XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C – SÃO LUCAS

 

Leituras: Hab 1,2-3;2,2-4; Sl 94(95); 2Tm 1,6-8.13-14; Lc 17,5-10

 

“A exortação aos apóstolos” (1886-1894), por J. Tissot

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Aumentando a fé na caminhada

Lc 17,5-10

 

O Evangelho deste 27º domingo do tempo comum inicia exatamente com uma forte súplica dos apóstolos a Jesus: “Aumenta a nossa fé!” (Lc 17,5).

Os apóstolos caminham com Jesus para Jerusalém e, depois de terem ouvido sobre a misericórdia, a pobreza e a riqueza, sentem o desafio e as possíveis barreiras a serem enfrentadas no apostolado.

E Jesus, vendo aquela fé “infantil”* dos apóstolos, vinda da tradição do antigo povo de Israel, responde: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria.” (Lc 17,6).

Na caminhada com o Mestre, os apóstolos necessitavam de aumentar fé, pois a experiência de segui-lo em missão exigia um compromisso maduro e mais concreto, baseada numa resposta consciente de cada seguidor, a cada dia, a cada desafio, a cada crise. Caminhar com Jesus não era mais como seguir a tradição dos mestres da lei, que muitas vezes impunha normas e preceitos sem adesão das pessoas.

Para seguir o mestre exigia-se novas atitudes de vivência religiosa, e desta vez concreta e encarnada na vida, no contato com os doentes, com os pobres e com os marginalizados, também no embate com as lideranças políticas e religiosas daquela época. Isso exigia que a fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, precisaria crescer, ter força de transformação, de movimento e de mudanças consistentes na vida de cada apóstolo.

Estas palavras de Jesus nos leva a refletir que talvez precisamos suplicar uma fé que seja mais sólida e que tenha a força das palavras do evangelho, maior do que a fé infantil absorvida, mas necessária, nos primeiros anos de catequese. E então podemos pedir: Senhor, aumenta a nossa fé, qualifica a nossa fé, torna a nossa experiência com o Senhor cada vez mais autêntica, como aquela que transformou a vida dos primeiros seguidores do Caminho, mesmo que ela seja tão pequena quanto um grão de mostarda.

E Jesus nos ensina sobre a nossa posição de servos: “quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’.” (Lc 17,10). Neste sentido, é o crescimento de nossa fé como discípulos do Senhor que nos faz nos reconhecermos como servos inúteis ou simples servos.

Crescer na fé é uma graça que vem de Deus. Servir ao Senhor não nos dar o direito aos merecimentos, às honrarias, mas de bem-aventurança por fazermos um caminho de discipulado para como o Senhor e nos convertermos e ganharmos o Céu. Vivemos num mundo que estimula os méritos. Ser discípulos é se colocar na contramão desta concepção de merecimentos humanos. Ser um simples servo é ser discípulo em gratuidade e agradecimento por caminhar com Jesus e colaborar com o seu Reino e no anúncio de sua Boa-Nova.

Na primeira leitura podemos constatar um diálogo entre o profeta Habacuc e Deus, que poderá nos ajudar nesta compreensão da experiência da fé. O profeta se queixa de tantos sofrimentos a sua frente, pois ele já não compreende porque tantos problemas a sua vista e aparentemente sem soluções. E Deus lhes responderá no final: “Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé.” (Hab 2,4). O justo viverá pela sua fé, este é o segredo.

Na segunda leitura, São Paulo, na carta a Timóteo, nos exorta a vivermos sem medo ou timidez nesta estrada do Senhor: “Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade.” (2Tm 1,7). O discípulo do Senhor não pode caminhar na insegurança, nem no medo. Ele deve carregar no coração a esperança, e como servo inútil buscar viver a sua fé numa dinâmica de crescimento do mandato recebido.

E no início do mês missionário e do Santo Rosário, peçamos ao Senhor que aumente o nossa fé e o nosso entusiasmo na missão. Também o nosso compromisso na evangelização, caminhando com Ele na construção do seu Reino. Mesmo reconhecendo que a nossa fé seja tão pequena quanto um grão de mostarda, supliquemos ao Senhor que qualifique a nossa confiança, pois somos servos inúteis e necessitamos sempre da Graça de Deus e, ao mesmo tempo, incapazes de corresponder plenamente ao que o Senhor nos favorece, porque seu amor além de ser incalculável é gratuito. Amém.

———-

* A expressão “infantil” nos remete à uma vivência de adoração a Deus anteriormente a encarnação do Filho. Essa noção pode ser lida em Pagola (O caminho aberto por Jesus: Lucas. Petrópolis: Vozes, 2012, pp. 279-285).

 

 

***

⇒ POESIA ⇐

Os caminhos da fé

Em missão vão os discípulos,
Junto ao Senhor que tanto os ama,
Suplicam a fé em quantidade,
Para que não se apague o fervor da chama,
Que se acendeu quando Ele os chamou,
E continua acessa por onde Ele caminhou,
Mas que por um momento já não inflama.

Ao perceberem os desafios do caminhar,
Pedem a fé para perseverar,
A confiança na rocha firme que é o Senhor,
Para na missão com pés firmes continuar,
Sem medo, sem desconfiança,
Mas na obediência e na esperança,
Que com o Senhor não irão desandar.

Hoje somos nós os seguidores,
Que pedem o dom da esperança e da alegria,
Com o peito marcado pelo fervor
Nas noites escuras e, mas também ao dia,
Buscando ouvir a palavra como alimentação,
Querendo viver sem desolação,
E seguindo a Luz que sempre alumia.

O Senhor nos chama a sempre caminhar,
E nos dá o seu corpo que nos fortalece,
Nos chama a viver na comunhão,
Acolher seu amor que nos enternece,
E o Santo Espírito sempre acolher,
Que a nossa vida quer aquecer,
Numa firme busca que se oferece.

E nesta vida de peregrinação,
Como servos inúteis vamos andando,
Aos passos lentos procurando entender,
Tudo que o Senhor vai nos ensinando,
Como na fé a gente vai crescendo,
Mesmo que no momento não entendendo,
Porque a vida santa se faz caminhando.

 

 

*** Que a Palavra e a Luz de Jesus, Senhor e Deus, ilumine o nosso caminho ***

 

 

XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C – SÃO LUCAS

 

Leituras: Am 6,1a.4-7; Sl 145(146); 1Tm 6,11-16; Lc 16,19-31

 

(1) “O pobre Lázaro à porta do mau rico”; (2) “O mau rico no inferno” (1886-1894), obras de J. Tissot

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

No amor de Cristo, vencemos os abismos entre os irmãos

Lc 16,19-31

 

O Evangelho do 26º domingo do tempo comum, que está em Lc 16,19-31, nos traz a parábola do rico avarento e do pobre Lázaro. Jesus fala sobre duas realidades que envolvem o homem: a riqueza e a pobreza. Um homem rico que se vestia de vaidade, com belas e caras roupas. Do outro lado, o pobre Lázaro ao chão, estava ferido, faminto e esfarrapado, diante da porta do rico (cf. Lc 16,19-21).

