⇒ Ano “Família Amoris Lætitia” (2021/2022) ⇐ Leituras: At 10,34a.37-43; Sl 118(117); Cl 3,1-4; Jo 20,1-9 ⇒ HOMILIA ⇐ Jo 20,1-9 Meus irmãos e irmãs, eu vos desejo uma feliz e abençoada Páscoa! A Liturgia do Domingo da Ressurreição do Senhor, neste Ano “Família Amoris Lætitia”, nos motiva a contemplar a alegria do Aleluia e do Glória que, desde a Vigília do Sábado, ontem, se estenderá até o Pentecostes por cinquenta dias como sendo um único dia. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 20,1-9, passagem que é sequência do Evangelho da Sexta-feira da Paixão e que está situada na terceira e última parte do Evangelho Segundo são João intitulada “A hora de Jesus. A Páscoa do Cordeiro de Deus” (cf. Jo 13,1-21,25). Nesta Liturgia, Nosso Senhor ainda está na mansão dos mortos. Segundo a dimensão litúrgica de antiga tradição do séc. IV, Ele entrou, como que numa procissão de entrada, e portando a cruz vitoriosa com o reconhecimento dos que lá estavam conduzindo-os ao um banquete preparado para receber os cativos resgatados da mansão dos mortos.(1) Maria Madalena, marcada pelo sofrimento e pela morte de Jesus, vai, antes do sol raiar, tratar do Corpo de Nosso Senhor e encontra o túmulo vazio (cf. Jo 20,1). Leva a notícia aos outros discípulos, sendo, no Evangelho desta Liturgia, a primeira a anunciar o grande acontecimento. Os discípulos, ainda atordoados pelos acontecimentos, não conseguiram vislumbrar a grande dádiva de Deus. Tudo era muito novo, muitas coisas precisavam acontecer para que eles vivessem a certeza da Ressurreição do Senhor. Aquela manhã, a do primeiro dia da semana, ficará marcada no coração dos discípulos e discípulas como sendo o Dies Domini, Domingo, que quer dizer Dia do Senhor. É o dia em que se consolida a fé na Ressurreição, porque o Discípulo Amado viu, acreditou e disseminou esta certeza (cf. Jo 20,8) e a força do Ressuscitado se espalhará por todos os cantos. A fé agora será amadurecida na caminhada dos seguidores de Cristo até ao ponto de testemunharem sem medo tudo o que aconteceu. Alimentados da esperança e pela certeza, os discípulos enfrentarão o mesmo destino do Senhor: serão perseguidos, caluniados e martirizados, mas encontrarão a ressurreição e a vida eterna. Se fortalecerão na comunidade reunida com a presença da Santa Mãe de Deus. Pedro e os outros discípulos anunciarão a verdade da Ressurreição como vimos na primeira leitura de hoje: “… Eles o mataram, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. Ele nos mandou proclamar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos” (At 10,39-42). Somos os herdeiros desta mensagem quando nos reunimos para o encontro com a Palavra viva e com a Eucaristia, nutrientes para o nosso caminhar na nossa peregrinação terrestre. Assim, somos despertados para uma nova vida que se constitui a cada momento, a cada desafio vencido, a cada graça ofertada por Deus. A fé que temos no Senhor foi consolidada naquela madrugada de Madalena e dos outros discípulos. Somos também discípulos missionários que devem levar a mensagem de esperança e de vida nova todo o mundo. Precisamos buscar o