IV Domingo da Páscoa, Domingo do Bom Pastor, Ano B

 

*** Ano de São José (2020/2021) ***

 

Leituras: At 4,8-12; Sl 118(117); 1Jo 3,1-2; Jo 10,11-18

 

 

⇒ HOMILIA ⇐

O Pastor Eterno e Amoroso

Jo 10,11-18

 

Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia do IV Domingo da Páscoa, o Domingo do Bom Pastor, nos motiva a contemplar o Bom Pastor e a nossa experiência de ovelha que escuta a sua voz que nos conduz ao redil onde saciamos definitivamente a fome e a sede. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 10,11-18.

O evangelista João nos apresenta três importantes dimensões do Cristo, Bom Pastor: Jesus é o Bom Pastor que cuida; o seu redil já não está restrito à Jerusalém terrestre e, por fim, o Bom Pastor dá a vida pela salvação das ovelhas.

Jesus é o Bom Pastor porque é pleno ao cuidar do rebanho confiado pelo Pai. Por isso, foi até as últimas consequências na cruz e, de braços abertos, acolhe as ovelhas. O seu rebanho nasce da entrega e do cuidado visíveis no seu amor misericordioso.

Nós, você e eu, somos convidados a seguir a voz do Bom Pastor, o Pastor divino. O Autor da Vida também espera a oferta do nosso coração (muitas vezes de pedra), pois quer fazer novas todas as coisas (cf. Ap 21,5). Que atitudes do Bom Pastor temos tido diante da vida e dos irmãos? Temos, todos nós, missões que se parecem com a condução de um rebanho. Somos também pastores como ministros ordenados, como consagrados, pais e mães de família, como coordenadores de pastorais, como chefes de repartições. Também devemos imitar o Bom Pastor na escuta ao outro e em muitas outras experiências de cuidado que devem ser realizadas com simplicidade, justiça e misericórdia.

Num segundo momento Cristo nos diz que há ovelhas que não são do redil (de Jerusalém) que devem ser apascentadas (cf. Jo 10,16). Os cristãos devem acolher cada um que vem e quer se inserir no rebanho do Senhor, pois o Bom Pastor acolheu a todos, em um só rebanho e um só Pastor. O acolhimento e o cuidado do Bom Pastor faz a diferença na semeadura do Evangelho.

Por fim Jesus nos ensina que a sua vida é oferecida para a salvação do mundo: “Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo.” (Jo 10,18). A entrega é gratuita e livre em favor da humanidade. O Ressuscitado quer abrir a nossa inteligência para que possamos entender as Escrituras.

Somos motivados a meditar se nossas ações são em função das coisas do alto ou de interesses fúteis e ou mesmo de atitudes úteis das coisas terrestres (cf. Cl 3,1-4). Como usamos o nosso cajado diante de nossa missão de servir? O cajado do pastor é para apontar e proteger o caminhar e não para bater nas ovelhas. Os maus pastores, os mercenários, fogem diante dos perigos ou batem com o cajado nas ovelhas quando estas se perdem (cf Jo 10,12).

E o que dizer dos governantes? Responsáveis pela saúde pública, pela educação, pelo cuidado do povo. Estes, escolhidos pelo seu próprio rebanho, com frequência causam muitos sofrimentos como o mercenário do Evangelho de hoje. Não promovem a justiça e o bem comum. Jesus nos ensina que o pastor deve ter amor e compromisso na sua missão, promovendo a dignidade do povo.

Por fim, rezemos pelos nossos pastores (Papa, Bispos, padres, diáconos, muitos coordenadores de pastorais), para que sejam fiéis à sua missão de cuidar do redil, que é a Igreja. E a nós, ovelhas reunidas em torno da Palavra e da Eucaristia, ouçamos a voz do Bom Pastor que nos conduz ao aprisco onde nossa fome e sede são saciadas definitivamente, e que possamos ser também responsáveis naquilo que o Bom Pastor nos confiou.