A segunda cena deste Evangelho já não é mais no plano terrestre. Lázaro encontra-se “junto de Abraão” (Lc 16,22) enquanto que o rico está na “a região dos mortos, no meio dos tormentos” (Lc 16,23).

As realidades se invertem: Lázaro que padeceu na terra, está agora gozando da paz e da harmonia, porque mesmo vivendo na extrema miséria, confiou totalmente na Graça divina. O rico, que não soube usar dos seus bens para se aproximar e ajudar os outros, pecou pela indiferença, agora está nos tormentos.

Vejamos que, de forma mesquinha, o rico pede uma gota de água para refrescar a sua língua, como que não acreditando na abundância da Graça divina, e ainda mais: pede não pelos os homens que estão na terra, mas de forma egoística, apela pelos cinco irmãos. No seu abismo não há mais possibilidades de criar uma ponte para junto de Abraão (cf. Lc 16,26).

A riqueza na antiga Aliança por muitas vezes foi vista como benção de Deus, como prosperidade ao homem fiel à promessa. Por outro lado, a pobreza era como uma maldição e falta de benção e de prosperidade. Os tempos passaram e as riquezas materiais foram se tornando mais obstáculos para o homem do que possibilidades para que o mesmo prepare o seu caminho rumo ao paraíso eterno.

Atualmente, não parece que mudou muito estas duas realidades, entre ricos e pobres. Há um abismo enorme, quase intransponível, entre os filhos do mesmo Pai Divino. Ainda há muitas mansões e palácios luxuosos, ainda há muita ostentação e esbanjamento das riquezas materiais.

O pior é que ainda persiste o pecado da indiferença e do desrespeito para com a necessidade dos pobres. Há nas calçadas, nas ruas, nas portas, os famintos, os doentes, os sofredores, os excluídos. Eles clamam por comida, por assistência médica e por justiça social. Em suas situações de sofrimento, eles nos revelam e denunciam as feridas de um sistema desigual e excludente, criado pelo capitalismo do mundo pós-moderno e seus interesses lucrativos.

Diante disso, podemos nos perguntar: Como está a nossa atenção aos irmãos que estão na miséria, nas calçadas, feridos e sem a assistência que os humanos merecem? Como está a nossa relação com os bens materiais? As riquezas são possibilidades de aproximação ou de abismos para com o Reino de Deus?

O cristão é chamado a ser o agente de transformação desta realidade. Jesus nos chama a romper as portas da indiferença de nosso coração para construímos pontes de solidariedade, de justiça e caridade no mundo.

Podemos concluir, lembrando-nos do salmo desta liturgia, o qual mostra como Deus deseja que o homem trilhe pelo caminho do bem e ao mesmo tempo como ele protege os sofredores, pobres materiais e espirituais guiando-os na sua vida, porque ele reina e sempre vence o mal. “O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos. Ele ampara a viúva e o órfão, mas confunde os caminhos dos maus. O Senhor reinará para sempre! (Sl 145/146). Amém.

 

 

***

⇒ POESIA ⇐

Abismos entre irmãos

Mundo de tantos altares,
Onde o dinheiro é adorado,
Onde tantos estão focados,
Nas coisas materiais,
Tornando-se desiguais.
Como Deus será amado?

Jesus nosso Salvador,
É quem nos traz a lição:
Vivermos sem ambição,
As coisas não adorar,
Mas somente administrar,
Para o bem do nosso irmão.

Servir somente ao Senhor,
Como único e verdadeiro,
Não sendo interesseiro,
Sem o outro corromper,
Mas a ele oferecer,
O Amor como primeiro.

Ser fiel no que lhe cabe,
Saber administrar,
Sem ao outro enganar
Viver com muito cuidado,
Para não ser condenado,
Quando Deus vier cobrar

Deus de amor Ressuscitado,
Curai nosso coração,
Pra não viver a ilusão,
De uma vida enganada,
Guia-nos na tua estrada,
Que nos leva a salvação.

Abençoai todos aqueles,
Que estão sempre a servir,
Amando sem oprimir,
Que sabem administrar,
O que Senhor lhe confiar,
E os irmãos vivem a unir.

Espírito Santo de amor,
Iluminai nosso viver,
Faz-nos esclarecer,
Cada passo desta estrada,
Nessa nossa caminhada,
Pois, o Céu queremos ver.

 

 

*** Que a Palavra e a Luz do Bom Pastor ilumine o seu caminho ***

 

 

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C – SÃO LUCAS

 

Leituras: Am 8,4-7; Sl 112(113); 1Tm 2,1-8; Lc 16,1-13

 

“O administrador desonesto” (1908), por Eugène Burnand

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Os discípulos de Cristo são os adoradores e servidores do único Deus

Lc 16,1-13

 

A Liturgia da palavra deste 25º domingo do tempo comum nos apresenta mais uma parábola de Jesus contada pelo evangelista Lucas (cf. 16,1-13). Esta parábola fala sobre o administrador infiel e esperto. Ele é alertado pelo seu patrão por praticar uma administração desonesta. Este administrador, refletindo sobre a sua demissão, usa uma estratégia para sair desta situação. Ele abre mão do seu lucro e desta forma consegue devolver o dinheiro que é do seu patrão. (cf. Lc 16,5-7).

Jesus elogia a esperteza daquele administrador e fala para seus discípulos: “Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas” (Lc 16,9). Para Jesus, o dinheiro injusto era aquele que os ricos ajuntavam à custa da exploração das pessoas. Porém, este dinheiro poderia ser usado a serviço da caridade e da vida dos pobres. Desta forma, os pobres, os bem-aventurados, poderiam acolher os ricos no Céu, porque estes colocaram suas riquezas a favor dos necessitados. Pois o Céu é daqueles que fizeram o bem e viveram a caridade na sua caminhada terrena (cf. Mt 25,34).

Jesus chama a atenção dos seus discípulos para que sejam fiéis no seguimento a Ele e na missão, pois eles serão administradores dos bens celestes e deverão carregar no coração a honestidade e a verdade da Palavra de Deus.

Na missão, os discípulos de Jesus deveriam também estar atentos com a mesma astúcia do administrador infiel, porém buscando a sabedoria do Espírito Santo para administrarem os bens do Reino. Em nossa caminhada cristã, precisamos também da sabedoria e da coerência, em virtude do nosso testemunho e do serviço ao Evangelho.

