6º Domingo do Tempo Comum, Ano A, São Mateus

 

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» Lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33)

 

Leituras: Eclo 15,16-21 (gr. 15-20); Sl 118(119),1-2.4-5.17-18.33-34 (R. 1); 1Cor 2,6-10; cf. Mt 11,25; Mt 5,17-37 (mais longo); Mt 5,20-22a.27-28.33-34a.37 (mais breve)

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

 

A Lei verdadeira, além da letra

Mt 5,17-37 (mais longo); Mt 5,20-22a.27-28.33-34a.37 (mais breve)

 

Meus irmãos e minhas irmãs, a Liturgia do 6º Domingo do Tempo Comum, Ano A , nos motiva a contemplarmos Cristo como fonte da Lei perfeita. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 5,17-37 (o texto mais longo) ou em Mt 5,20-22a.27-28.33-34a.37 (o texto mais breve), sendo que é uma sequência do Domingo passado e ainda no contexto do Sermão da Montanha (cf. Mt 5,1-7,29).

Após falar para os discípulos que eles são sal da terra e luz do mundo, o Senhor Jesus apresenta as exigentes orientações sobre o cumprimento da Lei, a qual deve ser vivida além a letra.

Havia uma grande divergência entre os grupos da época no que se refere a relação entre a Lei de Moisés e os profetas. No entanto, o Senhor Jesus ensina a plenitude da Lei segundo a vontade do Pai. E o seguimento a Jesus faz com que as pessoas superem toda a formalidade da Lei, que, em sua interpretação fundamentalista, representava um fardo para os pobres, os quais não tinham condições de observar tantas normas, o que representava um privilégio para os mestres da Lei, guardiões de um código como mais de seiscentas normas.

Os discípulos precisarão aprofundar o novo mandamento de Jesus como meta para vivenciar a exigente experiência de caminhada com o Senhor. A justiça dos discípulos tem que ser maior do que a dos mestres da Lei. Caso contrário, não entrarão no reino dos Céus (cf. Mt 5,20).

A justiça dos fariseus e dos mestres da Lei fundamentava-se, sobretudo, na justiça dos homens e na letra da Lei. Faz-se necessário uma complementação. Por isso, o Senhor Jesus não veio abolir Lei, mas aperfeiçoa-la. O ensinamento do Mestre é sobre a plenitude da Lei, preceito que liberta o ser humano através do amor e da misericórdia divina, porque, como reza o salmista nesta Liturgia, é “feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo” (Sl 118/119).

O Senhor Jesus cita alguns dos mandamentos da Lei de Moisés para explicar e motivar os discípulos e, também o povo, a avançarem na compreensão destes preceitos. A Lei é necessária, mas precisa ser vivida além do formalismo e da obrigatoriedade.

Portanto, não basta “não matar”, é preciso evitar as maldades que levam à morte. Faz-se necessário que as pessoas vivam como irmãos, numa fraternidade solidária, no perdão e na justiça. Não só evitando o ódio e a discórdia entre si, mas buscando a concórdia.

O Senhor Jesus também cita o 9º mandamento, o de não desejar a mulher do próximo (cf. Mt 5,27). O adultério, naquele contexto, era resultado do desejo de posse sobre a mulher, fruto de uma sociedade em que o poder era ocupado apenas pelos homens. Portanto, uma sociedade machista.

Ao cristão de hoje, é necessário entender que o perdão, o respeito, a fidelidade e a igualdade de dignidade entre homem e mulher é uma atitude de amor que se cumpre a Lei do Senhor.

Quanto ao jurar falso (8º mandamento), o Mestre pede que se alargue a vivência deste mandamento, fundamentado na verdade, na integridade, na honestidade e na ética, porque a falsidade não é somente quanto a Lei, mas na ausência da dimensão total da pessoa que vive em sintonia com a Palavra do Senhor.

Portanto, irmãos e irmãs, os que querem viver de acordo com a Lei perfeita, devem abraçar a sabedoria de Deus, devem escolher a vida e o bem como nos fala o livro do Eclesiástico [15,19(18)]: “a sabedoria do Senhor é imensa, ele é forte e poderoso e tudo vê continuamente”. E ainda nos diz São Paulo, na sua Primeira Carta aos Coríntios: “o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu” (1Cor 2,9).

Que o Senhor nos abençoe e o seu Espírito nos ensine a vivermos a Lei que supera todas as regras e os códigos humanos, a Lei mais completa e mais perfeita: a Lei do amor, que tudo supera e que tudo suporta (cf. 1Cor 13,4-10). Amém.

 

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⇒ POESIA ⇐

A Lei perfeita

 

SA Tua Lei, Senhor,
É lei perfeita,
Vem do alto para nos santificar,
É uma luz que não se apaga,
O amor perfeito a nos orientar
Sinal divino a nos iluminar.
*
A Tua Palavra, Senhor,
É verdadeira,
Não há contradição e nem falsidade,
É pura, plena e abrangente,
Conselho perfeito para a santidade,
Ensinamento de lealdade.
*
Tua Palavra, Senhor,
É liberdade,
Não se impõe e nem quer oprimir,
Está além da letra e do moralismo,
Quer nos ensinar e nos redimir,
Orientando o caminho a prosseguir.
*
Tua Palavra, Senhor,
E só bondade,
Orienta a vida com nossos irmãos,
São preceitos santos e preciosos,
Fazendo-nos discípulos em missão,
Pelo “sim” de verdade à salvação.
*
Tua Palavra, Senhor,
É a Lei maior,
Maior que nossas tantas ambições,
Além de nossos desejos e interesses,
Porquê não nos causa decepções,
E ainda habita nossos corações.
*
Tua Palavra, Senhor,
É Encarnação,
Vida concreta em cada dia,
Que nos educa para a irmandade,
É Banquete santo de alegria,
É encontro de paz, é Eucaristia.

 

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“O sermão das bem-aventuranças”, de J. Tissot (1836-1902). In <https://www.brooklynmuseum.org/opencollection/objects/13418>. Imagem da rosa: In <gratispng.com/png-uj22en>

 

⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, a fonte da Lei perfeita, ilumine o seu caminho!