 

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⇒ POESIA ⇐

O Pastor e a Ovelha

Ó Pastor supremo e bom,
Que a todas as ovelhas,
Trata com tanto carinho,
Que orienta o caminho,
Totalmente por amor,
Ó eterno bom Pastor,
Não nos deixe aqui sozinhos.

Ó Pastor supremo e verdadeiro,
Que doa a vida livremente,
Para a todos vir salvar,
Sem assim descriminar,
Nenhum dos seres humanos,
Com verdade e sem enganos.
Vem nos fortificar.

Ó Pastor supremo e amigo,
Que fala palavras eternas,
Para nos alimentar,
Para nos encorajar,
Pois tua voz queremos ouvir,
Sem medo de te seguir,
Vem sempre nos iluminar.

Somos teu rebanho vivo,
Que quer sempre te encontrar,
Queremos o teu infinito amor,
Acende-nos com tua luz e teu ardor,
Para a nossa forte felicidade,
Para a nossa viva caridade,
Tu és nosso belo e bom Pastor.

Pastor que cuida com tanto zelo,
As ovelhas cansadas e feridas,
O seu rebanho por ti tão querido,
Trata-nos como teus amigos,
E vai também a outros rebanhos,
Não consideram como estranhos,
Acolhe e carrega quem está sofrido.

Prepara-nos a mesa do amor,
Com taças e o vinho da alegria,
Para as ovelhas sempre acolher,
Pois sua vida vem a nos oferecer,
E não deixa de fora ninguém,
Seu rebanho alimenta do sumo bem,
No banquete vem a todos receber.

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*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, o Bom Pastor, ilumine o seu caminho! ***

 

IV DOMINGO DA PÁSCOA

ANO NACIONAL DO LAICATO

Leituras: At 4,8-12; Sl 117; 1Jo 3,1-2; Jo 10,11-18

POESIA

O PASTOR E A OVELHA

Ó Pastor supremo e bom,
Que a todas as ovelhas,
Trata com tanto carinho,
Que orienta o caminho,
Totalmente por amor,
Ó eterno bom Pastor,
Não nos deixe aqui sozinhos.

Ó Pastor supremo e verdadeiro,
Que doa a vida livremente,
Para a todos vim salvar,
Sem assim descriminar,
Nenhum dos seres humanos,
Com verdade e sem enganos.
Vem nos fortificar.

Ó Pastor supremo e amigo,
Que falas palavra eternas,
Para nos alimentar,
Para nos encorajar,
Pois tua voz queremos ouvir,
Sem medo de te seguir,
Vem sempre nos iluminar.

Somos teu rebanho vivo,
Que quer sempre te encontrar,
Queremos o teu infinito amor,
Acende-nos com tua luz e teu ardor,
Para a nossa forte felicidade,
Para a nossa viva caridade,
Tu és nosso belo e bom Pastor.

Pastor que cuida com tanto zelo,
As ovelhas cansadas e feridas,
O seu rebanho por ti tão querido,
Trata-nos como teus amigos,
E vai também a outros rebanhos,
Não consideram como estranhos,
Acolhe e carrega quem está sofrido.

Prepara-nos a mesa do amor,
Com taças e o vinho da alegria,
Para as ovelhas sempre acolher,
Pois sua vida vem a nos oferecer,
E não deixa de fora ninguém,
Seu rebanho alimenta do sumo bem,
No banquete vem a todos receber.

 

HOMILIA

O Pastor Eterno e Amoroso

A liturgia deste quarto domingo da Páscoa celebra a figura do Bom Pastor, Jesus Cristo, nosso caminho de Salvação. Somos chamados neste dia a refletirmos nossa condição de participantes do rebanho do Senhor numa experiência de escuta da voz do Bom Pastor e na participação da sua mesa, onde há o alimento que mata para sempre a nossa fome e a bebida que sacia eternamente a nossa sede.

No evangelho desta liturgia, no texto de João 10,11-18, podemos refletir três pontos importantes para a nossa vida de Cristãos: primeiro Jesus se apresenta como o Bom Pastor que é diferente dos mercenários, os quais conduzem o rebanho por interesse e por dinheiro, não se importando com as ovelhas que estão aos seus cuidados.

