⇒ Encerramento do Ano “Família Amoris Lætitia” (2021/2022) ⇐ Leituras: 1Rs 19,16b.19-21; Sl 15(16),1-2a.5.7-8.9-10.11 (R. cf. 5a); Gl 3,26-29; Lc 9,51-62 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 9,51-62 Meus irmãos e irmãs, a Liturgia deste 13º Domingo do Tempo Comum nos ensina como caminhar com Jesus e segui-Lo de coração desprendido, cheio de paz, atento e entregue em favor do Reino de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está Lc 9, 51-62. A Liturgia deste Domingo, portanto, nos fala de chamado, de escolhas, de decisão, de envio, de caminhada. Jesus, prestes a iniciar Sua caminhada para Jerusalém, envia mensageiros à sua frente para preparar hospedagem. No primeiro momento Jesus não é acolhido em Samaria. Tiago e João não acolhem muito bem negativa dos samaritanos e querem reagir com vingança, mas nesse momento são repreendidos por Jesus (cf. Lc 9, 54-55). Para caminhar com Jesus faz-se necessário que o discípulo esteja preparado para lidar com as rejeições, com as frustrações e os obstáculos que vão surgindo na caminhada. Não pode carregar um coração vingativo e violento, pois isso desvirtua o foco do discipulado e se perde o objetivo da missão em favor do Reino de Deus. Jesus caminha para Jerusalém e não caminhará sozinho, contará sim, com os seus discípulos. Mas, também ao longo desta caminhada Ele contará com outros pretendentes ao discipulado, que, com diversas atitudes querem O seguir. Um se dispõe com muita euforia, para seguir Jesus, mas o Mestre o adverte das exigências desse compromisso (cf. Lc 9,58). A outro Jesus chama, mas, este quer deixar seu pai morrer primeiro para depois se decidir e seguir o Senhor. Jesus alerta sobre a necessidade e urgência do anúncio do Reino de Deus (cf. Lc 9,59-60). E ainda há outra pessoa quer caminhar como discípulo, porém, depois que se despedir de seus familiares. A esse Jesus responde: “quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus. Portanto, não há tempo, não é possível, não se está apto aquele que põe seu olhar para trás, pois para seguir o Senhor é preciso olhar para frente e seguir o caminho com o Mestre. Na primeira leitura desta Liturgia, Eliseu pediu a Elias para beijar seu pai e sua mãe primeiro para se despedir e depois seguir. Elias permitiu, mas, ao mesmo tempo, foi enfático, ao dizer que, retornasse logo. E Eliseu teve uma atitude de desprendimento muito relevante: se desfez da junta de boi, e usou a lenha do arado e da canga a fim de fazer um churrasco para o seu povo (cf. 1Rs 19,21). Nada ficou para trás, Eliseu, herdou o manto de Elias e seguiu em frente, seguiu em liberdade e em missão, sendo um grande profeta de Deus (cf.Rs 19,19). A liberdade em Cristo é a grande dádiva que faz o discípulo seguir desprendido, com coragem e amor, no caminho com o Senhor. São Paulo na sua carta aos Gálatas nos fala da liberdade conduzida pelo Espírito (cf. Gl 5,18) e não a liberdade determinada pelos desejos, vontades e desvios irracionais. Na atualidade, há a concepção de uma liberdade segundo nossos instintos, desejos e vontades disfuncionais. Trata-se de uma concepção que desvirtua o verdadeiro conceito humano da liberdade a qual faz cada pessoa decidir sobre o que dá sentido e direção à sua vida, à sua vocação e a sua missão neste mundo. A liberdade segundo o Espírito orienta a pessoa para o equilíbrio e a justa medida na sua existência. Portanto, irmão e irmãs, seguir o caminho de Jesus, exige do discípulo desprendimento, foco nas escolhas, coração cheio de paz e sem rancor, com atitudes de liberdade, guiadas pelo o Espírito Santo de Deus. Busquemos a luz e a força do Espírito Santo para buscarmos seguir o caminho com o Senhor com inteira liberdade que vem d’Ele pelo Seu amor e Sua graça! Amém! * * * ⇒ POESIA ⇐ Seguir ao Senhor, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos ensina a segui-Lo de coração desprendido e cheio de paz em favor do Reino de Deus, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas famílias cristãs ⇐O Caminho de Jesus
Seguir para Frente com o Senhor
Exige certeza,
Um olhar para frente,
Não apego ao passado,
Caminho focado,
De discípulo crente,
Amor exigente,
Com o Bem-Amado!