Jesus também ensina que o seu discípulo é aquele que é fiel nas pequenas e grandes coisas, as quais são colocadas sobre sua responsabilidade (cf. Lc 16,10). Também para ser discípulo é preciso que este ame a Deus como único Senhor (cf. Lc 16,13). O dinheiro pode ser cultuado como um deus (ídolo) com muitos altares erguidos por todos os lugares, pode ser adorado e confundir o homem na busca do bem maior de sua existência, que é o sentido da sua vida e seu papel no mundo.

O profeta Amós nos apresenta a situação de corrupção que já existia desde os tempos antigos: “E o sábado, para darmos pronta saída ao trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos, e adulterar balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias, e para pôr à venda o refugo do trigo?” (Am 5b-6). Parece que o nosso mundo não mudou. Sempre existiu esta luta entre os filhos das trevas e os filhos da luz.

Hoje temos tantas situações parecidas com o que apresenta Amós, pois as fraudes comerciais, políticas e administrativas são visíveis. Nem sempre o dinheiro é usado a serviço das necessidades básicas e concretização dos direitos os quais as leis nacionais e internacionais exigem que os governantes devam cumpri-las.

Também fiquemos atentos ao que nos ensina São Paulo, na sua primeira carta a Timóteo: “Antes de tudo, recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens; pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador; ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.” (1Tm 2,1-4). A nossa oração pelos que nos governam e o sincero propósito de crescermos na comunhão, na verdade e na honestidade, nos ajudará na construção do Reino de Deus, através do anúncio da Boa-Nova (Evangelho) ao mundo.

 

 

***

⇒ POESIA ⇐

Servir somente ao Senhor

Mundo de tantos altares,
Onde o dinheiro é adorado,
Onde tantos estão focados,
Nas coisas materiais,
Tornando-se desiguais.
Como Deus será amado?

Jesus nosso Salvador,
É quem nos traz a lição:
Vivermos sem ambição,
As coisas não adorar,
Mas somente administrar,
Para o bem do nosso irmão.

Servir somente ao Senhor,
Como único e verdadeiro,
Não sendo interesseiro,
Sem o outro corromper,
Mas a ele oferecer,
O Amor como primeiro.

Ser fiel no que lhe cabe,
Saber administrar,
Sem ao outro enganar
Viver com muito cuidado,
Para não ser condenado,
Quando Deus vier cobrar

Deus de amor Ressuscitado,
Curai nosso coração,
Pra não viver a ilusão,
De uma vida enganada,
Guia-nos na tua estrada,
Que nos leva a salvação.

Abençoai todos aqueles,
Que estão sempre a servir,
Amando sem oprimir,
Que sabem administrar,
O que Senhor lhe confiar,
E os irmãos vivem a unir.

Espírito Santo de amor,
Iluminai nosso viver,
Faz-nos esclarecer,
Cada passo desta estrada,
Nessa nossa caminhada,
Pois, o Céu queremos ver.

 

 

*** Que a Palavra e a Luz do Bom Pastor ilumine o seu caminho ***

 

 

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C – SÃO LUCAS

 

Leituras: Ex 32,7-11.13-14; Sl 50(51); 1Tm 1,12-17; Lc 15,1-32

 

(1) “A moeda perdida”, por J. Tissot (1886-1894); (2) “O Bom Pastor regozijando-se com seus amigos”, por J. Luyken (1649-1712); (3) “O retorno do filho pródigo”, por Rembrandt (1606-1669)

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Na sua misericórdia, Deus se alegra com a nossa volta para os seus braços

Lc 15,1-32

 

A liturgia da Palavra, neste 24º domingo do tempo comum, nos traz o capítulo 15 do evangelho de Lucas, o qual nos apresenta três parábolas: a da ovelha perdida, a da moeda perdida e o do filho perdido e encontrado (ou parábola do Pai misericordioso).

As três narrações, chamadas de parábolas da misericórdia, podem ser lidas como um todo. O pai, o pastor e a mulher, representam Deus. A ovelha perdida se relaciona com o filho perdido e achado. A moeda se relaciona com o filho mais velho. Estas narrações nos expressam, na sua interpretação, a misericórdia de Deus para conosco.

O motivo pelo qual são contadas estas parábolas está associado às críticas dos fariseus que diziam que Jesus fazia refeições nas casas de pecadores e, ao mesmo tempo, os acolhia.

Às vezes nos perdemos como a ovelha, outras, sem que tenhamos muito domínio de nós, somos perdidos como a moeda, perdidos pelos caminhos de nossa existência. Considerando um contexto narrativo, a ovelha perdida pode ser sujeito ou objeto, mas a moeda perdida é um objeto. O pastor só encontra a ovelha quando esta se reconhece perdida, quando ela para de perambular e se afastar do redil. Já a moeda, que é objeto, só pode ser encontrada pela persistência da mulher.

Sendo ovelha (sujeito) ou moeda (objeto), precisamos da luz de Deus e da sua Palavra para nos reencontrarmos. E quando somos encontrados, haverá a alegria dos outros, pois a experiência da volta para Deus é sempre uma alegria comunitária.

A ovelha perdida pode nos lembrar dos momentos em que, por um tempo, saímos da comunhão com o rebanho do Senhor e depois nos damos conta dos erros e queremos voltar para o Senhor, porque Ele nos reencontrou e nos carregou nos seus ombros, com imensa alegria e muito amor, de volta ao encontro de seu rebanho.

Já a moeda nos remete aos momentos de noites escuras, quando precisamos que Deus nos ache de qualquer forma, pois ficamos impotentes diante de uma crise de fé. Às vezes não conseguimos encontrar o sentido do caminho e nem nos encontrarmos mesmo estando na casa do Pai.

Na parábola do Pai misericordioso, vemos o quanto é grande a alegria de Deus na volta do seu filho. Assim Deus faz com cada um de nós, quando retornamos aos seus braços. Somos sempre bem acolhidos no banquete da vida, na casa do Pai, com cantos de alegria, com o anel da dignidade, vestes e sandálias novas e o abraço de Deus.

Outras vezes participamos do amor de Deus na realidade do filho mais velho. Este esteve sempre na casa do Pai, mas quis ficar distante da sua alegria. No retorno do seu irmão, o orgulho tomou conta do seu coração. Mesmo o Pai dizendo que ele estivera sempre na sua casa, mesmo tendo recebido o perdão constante de seu Pai o qual nunca o desprezou e nem o expulsou de sua casa, porque este filho também recebeu a herança.

Portanto, o Deus misericordioso que é apresentado nas três parábolas é o mesmo Deus que, diante da intercessão de Moisés, “desistiu” da punição que havia ameaçado fazer ao seu povo idólatra (cf. Ex 32,13-14), pois, pela sua misericórdia, acreditou na possibilidade do retorno dos seus filhos para o seu amor e sua graça.

