com o anel da dignidade, vestes e sandálias novas e o abraço de Deus. Outras vezes participamos do amor de Deus na realidade do filho mais velho. Este esteve sempre na casa do Pai, mas quis ficar distante da sua alegria. No retorno do seu irmão, o orgulho tomou conta do seu coração. Mesmo o Pai dizendo que ele estivera sempre na sua casa, mesmo tendo recebido o perdão constante de seu Pai o qual nunca o desprezou e nem o expulsou de sua casa, porque este filho também recebeu a herança. Portanto, o Deus misericordioso que é apresentado nas três narrativas da parábola é o mesmo Deus que diante de Moisés desistiu da punição que havia ameaçado fazer ao povo de cerviz dura (cf. Ex 32,9.14), pois, pela sua misericórdia, permitiu a possibilidade do retorno dos seus filhos para o seu amor e sua graça. Que neste mês da Bíblia possamos iluminar as nossas ações com a Santa Palavra que é luz para os nossos passos e guia na nossa vida de discípulos missionários do Senhor. Ele nos chama em cada Liturgia, em cada encontro com a sua Palavra, Ele nos chama para voltarmos sempre cada vez mais para sua Casa e para o Seu amor e por isso nos abraça na sua alegria de Pai misericordioso. Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ Quando na vida nos percebemos errantes, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, com sua infinita misericórdia, nos ensina sobre a Alegria com a conversão de um só pecador, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Mês da Bíblia 2022 – “O SENHOR, teu Deus, estará contigo onde quer que vás” (Js 1,9) ⇐
⇒ 3a semana: O cerco e a queda das muralhas de Jericó ⇐
Deus Se Alegra, na Sua Misericórdia, com a nossa Volta para os Seus Braços
A Alegria da Volta
E caminhamos por trilhas tão tortuosas,
Quando no abismo chegamos a cair,
Por atitudes e práticas faltosas.
Parar e procurar o que estava perdido,
Voltar um pouco o caminho percorrido,
É a ação mais necessária e corajosa.
*
Reencontrar o que no caminho se perdeu,
Com a luz que vem do eterno amor,
Limpar cada recanto para encontrar a pérola,
Que somente nos vem de Nosso Senhor,
Ele que na alegria nos quer voltando,
Nos acolhe e vai logo nos abraçando,
Por que é misericórdia e vê a nossa dor.
*
Como é bom sentir o abraço do supremo amor,
Que na alegria da volta nos dá o perdão,
Que até nos carrega nos seus ombros santos,
Para nos tirar dos males e da perdição,
E ainda faz festa na nossa chegada,
Porque nossa vida foi restaurada,
Livrou-se das correntes da escravidão.
*
E, agora como ovelhinhas reencontradas,
Ficaremos no rebanho que Ele colocou,
Partilhando a caminhada que Ele ofereceu,
Porque para a vida Ele nos retornou,
E o seu Corpo será nosso alimento,
Para não cairmos nos duros tormentos,
Que, por algum tempo, nos escravizou.
*
A alegria de Deus é nossa salvação,
Ele é Pai de misericórdia infinita,
Sua alegria maior é nos ver voltando,
Pois Ele corre, abre os braços e grita,
Porque vê seu filho que está chegando,
E sem explicações vai logo perdoando,
Oferecendo as joias e roupas mais bonitas.
