⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas vítimas de abusos ⇐ Leituras: Ex 17,3-7; Sl 94(95),1-2.6-7.8-9 (R. 8); Rm 5,1-2.5-8; cf. Jo 4,42.15; Jo 4,5-42 (mais longo); Jo 4,5-15.19b-26.39a.40-42 (mais breve) ⇒ HOMILIA ⇐ Jo 4,5-42 (mais longo); Jo 4,5-15.19b-26.39a.40-42 (mais breve) Meus irmãos e minhas irmãs, celebramos o 3º Domingo da Quaresma do Ano A e a Igreja nos motiva a contemplarmos o encontro de Jesus com uma samaritana. A Liturgia nos apresenta o texto do Evangelho de João Jo 4,5-42, que narra Jesus junto à fonte de Jacó. Em plena luz do dia, marcado pelo sol escaldante da Galileia, cansado fisicamente da caminhada de peregrino, Jesus vai ao poço e aí acontece o encontro com a mulher samaritana, sem nome, que, com certeza, sempre ia naquele poço buscar água. Aquela mulher viverá uma experiência de encontro, nunca esperado, pois aquele “meio- dia” não foi comum como os outros. Algo mudou a sua vida completamente. Ela era de um grupo de pessoas discriminadas pelos judeus e, por isso, nunca esperaria um encontro com um mestre de Israel, um profeta, tão próximo, que lhe ouvisse e até ousasse pedir-lhe água para beber. Para os discípulos também foi uma surpresa, porque, ao chegarem junto a Jesus, não entendem aquela conversa (cf. Jo 4,27). A aproximação de Jesus e o seu diálogo com aquela mulher nos mostra a ação de um Deus que vem ao encontro do humano para oferecer a sua vida. Ele é a fonte de água viva e infinita, que sacia a sede de todos os que O buscam e O encontram. E a presença de Jesus junto à samaritana mudou o jeito dela enxergar a sua existência, o seu caminhar, seus conceitos, suas concepções culturais e religiosas, de conceber a presença de Deus na sua vida, de buscar os anseios mais profundos da sua alma, pois, agora Deus se coloca no mesmo nível do ser humano, para poder se comunicar com ela e oferecer-lhe o sentido verdadeiro da vida. Alimentada e motivada pela experiência de diálogo junto ao Mestre, convencida da chegada do Messias ao mundo, a samaritana tornar-se missionária e vai anunciar à sua cidade as maravilhas deste encontro com Jesus. (cf. Jo 4,28-29). A ação de Jesus em oferecer a verdadeira água, a fonte da vida, para os samaritanos, nos lembra o povo no deserto, quando falta a água, reclama da sede, e, diante de Moisés, murmura chegando a duvidar de Deus (cf. Ex 17,7). E da rocha firme Deus faz brotar a água para saciar a sede do seu povo (cf. Ex 17,6). Moisés é o intercessor, que o escuta e dirige a Deus a sua súplica a favor do povo para solucionar os diversos problemas que vão surgindo na caminhada pelo deserto. Também a samaritana foi essa ponte, essa intercessora, essa missionária, entre o seu grupo e Jesus. Foi por causa do seu anúncio sobre o Senhor, que muitos correram ao encontro da fonte (Jesus) e mudaram de vida e buscaram matar a sede de amor e superar os tantos vazios e discriminações sofridas por parte dos judeus, os quais se destacam aqui, os doutores da Lei e os fariseus. Jesus é a nossa fonte de água viva e eterna, na caminhada do deserto de nossa existência, da nossa vida, quando, muitas vezes, nos sentimos cansados, com sede e com pouca força para continuar nossa peregrinação terrestre. N’Ele encontramos