XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C – SÃO LUCAS

 

Leituras: Am 8,4-7; Sl 112(113); 1Tm 2,1-8; Lc 16,1-13

 

“O administrador desonesto” (1908), por Eugène Burnand

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Os discípulos de Cristo são os adoradores e servidores do único Deus

Lc 16,1-13

 

A Liturgia da palavra deste 25º domingo do tempo comum nos apresenta mais uma parábola de Jesus contada pelo evangelista Lucas (cf. 16,1-13). Esta parábola fala sobre o administrador infiel e esperto. Ele é alertado pelo seu patrão por praticar uma administração desonesta. Este administrador, refletindo sobre a sua demissão, usa uma estratégia para sair desta situação. Ele abre mão do seu lucro e desta forma consegue devolver o dinheiro que é do seu patrão. (cf. Lc 16,5-7).

Jesus elogia a esperteza daquele administrador e fala para seus discípulos: “Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas” (Lc 16,9). Para Jesus, o dinheiro injusto era aquele que os ricos ajuntavam à custa da exploração das pessoas. Porém, este dinheiro poderia ser usado a serviço da caridade e da vida dos pobres. Desta forma, os pobres, os bem-aventurados, poderiam acolher os ricos no Céu, porque estes colocaram suas riquezas a favor dos necessitados. Pois o Céu é daqueles que fizeram o bem e viveram a caridade na sua caminhada terrena (cf. Mt 25,34).

Jesus chama a atenção dos seus discípulos para que sejam fiéis no seguimento a Ele e na missão, pois eles serão administradores dos bens celestes e deverão carregar no coração a honestidade e a verdade da Palavra de Deus.

Na missão, os discípulos de Jesus deveriam também estar atentos com a mesma astúcia do administrador infiel, porém buscando a sabedoria do Espírito Santo para administrarem os bens do Reino. Em nossa caminhada cristã, precisamos também da sabedoria e da coerência, em virtude do nosso testemunho e do serviço ao Evangelho.

Jesus também ensina que o seu discípulo é aquele que é fiel nas pequenas e grandes coisas, as quais são colocadas sobre sua responsabilidade (cf. Lc 16,10). Também para ser discípulo é preciso que este ame a Deus como único Senhor (cf. Lc 16,13). O dinheiro pode ser cultuado como um deus (ídolo) com muitos altares erguidos por todos os lugares, pode ser adorado e confundir o homem na busca do bem maior de sua existência, que é o sentido da sua vida e seu papel no mundo.

O profeta Amós nos apresenta a situação de corrupção que já existia desde os tempos antigos: “E o sábado, para darmos pronta saída ao trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos, e adulterar balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias, e para pôr à venda o refugo do trigo?” (Am 5b-6). Parece que o nosso mundo não mudou. Sempre existiu esta luta entre os filhos das trevas e os filhos da luz.

Hoje temos tantas situações parecidas com o que apresenta Amós, pois as fraudes comerciais, políticas e administrativas são visíveis. Nem sempre o dinheiro é usado a serviço das necessidades básicas e concretização dos direitos os quais as leis nacionais e internacionais exigem que os governantes devam cumpri-las.

Também fiquemos atentos ao que nos ensina São Paulo, na sua primeira carta a Timóteo: “Antes de tudo, recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens; pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador; ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.” (1Tm 2,1-4). A nossa oração pelos que nos governam e o sincero propósito de crescermos na comunhão, na verdade e na honestidade, nos ajudará na construção do Reino de Deus, através do anúncio da Boa-Nova (Evangelho) ao mundo.

 

 

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⇒ POESIA ⇐

Servir somente ao Senhor

Mundo de tantos altares,
Onde o dinheiro é adorado,
Onde tantos estão focados,
Nas coisas materiais,
Tornando-se desiguais.
Como Deus será amado?

Jesus nosso Salvador,
É quem nos traz a lição:
Vivermos sem ambição,
As coisas não adorar,
Mas somente administrar,
Para o bem do nosso irmão.

Servir somente ao Senhor,
Como único e verdadeiro,
Não sendo interesseiro,
Sem o outro corromper,
Mas a ele oferecer,
O Amor como primeiro.

Ser fiel no que lhe cabe,
Saber administrar,
Sem ao outro enganar
Viver com muito cuidado,
Para não ser condenado,
Quando Deus vier cobrar

Deus de amor Ressuscitado,
Curai nosso coração,
Pra não viver a ilusão,
De uma vida enganada,
Guia-nos na tua estrada,
Que nos leva a salvação.

Abençoai todos aqueles,
Que estão sempre a servir,
Amando sem oprimir,
Que sabem administrar,
O que Senhor lhe confiar,
E os irmãos vivem a unir.

Espírito Santo de amor,
Iluminai nosso viver,
Faz-nos esclarecer,
Cada passo desta estrada,
Nessa nossa caminhada,
Pois, o Céu queremos ver.

 

 

*** Que a Palavra e a Luz do Bom Pastor ilumine o seu caminho ***