II DOMINGO DO ADVENTO – ANO C, SÃO LUCAS

 

Leituras: Br 5,1-9; Sl 125(126); Fl 1,4-6.8-11; Lc 3,1-6

 

POESIA

PREPAREMOS O CAMINHO DO SENHOR

 

Vivemos a intensidade
De uma espera em alegria,
Confiantes e sem medo,
João Batista anuncia,
Só precisa conversão,
Viver a contemplação
Do menino em alegria.

Percebemos neste mundo
tantos caminhos entortados,
Tanta tristeza, violência,
muitos irmãos massacrados.
É a ausência do amor,
Falta acolher o Senhor,
Pro mundo ser transformado.

Os profetas anunciaram
Para o mundo a redenção,
Para o povo alertaram
Que é preciso conversão.
Pra justiça acontecer,
Todos devem se rever,
Não existe enganação.

O sonho se realiza
Quando temos esperança,
Quando nosso caminhar,
Permanece em aliança.
Caminhos endireitados,
Altos montes abaixados,
E em Deus a confiança.

E então a nossa espera,
Deve ser na oração,
Na leitura da Palavra
E no alimento do Pão.
O olhar no Deus da vida,
Uma fé bem definida,
Para ver a salvação.

 

HOMILIA

Convite à conversão em tempos de espera

 

O evangelista Lucas nos situa no tempo: “No ano décimo quinto do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia…” (Lc 3,1a), mostrando-nos que a sua ação se dá na história dos homens. Foi nesse tempo que “a palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto.” (Lc 3,2b). A pregação de João é fundamentada num batismo de conversão, preparando o povo para receber o Salvador.

O deserto é o lugar propício para esta missão profética, pois foi lá que Deus se manifestou na caminhada do povo, conduzindo-os para a libertação e trazendo a promessa da redenção para todo Israel. Foi lá também que Jesus se preparou para a sua ação messiânica.

O Evangelista coloca na sua narração um texto de Isaías: “Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, tornai retas suas veredas.” (Lc 3,4b). Neste mesmo sentido a primeira leitura nos falará pelo profeta Baruc: “Pois Deus ordenou que fossem abaixadas toda alta montanha e as colinas eternas, e se encham os vales para se aplanar a terra, a fim de que Israel possa caminhar com segurança, na glória de Deus.” (Br 5,7).

São Paulo, na sua carta aos filipenses, nos exorta que é pelo crescimento do conhecimento e da experiência que todos os cristãos ficam puros e sem defeito para o dia de Cristo. (cf. Fl 1,10).

Todas as leituras nos conduzem para uma reflexão de preparação para a vinda do Senhor, dentro de uma atitude de conversão, na busca de uma ação que reflita o Reino. Lembremos que o evangelista Lucas apresenta a proposta da salvação a todos os homens: não há mais barreiras culturais para chegar à presença da Palavra de Deus. A pregação de João Batista anuncia que se endireitem os caminhos do Senhor.

Faz-se necessário uma mudança de vida, um novo caminhar, a fim de que a Palavra seja semeada. Neste imperativo do precursor de Jesus está o sentido maior da experiência do Advento como tempo de espera. As pessoas esperam um ano novo de sucesso, de paz e fraternidade nos seus lares; no mundo do comércio, mensagens de feliz Natal e feliz Ano Novo são estampados em letras garrafais; muitas paróquias fazem suas assembleias neste período para avaliar a caminhada do ano e, sobretudo, para planejar e sonhar com uma realidade nova e com uma nova evangelização. Assim cada um tem seus projetos, sonhos, podendo ter também angústias e desilusões por não ter caminhado com sucesso.

A liturgia deste segundo domingo do Advento nos pede a conversão exigente do nosso coração, com novas atitudes na nossa casa, no nosso grupo, na nossa paróquia… Para que os caminhos da Evangelização sejam endireitados e o verbo encarnado seja acolhido para que haja justiça, paz e fraternidade neste mundo de tantos caminhos tortos.

Portanto faz-se necessário que nos preparemos para celebrarmos com intensidade a chegada de Deus que se fez homem entre os homens e que veio trazer a alegria da acolhida a todos os homens, a misericórdia e resgatar o que estava perdido.

A novena de Natal nas casas é uma ação simples, mas eficaz para a evangelização das famílias. A preparação do presépio na sala fará com que as crianças visualizem o mistério do Menino Jesus. Em tudo isso é preciso que sejamos orantes e, sobretudo, em alguns momentos saibamos viver o silêncio para acolhermos Deus. Nossos lares estão marcados por muitos barulhos, nossos ouvidos estão vedados por fones e nossos olhos muitas vezes impedidos de contemplar a beleza de Deus nas pessoas e na sua Criação.

Agradeçamos a Deus pela sua misericórdia e seu infinito amor e digamos como o salmista: “Maravilhas fez conosco o Senhor: exultemos de alegria!” (Sl 125/126). Que a alegria não falte no coração que busca a Cristo e o ama! Amém.

 

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