a esperança e a salvação e com Ele anunciamos o Reino de Deus. Pela água somos inseridos no novo povo de Deus, através do Batismo e por essa água somos purificados do pecado original e nela somos mergulhados, para nascermos de novo, nos tornarmos irmãos, filhos do mesmo Pai divino, missionários do Seu amor, e caminheiros neste mundo em vista da eternidade. O Senhor é a fonte verdadeira que sacia a nossa sede, nos dando forças, nos acolhendo e nos saciando com o Seu amor e Sua misericórdia, quando nos vem o cansaço a e nossa aridez. Lembremos da Campanha da Fraternidade que, neste ano, nos apresenta o tema “Fraternidade e Fome” e o lema “‘Dai-lhe vos mesmo de comer’ (Mt 14,16)”. A Campanha é mais um elemento de vivência do Tempo da Quaresma, que é parte do grande Ciclo da Páscoa. Por isso, nos encontros semanais, via-sacra, encontros em família, rodas de conversa, nas formações, oração pessoal e nas celebrações somos, todos, convidados a nos envolver com o Credo da nossa fé, no que se refere aos diversos problemas e carências da vida humana, sobretudo onde houver fome de alimento e de fraternidade. Os cristãos são chamados a deixar resplandecer, em suas atitudes, o rosto amável de Cristo junto aos necessitados, aqueles que precisam não somente de pão material mas também são carentes da água viva que dá sentido e força ao existir de todos que peregrinam neste mundo. Supliquemos ao Espírito Santo que a Sua luz e o Seu amor se derrame sobre nós, para que sejamos discípulos missionários de Jesus Cristo e que perseveremos no nosso caminhar com Ele e que dos nossos corações possa brotar a oração verdadeira, como reza o salmo 94(95): “Vinde, exultemos de alegria no Senhor, aclamemos o Rochedo que nos salva! Ao seu encontro caminhemos com louvores, e com cantos de alegria o celebremos!” Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ Senhor, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, a fonte da água viva, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Março: Mês dedicado à São José ⇐
⇒ 3º Ano Vocacional ⇐
» Tema: “Vocação: graça e missão” «
» Lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33)
⇒ Campanha da Fraternidade 2023 ⇐
» Tema: “Fraternidade e Fome” «
» Lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16) «
» Coleta Nacional da Solidariedade: 2 de abril «Busquemos a fonte viva e eterna
Dai-me dessa água viva
Dai-nos dessa água viva,
Que nos abastece e nos alivia,
Deixando-nos sempre fortes,
Superando as forças da morte,
E o nosso caminho sacia.
*
Senhor,
Dai-nos dessa água viva,
Que muda a nossa vida,
Fazendo-nos firmes a caminhar,
Sem medo e sem desanimar,
Frente aos desafios da lida.
*
Senhor,
Dai-nos dessa água viva,
Para sairmos na noite ou à luz do dia,
E aos outros a novidade levar,
Sempre, sempre a proclamar,
Tua Palavra, na alegria.
*
Senhor,
Dai-nos dessa água viva,
Que muda o nosso caminho,
Deus de amor a nos surpreender,
Que vem a nos preencher,
E nunca nos deixa sozinhos.
*
Essa água viva, Senhor
Nós queremos sim buscar,
Para nossa santificação,
Vida de sentido e comunhão,
Que sempre queremos encontrar.
*
Essa água viva, Senhor
É Tua Palavra eterna,
Gerando divino alimento,
Dando-nos o santo sustento,
Da caminhada fraterna.
