IV Domingo do Advento, Ano A, São Mateus

Leituras: Is 7,10-14; Sl 23(24); Rm 1,1-7; Mt 1,18-24

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⇒ HOMILIA ⇐

Ele está conosco, Ele é nossa salvação

Mt 1,18-24

Na liturgia da Palavra do IV domingo do Advento temos como figuras centrais Maria e José. Eles deram a resposta a Deus em favor da salvação do mundo, quando disseram sim diante do chamado que veio do Céu.

Maria, diante do anjo de Deus, tentou compreender como tudo aconteceria, se ela não convivia com homem algum (cf. Lc 1,34). José, sabendo da gravidez de Maria e não querendo denunciá-la queria abandoná-la em segredo, mas o anjo de Deus lhe encoraja a não deixar sua esposa, porque está nos planos de Deus aquele acontecimento e não nos planos humanos (cf. Mt 1,19-21).

José desperta para o projeto divino e também diz sim (cf. Mt 1,24). Sua esposa gerou no ventre o Verbo que veio comunicar o amor misericordioso de Deus. Esta promessa já era antiga, pois está na primeira leitura, retirada da profecia de Isaías: “Eis que uma virgem conceberá dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7,14).

Deus virá visitar o seu povo para lhe trazer a salvação. Não é necessário mais o intermédio dos profetas, ele ficará conosco, ele próprio vem trazer a redenção do homem, como homem perfeito. José e Maria, figuras principais do presépio, depois de Jesus, foram os acolhedores do Senhor que veio habitar no nosso meio.

José e Maria trouxeram Jesus para nós pela obediência e escuta a Deus. Por causa deles, Cristo está em nosso meio. Jesus está conosco na sua Palavra, na Eucaristia, na assembleia reunida, na simplicidade e na caridade aos irmãos. O Natal é a prova concreta de que Deus veio ficar conosco. A missão de Jesus foi curar as pessoas de suas doenças, fazer os cegos recuperarem a vista, os paralíticos andarem, limpar os leprosos, os surdos ouvirem, os mortos ressuscitarem e os pobres serem evangelizados para poderem entender a vontade de Deus (cf. Mt 11,5).

Precisamos aprender de José e Maria a escuta e a obediência, no silêncio de Deus e no nosso. Os barulhos impedem de escutarmos Deus. Quando lamentamos muito, sem uma reflexão dos significados das situações, há uma dificuldade de entender a vontade divina. Não há, portanto, espaço para Deus falar e agir. José e Maria, inicialmente, tiveram dificuldade de entender o que Deus queria, mas foi pela escuta atenta, pela fé, pelo silêncio e pela obediência que eles se entregaram de forma total ao projeto do Reino.

De Maria aprendemos o dialogar com Deus, perguntar e ficarmos dispostos a ouvir o que ele quer nos falar e nos propor. De José apreendemos a escuta silenciosa e obediente pela fé. Como José, no silêncio e na escuta, e totalmente entregues a proposta desconhecida e incomum de Deus, somos chamados a seguir a orientação que o Senhor nos dá.

Escutar a voz de Deus através das circunstâncias, acontecimentos e pessoas é talvez o grande desafio dos cristãos. O nosso mundo de barulhos e conceitos predefinidos, muitas vezes nos deixam indecisos e marcados pelo medo. Em alguns momentos queremos abandonar a nossa missão, mas o anjo de Deus vem e nos comunica o que ele quer de nós e nos orienta como devemos fazer.

Deus caminha conosco, seu nome é Jesus (Deus salva), ele é Emanuel (Deus conosco). O mundo precisa ser salvo do mal das corrupções, da violência, da falta de comunhão. A luz da salvação deve invadir o nosso coração no lugar das imensas árvores do império do dinheiro e das riquezas materiais que tentam as pessoas a comprarem sem necessidades.

Precisamos reacender o verdadeiro sentido do Natal para que deixemos o menino Jesus nascer em nossas casas, em nossas redes sociais. É preciso deixar de novo que a manjedoura de Belém nos ensine sobre a simplicidade de Deus. Jesus quer nascer em nossos corações, em nosso agir e em nossa missão para que a estrela da noite dos pastores ilumine o mundo. Faz-se necessário colocar a Sagrada Família no centro de nosso lar e de nossa vida.