Ressuscitado na oração, no jejum e na esmola. Cristo, o Ressuscitado, é a Eucaristia que devemos receber com o coração purificado pela confissão dos nossos pecados – e aqueles que não podem receber a Eucaristia, que estejam com o coração puro de malícias e maledicências. Na celebração eucarística devemos, como disse são Paulo na segunda leitura de hoje, nos esforçar para “… alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus…” e aspirar “… às coisas celestes e não às coisas terrestres.” (Cl 3,1-3). Que nesta caminhada pascal possamos semear a verdade esperançosa e alegre, num mundo carente do amor do Pai e marcado pelas dores e mortes das pandemias, das guerras e das injustiças. E que a cada dia também possamos amadurecer a nossa fé no Ressuscitado que nos faz novas criaturas. Sigamos em frente e meditemos neste período de cinquenta dias que se seguem, celebrando-os como sendo um, e cantemos confiante: “Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e n’Ele exultemos!” [Sl 118(117)]. Finalmente, peçamos a Nossa Senhora, que sempre se fez mãe dos filhos no Filho, que ela interceda por nós para que possamos ser entender tudo aquilo que Deus quer que entendamos. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ ⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos dá a vida eterna, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelos profissionais de saúde ⇐
Animados e Iluminados pela Ressurreição de Cristo
(1) Cf. LITURGIA DAS HORAS. De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo: A descida do Senhor à mansão dos mortos. Disponível em: <https://liturgiadashoras.online/quaresma/SabadoSanto>. Acesso em: 6 mar 2020.Quem Ama Chega Primeiro
Por amor e pela esperança,
Madalena vai correndo,
Cheia de uma novidade,
Que está lhe preenchendo,
Volta do túmulo vazio,
Madrugada em vento e frio,
Coração se aquecendo.
*
Primeira anunciadora,
De Jesus Ressuscitado,
Vai dizer aos seus irmãos,
Sobre o túmulo arrebentado,
Precisa se refazer,
Para poder entender,
O que Deus tem realizado.
*
A mensagem é semeada,
Junto aos outros irmãos,
Aos poucos se espalhando,
Por Pedro e também por João,
Cristo trouxe a vida nova,
Túmulo vazio é a prova,
Da santa Ressurreição.
*
Há um amor que motivou,
Ao Discípulo em seu correr,
Pois o amor chega primeiro,
E não se deixa esmorecer,
Sem medo ele segue em frente,
Sendo de Pedro o primado evidentemente
Sem dúvida a lhe preencher.
*
O amor do Discípulo Amado,
A muitos encorajou,
Fez Pedro chegar à frente,
Mesmo que ao Mestre negou,
Pois foi o amor e a fé,
Que fez Pedro ficar de pé,
Com coragem continuou.
*
Compreender a vida nova,
No caminhar do dia a dia,
Aceitar outra maneira,
Pra seguir a nova via,
A morte não tem mais poder,
Basta seguir e também crer,
Na paz e na alegria.
*
Somos também seguidores,
De Cristo Ressuscitado,
Seguimos a nova vida,
Com o nosso Deus amado,
Que se fez nosso Alimento,
Na alegria e sofrimento,
Caminhando ao nosso lado.
*
O encontro com os irmãos,
Faz sair da madrugada,
Para abraçar a luz completa,
E a vida iluminada,
Pois Cristo que se faz clarão,
Na Palavra e Comunhão,
E a assembleia renovada.