Tag: Campanha da Fraternidade 2023 – Tema “Fraternidade e Fome” Lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14 vers 16) – Coleta Nacional da Solidariedade: 2 de abril
2º Domingo do Tempo da Quaresma, Ano A, São Mateus
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas vítimas de abusos ⇐ Leituras: Gn 12,1-4; Sl 32(33),4-5.18-19.20.22 (R. cf. 22); Tm 1,8b-10; cf. Lc 9,35; Mt 17,1-9 ⇒ HOMILIA ⇐ Mt 17,1-9 Meus irmãos e minhas irmãs, celebramos hoje o 2º Domingo da Quaresma do Ano A e a Igreja nos motiva a contemplarmos a transfiguração do Senhor Jesus para que possamos ouvi-Lo, pois Ele é o Filho muito amado do Pai. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 17,1-9. Todos os anos, a Liturgia do 2º Domingo quaresmal recebe o tema da transfiguração e a cada ano com o respectivo evangelista. Neste ano, por exemplo, somos iluminados pelo Evangelista Mateus. Neste mês as intenções do Santo Padre, o Papa Francisco, estão voltadas às vítimas de abusos. E no mês de março, tradicionalmente dedicamos especial devoção ao glorioso São José. Diante da transfiguração de Jesus, Pedro foi tentado a se acomodar e ficar somente na glória e não se envolver com a missão após a descida do monte (cf. Mt 17,4). Neste sentido, Deus Pai intervém apresentando o Filho e pedindo que o escutem (cf. Mt 17,5). É preciso viver o discipulado orientado pela Palavra do Senhor. A presença de Moisés e Elias representa a Lei e os profetas, reafirmando que, em Cristo, a Lei é cumprida plenamente porque Ele é o novo Moisés, aquele que conduz o novo povo de Deus. Em Jesus também está a profecia, o anúncio da justiça e da fraternidade, o dom da vida plena, pois a Palavra de Deus agora está encarnada no meio dos homens. Os discípulos deliciam-se com a experiência mística da transfiguração e querem ficar lá, com tendas armadas para cada um. Isso confirma a vontade humana de ficarmos sempre num ambiente de conforto. O Papa São Leão Magno (395-461) nos fala que a principal finalidade da transfiguração foi afastar dos discípulos o escândalo da cruz, para que a humilhação da Paixão, voluntariamente suportada, não abalasse a fé daqueles a quem tinha sido revelada a excelência da dignidade oculta de Cristo(1). Podemos considerar como digno aspirar o bem-estar com a família, com a vida em comunidade, pois precisamos sempre parar um pouco para nos abastecer no aconchego do lar. Será incomparável se pensarmos na Eucaristia: saborear espiritualmente da maravilhosa e edificante força e encontro com o sacramento que é o Corpo de Nosso Senhor. Sempre precisamos louvar e buscar a alegria que preenche o nosso coração, o nosso ser. Às vezes somos tentados a querer uma vida sem desafios, sem conflitos, sem dor e sem problemas, mas isso não é possível neste mundo. Somos caminheiros da vida em meio aos obstáculos, sofrimentos que vem ao nosso encontro através das enfermidades físicas e mentais, dos lutos, das lutas, dos desesperos e decepções. E o Senhor (que se transfigura na Palavra, na Eucaristia, nos encontros com os irmãos e irmãs) desce do Monte (Altar) para caminhar conosco pelas estradas da nossa vida. Precisamos nos levantar e, como o Senhor pediu aos seus discípulos, seguir em frente. Faz-se necessário “descer” do monte da transfiguração, para que, iluminados e fortalecidos pela luz do Senhor, continuemos caminhando, prosseguindo com Ele e anunciar o Reino de Deus com esperança, nossa perseverança e nosso testemunho para que o mundo não nos desfigure com tantos brilhos, barulhos, luzes artificiais, filmes, propagandas e outros recursos que podem nos impedir de guardar tesouros no Céu (cf. Mt 6,20). Para isso, precisamos sair da nossa zona de acomodação, da nossa segurança material e bem-estar pessoal, como fez Abrão, que deixou sua terra e se abriu a uma nova experiência de vida, uma vida transfigurada, de acordo com o que Deus o chamou e, ao mesmo tempo, o enviou (cf. Gn 12,4). A Quaresma é esse Tempo de rezarmos, silenciarmos, fazermos penitência e aperfeiçoar cada vez mais na nossa vivência cristã através da oração, da penitência, da caridade e do sacramento da confissão, ou seja, a Quaresma é tempo favorável para praticarmos os exercícios da esmola, da oração e do jejum. No Brasil, principalmente, temos a Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como tema “Fraternidade e Fome” e o lema “ ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ (Mt 14,16)”. Por isso, nos encontros semanais (Via-Sacra, encontros