São Paulo nos exorta dizendo: É por ele (Cristo) que recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé a todos os povos pagãos, para a glória de Deus. Entre esses povos estais também vós, chamados a ser discípulos de Jesus Cristo (cf. Rm 1,5-6). Em meio a tantas distorções do verdadeiro sentido do Natal, precisamos apresentar para o mundo o testemunho da verdadeira festa da encarnação do Verbo de Deus através do nosso discipulado.

***

⇒ POESIA ⇐

O Sim de José

Contemplemos o sim de José,
Que no silêncio respondeu,
Ao chamado do Altíssimo,
A Deus Pai obedeceu,
Foi firme e perseverou,
A Maria muito amou,
E a ela engrandeceu.

José do sim no silêncio,
Homem santo e obediente,
Despertou para o plano divino,
Foi fiel ao Onipotente,
Ao anjo soube escutar,
Só rezando e sem falar,
Calou e seguiu em frente.

Contemplou os sinais do Céu,
Ao lado da sua amada,
Acolheu a Deus criança,
E seguiu a caminhada,
Foi firme e foi fiel,
Adotando o Emanuel,
Foi sua vida abençoada.

Deus veio morar conosco,
Pra trazer a salvação,
Mostrou-nos o amor do Pai,
Seu amor é libertação,
Um Deus humano e divino,
Nos trazendo o destino,
Que é a nossa redenção.

Deus está sempre conosco,
Em todos os nossos momentos,
Nos chamando e enviando,
Dando força e sustento,
E o silêncio de José,
Ensina o caminho da fé,
Quando nos vem os tormentos.

E Maria, mãe do Céu,
Que a Deus se entregou,
Viveu com seu santo esposo,
e com carinho o cuidou,
Os dois viveram a esperança,
Fiéis ao Deus da Aliança,
Que o profeta anunciou.

Seja a Sagrada Família,
O auxílio em nossos dias,
Ensina-nos a obediência,
Pela fé e alegria,
Maria Sacrário Santo,
E José com o seu manto,
Sejam nossa companhia.

Do Altar da Eucaristia,
Jesus vem nos encontrar,
Ele é Pão da união,
Que quer nos alimentar,
Sua Palavra é forte,
Nos tira o medo da morte,
Quando estamos a lutar.

Este é o nosso Deus,
Que não nos deixa sozinhos,
Quer sempre está com a gente,
Ele quer ficar pertinho,
Faz conosco a caminhada,
Quer os pés firmes na estrada,
Mesmo que haja espinhos.

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, filho nutrício de São José, ilumine o seu caminho! ***

III Domingo do Advento, Domingo da Alegria, Ano A

Leituras: Is 35,1-6a.10; Sl 145(146); Tg 5,7-10; Mt 11,2-11

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⇒ HOMILIA ⇐

Esperar com alegria

Mt 11,2-11

Estamos no 3º Domingo do Advento, o altar já está mais iluminado com as três velas da coroa do Advento acessas, os paramentos, neste domingo, podem também ser de cor rosa, pois a alegria se torna mais forte, porque está próximo o grande momento, o grande dia, a celebração da encarnação do Filho do Altíssimo, o Natal do Senhor, Deus que veio ficar perto de nós para nos ensinar sobre o seu amor e sua misericórdia. Está chegando para alegrar o mundo com sua luz e sua mensagem e ação de vida e esperança para todos os povos.

O Evangelho de Mateus (cf. 11,2-11) nos apresenta um cenário de realidades e situações que nos fazem pensar como aconteceu a vinda do filho de Deus: João Batista, já tem notícias dos sinais referentes ao que Jesus anunciou e, por isso, enquanto está prisioneiro, o precursor envia alguns de seus discípulos para certificar-se se é mesmo o Messias que está no meio do povo.

A resposta de Jesus aos mensageiros de João sinaliza a certeza da presença de Deus feito homem no mundo. Pela sua presença e ação “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados.” (Mt 11,5).

Muitos já desfrutaram da ação milagrosa e salvadora do Filho de Deus, porque sentem a realização do Reino em suas vidas. Jesus ainda faz um elogio a João Batista: “Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele.” (Mt 11,11).

O Reino de Deus agora está no meio dos homens, a preparação desta vinda custou a condenação de João Batista, pois assim, também, foi o destino de quase todos os profetas no Antigo Testamento. Os verdadeiros profetas, na caminhada de Israel, foram sempre anunciadores das realidades de Deus, seja da alegria, no anúncio da justiça ou na denúncia da opressão e morte contra o povo.