Que neste mês da Bíblia possamos iluminar as nossas ações com a Palavra Santa de Deus, que é luz para os nossos passos e guia na nossa vida de discípulos missionários do Senhor. Ele nos chama em cada liturgia a voltarmos sempre cada vez mais para sua Casa e para o seu amor e por isso nos abraça na sua alegria de Pai misericordioso.

 

***

⇒ POESIA ⇐

A alegria da volta

Quando na vida nos percebemos errantes,
E caminhamos por trilhas tão tortuosas,
Quando no abismo chegamos a cair,
Por atitudes e práticas faltosas.
Parar e procurar o que estava perdido,
Voltar um pouco o caminho percorrido,
É a ação mais necessária e corajosa.

É encontrar o que no caminho se perdeu,
Com a luz que vem do eterno amor,
Limpar cada recanto para encontrar uma pérola,
Que somente nos vem de Nosso Senhor,
Ele que na alegria nos quer voltando,
Nos acolhe e vai logo nos abraçando,
Por que é misericórdia e vê a nossa dor.

Como é bom sentir o abraço do supremo amor,
Que na alegria da volta nos dá o perdão,
Que até nos carrega nos seus ombros santos,
Para nos tirar dos males e da perdição,
E ainda faz festa na nossa chegada,
Porque nossa vida foi restaurada,
Livrou-se das correntes da escravidão.

E, agora como ovelhinhas reencontradas,
Ficaremos no rebanho que ele colocou,
Partilhando a caminhada que ele ofereceu,
Porque para a vida ele nos retornou,
E o seu corpo será nosso alimento,
Para não cairmos nos duros tormentos,
Que por algum tempo nos escravizou.

A alegria de Deus é nossa salvação,
Ele é Pai de misericórdia infinita,
Sua alegria maior é nos ver voltando,
Pois ele corre, abre os braços e grita,
Porque vê seu filho que está chegando,
E sem explicações vai logo perdoando,
Oferecendo as joias e roupas mais bonitas.

 

 

*** Que a Palavra e a Luz do Bom Pastor ilumine o seu caminho ***

 

 

XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C – SÃO LUCAS

 

Leituras: Sb 9,13-18; Sl 89(90); Fm 9b-10.12-17; Lc 14,25-33

 

“Jesus senta-se à beira-mar e ensina ” , por J. Tissot (1886-1894)

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Ser cristão é ser discípulo do Senhor, vivendo no seu amor e na sua bondade

Lc 14,25-33

 

No Evangelho deste 23º Domingo do Tempo Comum Jesus nos fala, claramente, que seu verdadeiro discípulo é aquele que responde ao seu chamado, seja marcado pela prudência na resposta, seja pelo desprendimento à família, aos bens materiais e ao, mesmo tempo, pela atitude de abraçar a Cruz na vida de cada dia, no cotidiano, nas circunstâncias, nas contingências.

Ao aderir o chamado de Jesus e interiorizar o espírito do Evangelho, cada discípulo, deve antes pensar nas exigências deste seguimento, deste caminho de missão. O Senhor chama a cada um de nós para caminhar com ele, mas não quer que ninguém seja enganado sobre os desafios e as decisões a serem tomadas no exercício do discipulado. Por isso Jesus nos orienta: “…qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar?” (Lc 14,28). O discípulo também precisa refletir sobre as condições de sua resposta, precisa ser prudente, ter consciência do que assume! O cristão não pode seguir o exemplo do construtor imprudente, do qual nos fala o evangelho de Lucas. Ele precisa refletir sobre sua escolha e decisão, para ver se dá conta naquilo que assumiu viver como missão!

Outro tema deste evangelho é o desprendimento: quando nos desapegamos das pessoas por amor ao Senhor, nos tornamos mais coerentes com os irmãos e com a própria família, por que amar a Deus é também amar o irmão e querer o bem para os que estão mais próximos de nós, é estarmos a serviço por amor e não por apego afetivo ou por imposição. Quando nos apegamos às pessoas, as idolatramos e até podemos lhes tirar o espaço que Deus poderá ocupar em suas vidas.

Em sua essência, o cristão é a pessoa que tem o coração livre dos excessos de coisas que muitas vezes os sufocam e também os desviam à atenção ao caminho do amor. É claro que sempre precisaremos servir-nos de vários meios para o nosso trabalho, para o nosso estudo, para o lazer na nossa vida, porém, nunca estes deverão ser, para nós, um obstáculo na experiência espiritual e na convivência humana. O Espírito do Evangelho sempre nos pedirá o desprendimento do coração, pois é neste sentido que somos livres para nos colocamos de braços abertos às nossas escolhas, como sentido e missão para a nossa existência.

Também é oportuno refletirmos que na vida pastoral também podemos nos apegar a certos serviços (ministérios) como se fossem cargos de nossa propriedade e não da Igreja. Agindo assim haverá o grande perigo de tornarmos a Igreja estéril no crescimento do seu rebanho.

Portanto, coloquemos em nossos corações o apelo que o Senhor nos faz para nos esvaziarmos de nós mesmos e seguirmos com o coração livre para ouvir a sua Palavra e acolher o seu amor. Tenhamos também a consciência e a sabedoria de que, o deixar ou o desapegar, faz parte de todos os ministérios da Igreja, pois sacerdotes, diáconos, religiosos, consagrados e leigos são chamados a abrirem o coração para a experiência do desprendimento, pela pregação do Evangelho.

Que neste mês da Bíblia possamos fortalecer cada vez mais o amor à Sagrada Escritura, através da leitura, orante e constante, no sentido de que a cada dia estejamos mais preparados para sairmos em missão, levando aos outros a alegria dos que seguem o Senhor e que, ao mesmo tempo, querem que outros também participem desta mesma alegria. Porque a alegria e a sabedoria brotam da Palavra de Deus, pela iluminação do Espírito Santo, como nos ensina o livro da sabedoria: “Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito?” (Sb 9,17). Amém!

***

⇒ POESIA ⇐

Ser cristão, ser missionário

Ser Cristão é ser discípulo,
Livre e desapegado,
De tudo que o aprisiona,
Não sendo escravizado,
É abraçar também a Cruz,
Caminhar na santa luz,
De Jesus ressuscitado.

Ser Cristão é ir aos outros,
Levando a alegria,
Dos que seguem o Senhor,
Na vida de cada dia,
Deixando um pouco o seu lar,
Firme, sem desanimar,
Na paz e na harmonia.

Ser cristão é caminhar,
Com o amor no coração,
Enfrentando desafios,
No trabalho e na missão,
É estar também rezando,
E aos irmãos sempre ajudando,
Num gesto de gratidão.