em família, rodas de conversa, nas celebrações, formações, oração pessoal) somos convidados a uma atitude de contemplação sobre as realidades sociais como campos de nosso envolvimento e vivência concreta da nossa fé, no que se refere aos diversos problemas humanos, carências, sobretudo onde houver fome de alimento e de fraternidade. Assim, a Igreja, através da Liturgia, nos motiva a subirmos à montanha como Pedro, Tiago ou João e contemplarmos o rosto transfigurado do Senhor que, como o sol, ilumina, como o Seu amor, todo o ser humano e nos faz santos como o Pai do Céu é santo. Deixemos que o Espírito Santo venha nos guiar com Sua luz e nos faça obedientes ao que Deus Pai nos pede: Escutar o Filho. Que em nossas subidas e descidas às montanhas de nossa existência possamos estar acompanhados de Cristo e de sua Palavra. E a nossa oração seja sempre voltada ao seguimento fiel de Cristo que nos chama a realizarmos nossa missão a favor de seu Reino de amor e paz. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Senhor, é bom ficarmos aqui, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho amado do Pai, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Março: Mês dedicado à São José ⇐
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» Lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33)
⇒ Campanha da Fraternidade 2023 ⇐
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» Lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16) «
» Coleta Nacional da Solidariedade: 2 de abril «Da transfiguração à missão
(1) cf. Liturgia das Horas: Ofício das Leituras – Domingo do 2º Domingo da Quaresma. É bom ficarmos aqui
Na comodidade do Teu amor,
No transfigurar da Tua beleza,
No encontro da Tua mesa,
Num encontro em que não há dor,
Presença divina em Tua fortaleza.
*
Senhor, é bom ficarmos aqui,
Como corpo e membros amados,
Como amigos de caminhada,
Presentes à Mesa sempre preparada,
Para nos fazer saciados,
Para continuar a jornada.
*
Senhor é bom ficarmos aqui…
Mas é preciso continuar,
O caminho do discipulado,
Nos passos do Teu chamado,
Para o Teu Reino anunciar,
Nos sentindo sempre auxiliados.
*
Senhor é bom ficarmos aqui…
Porém, Tu nos chamas a levantar,
E com coragem Te seguir,
Para aos outros se unir,
E o Reino em comunhão anunciar,
Perseverantes, sem desistir.
*
Senhor, queremos seguir em frente,
Sairmos do nosso intimismo
Da montanha do medo descer,
Para contigo aprender.
Deixando a redoma do comodismo,
E fazermos a missão florescer.
1º Domingo do Tempo da Quaresma, Ano A, São Mateus
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas paróquias ⇐ Leituras: Gn 2,7-9;3,1-7; Sl 50(51),3-4.5-6a.12-13.14.17 (R. cf. 3a); Rm 5,12-19 (mais longa); Rm 5,12.17-19 (mais breve); Mt 4,4b; Mt 4,1-11 ⇒ HOMILIA ⇐ Mt 4,1-11 Meus irmãos e minhas irmãs, celebramos hoje o 1º Domingo do Tempo da Quaresma do Ano A . Desde a Quarta-feira de Cinzas já estamos no Ciclo da Páscoa e a primeira parte do Ciclo da Páscoa é o Tempo da Quaresma, que terá seis Domingos, incluindo o de Ramos. O Tempo quaresmal, portanto, iniciou-se na última quarta-feira e se encerrará na Quinta-feira Santa antes da Missa do Lava-pés e da Instituição da Eucaristia. Também na Quarta-Feira de Cinzas, a Igreja fez a abertura da Campanha da Fraternidade, que traz como tema “Fraternidade e Fome” e como lema “ ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ (Mt 14,6)”. A Liturgia deste Domingo nos motiva a contemplarmos, através do Evangelista Mateus (cf. 4,1-11), Jesus, após o batismo, sendo conduzido pelo Espírito ao deserto, onde também enfrenta as tentações do diabo. Santo Agostinho nos diz: “O Senhor poderia impedir o demônio de aproximar-se dele; mas, se não fosse tentado, não te daria o exemplo de como vencer na tentação”(1). Meditando na Liturgia da Palavra deste Domingo, percebemos que o Senhor nos ensina sobre as tentações que Ele viveu antes de se entregar ao seu ministério pela Galileia. A primeira tentação acontece no deserto após os quarenta dias de jejum, quando sente fome. Diz o tentador: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” (Mt 4,3). O Senhor Jesus nos ensina a vencermos a tentação do ter, à qual nos leva a pensarmos que tudo se refere ao dado material e aos nossos próprios desejos e interesses. Por vezes, somos tentados a resolvermos as situações do mundo a partir de nossa autossuficiência. Esquecemos que não é somente dos bens materiais de consumo, do acúmulo e de nossos interesses