O profeta Isaías proclama o que irá se cumprir em Jesus: “Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. Germine e exulte de alegria e louvores.” (Is 35,1-2). E os cristãos podem cantar esta realização, pois a salvação já se faz presente por meio de Jesus que trouxe a libertação, a alegria, a justiça, o amor, a fraternidade e a misericórdia em favor de todo o mundo.

São Tiago, na sua carta, nos encoraja a continuarmos firmes nesta espera, como o agricultor, que nos desafios da seca, espera firme o tempo das chuvas para molhar a terra e ver germinar a semente sepultada no chão. E diz ainda que a vinda do Senhor está próxima, por isso é necessário manter-se na espera sem desanimar (cf. Tg 5,7-8).

Viver o Advento, portanto, é fazer a experiência da espera do Senhor em nossas vidas, é querer caminhar com perseverança, alimentados pela Eucaristia, mesmo que os dias sejam de grandes sofrimentos. É ouvir a Palavra, mesmo que os nossos ouvidos estejam um pouco surdos, e muitas vezes poluídos pelos barulhos do mundo que afetam nossas consciências com palavras de desânimo e que destrói o otimismo e a fé. Mas nossa fé e nossa esperança é em Deus que nos enche de alegria, otimismo e paz.

Abençoai Senhor o caminhar do povo de Deus e de tantos irmãos e irmãs que esperam dias de restauração em suas vidas e seus lares. Protegei os que anunciam a verdade do Evangelho da vida e os que mesmo nas perseguições por causa do Reino, como João Batista, permanecem firmes e corajosos. Amém.

***

⇒ POESIA ⇐

A alegria na espera

Onde está a nossa alegria?
Que tanto nós almejamos,
Que na paz a gente busca,
E que em Deus nós esperamos,
A alegria mais completa,
A ânsia da nossa meta,
Que todo dia sonhamos.

Está no canto e nas santas cores,
Nas luzes, nas árvores e no altar,
Nos presépios, nas ruas e praças,
Nas casas, e no nosso lar
Nos corações orantes,
Nas celebrações vibrantes,
Na assembleia a celebrar.

Está também na profecia,
Na palavra viva ecoando,
No caminhar com os irmãos,
Na espera do novo nos alegrando,
No pão do encontro e do amor,
Eucaristia: força e vigor,
A cada dia nos alimentando.

A nossa espera é orante,
Como uma espera de alegria,
Pois já não se tem dúvidas,
Do tempo que se anuncia
Pois o novo esperamos,
Ouvimos e também pregamos,
O Natal, o grande dia.

Sejamos também precursores,
Desta alegria abençoada,
Dos frutos e dos milagres
Da redenção esperada,
Do amor do Deus Menino,
Do louvor que se faz hino,
Que brota da mesa sagrada.

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, testemunha do ministério de João Batista, ilumine o seu caminho! ***

Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora

 

Leituras: Gn 3,9-15,20; Sl 97(98); Ef 1,3-6.11-12; Lc 1,26-38

 

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⇒ HOMILIA ⇐

Um sim para a nossa salvação

Lc 1,26-38

 

A Solenidade de Nossa Mãe Imaculada sempre acontece dentro do tempo do Advento. Maria foi a primeira a viver o advento santo de Nosso Salvador. Ela esperou em Deus, no silêncio, na oração e na serenidade.

Esta verdade de fé, sobre a Imaculada Conceição de Maria, foi declarada pelo Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Dei. No número 41, o Santo Padre declara: “Esta doutrina sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis.”

A Mãe Imaculada nos ajuda a vivermos este tempo litúrgico do advento de forma mais profunda, pois foi por ela e através dela que o mundo pôde conhecer o Salvador esperado, aquele que é salvação para todos. Maria viveu intensamente e de forma particular a espera do Deus Menino. O seu advento foi o mais completo e perfeito, por que ela colocou em Deus toda a sua espera e confiança.

No Evangelho de Lucas (cf. 1,26-38) podemos aprender de Maria como responder a Deus no momento e que Ele nos chama. Nem sempre devemos ser passivos quando o chamado vem, pois faz necessário perguntar com fez Maria: Como acontecerá isso? (cf. Lc 1,34). A resposta divina virá, os caminhos se abrirão, Deus nos falará… E o Mensageiro de Deus, o anjo, falou à Maria: “O Espírito Santo virá sobre você e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra…” (Lc 1,35). Diante do esclarecimento divino, haverá a entrega, a disponibilidade, o “sim” definitivo da Mãe Imaculada, em favor do plano salvador de Deus.