Ser cristão é prosseguir,
Sempre a Palavra escutar,
Para crescer sempre mais,
No seguir, no caminhar,
É crescer na comunhão,
Na alegria com os irmãos,
Sempre a perseverar.

 

 

*** Que a Palavra e a Luz do Bom Pastor ilumine o seu caminho ***

 

 

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C – SÃO LUCAS

 

Leituras: Eclo 3,19-21.30-31 Sl 67(69); Hb 12,18-19.22-24a; Lc 14,1.7-14

 

“A refeição na casa do fariseu” , por J. Tissot (1886-1894)

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

A humildade é a virtude que nos leva à Mesa do Reino

Lc 14,1.7-14

 

O Evangelho deste 22º Domingo do Tempo Comum nos ensina sobre a humildade que vem de Deus, através de Jesus Cristo. É dia de sábado, Jesus está na casa de um fariseu importante para fazer uma refeição. A mesa está pronta, muitos convidados chegam e Jesus observa lugares não ocupados. Observa também os convidados. Deveriam estar presentes outros fariseus naquela casa, os quais ocupavam os lugares principais.

Há um ensinamento de Jesus diante daquela refeição no que se refere aos lugares à mesa e também aos convidados. Jesus ensina sobre a humildade numa relação não somente do homem para com o seu semelhante, mas também do homem para com Deus. A humildade é a virtude das virtudes porque ela é em Deus concretizada no próprio Jesus, que desceu à nossa miséria e caminhou conosco, não só nos ensinando, mas também sentido as dores do nosso pecado.

“Quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado” (Lc 14,11). Este ensinamento, contido no texto de Lucas é de uma profundidade esplêndida. Pois humildade é se abaixar. Jesus desceu à terra (se abaixou), se igualou em natureza aos homens, menos no pecado, e foi mais longe: desceu à sepultura, viveu a experiência da morte, mas foi exaltado para vida infinita a fim de oferecer à humanidade a possibilidade da redenção eterna.

Jesus, Deus e homem, viveu a humildade como servo, lavou os pés dos discípulos para nos ensinar que precisamos também nos abaixar aos outros para servir. Parou para conversar com as crianças ficando no mesmo nível (físico) delas para acolhê-las e para nos dizer que é necessário viver como elas para participarmos da mesa do Reino.

Para nós, cristãos, faz-se necessário olharmos para a humildade de Deus e nos enchermos desta virtude, pois o mundo do capital, da política e até das profissões parecem andar na contramão deste valor. A grande pergunta é: como podemos viver, neste mundo, a humildade a caminho do banquete do Reino? Como construirmos fraternidade e inundar os corações das pessoas sobre os cristãos, sem que deixemos de ser eficientes, humanos e úteis no mundo do nosso trabalho?

A humildade verdadeira agrada a todos e leva a cada pessoa a meditar neste valor. Quem é humilde coloca a sua função e eficácia a serviço dos outros. O motivo de alguém se tornar responsável por uma instituição, empresa ou outras responsabilidades na linha de frente, será de qualidade na medida em que esta se torna coerente. E deve ser construída na humildade, ou seja, na contramão da prepotência, abuso de poder e interesses egoístas.

Na escola da vida cristã, há muitos meios de aprendermos e aperfeiçoarmos no caminho da humildade, dependendo da opção que vamos fazendo. Por exemplo: na família quando os cônjuges são chamados a se completarem e se construírem através da aceitação do outro, do perdão diário e de muitas vezes se abaixarem (pela humildade) um ao outro, para que o lar seja um ambiente de amor, de paz e de comunhão.

Não podemos esquecer o testemunho dos sacerdotes, religiosos e leigos que pela missão de levar o evangelho aos outros na humildade caminham lado a lado aos injustiçados, pobres – espiritualmente e materialmente –, lavando os seus pés pela doação e defesa da justiça, da verdade, da caridade e do amor incondicional, tendo como fonte o evangelho da vida, da paz e da esperança.

São tantos os exemplos concretos os quais podemos contemplar e seguir em frente para vivermos a humildade a caminho da mesa do Reino. Pois os últimos lugares são dos que querem viver com os mesmos sentimentos de Cristo, não somente para serem percebidos pelo dono da ceia, mas porque esta postura indica serviço e doação cristã onde está ausente o egoísmo e os interesses individuais.

Neste início do mês da Bíblia, abramos cada vez mais o coração para a Palavra de Deus, para que ela produza frutos no terreno do nosso coração e depois possamos lançar as sementes em outros terrenos com a confiança na providência de Deus, na firme esperança de um mundo mais fraterno e cheio de paz.

.

.

.

***

⇒ POESIA ⇐

Buscar a Mesa de Deus

Buscar a mesa do Reino,
É viver a humildade,
Caminhar na caridade,
Sem orgulho e sem rancor,
É viver primeiro o amor,
Que nos leva à santidade.

Buscar a mesa do Reino,
É olhar para o Senhor,
É viver o seu amor,
Sem ser um interesseiro,
Não querer ser o primeiro,
E nem ser dominador.

Buscar a mesa do Reino,
É procurar sempre servir,
É a Jesus aderir,
Sem orgulho e prepotência,
É esperar na paciência,
O Reino que há de vir.

Buscar a mesa do Reino,
É viver a oração,
Sem esquecer a ação,
Mas na paz e na harmonia,
Cultivar a alegria,
Que é própria do cristão.

Busque esta Mesa Santa,
Que Jesus nos oferece,
Façamos a nossa prece,
Para sermos o sinal,
Do seu amor filial,
Que nossa vida enternece.

 

 

*** Que a Palavra e a Luz do Bom Pastor ilumine o seu caminho ***

 

 

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C – SÃO LUCAS

 

Leituras: Is 66,18-21; Sl 116(117); Hb 12,5-7.11-13; Lc 13,22-30

 

“Jesus discutindo com os judeus, um evento comum durante o seu ministério” , por J. Tissot (1886-1894)

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

A porta do Reino

Lc 13,22-30

 

Neste 21º Domingo do Tempo Comum, a liturgia da palavra nos apresenta um texto de São Lucas (cf. 13,22-30), onde Jesus nos fala que a porta do Reino Eterno é estreita e exige, de cada um de nós, força para cumprir os critérios para entrar no Reino e ser conhecido por ele.

Alguém perguntou a Jesus: “Senhor é verdade que são poucos os que se salvam?” (Lc 13,23). Talvez esta seja a pergunta de muitos dos que estão nas missas nos domingos ou que participam todos os dias. Talvez seja também a pergunta dos que fazem parte dos diversos ministérios responsáveis pela liturgia e buscam cumprir todas as normas e ritos.