* * *
Tag: Discurso de Pedro em casa de Cornélio (cf At 10 vers 34-43)
Festa do Batismo do Senhor, Ano C, São Lucas
⇒ Ano “Família Amoris Lætitia” (2021/2022) ⇐ Leituras: Is 42,1-4.6-7; Sl 29(28); At 10,34-38; Lc 3,15-16.21-22 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 3,15-16.21-22 Meus irmãos e irmãs, neste Ano “Família Amoris Lætitia”, o Batismo do Senhor, evento litúrgico que encerra o Natal e abre o Tempo Comum, nos motiva a contemplar o Batismo de Cristo como o início da Sua vida pública e fortificador do nosso Batismo. Nesta Liturgia, Jesus está no rio Jordão, às portas de Jericó e nas proximidades do Mar Morto, em Betânia (cf. Jo 1,28) ou de Bethabara, que quer dizer “Casa do Deserto”. Betânia esta que é diferente de onde moravam os irmãos Lázaro, Marta e Maria, próxima de Jerusalém. A Festa do Batismo do Senhor nos apresenta um diferencial litúrgico, pois os textos das leituras e do salmo são os mesmos nos três anos, mas o Evangelho de cada ano acompanha o respectivo evangelista e as todas três passagens evangélicas estão situadas no contexto da preparação do ministério de Jesus. O evangelista Lucas nos apresenta a expectativa do povo referente ao Batista. No entanto, o próprio João faz a distinção entre o seu batismo e o de Jesus. Ele diz: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo.” (Lc 3,16). O mesmo Espírito que falou pelos profetas, também marca o início da missão de Jesus e nos faz nascer em Pentecostes a Igreja e sua missão. A Festa do Batismo do Senhor também é chamada de “pequeno Pentecostes do Ciclo do Natal”(1). Fiquemos atentos para os detalhes do Batismo de Jesus: estava em oração, o Céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba. “E do Céu veio uma voz: ‘Tu és o meu Filho; eu, hoje, te gerei!’.” (Lc 3,22). A oração de Jesus é a Sua proximidade com o Pai e a pomba nos lembra a Arca de Noé, aquela pomba que é portadora, com um ramo de oliveira, da mensagem de nova vida na terra (cf. Gn 8,11-12). A voz do Pai unge o Filho para o início de Sua missão. Nesta narração também temos a manifestação plena da Trindade. Jesus é o servo profetizado por Isaías: “Pus sobre ele o meu Espírito, ele trará o direito às nações.” (Is 42,1). Esta missão está bem detalhada nos Atos dos Apóstolos: “Ele passou fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo diabo, porque Deus estava com Ele.” (At 10,38). Esta Liturgia, portanto, nos faz refletir sobre a vivência do nosso batismo. É a Trindade Santa que, uma vez marcando a nossa entrada para o novo povo de Deus, estará sempre na nossa missão inseridos na morte e na Ressurreição do Senhor. E, conduzido pelo Espírito Santo, continuemos firmes na nossa vida familiar e na evangelização, nos círculos e reuniões pastorais e, sobretudo, vivendo a Eucaristia, que é centro da nossa vida de batizados, como Igreja peregrina em busca do Céu. Por fim, roguemos a Nossa Senhora, Mãe do Salvador, que ela interceda por nós e que possamos receber o Espírito Santo e assim nascermos “da água e do Espírito” (CIgC 1238) e tornarmo-nos “ ‘uma criatura nova’ e um filho adotivo de Deus” (CIgC 1269). Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a contemplar o Batismo de Cristo como o início da Sua vida pública e fortificador do nosso Batismo, ilumine o seu caminho! ⇐
O Batismo do Senhor e o nosso Batismo
(1) Cf. BECKHÄUSER, Frei Alberto. O Ano Litúrgico: Com Reflexões Homiléticas para cada Solenidade, Domingo e Festa do Senhor. Petrópolis: Vozes, 2016. p. 84-86.Batizados para o Reino
Como um mergulho na vida de Cristo,
Sem sabermos o tamanho desta realidade,
Somos chamados a amar de verdade,
Num caminhar de discípulos amados,
Pela alegria imensamente inundados,
E na convicção da nossa santidade.
*
Filhos do mesmo Pai misericordioso,
Nossa fonte da eterna Criação,
A Ele também nossa adoração,
Como irmãos na mesma caminhada,
Num olhar de vida contemplada,
Alegres pela vida em missão.
*
Guiados pelo Espírito de amor,
Ao receber a Sua santa unção,
Que nos alegra pela Sua inspiração,
Que conduz na nossa longa estrada,
E nos fortalece nas nossas jornadas,
Ajudando-nos na nossa santificação.
*
Batizados para formar comunhão,
Para sermos sinais para a humanidade,
Sendo ação na fé e na caridade,
Seremos do Reino, continuadores,
Discípulos de Cristo, evangelizadores,
Nas mais diversas realidades.