individuais que vivemos, mas da Palavra de Deus que nos orienta por um caminho de fraternidade e de partilha, vivida no amor ao nosso Deus e aos nossos irmãos (cf. Mt 4,4). A segunda tentação ocorre no templo. Diz o tentador: “Se és Filho de Deus, lança-te daqui para baixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’.” (Mt 4,6). Jesus é tentado a se apresentar glorioso e inclinar-se ao triunfalismo. A nossa vivência religiosa na Igreja não deve ser motivada por prestígio e por fama. Somos, às vezes, tentados a vivenciar uma religião de refúgio, segurança individualista, fama e também de status social. Faz-se necessário vivermos um cristianismo em virtude da justiça e do bem a favor dos outros. O Senhor nos ensina: “Não tentarás o Senhor teu Deus!” (Mt 4,7). Não podemos provocar Deus a fazer a nossa vontade em favor dos nossos interesses pessoais e do nosso prestígio, para sermos vistos pelo mundo em nossa ostentação. Na terceira tentação, Jesus é levado a uma alta montanha onde visualiza todos os reinos poderosos do mundo. Diz o tentador: “Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar.” (Mt 4,9). O Senhor respondeu: “Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a ele prestarás culto’.” (Mt 4,10) A verdade é que o pai da mentira mentiu, pois ele não pode oferecer tudo aquilo que mostrou. O que ele pode oferecer são verdadeiras estruturas que tem como fonte e meta a morte, a opressão, a maldade, a discriminação, a mentira, a falsidade e a corrupção. O verdadeiro poder político não está ao alcance do Malígno. O verdadeiro poder político é denominado por Deus como “vara do Meu poder”, isso segundo uma carta de São João Bosco (1815-1888) ao imperador da Áustria, Francisco José I (1830-1916), no ano de 1873(2). Também o tema da autoridade política pode ser visitado tanto no Catecismo da Igreja Católica (núm. 1897-1904) quanto no Compêndio da Doutrina Social da Igreja (núm. 393-405). Também o Papa Francisco repercute, ainda, a manifestação do Papa Pio XI de que a política é “a mais alta forma de caridade”. O Senhor Jesus nos ensina que não podemos nos dobrar às motivações diabólicas do poder que mata, que divide as pessoas, que as exclui e que promovem as guerras. A tentação do lucro e do domínio por parte de poucos sobre muitos, crucifica os pobres e vulneráveis com práticas criminosas. Precisamos entender que o poder do Senhor está no amor, na compaixão, no cuidado com os pobres, na Sua Palavra que chama o ser humano à mudança de vida e o envia a semear o Evangelho. Também na entrega à cruz, para a libertação e salvação do mundo. Porque é o amor, a escuta, a adoração, o culto ao Deus verdadeiro, que dignifica de verdade a vida das pessoas e traz a verdadeira paz que o Senhor saudou os discípulos, logo na tarde da Ressurreição, onde eles se encontravam trancados com medo dos judeus, proporcionando-lhes a Paz interior a todos os que estavam amedrontados (cf. Jo 20,19-23). Essa é a “Paz de Cristo”. A razão de nossa vida é Cristo, o novo Adão, Aquele que no deserto, lugar onde a nação de Israel foi tentada, venceu o diabo e nos ensinou também a vencê-lo. Deu-nos a vida verdadeira e nos renovou em Seu amor. Quis ser alimento para nós, o Seu povo novo, com Seu Corpo e Sua Palavra, dando-nos força e luz em nosso peregrinar terrestre. Peçamos perdão pelas vezes que nos deixamos vencer pelas tentações, pelas quais passaram o próprio Filho de Deus e que ainda hoje invadem a nossa vida material e espiritual. Que a luz do Espírito nos ilumine e nos encha de força para vencermos as tantas tentações que encontramos a cada dia. Que com a nossa esmola, a nossa oração e o nosso jejum sejamos cada vez mais parecidos com Cristo, tanto nas palavras quanto nas atitudes. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Contigo, Senhor, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Novo Adão que nos trouxe o dom gratuito e superabundante da justiça e da misericórdia, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Fevereiro: Mês dedicado à Sagrada Família ⇐
⇒ 3º Ano Vocacional ⇐
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» Lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33)
⇒ Campanha da Fraternidade 2023 ⇐
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» Coleta Nacional da Solidariedade: 2 de abril «Cristo nos ensina como vencer as tentações
(1) cf. Dos comentários sobre os salmos, de Santo Agostinho, bispo. Liturgia das Horas, 1º Domingo da Quaresma.