*
Seguir ao Senhor,
É perseverança,
Forte decisão,
Força criativa,
Uma missão viva,
Sem acomodação,
Amor decisão,
Caminhar que cativa!
*
Seguir o Senhor,
Pé firme no chão,
Livre como o passarinho,
No amor e na acolhida,
Nas questões da vida,
Sem ficar sozinho,
Focando o caminho,
Sem contar a despedida.
*
Seguir ao Senhor,
Com real liberdade,
E o Espírito guiando,
Enchendo o coração,
Com paz e gratidão,
Em frente caminhando,
O Reino anunciando,
Quão sublime missão!
Tag: Intenções do Santo Padre – pelas famílias
12º Domingo do Tempo Comum, Ano C, São Lucas
⇒ Ano “Família Amoris Lætitia” (2021/2022) ⇐ Leituras: Zc 12,10-11; 13,1; Sl 62(63),2abcd.2e-4.5-6.8-9 (R. 2ce); Gl 3,26-29; Lc 9,18-24 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 9,18-24 Meus irmãos e irmãs, a Liturgia do do 12º Domingo do Tempo Comum, nos motiva a contemplar Jesus, “verdadeiro Deus e verdadeiro homem” (cf. CIgC 464) quando está em oração com os Seus discípulos. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 9,18-24, sequência do Evangelho da Solenidade de Corpus Christi e última passagem, neste Ano Litúrgico, da quarta parte do Evangelho Segundo São Lucas intitulada “Ministério de Jesus na Galileia” (cf. Lc 4,14-9,50). Nesta Liturgia, Nosso Senhor está em algum lugar entre um deserto próximo de Betsaida (cf. Lc 9,10) e o território de Cesareia de Filipe (cf. Mt 16,13; Mc 8,27), no extremo norte da Terra Prometida e distante sessenta quilômetros de Damasco. Nesta Liturgia, portanto, a Igreja nos coloca novamente em um Domingo do Tempo Comum, agora na segunda etapa, que é um tempo em que revivemos tudo o que Jesus ensinou e praticou para nossa salvação. Consequentemente a espiritualidade nos impele à vivência do Reino de Deus e nos ensina que os cristãos são sinais do Reino de Deus. No Evangelho de hoje, evangelista São Lucas nos apresenta duas perguntas concretas sobre a pessoa de Jesus (cf. Lc 9,18-24). Primeiro: o que as pessoas dizem sobre Ele? Depois, Ele se dirige aos discípulos e pergunta: E vós, quem dizeis que Eu Sou? Neste trecho podemos constatar o testemunho de Pedro na sua profissão de fé quando responde a Jesus: “és o Cristo de Deus” (Lc 9,20). Em outras palavras: és o Ungido, o Escolhido ou o Enviado do Pai. O Evangelho prossegue com mais dois momentos bem distintos: Jesus apresenta o primeiro anúncio da sua paixão, morte e Ressurreição – “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia” (cf. Lc 9,22). Depois Jesus fala para os discípulos sobre as condições para segui-Lo (cf. Lc 9,23-24). Para quem quer segui-Lo, deve saber que neste caminho encontrará o sofrimento, a perseguição, a cruz. No tempo dos discípulos, naquele momento, a pergunta era mais para Jesus na Sua natureza humana entre os homens (o Jesus histórico) do que para a natureza divina (o enviado do Pai). Necessariamente se teria uma resposta da parte dos que estavam convivendo com Ele na sua caminhada (os discípulos) e outra resposta da parte dos que viam Jesus de longe, nas Suas pregações, milagres e curas ou os que ouviam falar d’Ele. Os curados ou convertidos conseguiam vê-Lo como um grande profeta e os fariseus e outras autoridades religiosas tinham Jesus como um blasfemo, um agitador do povo. Mesmo as Escrituras mostrando sobre a vinda de Deus aos homens; mesmo os profetas anunciando a realidade da qual Jesus viveria, não era suficiente, não era possível acolher a mensagem do Filho de Deus. O profeta Zacarias, na primeira leitura de hoje, faz referência ao que Jesus iria passar (a