*
Trindade Santa, Deus de amor,
Fazei conosco comunhão,
Fortalece-nos na oração,
Para do Batismo não desanimar,
Mas cada vez mais fortificar,
Nossa gratuita filiação.
VI Domingo da Páscoa, Ano B, São Marcos
*** Ano de São José (2020/2021) ***
Leituras: At 10,25-27.34-35.44-48; Sl 98(97); 1Jo 4,7-10; Jo 15,9-17
⇒ HOMILIA ⇐
O Amor e a Alegria no Senhor
Jo 15,9-17
Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do VI Domingo da Páscoa, neste Ano de São José, nos motiva a contemplar Jesus Cristo, o enviado do Pai, que ama plenamente os ramos da Videira, que é Ele mesmo. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 15,9-17, sequência do Domingo passado.
Nesta Liturgia, o evangelista João nos apresenta o amor em três dimensões: o amor de Deus pelo Filho, o amor do Filho por nós e o conselho para os cristãos que vivam o amor plenamente. No entanto, o amor que emana de Deus desafia a nossa compreensão. Deus tem manifestado seu amor desde o princípio da Criação, Ele nos amou primeiro. Jesus Cristo, o Filho, nos mostrou esse amor com face humana, olhou nos nossos olhos, tocou e purificou muitos e foi tocado pelos movidos pela fé. Jesus nos deixou uma comunidade de fé.
É nesta comunidade que nos reunimos, conforme o ritmo de cada membro do povo de Deus, em torno das mesas da Palavra e da Eucaristia e, sem barreiras de idiomas ou de cultura, bebemos e comemos o mesmo alimento, orgânico e espiritual. E nesta experiência de caminharmos com Jesus, se formos aceitos como amigos dEle (cf. Jo 15,5), devemos nos amar e viver este testemunho, para que o mundo veja a beleza do amor que existia entre os primeiros cristãos quando mostraram para o mundo a experiência da partilha e da caridade, colocando tudo em comum (cf. At 2,44). Como percebemos nossa relação de comunidade cristã, amigos do Senhor? Como está a partilha do nosso pão e da nossa vida cotidiana?
O conceito de amor do nosso tempo é exuberante em imagens e pobre de sentido, além de querer comprar algo para suprir alguma carência. Diferente do amor cristão que tem como fonte o sangue e a água do lado de Cristo e é pleno de imagem e de sentido, além de ser fonte de misericórdia.
O amor de mãe é a expressão mais concreta deste amor que Jesus nos fala hoje, nesta Liturgia, pois é um amor de sentimento e de afeto, mas também é uma experiência de entrega consciência da missão. É um amor que independe da resposta dos filhos, pois antes do filho amar, a mãe já amou primeiro e não espera retribuição.
O Senhor nos pede para guardar o seu mandamento e persistir no seu amor (cf. Jo 15,10). São tarefas dos amigos de Jesus, para que a nossa alegria seja plena da presença da vida. Permanecer no amor… Até que ponto conseguimos permanecer nos nossos propósitos de caridade, de doação de nossa vida, de projetos a favor dos que precisam, como fez Jesus?
O Senhor deseja que permaneçamos no seu amor e com isso possamos manter o projeto que Cristo pregou e viveu entre nós. Ele passou a vida fazendo o bem, disse o apóstolo Pedro (cf. At 10,38), que compreendeu que o amor de Cristo Ressuscitado também está para todos os homens e mulheres. E diz ainda mais São Pedro: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas” (At 10,34).
Que neste mês de maio e neste dia das mães, Nossa Senhora, a mãe de todas as mães e mãe de todos os homens, nos ensine o valor do amor de Deus em nossas vidas. O Senhor que nos escolheu para sermos seus amigos nos ajude a permanecermos no seu amor e na sua alegria, como nos fala o salmista: “Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai”. Busquemos e vivamos a alegria do Evangelho no lugar da tristeza das guerras, do medo, do ódio e das desesperanças.