A resposta de Jesus, como sempre, não vem com um sim ou um não, mas trará um apelo para os seus ouvintes: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lc 13,24). Portanto, a resposta de Jesus não é se são poucos ou muitos os que se salvam, mas ele ensina o que se deve fazer para entrar no seu Reino. E Jesus vai além. Ele ensina como fazer: uma maneira é se esforçando para entrar pela porta estreita. Qual a chave para podermos entrar por esta porta que nos leva à salvação? O que poderá me atrasar à chegada da porta do Reino?

Neste texto de Lucas, Jesus nos ensina que precisamos nos esforçar para poder chegarmos a tempo à porta que leva ao Reino definitivo. Esforçarmos para viver o amor, o perdão, a fraternidade e a prática da Justiça. Porque o seu Reino não é para um grupo de privilegiados, mas para os que vivem o que ele anunciou ao mundo, isto sem discriminação de cultura, raça ou nação.

Por isso ele nos diz: “Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus” (Lc 13,29). Ou seja, a salvação de Deus é oferecida a todos os homens que seguem o caminho de Jesus e que já foi anunciado muito tempo antes pelo profeta Isaías: “Eu que conheço suas obras e seus pensamentos, virei para reunir todos os povos e línguas; eles virão e verão minha glória” (Is 66,18). Em Jesus se cumpre a promessa da salvação universal anunciada pelos profetas.

Agora ficam duas reflexões para nós cristãos que ouvimos a Palavra e buscamos nos aperfeiçoar no caminho de Jesus. Primeiramente, já sabemos o que devemos fazer para chegar a tempo à porta estreita e depois sermos acolhidos pelo dono da casa celestial. Depois, não devemos ignorar os outros que, mesmo sem o completo conhecimento dos valores do evangelho, poderão fazer parte da mesa do Reino de Deus.

Jesus nos fala que será grande o nosso sofrimento, haverá choro e ranger de dentes, se nós, que comemos e bebemos da Mesa do Senhor e que escutamos sua Palavra, chegarmos atrasados à porta e depois o dono da casa não nos conhecer. Porque durante o caminhar terrestre com Jesus não fomos capazes de testemunhar o bem, a simplicidade, a humildade, promover a paz, realizar a caridade para com o necessitado, ou seja, viver as bem-aventuranças que ele anunciou a todos.

Rezemos neste dia por todos os catequistas, os quais são responsáveis nas comunidades paroquiais por ajudar as crianças, os jovens e os adultos fazerem a experiência de encontro com o Senhor Jesus, ele que viveu a paixão de amor à humanidade, foi crucificado e que ressuscitou para nos oferecer a vida que nunca terá fim.

.

.

***

⇒ POESIA ⇐

A porta do Reino de Deus

 

Busquemos a entrada da porta do Reino,
Antes que esteja para nós, fechada!
Busquemos viver os valores do amor maior,
Para que não percamos neste Reino a entrada.

Corramos para anunciar a todos os irmãos,
Que a porta está a nossa espera para nos acolher,
Mas para isso é preciso seguir o Senhor,
Nos caminhos do seu amor que nos faz crescer.

Imitemos os gestos, e o agir de Cristo,
Andemos vivendo o que ele nos pediu,
Com um caminhar firme e alegre viver,
Junto à mesa Santa que ele nos reuniu.

Mas também acolhemos a todos
Como o Senhor abraçou aos que lhe seguiram,
Porque há muitos que estão tão perto,
Mas que por outros caminhos se decidiram.

Sigamos, sigamos em frente e sem olhar para trás,
Mirando no essencial que nos leva à vida,
Pois a porta estreita nos faz contemplar o Céu,
E porta larga é um beco sem saída.

 

 

*** Que a Palavra e a Luz do Bom Pastor ilumine o seu caminho ***

 

 

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

 

Leituras: Ap 11,19a;12,1-6a.10ab; Sl 44(45); 1Cor 15,20-26.27a; Lc 1,39-56

 

“A visitação”, por J. Tissot (1836-1902)

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Em Maria e Isabel, o encontro da profecia e da salvação

Lc 1,39-56

 

Celebramos neste domingo a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu. Foi ela quem viveu primeiramente a fé e o serviço a Cristo e, por isso, a primeira a participar, de corpo e alma, da redenção e da glorificação ao Céu.

A Assunção de Nossa Senhora é uma verdade de fé (dogma), proclamada pela Igreja de forma irreversível. Este dogma sobre Nossa Senhora é o mais recente, entre os quatro. Foi o Papa Pio XII que, em 1º de novembro de 1950, através da constituição apostólica Munificentissimus Deus[1], a proclamou assunta à glória celeste, de corpo e alma. Os outros três dogmas são: Maternidade Divina, Imaculada Conceição e Virgindade Perpétua.

Quanto à liturgia da Palavra, o Evangelho segundo Lucas (cf. 1,39-56) nos apresenta Maria realizando a caminhada da sua fé rumo à casa de Isabel para uma visita. Maria segue pelo longo percurso de 150 km, rumo a Judeia, caminha, por entre as montanhas, para levar a caridade e a alegria à sua prima. Ao abraçar o chamado de Deus, torna-se sacrário vivo do Senhor. Maria seguirá a sua peregrinação, grávida do Salvador e vazia dos seus desejos e interesses pessoais, como todos aqueles que também abraçam o chamado do Senhor e decidem crescer na resposta de fé, pois todos aqueles que estão cheios de Deus vivem a mesma atitude de amor e de doação.

Maria, na sua caminhada, não se doa de forma lenta e desinteressada, mas às pressas, quase correndo, por que a salvação está próxima e, por isso, faz-se necessário anunciar a promessa que Deus fez aos profetas. Pois há outra grávida (Isabel), que traz em seu ventre a profecia (João Batista), que preparará os caminhos do Enviado para que os homens o acolham, sejam curados, chamados e redimidos pelo sangue do Cordeiro.

Maria é a imagem perfeita da Igreja, casa que acolhe o Verbo de Deus, a Palavra do Senhor, que proclama e deve ser repleta do Espírito Santo, recebendo a missão de anunciar a salvação a todos os homens. A Igreja, que é o corpo místico de Cristo, também sacrário Santo e vínculo de amor entre os irmãos, é meio de salvação para todos que dela se aproxima para escutar e se alimentar do Senhor, será purificada pele fé e glorificada na dimensão celestial.

É ela a mulher “vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1). Por que tem no seu ventre o poder da vida que vence o dragão da morte e devolve a vida verdadeira a todos os que acolhem os valores do Reino e querem a redenção e desejam participar da glória de Deus.

