IV DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C, SÃO LUCAS

Leituras: Jr 1,4-5.17-19; Sl 70(71); 1Cor 12,31;13-1-13; Lc 4,21-30

 

⇒ POESIA ⇐

MARCADOS PELO AMOR

Somente no AMOR,
Somos capazes de caminhar,
Seguir firmemente e sem desanimar,
Caminhar com o coração livre e dizer:
Que a caridade não se deixa vencer,
Pois o nosso julgamento final será pelo amor.
Quando em nós houve o agir acolhedor,
E a esperança nunca a desaparecer!

Somente com o AMOR,
Exalamos o perfume da vida verdadeira,
Vindo da flor que sai da videira,
Vida que segue até eternamente,
Se estendendo com calma e fraternalmente,
Fundamentada na Palavra sempre Viva,
Encarnada e com a unção ativa
Que se cumpre no hoje no povo crente.

Somente no AMOR,
Semeamos também nos gestos de profecia,
Da verdade não aceitada que se anuncia,
Porque a Palavra está na boca dos profetas,
Que falam, agem, motivam e despertam,
Denunciam as mentiras e a injustiças,
Os poderes, opressões e cobiças,
E por isso caminha também em alerta!

Somente no AMOR,
Somos capazes de entender,
Que desde o ventre e ao nascer,
Fomos por Deus, chamados e amados,
A serviço do Reino a ser implantado,
Que se dar na vida e na comunhão,
Na comunidade viva dos irmãos,
No encontro que nos faz congregados.

 

⇒ HOMILIA ⇐

A caridade como chave para o Reino de Deus

Lc 4,21-30

 

O Evangelho deste Domingo é a continuidade da liturgia dominical anterior. O texto do evangelista Lucas inicia exatamente onde terminou no Domingo passado: “Então começou a dizer-lhes: ‘Hoje se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da Escritura’.” (Lc 4,21). Diante da afirmação de Jesus dois grupos tiveram reações diferentes: os que davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca (cf Lc 4,22). E os que ficaram furiosos, que expulsaram da cidade e queria lançá-lo no precipício (cf. Lc 4,28-29).

Este texto nos traz duas reflexões importantes para a evangelização da Igreja nas diversas realidades humanas e culturais. Podemos recordar que diante das palavras de Jesus um grupo ficou admirado e até dava testemunho de Jesus, pois o reconhecia como um conterrâneo seu: “Não é este o filho de José?” (Lc 4,22). Porém outra turma ficou furiosa, pois quando Jesus faz memória da Primeira Aliança lembrando a ação de Deus em favor da viúva em Sarepta e do leproso Naamã que eram de outros povos, justificando que a ação de Deus não está restrita a um grupo de privilegiados, estes os expulsaram e queria assassiná-lo, lançando-o no precipício.

Pois bem, para os cristãos que estão na caminhada evangelizadora levando a Palavra como discípulos missionários, faz-se necessário estar atentos a estas duas realidades do mundo: na pregação sempre haverá os que escutam e ficam até admirados, depois dão testemunhos como seguidores do Senhor. Por outro lado, há os que não aceitam e até matam os profetas da verdade tentando calá-los.

Na primeira leitura lemos sobre o profeta Jeremias: “antes mesmo de te modelar no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei. Eu te constituí profeta para as nações.” (Jr 1,5). Aqui vale frisar a experiência da profecia. Os cristãos são chamados a viverem pela vida e pregarem a experiência de ser, às vezes hostilizado, ignorados ou perseguidos como Jesus.

Meu irmão, minha irmã, você já se sentiu perseguido porque falou verdade, porque denunciou alguma injustiça ou porque se colocou a favor da vida?

E há ainda outra dimensão própria dos cristãos e que Lucas faz questão de frisar nos seus textos: a universalização da Palavra. Ou seja, inicialmente, todos são destinatários da salvação, dentro da sua liberdade e possibilidade de aceitar ou não.

Quando se fala das nações é exatamente neste sentido da Palavra dirigida a todos os povos e não somente a Israel. Percebemos então que já havia uma mensagem da Palavra de Deus através dos profetas que fomentava a universalização da libertação esperada pelos hebreus, porém dirigida a todas as nações.

Por fim, é importante meditarmos sobre a carta de São Paulo aos coríntios: “atualmente permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade.” (1Cor 13,13). Neste versículo temos a compreensão da base da vivência cristã, seja na evangelização ou nas ações sociais. Tudo o que fazemos deve ser fundamentado no amor com sentido caritas, pois sem este fundamento nossa pregação fica vazia e nossa ação será apenas uma filantropia fria e sem compromisso com o outro.

Peçamos as luzes do Espírito Santo para que ilumine nosso coração e nossa mente para entendermos o sentido principal do nosso ser cristão. Fiquemos com a máxima de São João da Cruz: “Pois ao entardecer do meu mortal viver serei julgado pelo amor.” Amém

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