***
⇒ POESIA ⇐
Um Amor que Vem Primeiro
Olho para o Senhor,
E vejo que ele me escolheu,
Para ser seu amigo,
Para permanecer no seu amor,
E viver todo o esplendor,
E por isso no seu caminho eu sigo.
Olho para o Senhor,
E vejo o seu mandamento,
Que é um amor perfeito,
Que está além dos meus desejos,
Dos interesses que tenho e vejo,
Grande, abrangente e sem defeito.
Olho para o Senhor,
E vejo que a sua alegria é plena,
Porque traz vida e esperança,
Que não deixa nossas forças cair,
Nem no caminho a gente desistir,
Por que com Senhor ninguém se cansa.
Olho para o Senhor,
E vejo que ele nos quer amando,
Entre todos como irmãos,
Sem o rancor de outro dominar,
Nem na sua frente passar,
Querendo ser o seu patrão.
E vejo ainda que o Senhor,
Tem um amor de Pai e Mãe,
Ele está no início do meu existir,
Por primeiro nos amando,
Por isso está nos chamando,
Para com Ele prosseguir.
Olho e vejo o Seu banquete,
Que é para nós a Festa,
Repleta de forte alegria,
Que chama para partir o pão,
Que mata a fome e a solidão,
Restaurando a vida em harmonia!
.
***
*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o enviado do Pai que ama plenamente os ramos da Videira, ilumine o seu caminho! ***
Domingo da Páscoa do Senhor
Leituras: At 10,34a.37-43; Sl 118(117); Cl 3,1-4; Jo 20,1-9
⇒ HOMILIA ⇐
Animados e Iluminados pela Ressurreição de Cristo
Jo 20,1-9
Meus irmãos e irmãs, eu vos desejo uma feliz e abençoada Páscoa. O mistério pascal da Liturgia do Domingo da Ressurreição nos motiva a contemplar a alegria do Aleluia e do Glória que, desde a Vigília do Sábado, se estenderá por cinquenta dias como sendo um único dia. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 20,1-9.
Maria Madalena, marcada pelo sofrimento e pela morte de Jesus, vai, antes do sol raiar, tratar do Corpo de Nosso Senhor e encontra o Túmulo Vazio (cf. Jo 20,1). Leva a notícia aos outros discípulos, sendo, no Evangelho desta Liturgia, a primeira a anunciar o grande acontecimento.
Os discípulos, ainda atordoados pelos acontecimentos, não conseguiram vislumbrar a grande dádiva de Deus. Tudo era muito novo, muitas coisas precisavam acontecer para que eles vivessem a certeza da Ressurreição do Senhor.
Aquela manhã, a do primeiro dia da semana, ficará marcada no coração dos discípulos e discípulas como sendo o Dies Domini, Domingo, que quer dizer Dia do Senhor. É o dia em que se consolida a fé na Ressurreição, porque o discípulo amado viu, acreditou e espalhou esta certeza (cf. Jo 20,8) e a força do Ressuscitado se espalhará por todos os cantos. A fé agora será amadurecida na caminhada dos seguidores de Cristo até ao ponto de testemunharem sem medo tudo o que aconteceu.
Alimentados da esperança e pela certeza, os discípulos enfrentarão o mesmo destino do Senhor, serão perseguidos, caluniados e martirizados, mas encontrarão a ressurreição e a vida eterna. Se fortalecerão na comunidade reunida com a presença da Santa Mãe de Deus.
Pedro e os outros discípulos anunciarão a verdade da Ressurreição como vimos na primeira leitura de hoje: “… Eles o mataram, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. Ele nos mandou proclamar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos” (At 10,39-42).
Somos os herdeiros desta mensagem quando nos reunimos para o encontro com a Palavra viva e com a Eucaristia, nutrientes para o nosso caminhar na nossa peregrinação terrestre. Assim, somos despertados para uma nova vida que se constitui a cada momento, a cada desafio vencido, a cada graça oferecida por Deus. A fé que temos no Senhor foi consolidada naquela madrugada de Madalena e dos outros discípulos. Somos também discípulos missionários que devem levar a mensagem de esperança e de vida nova todo o mundo.