A assunção de Nossa Senhora, portanto, já nos indica a certeza da nossa ressurreição em Cristo e nos apresenta os caminhos que deveremos trilhar para chegarmos aonde ela chegou. São Paulo nos diz que “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15,20). Deus antecipa a Maria à graça da ressurreição e da glorificação, ela é a primeira cristã entre os que seguiram e seguem o Senhor. Por isso podemos chamá-la de Nossa Senhora da Glória, pois ela é a Rainha que se encontra à direita do Rei, com o esplendor da sua beleza e de sua santidade, assim como cantamos no salmo responsorial desta liturgia (cf. Sl 44/45).

Para que vivamos um testemunho coerente do ser cristão, precisamos olhar para Maria, num duplo movimento concomitante: interiorizando e praticando as virtudes de Maria nas simples atitudes de cada dia. Em primeiro lugar estarmos atentos ao que Deus nos fala e nos pede; vivermos a todo o momento a obediência à Palavra do Senhor; não desviarmos a nossa atenção às diversas situações do mundo, principalmente no que se refere a todos os sofredores, e, por fim, nos esvaziarmos do nosso egoísmo e individualismo para nos encher da graça de Deus.

Rezemos neste 3º domingo do mês vocacional, quando a Igreja lembra de todos os religiosos e as religiosas como discípulos missionários chamados e enviados para a Evangelização no mundo. Para que todos os homens e mulheres que se consagraram a serviço do Reino de forma radical, possam aprender de Maria sobre a escuta da Palavra, a obediência ao chamado, a vivência da castidade, o olhar atento às realidades do mundo, o anúncio do Reino de Deus e a contemplação frutífera, através da oração perseverante.

*****

[1] Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/pius-xii/pt/apost_constitutions/documents/hf_p-xii_apc_19501101_munificentissimus-deus.html>.

.

***

⇒ POESIA ⇐

A primeira crente da Nova Aliança

Aberta à voz de Deus e ao seu chamado,
Grávida, a serviço da vida e da esperança,
Lá vai a caminheira para a santa missão,
Como primeira crente da nova Aliança.

Vai pelas montanhas entre o vento e a poeira,
Motivada pelo amor e levando a força da redenção,
Visita a sua prima Isabel, com gratuidade fraterna,
Levando um cântico de alegria, profecia e libertação.

Sua alma é engrandecida pelo amor supremo,
Pois a alegria é plena do Espírito Divino,
Porque o mundo a chamará Senhora Bendita,
Porque da sua boca nasce o anúncio, por um belo hino.

És glorificada no Céu de corpo e alma,
Porque em Cristo és mãe e santificada,
Por isso o nosso culto a ti elevamos felizes,
Porque és a primeira cristã de vitória alcançada.

Rogai por nós, nos vales dos nossos sofrimentos,
Mãe da profecia e cheia do belo cantar de amor,
Ensina-nos a sermos vazios de nós e cheios da Graça,
Como servos atentos e santos de Nosso Senhor.

 

*** Que a Palavra e a Luz do Bom Pastor ilumine o seu caminho ***

 

 

 

 

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C – SÃO LUCAS

 

Leituras: Sb 18,6-9; Sl 32(33); Hb 11,1-2.8-19; Lc 12,32-48

 

“A parábola do servo fiel e prudente”, por Jan Luyken (1649-1712)

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

Vivendo a segurança e a vigilância no Senhor

Lc 12,32-48

 

Vencermos o medo, sermos caridosos, estarmos atentos, abraçarmos o desprendimento e vivermos a fé, é o que a liturgia da Palavra nos pede neste 19º Domingo do Tempo Comum, através do Evangelho de Lucas, do livro da Sabedoria e da Carta aos Hebreus.

Jesus está formando os seus discípulos, orientando-os para a experiência das realidades do Reino. E para que os seus seguidores estejam preparados, em primeiro lugar, devem perder o medo daquilo que os atrapalham no caminhar, pois o medo os desvia-os do foco, ou seja, do caminho e da missão.

Jesus os chama de pequeno rebanho, nome que lembra o povo de Israel. O grupo dos discípulos agora é o novo Israel que segue a caminho da libertação plena. Libertação que o Senhor realizou na ressurreição, quando venceu para sempre a morte, e nos presenteou com a vida nova… Vida banhada pelo seu sangue libertador, motivada pela paz, iluminada e conduzida pelo Espírito Santo.

Outro assunto refletido por Jesus é a esmola, pois segui-lo é viver a doação e a partilha, não somente dos ideais e projetos, mas também dos bens materiais, os quais são muitas vezes empecilhos para cultivarmos o bem maior que é o céu. Jesus agora pede aos discípulos essa atitude, porque percebe a dificuldade que ainda tinham em colocar no coração o desejo de construir tesouros eternos, santos, seguros e imperecíveis.

Em seguida, Jesus orienta para a vigilância: “Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas” (Lc 12,35). Esse é um dos maiores desafios para os que seguem o Senhor, pois parece que nunca estamos preparados para as situações que acontecem de repente na nossa vida.

Não estamos preparados porque colocamos nossa confiança e nossa segurança nas coisas contrárias ao Reino de Deus, apegando-nos àquilo que vamos adquirindo e amontoando nas nossas casas. Por isso, em certos momentos de nossa vida, o medo e a insegurança nos invadem, nos paralisam. E então nos perguntamos: em quem ou em que colocamos nossa segurança? Somente nas coisas terrenas ou nas realidades divinas?

Muitos serão os desafios que enfrentaremos na vida, muitos serão os desesperos que poderemos abraçar. E a nossa capacidade de encarar as barreiras e vencer as provações irão depender da nossa atenção às realidades essenciais que Jesus nos apresenta. Muitas vezes ainda iremos nos desviar do caminho verdadeiro até que coloquemos no nosso coração a atenção ao verdadeiro tesouro.

Assim como os discípulos que estiveram próximos a Jesus e caminharam com ele, demoraram em aprender sobre as verdades do Reino, assim também será conosco se não nos preparamos para quando chegar a nossa hora. Até porque não temos nenhuma mínima noção de quando este momento acontecerá.

A Carta aos Hebreus nos faz refletir sobre o belo e profundo significado da fé: “A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem” (Hb 11,1).Quem tem fé já possui aquilo que se espera, já tem a posse do tesouro que não se corrói. Que vive na fé já é convicto das coisas de Deus mesmo não enxergando com os olhos físicos, mesmo não apalpando ou usufruindo. Portanto, é preciso, ao mesmo tempo, ter fé – tomar posse – e viver a fé – se apropriar da fé em nosso dia a dia.

Já está mais do que provado que o apego às coisas materiais somente traz o vazio, a ansiedade, a depressão e a perda de sentido das realidades mais importantes para a nossa vida interior. Desenvolvemos e possuímos tantas tecnologias, temos acesso a tanta sofisticação e somos infelizes.

