Sagrada Família de Nazaré, Jesus, Maria e José, Festa

 

Leituras: Eclo 3,3-7,14-17a; Sl 128(127); Cl 3,12-21; Lc 2,22-40

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

A Sagrada Família nos Ensina sobre a Santidade do Lar

Lc 2,22-40

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da festa da Sagrada Família nos mantém no aprofundamento da encarnação do Verbo de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 2,22-40.

Neste Domingo da Oitava do Natal, nós contemplamos a ida da Sagrada Família ao Templo para a apresentação do menino Jesus. Outros personagens entram na narração: o velho Simeão, que era justo e piedoso, e a profetisa Ana, que já era idosa e ficava dia e noite no Templo pela escuta do Senhor na oração.

O evangelista Lucas nos mostra que Maria e José mantém viva a tradição do então povo escolhido. Eles também trazem os dois pombinhos, a oferta dos mais simples, como a Família de Nazaré.

Outro momento importante desta narração é a presença do velho Simeão, que representa o povo de Israel e a esperada vinda do Salvador. Jesus, nos braços de Simeão, é acolhido pelos judeus que acolheram Jesus como o Cristo, portador da redenção e da esperança.

O coração de Simeão fica alegre por ter visto o Redentor. Na sua profecia as consequências do anúncio que Jesus iria proclamar durante a sua vida terrena, sendo sinal de queda e reerguimento de muitos, além de profetizar que uma espada traspassará a alma da Virgem (cf. Lc 2,34-35). Cristo trará uma mensagem de amor, mas, ao mesmo tempo, denunciará a divisão provocada por aqueles que ignoram a Boa-Nova do Reino e que alimentam a hipocrisia e a opressão contra os pobres.

Já a profetisa Ana louvou a realização da promessa de Deus. Ambos, Maria, José, Simeão e Ana representam o povo de Israel que acolhem o Salvador. Cristo nasce e reina em suas vidas. A eles é dada a missão de proclamar que o Salvador está presente no mundo e que todos devem adorar e escutar a sua voz.

A experiência de sintonia e esperança em Deus fazem com que Simeão e Ana percebem que a criança apresentada não é um recém-nascido comum, mas Deus que se fez carne e veio morar entre nós. O testemunho destes dois personagens santos também nos lembra os padrinhos quando na hora do batismo das crianças recebem em seus braços o afilhado e o apresenta à comunidade de fé.

São Paulo VI[1] nos indica três lições da Família de Nazaré: a primeira é sobre o silêncio o qual faz escutarmos Deus no recolhimento, na meditação e na oração silenciosa; a segunda é sobre a vida familiar e o respeito entre os cônjuges, com e entre os filhos, o exercício do perdão, da harmonia e do zelo pela santidade do matrimônio, exatamente como nos fala a sabedoria do Eclesiástico na primeira leitura desta Liturgia; a última lição é sobre o trabalho, que foi presença no cotidiano de Maria e José, que era carpinteiro e artista e vivia de seu trabalho, como uma atividade de dignidade e não como busca de acúmulo de riquezas.

A família santa nos ensina como construir um lar inspirado no exemplo da casa de Nazaré. Também esse é nosso chamamento. Peçamos ao Espírito Santo que ilumine todas as nossas famílias, para que sejam verdadeiros lugares da presença de Cristo, na santidade e na alegria entre pai, mãe e filhos.

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[1] Liturgia das horas, Domingo dentro da oitava de Natal, Festa da Sagrada Família, p. 382, Vozes, 1999.

 

 

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⇒ POESIA ⇐

Os Ensinamentos da Família Santa

 

Na obediência humana e divina,
Caminha a família santa a nos ensinar,
Carrega nos braços Deus Menino,
Que veio nos resgatar,
Ao Templo santo vem oferecer,
Aquela oferta que deve ser,
Sinal da simplicidade em tudo dar.

A Família Santa nos ensina,
Que silêncio é a melhor atitude,
Para que o lar seja espaço santo,
Presença divina em plenitude,
Lugar de amor e oração,
Da escuta e da contemplação,
O céu na terra e a infinitude.

A Família Santa ensina,
Sobre a vida familiar,
No convívio puro de esposo e esposa,
Que tanto tem a nos ensinar,
No respeito à vida na castidade,
Na obediência e na fraternidade,
No carinho santo a se propagar.

A Família Santa também nos ensina,
Sobre o trabalho e seu valor,
Ação digna que nos faz bem,
Que fez também nosso criador,
Por que a vida é pra ser vivida,
E nossas lutas bem assumidas,
Com paz, justiça e puro amor.

Que a mesa santa traga o alimento,
Para o testemunho de alegria,
De um banquete cheio de união,
Na caminhada de cada dia,
Que o diálogo esteja presente,
E o perdão nunca ausente,
Que seja verdade, a harmonia.

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*** Que a Luz da Família de Nazaré, Jesus, Maria e José, que nos deixa lições valiosas sobre a santidade do lar, ilumine o seu caminho! ***