Precisamos buscar o Ressuscitado na oração, no jejum e na esmola. Cristo, o Ressuscitado, é a Eucaristia que devemos receber com o coração purificado pela confissão dos nossos pecados – e aqueles que não podem receber a Eucaristia, que estejam com o coração puro de malícias e maledicências. Na celebração eucarística devemos, como disse São Paulo na segunda leitura desta Liturgia, nos esforçar para “… alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus…” e aspirar “… às coisas celestes e não às coisas terrestres.” (Cl 3,1-3).
Que nesta caminhada pascal possamos semear a verdade esperançosa e alegre, num mundo carente do amor do Pai e marcado pelas dores e mortes desta pandemia. E que a cada dia também possamos amadurecer a nossa fé no Ressuscitado que nos faz novas criaturas. Sigamos em frente e meditemos neste período de cinquenta dias que se seguem, celebrando-os como sendo um, e cantemos confiante: “Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!” (Sl 118/117).
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⇒ POESIA ⇐
Quem Ama Chega Primeiro
Pelo amor e a esperança,
Madalena vai correndo,
Cheia de uma novidade,
Que está lhe preenchendo,
Volta do Túmulo Vazio,
Madrugada em vento e frio,
Coração se aquecendo.
Primeira anunciadora,
De Jesus ressuscitado,
Vai dizer aos seus irmãos,
Sobre o Túmulo Arrebentado,
Precisa se refazer,
Para pode entender,
O que Deus tem realizado.
A mensagem é semeada,
Junto aos outros irmãos,
E aos poucos se espalhando,
Por Pedro e também por João,
Cristo trouxe a vida nova,
Túmulo Vazio é a prova,
Da santa Ressurreição.
Há um amor que motivou,
Ao discípulo em seu correr,
Pois o amor chega primeiro,
E não se deixa esmorecer,
Sem medo ele segue em frente,
Sem dúvida a lhe preencher.
O amor do Discípulo Amado,
A muitos encorajou,
Fez Pedro seguir em frente,
Mesmo que ao mestre negou,
Pois foi o amor e a fé,
Que fez Pedro ficar de pé,
Com coragem continuou.
Compreender a vida nova,
No caminhar do dia a dia,
Aceitar outra maneira,
Pra seguir a nova via,
A morte não tem mais poder,
Basta seguir e também crer,
Na Paz e na Alegria.
Somos também seguidores,
De Cristo ressuscitado,
Seguimos a nova vida,
Com o nosso Deus amado,
Que se faz nosso alimento,
Na alegria e sofrimento,
Caminhando ao nosso lado.
O encontro com os irmãos,
Faz sair da madrugada,
Para abraçar a luz completa,
E a vida iluminada,
Pois Cristo que se faz clarão,
Na Palavra e comunhão,
E a assembleia renovada.
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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos dá a vida eterna, ilumine o seu caminho! ***
Festa do Batismo do Senhor, Solenidade
Leituras: Is 42,1-4.6-7; Sl 29(28); At 10,34-38; Mc 1,7-11
⇒ HOMILIA ⇐
Cristo Mergulha em nossa Humanidade
Mc 1,7-11
Meus irmãos e irmãs, nesta festa do Batismo do Senhor Cristo mergulha em nossa humanidade. E o mistério pascal nos mantém, encerrando o Tempo do Natal, na proximidade da fonte da revelação misteriosa da encarnação de Deus. O Evangelho desta Liturgia está em Mc 1,7-11.
Com esta Liturgia, a Igreja encerra o Tempo do Natal, em que vivenciamos a alegria e o acolhimento do Menino Deus e pudemos também receber o ensinamento sobre a encarnação do Verbo. Por outro lado, a Liturgia a aponta para a primeira etapa do Tempo Comum, para viver a escuta da Palavra e aprender sobre o anúncio do Reino. Assim, o Espírito continua soprando onde quer e como quer (cf. Jo 3,8).