Precisamos então buscar em Deus as razões fundamentais para vivermos realizados como filhos dEle. Porque a nossa felicidade está dentro de nós e não nos arredores, nas coisas exteriores. Somos imagem e semelhança de Deus! Às vezes buscamos esta felicidade de forma egoísta, esquecendo que é na partilha, na comunidade que nos completamos e nos realizamos como irmãos, filhos do mesmo Pai.

Portanto, busquemos nossa realização no nosso “ser pessoa” (essência), também aprendamos a nos relacionar com o mundo e com as coisas, sem sermos escravos. Por fim, o mais importante: “o ser e o viver” com os outros, como comunidade de filhos que partilham e que se amam no Senhor.

.

***

⇒ POESIA ⇐

Segurança e vigilância no Senhor

Porque termos medo
e insegurança desesperadora?
Diante do mundo,
Nesta vida, neste caminhar.
Se Deus é nossa segurança
e nosso tesouro,
Sentido maior
Que não nos deixa amedrontar.

Porque a displicência,
deixando a vida acontecer?
No egoísmo, na ganância,
a nos consumir.
Quando o amor
é o nosso bem maior,
Sentido principal
Deste nosso existir?

O Senhor nos orienta
sobre o essencial,
Que devemos buscar
sem afogamento no mar,
Para não sermos
surpreendidos naquele dia,
Quando Ele virá nos cobrar?

Por que precisamos
viver tanta fadiga?
Sabemos que nos bens
não está a segurança,
Somente vivendo a fé
de forma completa,
Pois em Deus
está a nossa esperança.

Alegremo-nos,
pois Ele sempre nos ama,
Devemos abraçá-Lo
como nosso fundamento,
Rocha firme
que nos faz perder o medo,
Ele, a nossa Paz,
o amor, nosso alimento.

 

*** Que a Palavra e a Luz do Rabí (Mestre) ilumine o seu caminho ***

 

 

XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM, ANO C – SÃO LUCAS

 

Leituras: Eclo 1,2;21,21-23; Sl 89(90); Cl 3,1-5.9-11; Lc 12,13-21

“A parábola do rico insensato” por Rembrandt (1627)

 

Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)

 

⇒ HOMILIA ⇐

O verdadeiro e infinito tesouro somente encontramos em Deus

Lc 12,13-21

 

O texto próprio de Lucas (cf. 12,13-21), que refletiremos neste 18º domingo do Tempo Comum, irá nos ajudar no procedimento diante do dinheiro e dos bens materiais. Jesus conta a parábola do rico tolo, em que um homem coloca todo seu prazer nos seus celeiros cheios de grãos. Para aquele homem, parecia que tudo estava resolvido na sua vida. Podia agora descansar, comer e esbanjar seus bens, curtir a vida e ficar tranquilo.

Mas, Jesus alerta: “Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?” (Lc 12,20). Pois bem, Deus nos dá a vida terrena, nós a administramos, sonhamos, escolhemos caminhos, fazemos projetos, construímos relações, porém não temos domínio sobre o seu fim. Somente Deus tem esse poder sobre a nossa vida e sobre a morte.

A atualidade desta passagem de Lucas é impressionante! Hoje nos vemos rodeados e estimulados por tantas propostas de consumo, que nos vem através das diversas formas de publicidades, as quais nos sufocam no nosso cotidiano.

Sem o cultivo da essência existencial, sem o alimento da nossa vida interior e espiritual com os tantos recursos que temos a nossa disposição, tais como, boas leituras, boas conversas, momentos de oração, meditação, celebrações, retiros, não conseguimos viver a profundidade e o sentido de nosso existir.

E quando não cultivamos as coisas profundas que vem de Deus, ficamos vulneráveis e buscamos preencher nossa existência com a idolatria aos bens materiais. Ou seja, colocamos Deus e seu amor em último lugar, ou, nem o colocamos em nossa vida. E por esse motivo ficamos carentes dos tesouros essenciais para nossa existência e do cultivo da nossa espiritualidade em busca do absoluto.

“Vaidade das vaidades! Tudo é vaidade, diz o livro do Eclesiastes” (1,2). A vaidade vem da nossa ilusão para com as coisas materiais e do nosso vazio interior o qual muitas vezes queremos preenche-lo com elementos e motivações superficiais.

Às vezes acontece que quando ficamos ricos das coisas materiais ficamos pobres no que se refere à sensibilidade humana, ao cuidado conosco mesmo, e assim nos alimentamos do orgulho, dos ressentimentos, das indiferenças para com o outro.

São Paulo nos alerta: “esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo… aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus” (Cl 3,1-4).

Precisamos buscar as coisas do alto, não para flutuar ou nos alienar das realidades humanas e terrenas, mas para podermos alcançar o que é essencial em nosso existir, pois, quanto mais vivermos a aspiração às coisas de Deus, melhor viveremos a nossa relação com os bens terrenos, os quais devem estar ao nosso serviço e também destinados ao outro, com quem devemos partilhar, quando houver necessidades.

Que possamos meditar nesta liturgia sobre a necessidade de buscarmos, em primeiro lugar, a essência de nossa existência em Deus, o cultivo da nossa espiritualidade e a partilha fraterna, para vivermos os sinais do Reino neste nosso peregrinar terrestre, em vista de cultivarmos o sentido da vida, na busca da paz, do amor e da comunhão entre os povos, aspirando, já agora, os tesouros celestiais. Amém.

.

***

⇒ POESIA ⇐

O verdadeiro tesouro

 

Com um olhar na vida infinita e verdadeira,
Buscando o sentido que nos traz felicidade,
Devemos seguir vivendo na simplicidade,
Sem nos afogarmos nos prazeres das riquezas terrenas,
Que, em muitos dos casos, até nos desordenam,
Trazendo às vezes muitas frustrações e ansiedades,
Pois devemos não levar em conta as tantas vaidades,
Que no final da vida somente nos condenam.

*

Apostar-nos tanto e tanto nos bens materiais,
Como segurança para toda a nossa vida,
Na avareza e nos desprezos pelo “amor” sem medida,
É desconhecer o sentido na Palavra do Senhor,
Que veio para perto de nós com o seu amor.
É como construir nossos sonhos nas ilusões,
Ficando mergulhado nas tantas paixões,
Que no final somente nos traz insegurança e dor.

*

Fitemos então o olhar e nosso foco no essencial,
Que é buscar as coisas na vida que não há de acabar,
Segurança nos bens celestes a nos esperar,
Como sendo a nossa principal riqueza,
Uma vida infinita em Deus e na sua eterna beleza,
Que jamais fomos capazes de contemplar,
E que nunca, e nunca irá acabar,
Por que estaremos ao lado da Divina Realeza.

 

*** Que a Palavra e a Luz do Rabí (Mestre) ilumine o seu caminho ***