23º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pela abolição da pena de morte ⇐ Leituras: Sb 9,13-18 (gr. 13-18b); Sl 89(90),3-4.5-6.12-13.14.17 (R. 1); Fm 9b-10.12-17; Sl 118(119),135; Lc 14,25-33 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 14,25-33 Meus irmãos e irmãs, o 23º Domingo do Tempo Comum, do Ano C, o primeiro Domingo do Mês da Bíblia, nos motiva a contemplar mais uma dimensão do discipulado: o desprendimento assertivo em favor do Reino de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 14,25-33. No Evangelho de hoje Jesus nos fala que o verdadeiro discípulo é aquele que responde ao Chamado com as seguintes prioridade: (i) prudência na resposta, (ii) desprendimento em relação à família e aos bens materiais e (iii) a atitude de abraçar a cruz no cotidiano, independente das circunstâncias e contingências. Tais prioridades são próprias do Chamado. Ao aderir o Chamado de Jesus e interiorizar o espírito do Evangelho, cada um deve antes pensar, calcular nas exigências do seguimento. Por isso Jesus nos orienta: “…qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar?” (Lc 14,28). O discípulo também precisa refletir sobre as condições de sua resposta, precisa ser prudente, ter consciência do que assume! O cristão não pode seguir o exemplo do construtor imprudente, do qual nos fala o Evangelho de Lucas. O cristão precisa refletir sobre sua escolha e decisão, para ver se dá conta naquilo que assumiu como vocação, como chamado e para viver isto como missão! Outro tema deste Evangelho é o desprendimento: quando nos desapegamos das pessoas por amor ao Senhor, nos tornamos mais coerentes com o próximo, pois amar a Deus é também amar o irmão, é fazer o bem e evitar o mal, seja em relação ao próximo, seja em relação ao à natureza, na expressão do Papa Francisco, a “casa comum”, é estarmos a serviço por amor e não por carência afetiva ou por imposição. Quando nos apegamos a pessoas, alimentamos uma relação de idolatria, pois colocamos as pessoas no lugar de Deus. Em sua natureza, o cristão deve ter o seu coração livre. Livre dos excessos de coisas que sufocam e desviam do caminho do amor. É claro que sempre precisaremos servir-nos de vários meios para os nossos compromissos de trabalho e de estudo, também para o lazer na nossa vida, porém, nunca estes deverão ser um obstáculo na experiência espiritual e na convivência humana. O Evangelho sempre nos pedirá que o nosso coração esteja livre para Deus, pois é neste sentido que somos livres para nos colocamos de braços abertos diante de nossas escolhas, como sentido e missão para a nossa existência. Também é oportuno refletir que na vida pastoral, na vida eclesial podemos nos apegar ao serviço (ou ministério) como se fossem cargos de nossa propriedade e não da Igreja. Agindo assim haverá o grande perigo de tornarmos a Igreja estéril no crescimento do seu rebanho. Portanto, coloquemos em nossos corações o apelo que o Senhor nos faz para nos esvaziarmos de nós mesmos e seguirmos com o coração livre para ouvir a sua Palavra e acolher o seu Amor. Tenhamos também a consciência e a sabedoria de que desapego faz parte de todos os ministérios da Igreja, pois todos são chamados a abrirem o coração para a experiência do desprendimento, pela pregação do Evangelho. Que neste Mês da Bíblia possamos fortalecer cada vez mais o amor à Sagrada Escritura, através da leitura orante e constante, em vista de nossa permanente conversão e levando ao próximo a alegria dos que seguem o Senhor. Que a nossa alegria brote da Palavra de Deus, pela iluminação do Espírito Santo, como nos ensina o livro da Sabedoria: “Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito?” (Sb 9,17). Amém, amém, amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ Ser cristão é ser discípulo, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina sobre o desprendimento assertivo em favor do Reino de Deus, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Mês da Bíblia 2022 – “O SENHOR, teu Deus, estará contigo onde quer que vás” (Js 1,9) ⇐
⇒ 1a semana: Fidelidade à Lei recebida no deserto ⇐
⇒ 2a semana: Adesão ao povo de Deus pela fé ⇐O Cristão Diante do Amor e da Bondade do Mestre
Ser Cristão, Ser Missionário
Livre e desapegado,
De tudo que o aprisiona,
Não sendo escravizado,
É abraçar também a cruz,
Caminhar na santa Luz,
De Jesus, Ressuscitado.
*
Ser cristão é ir aos outros,
Levando a alegria,
Dos que seguem o Senhor,
Na vida de cada dia,
Deixando um pouco o seu lar,
Firme, sem desanimar,
Na paz e na harmonia.
*
Ser cristão é caminhar,
Com o amor no coração,
Enfrentando desafios,
No trabalho e na missão,
É estar também rezando,
E aos irmãos sempre ajudando,
Num gesto de gratidão.
*
Ser cristão é prosseguir,
Sempre a Palavra escutar,
Para crescer sempre mais,
No seguir, no caminhar,
É crescer na comunhão,
Na alegria com os irmãos,
Sempre, sempre a perseverar.