Maria, mãe de Deus e nossa, ensina-nos como proceder na santidade, pois todas as suas ações, a sua escuta e sua resposta fiel ao chamado do Senhor é para nós a direção do caminho ao Céu. Devemos ser fiéis em nossos propósitos quando sentimos que é Deus que nos chama e nos quer colaboradores do seu Reino, quando nos quer discípulos e missionários seus. Devemos dialogar com Deus, quando não o entendemos, deixando que Ele nos fale do seu projeto para nós.

Maria é a Cheia de Graça, frase que a Igreja eternizou e que rezamos todos os dias na oração da Ave Maria, mesmo sem perceber tamanha importância. Nesta frase do Anjo temos a certeza de que Nossa Senhora tem muito a nos ensinar e também interceder por nós com o seu santo amor maternal.

Mulher Santa e Fiel, da concepção até à Cruz, caminhou e esperou cada realização que Deus lhe prometeu, pois esperou no silêncio e na oração, guardando tudo em seu coração, para poder agir na esperança e na confiança. Mãe imaculada, ou seja, sem a mácula do pecado original, porque Deus não poderia se encarnar num ventre com a mancha do pecado, com as fraquezas humanas que muitas vezes dificultam a resposta ao plano Deus.

Sem pecado, Maria, como a nova Eva, esmaga o mal e destrói a desobediência que existiu no início da Criação (cf. Gn 3,15). Imaculada, cuidou do seu filho Santo em Nazaré, caminhou com ele pela Galileia. Como discípula, se tornou também nossa mãe, pois na Cruz o próprio Jesus Cristo nos apresenta para que ela cuide com amor de todos nós.

Que neste Advento possamos interiorizar os sinais que Deus nos mostrar para vivermos como seus servos. Meditar no silêncio, principalmente quando encontramos a Cruz e a sentimos mais pesada do que antes.

Esperar o Natal é sobretudo esperar a coisas novas que nascerão em nossa vida para o nosso bem e para o bem do mundo, pois o menino nasce para todos. Ele vem ao nosso encontro para nos dizer e nos mostrar que Deus tem um rosto como o nosso e quer que o nosso seja igual ao dele. Amém.

 

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⇒ POESIA ⇐

Mulher do sim

 

Visitada pelo anjo,
A escolhida perturbada:
Escuta o mensageiro,
Acolhe-o, desconcertada,
Questiona-o, mas aceita,
E diz sim por ser amada.

Acolherá o Verbo de Deus,
Para o mundo, esperança.
Ele será grande e Justo
Rei diferente em bonança
Reinando para sempre,
Deus fiel da aliança.

A Mulher do sim sem limites,
A Santa e Imaculada,
A Mãe de amor verdadeiro,
A mais pura e amada,
Ensina-nos a perseverança,
E a fé na caminhada.

Esperemos o Senhor,
Aprendendo com Maria,
Perseverando nas lutas
Seja noite ou seja dia,
Mesmo na dúvida e na cruz,
Seja Deus o nosso guia.

Olhando o seu rosto Santo,
Aprendamos sua lição,
De sempre escutar a Deus
Na alegria e na aflição,
Vivendo o santo silêncio,
Pra acolher a salvação.

Mãe de Deus e nossa Mãe,
Cheia da graça divina,
Modelo de santidade,
Que intercede e que ensina,
Que ama e protege os filhos,
Amor que afaga e ilumina.

Que na Santa Eucaristia,
Preparemos um lugar,
Um sacrário em nosso ser,
Pra Jesus poder estar,
Como fez também Maria,
Quando Deus veio nos salvar.

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, concebido da Virgem Maria, ilumine o seu caminho! ***

 

 

I Domingo do Advento, Ano A, São Mateus

 

Leituras: Is 2,1-5; Sl 121(122); Rm 13,11-14; Mt 24,37-44

 

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⇒ HOMILIA ⇐

Esperemos alegres o Senhor que vem!

Mt 24,37-44

 

Com o tempo do Advento iniciamos um novo ano na liturgia da Igreja. Trata-se de um tempo de espera, quando o ambiente da Igreja muda para um clima de espera e vigilância, com as cores roxas nos paramentos e nas alfaias. Próximo ao local do Altar, está a coroa do Advento, na qual, a cada domingo, uma vela é acesa para marcar o nosso caminhar na espera do Senhor que vem. Os cantos também expressam o que estamos celebrando no ritmo diário e semanal. As letras e os refrãos dos cantos deste tempo litúrgico nos introduzem no clima de espera alegre e esperança, pois suas melodias anunciam que algo novo vem e nos alegrará. O Advento é esta espera alegre e confiante no Senhor no caminhar de nossa vida.