Inicialmente podemos nos perguntar se era necessário que Jesus fosse batizado por João. O batismo de João era necessário, pois significa “a manifestação pública de sua adesão ao Pai e a missão que lhe foi confiada, como Filho amado e fiel”[1]. O Menino adorado pelos pastores e pelos magos do Oriente agora, adulto, é apresentado ao mundo com a sua missão. O céu se abre para apresentar o Filho muito amado numa manifestação da Santíssima Trindade: a descida do Espírito Santo e a voz do Pai e o Filho que se deixa batizar por João.
Em Jesus se realiza aquilo que Isaías nos apresenta: “Eis o meu servo que eu sustento, o meu eleito, em quem tenho prazer. Pus sobre ele o meu Espírito, ele trará o direito às nações.” (Is 42,1). Jesus, no seu batismo, já prefigura aquilo que será a consequência da sua missão: a morte como sacrifício oferecido em favor dos pecadores e a ressurreição como vitória sobre a morte.
Na sua paixão, Cristo acolhe todos como fala São Pedro: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10,34-35). Ele que veio, como mansidão, julgar com misericórdia todo homem que aderir a sua mensagem. Será fiel, pois irá até o fim para trazer a sua glória a todos aqueles que almejam a vida eterna.
Com o Batismo (cf. CIgC 783-786) somos inseridos no Corpo Místico de Cristo como sacerdote (para oferecer sacrifício com nossos dons de vida), como profeta (para anunciar a verdade do Evangelho ao mundo) e rei (para santificar as diversas realidades em que estamos inseridos). E aqui há um parêntese: com o Batismo nós recebemos o sacerdócio comum dos fiéis, que é diverso do sacerdócio ministerial reservado aos Bispos e presbíteros, pastores da Igreja (cf. CIgC 1592).
Devemos também meditar como a nossa condição de batizados reflete em nossa inserção na Igreja, no Corpo Místico de Cristo. Poderemos ser enviados para comunicar a misericórdia de Deus ou anunciar a importância do Batismo ou propagar o valor da comunidade que se reúne em torno da Palavra e da Eucaristia ou, ainda, a promoção do acolhimento como filhos e membros do Corpo Místico de Cristo que é a Igreja.
Rezemos por todos os batizados e pelos padrinhos que no dia do Batismo, juntamente com os pais, assumem a educação na fé dos afilhados, para darem testemunho do amor de Deus, da escuta da Palavra, da participação na Eucaristia e da preocupação para que as crianças e jovens cresçam também no amor de Cristo.
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[1] Jesus veio nos indicar os caminhos do reino. Roteiros homiléticos para o tempo do Advento – Natal – Tempo C – Ano B – São Marcos. Brasília: Edições CNBB, 2014, p. 67.
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⇒ POESIA ⇐
Mergulhados na Vida de Cristo
Do céu vem uma voz:
É o Pai de eterno amor,
Que apresenta o Filho,
Como nosso Redentor,
É o Filho muito amado,
Do Pai o seu agrado,
O santificador.
O céu também se abre,
Para a terra abraçar,
Pois a humanidade,
Estava a esperar,
Que a terra fosse olhada,
E a vida resgatada,
E em águas se banhar.
Do céu também o Espírito,
Em manifestação,
Pousando sobre o Filho,
Do Pai da Criação,
Jesus conduzirá,
E o consagrará,
Toda a sua missão.
Do céu à aqui na terra,
A Trindade Santa vem,
Apresentando ao mundo,
O amor, a paz e o bem,
Missão de redenção,
A todos a salvação,
Sem excluir ninguém.
E nós os batizados,
Em Cristo, inseridos,
Igreja, o seu Corpo,
Os membros reunidos,
A Palavra Santa ouvindo,
Seu Corpo nos nutrindo,
Pra sermos redimidos.
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*** Que a Luz de Jesus Cristo, o Filho muito amado do Pai, ilumine o seu caminho! ***