(2) cf. Profecias de São João Bosco. 2 ed. São Paulo: Artpress, 2011. p. 86-87. Série “Cultura Religiosa”, núm. 15.Vencer as tentações com Cristo
Sou vencedor,
Contra o tentador,
Que me faz escravo
De muitas falsidades,
Atrocidades,
Contrárias ao amor.
*
Em Ti, Senhor,
Sou firme e forte,
Venço também a morte,
Que me traz as trevas,
Deixando-me perdido,
Como se fosse vencido,
Longe da Tua sorte.
*
Por Ti, Senhor,
Vou me entregando,
Sempre caminhando,
Rumo à vitória,
Meta dos Teus seguidores,
Dos evangelizadores,
E o Reino anunciando.
*
Para Ti, Senhor,
Toda gratidão,
Não é em vão,
Vamos sempre vencendo,
Vencemos o pecado,
O mal derrotado,
Em ti, novo Adão.
*
Contigo, Senhor,
Na fraternidade,
Seguindo sendo caridade,
Pelo mundo afora,
Vencendo na oração,
Sendo comunhão,
Via de santidade.
Quarta-feira de Cinzas (2023)
⇒ Dia de jejem e abstinência ⇐ Leituras: Jl 2,12-18; Sl 50(51),3-4.5-6a.12-13.14 e 17 (R. cf. 3a); 2Cor 5,20-6,2; cf. Sl 94(95),8ab; Mt 6,1-6.16-18 ⇒ HOMILIA ⇐ Mt 6,1-6.16-18 Meus irmãos e minhas irmãs, celebramos hoje a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia do Ciclo da Páscoa que tem como primeiro momento, primeira parte o Tempo da Quaresma, que terá seis Domingos, incluindo o de Ramos. O Tempo quaresmal, portanto, inicia-se nesta Quarta-feira de Cinzas e se encerra na Quinta-feira Santa antes da Missa Vespertina do Lava-pés e da Instituição da Eucaristia. A Quaresma é um retiro universal da Igreja, é um Tempo de preparação para a festa mais importante do tempo litúrgico: a Páscoa do Senhor, o centro da experiência litúrgica. O período quaresmal nos proporciona, ainda, uma espiritualidade de penitência e conversão, com a qual recebemos diversas chaves para o retorno a Deus. Neste ano, a Quaresma no Brasil é marcada por duas realizações evangelizadoras: a primeira é a própria Campanha da Fraternidade, que tem como tema “Fraternidade e Fome” e o lema “ ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’ (Mt 14,6)” e a segunda realização evangelizadora é o 3º Ano Vocacional, cujo tema é “Vocação: graça e missão” e o lema: “Corações ardentes – pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33). A Liturgia da Quarta-feira de Cinzas, dia de jejum e abstinência, nos mantém ainda no contexto bíblico do Sermão da Montanha (cf. Mt 5,1-7,29), hoje nos colocando diante dos exercícios de piedade da esmola, da oração e do jejum, numa releitura da Antiga Aliança. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 6,1-6.16-18. A fé, a esperança e a caridade são virtudes que nos sustentarão neste Tempo de purificação aos pés do Senhor, pois com Ele caminharemos passando pelo calvário, pela cruz e acordaremos na manhã da Ressurreição com um coração renovado para cantar o Aleluia pela vitória do Ressuscitado. Nesta Liturgia, o Senhor Jesus nos orienta quanto ao comportamento relativo às aparências e também que as práticas da esmola, da oração e do jejum devem ser realizadas com um coração simples e voltados para Deus. A esmola, realizada em segredo, deve ter como recurso o resultado da nossa abstinência e destinada aos necessitados da Providência de Deus, portanto a vivência da caridade. Já a oração deve produzir uma escuta do