Leituras: Is 6,1-2a.3-8; Sl 137(138); 1Cor 15,1-11; Lc 5,1-11
⇒ POESIA ⇐
AVANCEMOS PARA A MESSE
Avancemos para os campos,
Para as cidades, vilas e favelas,
Anunciemos nelas,
O dom do amor,
Também do fervor,
Sempre a proclamar,
E acreditar,
No que diz o Senhor.
Avancemos com a barca de Jesus,
Em busca das multidões,
Em mutirões,
Para viver a pesca,
Pois ainda resta,
A nossa obediência,
Na paciência,
E na vida honesta.
Avancemos com os discípulos,
Que firmes seguiram,
E se uniram,
A caminhar,
Vivendo a pregar,
As vezes a cair,
Mas sem desistir,
Sempre a levantar.
Avancemos para os mundos humanos,
Em suas existências,
Com suas essências,
Se fazendo união,
Na vida de irmãos,
Nas tantas partilhas,
Que para o mundo brilham,
Pela comunhão!
⇒ HOMILIA ⇐
Eis-me aqui, envia-me!
Lc 5,1-11
A liturgia que celebramos neste Domingo é toda voltada para a dimensão vocacional, pois, presenta o chamado dos primeiros discípulos de Jesus. Até então, nas liturgias anteriores, vimo que Jesus agiu e falou sozinho e dentro da sinagoga, dentro do templo. A partir de agora ele está em movimento, sairá do espaço religioso. Formará o seu grupo para presenciar o Reino, pois agora, cercado de seguidores fará a experiência da missão no mundo.
Podemos imaginar o cenário deste texto: uma manhã à beira do mar; uma multidão que cerca Jesus; pescadores desanimados pelo insucesso no seu trabalho, barcos vazios… tentaram a noite toda e não tiveram êxito na pesca.
O texto de Lucas terá três momentos que poderão ser observados para a nossa reflexão: (i) a pregação de Jesus à multidão; (ii) a pesca milagrosa; e (iii) o chamado aos quatro primeiros discípulos – Pedro e André; Tiago e João.
Depois dos ensinamentos às multidões, Jesus ordena a Pedro e aos seus companheiros que avancem para águas mais profundas e lancem as redes (cf. Lc 5,4), pois estavam na margem. Esta ordem arrancou Pedro da acomodação e do desânimo, que somente pela obediência ao Senhor atende ao pedido.
O resultado da ação dos futuros discípulos é o grande milagre da abundância de peixes que quase rompe as redes. Em seguida vem a confissão de Pedro: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!” (Lc 5,8). Este reconhecimento de que Jesus é o Senhor já sinaliza para a sua ressurreição quando vencerá a morte e trará a todos a prova de que ele é o Deus verdadeiro e quer que todos ressuscitem.
O terceiro momento é o chamado dos discípulos para serem pescadores de pessoas, para se lançarem no mundo com Jesus e viverem a missão de anunciar que o reino de Deus está próximo. O texto diz: “eles levaram os barcas para a margem, deixaram tudo, e seguiram a Jesus.” (Lc 5,11).
A barca é um símbolo que representa a Igreja onde Jesus opera o milagre da abundância, onde ele sacia todos da fome. Fome que deixa as pessoas desanimadas e sem motivação para continuar a jornada da vida.
Para os que seguem de forma mais radical o Senhor, faz-se necessário ser obediente para ir além das práticas religiosas e se lançar no mundo para testemunhar que a salvação está a nossa porta. Também é importante que no dia-a-dia da missão cristã, quando faltar a coragem e o ânimo para continuar, precisamos nos voltar para o Senhor e confiar na sua Palavra. Ela nos encoraja a continuar e a sermos sal e luz do mundo, onde quer que estejamos. Ele também nos aponta o caminho a seguir.
É importante para os missionários o reconhecimento de que somos pecadores e precisamos confessar a nossa fé no Senhor que nos chama; também é importante a vontade de ser melhor a cada dia, pois é isto que nos faz crescer. Precisamos discernir quando é necessário deixar aquilo que para nós “é tudo” e seguir em frente, mesmo continuando a nossa profissão, colocando os nossos bens e nossas capacidades (dons) a serviço do Reino.
Peçamos ao Espírito Santo o dom fortaleza para sermos melhores cristãos e digamos, como São Paulo, que somos o que somos pela graça de Deus (cf. 1Cor 15,10) e completemos com as palavras do profeta “aqui estou! Envia-me!” (cf. Is 6,8).
Jesus nos chama a caminhar
Com ele … siga-me, lançar as
Redes para águas mais profundas…