cruz): “Naquele dia, haverá um grande pranto em Jerusalém” (Zc 12,11). Quanto à resposta de Pedro [“és o Cristo de Deus” (Lc 9,20)], esta deve ser também a resposta dos que hoje vivem a experiência do Ressuscitado na comunidade dos batizados, dos que buscam viver mais fortemente a comunhão. Ou seja, os que vivem a experiência de oração com o Senhor, na Eucaristia, na escuta da Palavra e o veem como o Deus que salva, que os ama e que está glorificado, Ressuscitado, para glorificar todos aqueles que abraçaram o Seu amor e se abriram para o infinito da vida celestial. Porém existem muitos que o enxerga como o “reencarnado”, o “curandeiro”, o “mago”, o “psicólogo”, o “sociólogo”, o “grande profeta” etc… Menos como “verdadeiro Deus e verdadeiro homem” (CIgC 464). Isto é o que lemos como títulos de diversos livros e outras publicações espalhados pelas redes sociais. Agora podemos também nos perguntar: quem é Jesus para nós enquanto batizados? Como acolhemos a sua proposta de vida em nosso caminhar, na claridade dos nossos dias e também nas nossas “noites escuras”? É importante refletir que a nossa vida de cristãos tem estas três dimensões espirituais e humanas apontadas no Evangelho de Lucas: a oração com o Senhor; a fé na sua Ressurreição e consequentemente na nossa; e a consciência de que no caminho do Senhor sempre teremos cruz. Sempre teremos desafios a superar, mas temos uma certeza: Ele está conosco nos fazendo uma comunidade fraterna, nos tornando irmãos e irmãs como referência para a paz e a fraternidade no mundo e, ao mesmo tempo, nos encaminhando para a vitória, nos conduzindo e nos preparando para o Céu. Esta experiência de compromisso nasce do nosso batismo como nos fala são Paulo na segunda leitura desta Liturgia: “Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo” (Gl 3,27). Portanto, irmãos e irmãs, aos batizados que vivem a experiência de comunidade têm o compromisso de viverem as mesmas atitudes de Cristo, porque são revestidos da Sua presença e vida. E aos que estão de fora também o nosso mandato de anunciarmos a Boa-Nova do Reino, para que estes possam viver um reencontro com Senhor, um encontro com o Senhor, pois que somente n’Ele encontramos a liberdade, a paz e a felicidade perfeita. A nossa adesão perseverante e consciente ao seu caminho é nossa melhor resposta ao que ele nos perguntou: “E vós, quem dizeis que Eu Sou?” E os cristãos darão sempre uma resposta de fé e que deve ser de plena convicção, quando na oração Eucarística o sacerdote anuncia o mistério da fé e nós respondemos: “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos a vossa vinda!” Peçamos a intercessão da Virgem de Nazaré, Mãe de Deus e Nossa, para que possamos ser humildes e perseverantes diante das tentações que buscam nos afastar de Nosso Senhor Jesus Cristo, “verdadeiro Deus e verdadeiro homem”. Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ Quem é este Senhor? * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, “verdadeiro Deus e verdadeiro homem”, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas famílias cristãs ⇐A Identidade de Jesus
Quem é este Senhor?
Repleto de paz,
Que o amor nos traz,
Que nos questiona,
Mas não nos aprisiona,
Que nos mostra o caminho,
E não nos deixa sozinho.
*
Quem é este Senhor?
Primeiro vivente,
Que de repente,
Faz-me parar,
Para meditar,
E vai me perguntando,
Quando eu vou caminhando.
*
Quem é este Senhor?
Que me é sincero,
Quando não espero,
Fazendo-me rezar,
Para a cruz carregar,
Sem decepção,
Rumo à redenção.
