DOMINGO DA ASCENSÃO DO SENHOR, ANO  C – SÃO LUCAS

 

Leituras: At 1,1-11; Sl 47(46); Ef 1,17-23; Lc 24,46-53

“A Ascensão” (1886-1894), por J. Tissot


Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Vibremos de alegria, na Ressurreição do Senhor

Lc 24,46-53

 

A liturgia deste domingo nos convida a celebrarmos com grande alegria, o “culminar do mistério Pascal”[1], a Ascensão do Senhor como garantia da nossa santidade nele e como certeza de chegarmos também juntos na dimensão celestial, para vivermos eternamente a contemplação de nosso Deus.

Se a ressurreição é a certeza de que em Cristo todos somos chamados à família das pessoas novas, revestidos de plenitude de vida, a Ascensão é a garantia de que contemplaremos a Deus na glória celeste e seremos revestidos de santidade e da beleza divina. A beleza divina pertence àqueles que livremente decidiram seguir o Senhor na escuta da sua Palavra e na vivência da caridade durante a caminhada terrena (cf. Mt 25,34-36).

Podemos lembrar o evangelho de São João quando diz que o “verbo de Deus se fez carne e veio habitar entre nós” (Jo 1,14). Ele desceu do céu para nos mostrar que a santidade e a salvação pertencem a todos que o buscarem, pois não há barreiras de culturas e povos. O Céu é o lugar dos que querem viver o seu amor e que glorificam o seu nome, e todos que seguem este chamado devem dar testemunho desta Boa-Nova no mundo sendo fermento, sal e luz entre os povos.

Nesta liturgia contemplaremos dois textos de São Lucas: primeiro, o que narra a memória do percurso de Jesus na sua missão redentora no mundo (cf. 24,46), e seguindo ainda o mesmo trecho, lemos o pedido de Jesus para que os seus discípulos sejam testemunhas de tudo o que o Senhor fez, pois o Espírito Santo os guiará e assim o Senhor os abençoa e depois se eleva ao céu (cf. 24,48-52). O segundo texto de São Lucas é Atos dos apóstolos, o qual repete com mais detalhes a Ascensão do Senhor e que, de certa forma, complementa a narração sobre experiência da ressurreição de Jesus e a sua subida ao Céu como prova de que Ele nos elevará também ao Reino celestial.

E o que podemos aprender destas narrações? A subida de Jesus ao Céu, não é uma ausência, mas a garantia de que nós estaremos com Ele, um dia, porque o Espírito Santo nos ensinará e nos conduzirá a esta realidade.

A Ascensão do Senhor também significa que Ele está acima de todas as pretensões humanas, por que o seu Reino já começa entre nós, pois somos o seu corpo, templos do Espírito Santo, chamados a celebrar um culto novo como novas criaturas e, desta maneira, vivendo a dimensão das realidades de Deus, para morar também com o Ele.

Podemos citar a segundo leitura, na carta aos Efésios, quando nos fala daquilo que o Senhor nos possibilitará para vivermos a santidade na realidade terrena, mas tendo como meta o Céu: “Que Ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos, e que imenso poder Ele exerceu em favor de nós que cremos, de acordo com a sua ação e força onipotente” (Ef 1,18-19).

Podemos, portanto, meditar sobre a presença do Senhor que sobe ao Céu, mas que ao mesmo tempo é presença viva na sua Igreja terrena, quando, por exemplo, celebramos a Eucaristia, sua presença real no meio de nós, pois no culto à sua Palavra e ao seu corpo antecipamos as realidades celestes, ou seja, vivemos já o céu na terra.

Neste sentido não podemos ficar somente olhando para cima como os apóstolos (cf. At 1,10), mas caminharmos em missão para preparar o Reino do Senhor em nosso meio, vivendo o seu mandamento maior que é o amor e ao mesmo tempo cumprido o seu mandato missionário, por que somos seus servidores responsáveis de levar a sua Palavra ao mundo com a nossa vida, sendo testemunhas vivas da ressurreição.

Encerremos, esta reflexão meditando com o responsório desta liturgia, (Sl 46): “Porque Deus é o grande Rei de toda a terra, ao som da harpa acompanhai os seus louvores! Deus reina sobre todas as nações, está sentado no seu trono glorioso”. Amém.

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[1] CABALLERO, Basílio. A Palavra de cada domingo: Ano C. Apelação [Portugal]: Paulus, 2000. Pág. 116-119.

 

 

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⇒ POESIA ⇐

A caminho do Céu

 

A Caminho do Céu estamos,
Quando o amor vivemos,
Quando o Senhor escutamos,
E seu alimento queremos,
Como discípulos em missão,
Em escuta e em oração,
E ao Senhor nos dobraremos.

A caminho do Céu estamos,
Quando vivemos a comunhão,
E juntos o amor celebramos,
Numa festa de irmãos,
Sendo Paz e alegria,
Na noite e também no dia,
Festejando a união.

A caminho do Céu estamos,
Quando a Palavra é encarnada,
Nas trilhas que caminhamos.
E a vida seja celebrada,
Em clima de serenidade,
Num chão de fraternidade,
Com a fé bem confirmada.

A caminho do Céu estamos,
Quando o nosso bem amado,
Esteja sempre onde estamos,
E nosso ser sempre inflamado,
Das coisas da redenção,
Sendo luz na escuridão,
E os passos por ele guiados.

A caminho do Céu estamos,
Quando nós, corpo do Senhor,
Sinais de vida sejamos,
Semeando sempre o amor,
Sendo o Reino já aqui,
E possamos imprimir,
A face de Nosso Senhor.

 

*** Que a Palavra e a Luz do Ressuscitado ilumine o seu caminho ***