Deus que fala em nossa vida e uma vida de mansidão nas relações humanas. Por fim, o jejum deve ser resultado de abstinências que mortifique nossas posses que nos socorrem diante das dificuldades humanas, nosso poder que nos faz ser atendidos pelos outros e também da nossa atitude que muitas vezes querermos que Deus atenda nossas vontades. O importante é que tais práticas tenham como fruto a nossa permanente conversão, reavaliando nossa vida de batizados que querem seguir o Senhor na vida de caridade (a esmola), na prática da fé (a oração) e de esperança no Reino (jejum). Esta experiência deve nos ajudar a sermos melhores pais de família, filhos, consagrados e ordenados; melhores evangelizadores a serviço do Reino de Deus com sal da terra e luz do mundo. Lembremos do que diz o profeta Joel, na Primeira Leitura desta Liturgia: “rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus” (Jl 2,13). Faz-se necessário transformar o nosso coração para mudar de vida. Já São Paulo nos exorta a vivermos a reconciliação com Deus, pois somos embaixadores de Cristo. Somente nesta sintonia com o Senhor é que podemos oferecer um testemunho. As cinzas, que serão colocadas em nossa cabeça, é um elemento que marca a caminhada quaresmal e a nossa atitude deve ser de simplicidade e de reconhecimento de que o nosso corpo é perecível e que necessita da vida infinita em Cristo Senhor, como nos fala o livro do Gênesis: “porque és pó e ao pó hás de voltar” (3,19). Finamente, peçamos a Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa, que enfrentou seus desertos com confiança suportada pela fé e esperança, interceda por nós e que possamos ser guiados pelo o Espírito Santo, unção de todos os santos, por este retiro quaresmal preparado pela Igreja, Corpo Místico de Cristo. Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ Quero seguir em frente, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, fonte e meta da nossa conversão, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas paróquias ⇐
⇒ Fevereiro: Mês dedicado à Sagrada Família ⇐
⇒ 3º Ano Vocacional ⇐
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» Lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33)
⇒ Campanha da Fraternidade 2023 ⇐
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» Coleta Nacional da Solidariedade: 2 de abril «Cinzas, esmola, oração e jejum
Caminhos que levam a Deus
Sendo mais crente,
Tendo caridade,
Na simplicidade,
Sem esquecer o mundo,
Nem por um segundo,
Neste ofertar,
Neste escutar,
A quem tem necessidade.
*
Quero seguir orando,
Sempre escutando,
Ao Deus amor,
Ao irmão na dor,
Que me faz pensar,
E que me leva a orar,
E o coração,
Nesta conversão,
Para o Senhor.
*
Quero seguir jejuando,
E me transformando,
Em um humano santo,
Sem medo ou espanto,
Sensível ao irmão,
Sendo compaixão,
Coração rasgado,
Mas purificado,
Em Deus o encanto.
*
Quero prosseguir,
Sem desistir,
Nunca isolado,
Mas sintonizado,
Com todos os irmãos,
Alheios e cristãos,
Aos que não escutaram,
Mas que desejaram,
Santa conversão.
*
Quero, com o Senhor,
Viver Seu amor,
E sempre encontrar,
Para se alimentar,
Na mesa da alegria,
Encontrar a harmonia,
No alimento eterno,
Que nos faz fraternos,
A Eucaristia.