*
Ele é a Verdade,
N’Ele está a Vida,
Dando-nos a medida,
Para o bem viver,
Para na fé crescer,
Todos que a Ele ama,
E não se desengana.
*
Ele é o vencedor,
O Ressuscitado,
Nosso Bem-Amado,
Que nos tira da morte,
Com Ele somos fortes,
E nas diversas dores,
Faze-nos vencedores.
Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, Solenidade, Ano C, São Lucas
⇒ Ano “Família Amoris Lætitia” (2021/2022) ⇐ Leituras: Gn 14,18-20; Sl 109(110); 1Cor 11,23-26; Lc 9,11b-17 Ouça o áudio preparado para esta Liturgia (pode demorar alguns segundos) ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 9,11b-17 Meus irmãos e irmãs, a Liturgia da Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, Corpus Christi, neste Ano C, neste Ano “Família Amoris Lætitia”, nos motiva a contemplar o alimento perfeito que atualiza tanto a Multiplicação dos Pães e Peixes quanto a Última Ceia. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 9,11-17, passagem que está situada no final da quarta parte do Evangelho Segundo São Lucas intitulada “Ministério de Jesus na Galileia” (cf. Lc 4,14-9,50). Nesta Liturgia, Nosso Senhor está num deserto próximo de Betsaida (cf. Lc 9,10), que ficava há aproximadamente quatro quilômetros de Cafarnaum e também nas proximidades do Mar da Galileia (que é o Mar de Tiberíades ou Lago de Genesaré). E nesta Solenidade, a qual celebramos sempre na Quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja nos mantêm num “território místico”, ou seja, numa realidade espiritual, no qual podemos, com a graça de Deus, continuar vislumbrando a glória de Deus Uno e Trino, entregar-nos em adoração, agora com a Liturgia voltada para a presença real de Nosso Senhor na Eucaristia. O dia da semana, a Quinta-feira, nos reporta ao dia da instituição da Eucaristia e da realização do Lava-pés. E agora, depois do Tempo da Páscoa, a Igreja dedica uma Quinta-feira para celebrar, de forma solene, o Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo. E mesmo celebrando a Eucaristia diária ou semanalmente, faz-se necessário, neste dia, aclamar, fazer procissão, pintar tapetes nas passarelas da Igreja e asfaltos, produzir artes e adorar o Senhor que nos dá o seu Corpo e o seu Sangue para nos alimentar na caminhada, suportando os desertos da nossa existência ou mesmo os cansaços ou as tribulações. No Evangelho desta Liturgia, São Lucas nos apresenta Jesus fazendo missão com os Seus discípulos e, ao mesmo tempo, acompanhado por muita gente do povo, sedento de cura, do corpo e da alma. E quando a tarde chega os Apóstolos sugerem a Jesus que dispense a multidão já que estão num lugar deserto (cf. Lc 9,12). Esta foi a tentação dos principais seguidores de Jesus (e talvez, em algum momento, nossa também): seguir o caminho mais fácil, ou seja, se livrar do povo para que possamos até rezar em paz. No entanto, Jesus vendo que a multidão estava com fome disse: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9,13). E havia entre eles ainda algo para partilhar aparentemente tão insignificante para tanta gente: cinco pães e dois peixes, ou seja, sete itens de alimento. Na Bíblia, o sete é um número que significa perfeição, totalidade. Por isso tudo estava perfeito para a ação, para o milagre de Deus, pois existiam elementos materiais para que Jesus operasse o milagre. Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos para o Céu, abençoou-os, partiu-os e os deu aos Apóstolos para distribuí-los à multidão (cf. Lc, 9,16). Estes gestos e palavras nos reportam ao momento da Última Ceia. Assim, Jesus sinaliza como será a Sua missão entre os homens: ser alimento, marcado pelo milagre da saciedade infinita onde todos são chamados a partilhar do seu Banquete e não ter mais fome e nem sede, além de ser fonte de realização e felicidade plena. O milagre do deserto também tem outros ensinamentos que não podemos deixar de lado: a comunidade que escuta a Palavra do Senhor no deserto da vida é também a mesma que precisa do “maná” para se alimentar durante o caminho com Ele. Os