V DOMINGO DA PÁSCOA, ANO  C – SÃO LUCAS

 

Leituras: At 12,21b-27; Sl 144(145); Ap 21,1-5a; Jo 13,31-33a.34-35

“Cristo lavando os pés dos discípulos” (1305), por Giotto (*1267+1337)


Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Um novo céu e uma nova terra, no amor do Senhor

Jo 13,31-33a.34-35

 

O evangelho do 5º domingo da Páscoa é um texto que não traz uma narrativa pascal, mas nos apresenta a base para vivermos o sentido daquilo que é o fundamento da vida nova em Cristo: o amor. Padre Raniero Cantalamessa[1] nos lembra que o evangelho e a segunda leitura nos apresentam a repetição de uma palavra em comum: o adjetivo “novo”. “Eu vos dou um novo mandamento” (Jo 13,34a) e no Apocalipse teremos: “Vi um novo céu e uma nova terra; Vi a cidade santa, a nova Jerusalém; Eis que faço novas todas as coisas” (21,1-2.5).

A Boa-Nova da ressurreição traz um sentido novo para vida dos que já seguiam o Senhor, e também para todos que foram envolvidos neste acontecimento. Portanto, a grande novidade é o amor que Jesus vive intensa e profundamente, doando-se por amor por toda a humanidade, não apenas pelos que o seguem, mas por todas as nações. Eis a grande novidade: Este amor é que alimentará todos os missionários e missionárias que darão continuidade a obra do Senhor.

Podemos então nos perguntar: O que faz uma comunidade cristã ser sempre nova em sua experiência de encontro com o Senhor e os com irmãos? O que faz uma família ser sempre sinal de alegria e testemunho de Deus no seu ambiente interno e externo? O que nos chama atenção num grupo de jovem que faz a diferença dentro de uma paróquia, nas suas atividades pastorais e na convivência interna? A resposta será obvia: é o amor, o novo mandamento pregado por Jesus. É amor vivido entre os irmãos e irmãs, que faz a novidade na experiência cristã.

Quantas vezes tantas comunidades morreram por já não existir mais o encanto do amor entre os irmãos, substituído pela frieza que apaga a chama da motivação? Quantas famílias são destruídas por causa da ausência do amor que não foi acolhido e vivido no lar? Quantos grupos de segmentos cristãos, jovens, crianças e adultos que param de se encontrar porque existem fortes divergências que não se resolvem por falta do amor fraterno?

Faz-se necessário lembrarmos que existem muitas comunidades, famílias e grupos que são sinais do amor que renova e que anima a Igreja, que motiva e faz ser Reino de Deus, já “aqui-agora”. Novas criaturas que inflamam o coração das pessoas e que são o fermento do amor verdadeiro para o mundo com suas atitudes e práticas evangélicas.

Rezemos por todos nós para que estejamos atentos ao motivo primeiro do nosso seguimento ao Senhor: o amor entre os irmãos. Amor que é diaconia (serviço) e missionariedade na vida da Igreja e no mundo. Rezemos também pelo Santo Padre, o Papa Francisco, pelos bispos, sacerdotes, diáconos, leigos, pais de família e todas as lideranças que estão na caminhada da Igreja, para que encontrem sempre o motivo de sua fé e sigam firmes com o Senhor na proclamação da sua Boa-Nova que nos diz: Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13,34-35).

[1] É o pregador da Casa Pontifícia. Cf. CANTALAMESSA, Raniero. O Verbo se fez carne: reflexões sobre a Palavra de Deus – Anos A, B, C. São Paulo: Ave Maria, 2012.

 

 

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⇒ POESIA ⇐

O novo é o amor

 

Desde que nós existimos,
Lá no início da criação,
Estava lá o amor,
Sendo de tudo a razão,
Para sermos semelhantes,
Naquele tempo e neste instante,
Para nos fazer doação.

Tanto tempo e nada velho,
Pois o amor não envelhece,
É eterno no existir,
Não se enruga, nem desfalece,
Está no início e em nosso tempo,
Ele é tudo, é alimento,
Se germina e refloresce.

Está em nossos encontros,
De partilha e comunhão,
Faz-nos criaturas novas,
No trabalho e na oração,
É o novo mandamento,
De Jesus, é o Testamento,
Pra vivermos como irmãos.

Novo é a vida nova em Cristo,
Doação da vida plena,
Pois o AMOR é infinito,
Que acolhe e não condena,
Aceita nossa liberdade,
Na escolha da verdade,
A caridade ele ordena.

Seguindo por este caminho,
Sempre, sempre renovados,
Ao lado do bem supremo,
Que é o Senhor ressuscitado,
No novo céu vamos chegar,
E o amor nos julgará
E novo sempre nós seremos.

 

*** Que a Palavra e a Luz do Evangelho, do Ressuscitado ilumine o seu caminho ***