Leituras: At 6,1-7; Sl 32(33); 1Pd 2,4-9; Jo 14,1-12
POESIA
CRISTO, O ROSTO DE DEUS
Não se perturbe teu coração,
Mas tenha a fé no Senhor,
Porque ele é o caminho,
Rosto divino do amor,
Que nos ensina a caridade,
Que nos leva a eternidade,
Ele é nosso redentor.
O Senhor também é vida,
Para a nossa alegria,
Faz-nos seus missionários,
E dá-nos paz a cada dia,
Sua vida é sempre nova,
Sua ressurreição é a prova,
De tudo que ele anuncia.
Somos nele pedras vivas,
Ele, a Pedra angular,
Somos também nação santa,
Para o mundo edificar.
Nossa fé nos faz honrados,
Em Cristo somos banhados,
Banho que nos vem salvar.
E abraçando a caridade,
Em favor de toda a gente,
O Senhor nos convocou,
A servi-lo para sempre,
Vivendo a diaconia,
Na noite e também no dia,
Em favor do irmão carente.
Ele, nossa divina verdade,
Que nos dar a esperança.
Nós seguimos com coragem,
Vivendo na temperança.
Palavra que nos orienta,
Corpo e sangue que sustenta,
Trazendo-nos a segurança.
HOMILIA
Jesus, nosso Caminho, Verdade e Vida
Cristo nos fala no evangelho deste 5º domingo da Páscoa: “Eu sou o Caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6). Estas palavras foram ditas para os seus discípulos momento após o gesto do Lava-pés, quando Tomé se declara um pouco angustiado sem saber para onde ir (cf. Jo 14, 5). Jesus se apresentando como o caminho, significa que para segui-lo, seus discípulos devem estar em constante movimento. É abraçar a peregrinação da missão pelo mundo, levando a verdade e a vida.
Felipe faz um pedido: Senhor mostra-nos o Pai, isso nos basta (cf. Jo 14, 8b). Diante destes sentimentos dos discípulos, Jesus responde que o seu rosto misericordioso é a imagem do Pai. Olhar para ele, ver suas ações, seu jeito de lidar com as pessoas, seu acolhimento e seu perdão, expressam ação e a imagem de Deus Pai.
Os discípulos, após a ressurreição, como continuadores da missão de Jesus e em comunhão com ele, deverão apresentar em suas ações, a presença de Cristo ressuscitado que viveu em comunhão perfeita com o Pai e que após a sua ressurreição encarregará todos os seus seguidores de agirem como seu mestre.
Na primeira leitura podemos comprovar que a missão se expande e se faz necessário eleger mais discípulos para que o serviço do amor seja executado. Nesse momento são escolhidos os sete primeiros diáconos para que estejam a serviço da caridade em favor dos necessitados (cf. At 6,5-6). A Igreja nasce do amor aos pobres e necessitados, porque Cristo viveu toda a sua caminhada terrestre em função do amor aos pobres e do serviço da justiça e da paz entre as pessoas. Hoje devemos retomar a Igreja dos Atos dos Apóstolos, voltando o nosso olhar e a nossa ação para o serviço dos carentes materiais, espirituais e humanos.
São Pedro na sua primeira carta vai nos dizer: “Do mesmo modo, também vós, como Pedras vivas, formai o edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Cristo” (1Pd 2,5). Assim serão todos os batizados, discípulos de Cristo, em favor do Reino de Deus, os quais são enviados a mostrarem o rosto misericordioso e caridoso do Pai como pedras vivas, na edificação de um mundo novo.
Nas primeiras comunidades os seguidores de Jesus viveram a experiência de missão além da Galileia. O desafio foi espalhar a Palavra de vida pelo mundo. Para isso foi necessário a expansão com novos discípulos para dar continuidade a missão de Cristo na Igreja nascente. Para isso foi preciso a consciência de que os missionários fossem como pedras vivas e edifícios espirituais.
Os primeiros cristãos carregavam em si a mística necessária para semearem o evangelho vivo. A vida do ressuscitado era tão forte que favorecia a coragem para a entrega total pelo Reino de Deus. Sem medo das perseguições, chegavam a ponto de derramarem o próprio sangue através do martírio.
Hoje são os cristãos, as pedras vivas para a construção de uma Igreja que vive a missão da caridade, da evangelização e da formação de novos discípulos. Os batizados são chamados a espalharem o amor pelas famílias sem muros, através do serviço aos necessitados e abandonados.
Missão realizada sobre a luz do sol, que às vezes é escaldante, ou sobre a noite fria que muitas vezes é escura e desafiante, quando nas realidades dos pobres, nas ruas e praças de nossas cidades. Esta é também a Vinha do Senhor que precisa de cuidado e carinho dos seus discípulos.
Também os cristãos devem ser sinais de Cristo além dos altares e templos, acolhendo e escutando as pessoas muradas, isoladas e machucadas pelas tantas realidades de sofrimentos. Muitos perderam a esperança e a coragem de lutarem por um mundo de paz e de justiça. Outros foram embriagados pelas ideologias que somente trazem como consequências o vazio e a angústia da desestruturação familiar e social.
Enfim, o rosto amoroso e misericordioso de Cristo deve está presente em cada um de nós. Somos batizados (inseridos) em Cristo para expressarmos a imagem dele neste mundo, como sacerdote a serviço do culto verdadeiro, profetas anunciadores da Palavra verdadeira e reis com o Senhor sobre as potestades que afligem o nosso mundo. Este é nosso caminho, ajudemos as pessoas a encontrarem o caminho, o próprio Cristo. Amém!