cristãos ao mesmo tempo em que são membros do Corpo de Cristo também precisam de exercícios espirituais para manter-se unidos ao seu Corpo, recebendo a Eucaristia, vivenciando a comunhão, pois é nas mãos abertas e no amém que confirmamos e concretizamos o que são Paulo proclamou diante da comunidade de Corinto: “Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que Ele venha.” (1Cor 11,26). Portanto, irmãos e irmãs, celebrar Corpus Christi é meditar e contemplar o imenso milagre da Eucaristia que nos torna capazes de vivermos unidos como irmãos, partilhando o que temos para o nosso crescimento espiritual da comunidade, mas, ao mesmo tempo, também é considerar o cotidiano com suas lutas, carências e projetos, na busca de uma vida onde haja o pão de cada dia, casa para o aconchego da família e dignidade humana para todos. Peçamos a Nossa Senhora, a cheia de graça (cf. Lc 1,28) que gerou o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Lc 1,31; Mt 1,20), que ela interceda por nós nesta caminhada a qual precisamos viver na certeza de que o Senhor voltará e que devemos proclamar a nossa fé em Deus, Ele que veio morar entre nós, morreu e Ressuscitou e que nós ressuscitaremos com Ele e com Ele viveremos para sempre. Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ Dos altares de todo o mundo * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que alimenta abundantemente, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas famílias cristãs ⇐Verbo de Deus, o Pão que Desceu do Céu
Alimento Perfeito
Brota o alimento perfeito,
Que nos sacia e nos fortalece,
Indicando-nos o caminho direito,
Que não se perde e jamais perece,
Que nos reúne como povo eleito.
*
E pelo deserto da nossa vida,
O Teu milagre é a comunhão,
Que nos conduz à fraternidade,
A nos chamar todos de irmãos,
E vivendo sempre na unidade,
Onde não mais a solidão.
*
Assim seguimos a caminhada,
Querendo seguir sempre o Senhor,
Mesmo que as vezes sendo tentado,
Agindo como se fosse um traidor,
Mas o Senhor está ao nosso lado,
Para não seguirmos o tentador.
*
Eucaristia alimento perfeito,
Desta Igreja viva em peregrinação,
Que no encontro se fortalece,
Na grande busca da união,
E o estar junto quase se eternece,
No esperar da ressurreição.
Santíssima Trindade, Solenidade, Ano C, São Lucas
⇒ Ano “Família Amoris Lætitia” (2021/2022) ⇐ Leituras: Pr 8,22-31; Sl 8; Rm 5,1-5; Jo 16,12-15 ⇒ HOMILIA ⇐ Jo 16,12-15 Meus irmãos e irmãs, a Liturgia da Solenidade da Santíssima Trindade, do Ano C, neste Ano “Família Amoris Lætitia”, nos motiva a contemplar a dimensão comunitária da Santíssima Trindade. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 16,12-15, passagem que está situada no final do contexto da “A Última Ceia de Jesus com Seus Discípulos” (cf. Jo 13,1-17,26). Nesta Liturgia, Nosso Senhor está em Jerusalém para a festa da Páscoa, segundo o calendário judaico, momentos antes da agonia no Monte das Oliveiras (cf. Lc 22,39-46). E neste Domingo, a Igreja nos conduz a um “território místico” no qual podemos, com a Graça de Deus, vislumbrarmos a glória de Deus Uno e Trino e ali possamos entregar-nos em adoração. Na Segunda-feira semana após o Domingo de Pentecostes, nós retomamos o Tempo Comum. Trata-se do percurso mais longo dentro do Ano Litúrgico. Após a Celebração do Domingo passado, o Círio Pascal foi recolhido para a proximidade da fonte batismal. Agora, os cristãos, alimentados pela força da Luz de Cristo (o Círio) e do Espírito Santo, vivenciados no Tempo Pascal, são chamados a serem luz do mundo, velas acesas da fé nas várias realidades da vida. Dentro do Tempo Comum, teremos várias solenidades e a primeira é a da Santíssima Trindade, celebrada neste Domingo, a qual nós celebramos no Domingo seguinte ao de Pentecostes. A Trindade Santa é o fundamento da nossa vivência cristã, pois tudo o que celebramos ou vivemos, segundo a vontade de Deus, é em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Há uma reflexão belíssima, inspirada na Exortação Apostólica Verbum