VI DOMINGO DO TEMPO COMUM
ANO NACIONAL DO LAICATO
Leituras: Lv 13,1-2.44-46; Sl 31(32); 1Cor 10,31-11,1; Mc 1,40-45
POESIA
O SENHOR NOS CURA
Encontremos o Senhor,
Para nos purificar,
Nossos pecados curar,
Para podermos servir,
Ele é cura e compaixão,
Faz a purificação,
E vem pra nos redimir.
O Senhor é nossa alegria,
Preenche o nosso vazio,
Quando há o vento bravio
Quando vem em nós a dor,
Quando vem nossa tristeza,
Ele é nossa fortaleza,
Nosso Deus de puro amor.
Quantas lepras a atacar,
Nossa vida em movimento,
Traz pecado e sofrimento,
Precisamos nos curar,
E aí pedir perdão,
É a nossa gratidão,
Para nos santificar.
Também nossa indiferença,
Com os que estão sofrer,
Nós não queremos ver,
Temos medo e insegurança,
E por isso nós fugimos,
De bons nós também fingimos,
Sem pregar a esperança.
Tantas boas intenções,
Não bastam para ser cristão,
Precisamos de ação,
E mudar nossa postura,
Trazer em nós a conversão,
Para abraços os irmãos,
E Jesus lhe traz a cura.
Encontremos no Senhor,
Nossa cura e pureza,
Remédio em sua mesa,
Para a nossa salvação,
Curemos nossas feridas,
Nossas raivas e intrigas,
Pra abraçar a comunhão.
HOMILIA
Em Cristo a cura é total
Neste 6º Domingo do tempo comum encontramos Jesus sendo tocado por um leproso, que rompeu o cordão de isolamento construído pelas autoridades religiosas da época. Este isolamento era um preceito que constava no livro sagrado sobre o título de lei de Moisés.
Naquele tempo, uma pessoa com lepra era totalmente banido da convivência social, pois além de ser considerada contagiosa, a pessoa com esta enfermidade era vista como amaldiçoada e carregando o pecado da sua história.
Na primeira leitura podemos comprovar como era tratada uma pessoa portadora de lepra: “O leproso desta enfermidade trará suas vestes rasgadas e seus cabelos desgrenhados; cobrirá o bigode e clamará: Impuro! Impuro!” (Lv 13,45).
Jesus rompe com a lei de Moisés porque ele não é mais um profeta. Ele é o próprio Deus que veio curar nossas feridas e perdoar nossos pecados. Ele se compadece do doente, estende a mão, toca-o e confirma a cura (cf. Mc 1,41-42).
Curar um leproso era como ressuscitar um morto, porque quem estava com lepra, estava condenado a não mais conviver com ninguém. Aquela doença além de ser contagiosa era incurável e causava a exclusão total da pessoa.
Ao curar aquele homem, Jesus também perdoa os pecados e o inclui novamente ao convívio social, tirando-o das margens da sociedade. O ex-leproso agora irá anunciar as maravilhas de Deus a todos os que ele encontrar porque se sentiu acolhido e incluído por Jesus. A fama de Jesus crescerá cada vez mais.
O evangelho não diz se aquele homem curado se apresentou aos sacerdotes porque ele já encontrou e reconheceu que Jesus é quem veio curar as feridas da humanidade e tirar os pecados do mundo.
Jesus agora irá para as margens (periferias) porque precisa resgatar os pecadores, curar os doentes e salvar os que estavam perdidos. Foi para isso que ele veio, porque nas periferias estavam todos os que eram expulsos pelas autoridades religiosas. Com suas leis eles tornavam os doentes impuros e intocáveis por causas das suas doenças.
Esta liturgia nos levar a refletir sobre nossas enfermidades e sobre a nossa relação com as enfermidades dos outros, os necessitados da presença de Cristo. Podemos nos perguntar: como estão nossas ações para com os doentes e aos que estão nas periferias da vida?
Como o homem curado da lepra, descrito no evangelho, os cristãos são chamados pelo Senhor a buscarem a libertação para os que sofrem das exclusões, dos preconceitos, da falta de assistência à saúde e de tantas outras realidades que fazem os pobres ficarem mais necessitados da caridade.
Os cristãos são chamados a colaborarem com Cristo na promoção das curas existenciais, sociais, físicas e espirituais, eliminando os estigmas que tanto afligem os filhos de Deus.
Quantas vezes nos afastamos dos necessitados e o ignoramos por causa da nossa prepotência e indiferença. Às vezes também temos medo e nojo do outro e não queremos tocá-los. Não queremos contribuir com a sua cura e libertação.
Perante estas atitudes, precisamos nos colocar diante do altar do Senhor em atitude de humildade todas as vezes que vamos celebrar a Eucaristia e pedirmos perdão por estas doenças humanas e espirituais.
Quantas lepras em nós precisam ser curadas (retiradas) pela presença santificadora de Cristo, pela sua Palavra e alimento. Quantas dores nos incomodam. Precisamos pedir e deixar que ele nos toque com o seu perdão. O Senhor vem, se aproxima de nós, nos toca e nos faz participantes de sua mesa. Quer nos trazer de volta, fazendo-nos membros do seu grupo de discípulos missionários.
Peçamos, portanto, as graças do Deus vivo que nos cura e nos salva, para sermos sinais do amor do salvador no mundo. Somente precisamos tomar uma atitude de expressar a nossa fé e confiança em Deus, pois o Senhor é nosso refúgio e alegria. Ele vem nos incluir no seu rebanho e curar todas as nossas enfermidades. Amém.