Leituras: Ez 34,11-12.15-17; Sl 22(23); 1Cor 15,20-26.28; Mt 25,31-46
POESIA
O REINADO QUE VEM DO SENHOR
O Reinado do Senhor,
É justiça e caridade,
Caminho ao paraíso,
Marcada pela bondade,
Seremos chamados benditos,
Porque consolamos os aflitos,
Pela solidariedade.
O Reinado do Senhor,
É o amor em nosso agir,
Enxergando-o nos sofredores,
No seu corpo a se ferir.
No chão da nossa existência,
Em tudo que for carência,
No humano a existir.
O Reinado do Senhor,
É herança garantida,
Para todos os benditos,
Pelo Rei oferecida,
Pois o critério é o amor,
Ao Cristo no sofredor,
Para retomar a vida.
O Reinado do Senhor,
Nos leva a meditar,
Há tempo para se rever,
Para no seu reino entrar.
Recriar nossa postura,
Retomar nossa ternura,
Para não nos enganar.
O Reinado do Senhor,
É encontro e alegria,
É o encontro com o outro,
Sendo noite ou de dia,
É caridade ao irmão
É serviço e gratidão,
Que brota da Eucaristia.
HOMILIA
Um Reino que não é deste mundo
Celebramos neste 34º domingo do tempo comum, a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. Também encerramos o ano litúrgico e, daqui uma semana, seremos chamados a começar um novo percurso litúrgico. No próximo domingo já será tempo do advento, será ano novo na liturgia da Igreja e desta vez orientados pelos textos do evangelista Marcos.
Celebrar a realeza de Cristo é olhar para ele como o Pastor que cuida do seu rebanho com amor, mas também vê-lo como o juiz que tem o julgamento sobre nossas ações enquanto caminhamos nesta terra. A caridade é critério principal para participarmos do seu Reino.
O Senhor nos ensina sobre a nossa caridade e como amá-lo na pessoa do irmão: “pois tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me acolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes ver-me.” (Mt 25,35-36).
O amor ao irmão necessitado tem o mesmo valor que a mesa do Altar do Senhor. Dizia São Crisóstomo: “Por conseguinte, enquanto adornas a casa, não desprezes o irmão aflito, pois ele é mais precioso que o templo”.[1] Muitas vezes temos dificuldade de conceber esta verdade de que é mais importante a preocupação com os sofredores do que o nosso apego ao espaço material.
Nosso exagero referente à nossa preocupação com os paramentos é questionável… Devemos refletir sobre isso e nos perguntar como está a minha atenção ao Cristo escondido nos pobres, o crucificado nos irmãos e irmãs que clamam o amor concreto de Deus.
Os textos da liturgia apresentam o Senhor como o Pastor e Rei do mundo. Pastor que cuida, que conduz, que vai atrás da ovelha perdida, reúne ao seu redor, faz justiça e oferece o alimento para matar nossa fome (cf. 1ª Leitura). O Rei que julga as ovelhas, separando-as de acordo com os critérios do amor.
Aos que obedeceram a voz do Senhor acolhendo-o nos pobres, famintos, sedentos, estrangeiros, despidos e presos, receberão a herança do Reino, serão chamados benditos do meu Pai (cf. Mt 25,34).
Quanto aos que desconheceram a presença do Senhor nos que sofrem, ele os dirá: “afastai-vos de mim malditos” (Mt 25,41). As consequências destes, será o fogo eterno. Parece muito duro ouvir do próprio Jesus, falar malditos, mas precisamos aprender que ainda há tempo para rever nossas atitudes de indiferença com as palavras do Pastor e Rei.
As palavras de Cristo neste último domingo do ano litúrgico poderão servir para fazermos uma avaliação das nossas ações como cristãos, durante todo o tempo em que escutamos a Palavra, comungamos da Mesa e nos reunimos na comunidade dos irmãos e amigos de Cristo. Haverá sempre a necessidade de revermos nosso agir; de aprofundarmos sobre nossa postura como discípulos e ovelhas do mesmo rebanho do Senhor.
Que o Espírito Santo nos ilumine e nos fortaleça em nossa missão no mundo moderno. Ainda há tempo para avaliar, propor e melhorar nossa qualidade de seguidores do Pastor que nos conduz pelos caminhos retos, mas que também nos julga quando somos ovelhas distantes e errantes que não reconhecem o sofrimento de Cristo na existência humana.