Domini (Palavra do Senhor), do Papa Emérito Bento XVI, que pode nos servir muito bem no que se refere à Santíssima Trindade: “Temos antes de tudo a voz divina. Ela ressoa nas origens da criação, quebrando o silêncio do nada e dando origem às maravilhas do universo. É uma Voz que penetra logo na história ferida pelo pecado humano e atormentada pela dor e pela morte. Ela caminha junto com a humanidade para oferecer sua graça, sua aliança, sua salvação. É uma voz que desce logo nas páginas das Sagradas Escrituras que agora nós lemos na Igreja sob a guia do Espírito Santo que foi doado como luz de verdade a ela e a seus pastores.”(1) É a voz que chamou Abraão, Moisés e orientou os profetas na caminhada do povo e que é apresentada na primeira leitura desta Liturgia como a Sabedoria que existe antes de tudo. Esta voz é o próprio Deus que falou na história e fala para nós, é o Pai de onde tudo procede (cf. Pr 8,22-31). A Palavra também tem um rosto, o Verbo encarnado que também estava no princípio. É Ele quem nos revela o sentido pleno e unitário das Sagradas Escrituras, pelas quais o cristianismo é uma religião que tem no centro uma pessoa: Jesus Cristo, revelador do Pai. Ele nos confirma o que o texto do Gênesis diz: “Façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança” (Gn 1,26), pois nós nos parecemos com Deus e Jesus não somente é parecido conosco como também assumiu a nossa natureza. No Evangelho desta Liturgia, Ele próprio nos fala do Espírito da verdade e do Pai. Tudo o que o Pai possui é d’Ele (cf. Jo 16,13.15), ou seja, Ele revela a missão do Espírito Santo e apresenta o Pai para os discípulos. E podíamos completar: a Palavra também tem uma fonte de amor que distribui os dons e anima os caminhos da Igreja fazendo criar comunhão e unidade. Ele que, segundo o Credo Niceno-Constantinopolitano, é o “Senhor que dá a vida, que procede do Pai, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado e que falou pelos profetas.” Tudo isso, irmãos e irmãs, para dizer que a Trindade Santa é esse Deus único, que é comunidade, é comunhão, que nos chama a vivermos o amor a partir d’Ele. Santo Hilário (*300+368), no seu Tratado sobre a Trindade, nos diz: “um só é o Poder, do qual tudo procede; um só é o Filho, por quem tudo começa; e um só é o Dom, que é penhor da esperança perfeita.”(2) Tudo é perfeitíssimo na Trindade, Pai e Filho e Espírito Santo: a infinidade no Eterno, o esplendor na imagem, a atividade no dom. Queremos recordar que foi numa Liturgia da Santíssima Trindade, no dia 9 de junho de 1895, que Santa Teresinha do Menino Jesus, “Irmã e Amiga dos Sacerdotes”, registrou sua oferenda de si ao Amor Misericordioso, à “Trindade Bem-Aventurada”(3). A “Florzinha de Lisieux” expressa o desejo de que cada batimento do coração seja a renovação do Oferecimento. Peçamos a Nossa Senhora, coroada pela Santíssima Trindade, que interceda por nós junto à Trindade, que é o nosso Deus comunhão que nos acompanha na nossa vida litúrgica e no cotidiano da nossa caminhada pelo “vale de lágrimas”, pois sempre iniciamos e terminamos nossas celebrações, encontros e momentos de oração em nome da Santíssima Trindade. Também recebemos os sacramentos em nome da Trindade. Por fim, o nosso dia será sem sentido e a nossa noite incompleta se não iniciarmos e terminarmos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém! * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Poder de onde tudo inicia, * * * ⇒ Irmãos e irmãs, que estejamos prontos, com a graça, para sermos moradas da Trindade guardando tudo o que Cristo nos ensinou e que a graça de Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo esteja sempre em seu caminho! ⇐
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas famílias cristãs ⇐Santíssima Trindade: Um Deus que é Comunidade
(1) Cf. Resumo da mensagem do Sínodo dos Bispos ao povo de Deus, em 24 out. 2008. Disponível em: <https://pt.zenit.org/articles/resumo-da-mensagem-do-sinodo-dos-bispos-ao-povo-de-deus/>. Acesso em: 12 jun. 2019.