Neste primeiro Domingo do Advento, do ano A, acolhemos os textos de Mateus no início da espera vigilante e alegre para nascimento do Menino Deus. Este evangelista escreve para os novos cristãos, vindos do judaísmo. Nesta liturgia podemos ver, primeiramente, que o evangelista nos fala sobre a vinda do Senhor para julgar a terra. O segundo tema é sobre a vigilância, que é a atitude que os cristãos devem ter para esperar a justiça divina.

Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24,42). Ficar atento às nossas atitudes, no que se refere às nossas fraquezas, ao nosso comodismo, egoísmos e a nossa indiferença à Palavra de Deus. Ficar vigilantes é estar preparado para o dia em que o Senhor virá julgar os homens. Não é necessário nos separarmos da realidade em que estamos inseridos, mas continuarmos atentos ao nosso testemunho entre os outros, com as pessoas, pois aqueles que viverão de acordo com a lei de Deus, serão levados para o Senhor na sua glória (cf. Mt 24,40).

Diante destas reflexões não devemos ficar apavorados, com medo, mas fazer a experiência da escuta sempre atenta da Palavra e, ao mesmo tempo, numa atitude de alegre espera, confiando na justiça do Senhor. Devemos caminhar como discípulos que anuncia a esperança num mundo onde a vida nova deverá nascer para todos, certos de que a salvação e o julgamento de Deus virá. Por isso a vida de oração e vigilância caracteriza a nossa preparação para celebrarmos o nascimento de Jesus e, ao mesmo tempo, estarmos atentos a cada momento de nossa vida para a segunda vinda do Senhor.

O profeta Isaías nos faz o convite para vivermos esta alegre espera: Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor” (Is 2,5). Deixar guiar pela luz do Senhor nos dá a segurança e a certeza de que caminhamos para a vida eterna e que estamos iluminados e orientados por sua Lei. Neste sentido, o apóstolo Paulo nos exorta a revestirmo-nos do Senhor Jesus Cristo (cf. Rm 13,11-14). Revestir-se do Senhor é deixar de lado tudo aquilo que tira nossa dignidade e desfigura a nossa imagem de filhos de Deus.

Portanto é na Eucaristia e no encontro com a Palavra que devemos viver o Advento. A penitência e a oração são de suma importância para vivermos bem este tempo litúrgico. No encontro com os irmãos, partilhando o mesmo pão, partilhando também a Palavra e a vida, nas novenas de Natal em família, na reza do Terço e na contemplação do Presépio. Todas estas práticas e atitudes espirituais (e outras mais) nos colocam no clima da espera e da vigilância que o tempo do Advento nos propõe.

Que alegria, quando ouvi que me disseram: ‘vamos à casa do Senhor!’” O salmo 121(122) nos faz compreender que é na casa do Senhor que melhor poderemos aprender sobre a experiência do seu amor e sua misericórdia. Nessa Casa (Igreja) encontramos o alimento completo (Palavra e Eucaristia) e a razão de sermos filhos e imagem do Deus que nos criou e nos quer presentes no seu reino eterno: Amém!

 

 

***

⇒ POESIA ⇐

Espera atenta e ativa

 

Atentos à voz do Senhor
Trazendo-nos a redenção,
A este mundo em conflitos,
Carente de reconciliação
E as dores sufocando
Toda a nossa criação.

 Atentos à Palavra Santa,
Que vem nos comunicar,
A perfeita alegria de Deus
Chegando a nos despertar,
E das trevas nós fujamos,
Firmes sempre a caminhar.

 Atentos à Luz verdadeira,
Clareando o espaço sagrado,
E às flores que perfumam,
O nosso tempo esperado,
Do Verbo que sempre vem,
Nosso Deus muito amado.

 Que vença o amor de Deus,
Em toda a humanidade,
E espalhando o diálogo,
No lugar da maldade
E em todos os corações,
Renasça a fraternidade.

 Pés firmes na longa estrada,
E em nosso bom Senhor,
Que renasça a alegria,
Sem o medo e o rancor,
E que se acenda chama,
Da vida e do esplendor!

 Sejamos também presentes
Do Deus eterno amor,
Supremo, Verbo, vida
Menino, santo e Senhor.
E na santa comunhão,
Esperemos o Salvador.

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o Filho do Homem, ilumine o seu caminho! ***