Jesus é o Bom Pastor porque ele dá a vida pelo seu rebanho, por isso foi até as últimas consequências: foi pregado numa cruz. Ele tem a vocação vinda de Deus Pai que o confia como verdadeiro pastor. Braços abertos para acolher o rebanho que nasce da entrega e do seu cuidado que brota da força de seu amor incalculável.

Nós, cristão que nos reunimos como rebanho do Senhor, somos convidados a ouvir a voz do nosso Pastor divino e ao mesmo tempo segui-lo. Somos também convidados a colocar no nosso coração e na nossa vida, as qualidades e as marcas da experiência de Jesus aquele que nos guia por caminhos seguros. Que gestos, atitudes e postura do Bom Pastor temos diante da vida e dos irmãos?

Na vida nossa de cada dia, temos responsabilidades e missões que se parecem com a condução de um rebanho. Portanto, somos também pastores a exemplo de Cristo, como pais e mães de família, como coordenadores de grupos da Igreja, como chefes de repartições, com políticos, no nosso trabalho, nas pastorais sociais, nas organizações, também como ouvintes, conselheiros confidenciais e muitas outras experiências que devem ser realizadas com justiça e sinceridade, sem interesses e sem descaso.

Num segundo momento Jesus nos diz: “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir.” (Jo 10,16). É interessante que a missão de Jesus não está restrita a grupo dos seus (povo judeus), mas também a outros pastoreios que precisam também ouvir a sua voz e aos quais ele os considera. Os cristãos são convidados a acolher cada ser humano, que vem e quer se inserir no rebanho do Senhor.

Portanto, o amor de Cristo se estende a todos, por que é o desejo de Deus que haja um só rebanho e um só Pastor no amor. É vontade do Bom Pastor que todos encontrem nele a vida nova e o sentido da sua existência. Por isso o acolhimento e o cuidado do bom Pastor faz a diferença na semeadura do Evangelho.

Por fim Jesus nos ensina que a sua vida é oferecida para a salvação do mundo: Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo.” (Jo 10,18). Há uma entrega gratuita e totalmente livre de Jesus em favor da humanidade. Não poderá haver total entrega quando há imposições.

Somos então convidados a refletir sobre a nossa vida de cristãos membros do rebanho do Senhor. Até que ponto nossas ações e opções de vida são uma experiência verdadeira de entrega sem interesses fúteis e vazios? Como nos sentimos dentro deste rebanho de Cristo, o Bom Pastor? Como usamos o nosso cajado das responsabilidades diante de nossa missão de servir?

O Cajado do pastor é para a pontar e proteger o caminhar do rebanho e não para bater nas ovelhas. Os maus pastores, fogem quando veem os perigos, e, muitas vezes batem com o cajado na cabeça das suas ovelhas quando estas se perdem ou caem pelo caminho. A estes, Jesus chama de mercenários, porque eles não se importam com a sua tarefa de cuidar. (cf Jo 10,12).

O que dizer dos chefes das nações, dos estados, dos municípios, os quais são responsáveis pela condução de um povo, como representantes. Estes, muitas vezes escolhidos pelo seu próprio rebanho, com frequência causam muitos sofrimentos ao povo quando não se interessa em cuidar com carinho daquilo que lhe foi confiado. Não se interessam em fazer valer a justiça, o bem comum e a vida digna. Jesus nos ensina que o pastor deve ter amor e compromisso na sua missão de fazer valer a dignidade e a igualdade a um povo.

Portanto, busquemos rezar pedindo pelos nossos pastores aqui na terra (Papa, Bispos, padres, diáconos) para que sejam fiéis na sua missão e que o seu trabalho seja vivenciado numa entrega verdadeira e numa atitude de carinho, fé e esperança.

E a nós, ovelhas reunidas em torno das mesas da Palavra e da Eucaristia, que possamos seguir em frente ouvindo a voz do Bom Pastor e se alimentando da sua mesa a caminho da verdadeira vida e sendo responsáveis naquilo que o Bom Pastor nos confiou.