(2) Cf. Liturgia das Horas: Ofício das Leituras – Sexta-feira da 7ª Semana da Páscoa.
(3) Cf. SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS. História de uma Alma: manuscritos autobiográficos. São Paulo: Paulus, 2012, 29. reimpressão, pág. 328-331.Um Deus Comunidade
Que ama e que cria,
Que nos faz parecido com Ele.
Que tudo nos dá de presente
Ele é o Pai onipotente.
*
Rosto para nós revelado,
Que por nossas fraquezas é doado,
Que também está no princípio,
Natureza humana oferecida,
Caminho, verdade e vida.
*
Força de sabedoria e amor,
Também criador,
Que pairava sobre as águas,
Que seus dons a nós oferece,
Que anima e que aquece.
*
Deus que é comunidade,
Que nos ensina a unidade,
Envolvendo toda a nossa existência,
Que nos reúne como irmãos,
Que nos envia em missão.
Dia de Pentecostes, Solenidade, Ano C, São Lucas
⇒ Ano “Família Amoris Lætitia” (2021/2022) ⇐ Leituras [Missa do Dia]: At 2,1,11; Sl 103(104); 1Cor 12,3b-7.12-13; Sequência Espírito de Deus, enviai dos Céus (Veni Sancte Spiritus); Jo 20,19-23(1) ⇒ HOMILIA ⇐ Jo 20,19-23 Meus irmãos e irmãs, celebramos neste Domingo a solenidade de Pentecostes, a descida do Espírito sobre a Igreja nascente, agora esta manifestação do Espírito não é somente sobre os Apóstolos, mas também sobre as nações e culturas, as quais compreendem a mensagem do amor e da fé, pelo Espírito, em sua própria língua. O que era antes uma experiência do grupo dos Apóstolos, agora se expande pelo mundo com o sopro e o fogo do Santo Espírito. O que estava preso a um grupo, homens e mulheres que conviveram com Jesus na terra, agora é manifestado para aqueles que abraçaram a fé por milagres, pelas pregações e pelo testemunho corajoso dos discípulos do Senhor. Pentecostes é o ápice do Tempo Pascal, porque inicia o tempo da Igreja, tempo este que já na Ascensão do Senhor estava se iniciando, pois o mesmo Senhor que sobe aos Céus está presente no meio de nós, na total doação de seu Corpo e seu Sangue, pela sua santa Palavra e pelos os dons oferecidos aos que se tornam também o Corpo de Cristo no mundo. O Evangelho de João nos faz memória da Ressurreição quando os discípulos ainda estão profundamente marcados pelo medo, fechados em si e de portas fechadas (cf. Jo 20,19). A alegria renasce quando o Senhor traz a Paz para o grupo que, ao mesmo tempo, os envia para a missão, com o objetivo de anunciar ao mundo o Reino de Deus. A partir desta experiência, de encontro com Cristo ressuscitado, todos os que estavam ali reunidos ganham força e coragem para caminhar, pregando a experiência da Ressurreição. Na primeira leitura desta Liturgia (cf. At 2,1-11), temos a narração de Pentecostes, quando todos os discípulos estavam reunidos e então o Espírito Santo se manifesta, um fenômeno diferente, inédito para a humanidade. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (At 2,4). Aquilo que o Jesus anunciou, antes e depois da Ressurreição, agora se concretiza, pois a manifestação do Espírito Santo é para que os seus discípulos anunciem ao mundo a Boa-Nova do Reino nas diversas culturas, línguas, realidades e recantos do mundo. Por isso que o Espírito Santo não tem limites, Ele sopra onde quer (cf. Jo 3,8), vai aonde quer, como quer e oferece Sua luz e Sua força a quem Ele quiser, desde que os convocados, na sua liberdade, queiram receber a sua presença. Também podemos dizer que é exatamente a Sua ilimitada manifestação, com Suas diversas formas atemporais, que age além das nossas expectativas humanas e barreiras geográficas. Foi esta verdade anunciada e constatada na Igreja em toda a Tradição cristã, que conseguiu chegar a nós em pleno século XXI. Foi a experiência de abertura para a missão dos primeiros cristãos, que, carregados da fé corajosa, conscientes e às vezes também com marcas humanas de fraquezas, fez a messe do Senhor crescer e dar frutos, se espalhando pelos imensos espaços do mundo até nossos dias. Há uma dimensão da ação do Espírito Santo apresentada na segunda leitura desta Liturgia que merece a nossa reflexão: “Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos.” (1Cor 12,4-6). São Paulo nos fala da manifestação do Espírito Santo em cada um de nós. São os dons oferecidos aos que se deixam conduzir pela ação de Deus e do seu Espírito. Os cristãos, como membros de um mesmo Corpo, recebem dons para colocarem a serviço do bem comum. É isto que faz a beleza e a ilimitada ação na Igreja no mundo, pois somos membros que agem com diferentes serviços para que a obra de Deus esteja presente em toda humanidade. Quantos dons podemos oferecer a Deus? Desde o simples acolher na porta do templo, do cantar na Missa e nas celebrações, preparar o Altar, pregar para o povo, coordenar um grupo, animar comunidades, visitar as famílias. Enfim, a messe é grande, como afirmou o Senhor (cf. Mt 9,37). E para fora dos espaços da Igreja, quantas capacidades podem ser oferecidas para levar Deus e sua Palavra, no cuidado quando estamos a evangelizar, por exemplo. Também a arte de compor uma música cristã, de cantar, de fazer um poema, dar aulas e palestras, escrever uma matéria, defender a vida nos espaços políticos e sociais, escolas e meios culturais. Em quantas realidades primordiais podemos certificar a presença e a ação do Espírito Santo, tais como nos sacramentos, na celebração da Eucaristia, no chamado vocacional, na missão, nos nossos trabalhos pastorais. Agradeçamos a Deus pelos tantos dons do Espírito Santo, oferecidos à Igreja para o serviço do Reino. E quanto a nós devemos sempre nos manter na convicção de que tudo aquilo que vivemos e fazemos para o bem maior, é pela força e ação do Espírito Santo, que é Deus, a alma da Igreja, Senhor que dá a vida, que renova a face da terra [cf. Sl 103(104),30] e que nos santifica na vida de seguidores e seguidoras do Senhor Ressuscitado. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Presente desde o início, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz do Ressuscitado, pela ação do Espírito Santo, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas famílias cristãs ⇐Manifestação Pública do Espírito Santo
(1) Leituras facultativas: Rm 8, 8-17; Jo 14,15-16.23a-26.Ele é o Mesmo em Todo Tempo
Está o Santificador,
Nas águas da Criação,
Presença viva de amor,
Que conduziu os profetas,
Nas suas lutas e alertas,
Junto ao povo sofredor.
*
Presente está em Maria,
Na Sua anunciação,
Quando fala para ela,
Do plano da salvação,
Presente também em José,
Que fez o caminho a pé,
Nos tempos de perseguição.
*
Presente também em Jesus,
No Batismo e no deserto,
Na caminhada do povo,
Dizendo o caminho certo.
Nos encontros de alegria,
Na vida de cada dia,
Um Deus sempre muito perto.
*
Presente na Ressurreição,
Como sopro de alegria,
Vencendo o medo e o desânimo,
Que nos discípulos estaria.
Fazendo um caminho novo,
Junto a multidão do povo,
Igreja que já nascia.
*
Presente em Pentecostes,
Ao mundo manifestado,
Para as diversas culturas,
Para o mundo anunciado,
Dom de amor incomparável,
Imenso e insondável,
Deus de amor ilimitado.
*
Presente em nós, cristãos,
Com força e santa alegria,
Com os seus santos dons,
Que no caminho nos guia,
Que nos tira da tristeza,
Que nos dá a fortaleza,
Na vida de cada dia.