⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelos educadores ⇐ Leituras: Is 60,1-6; Sl 71(72),1-2.7-8.10-11.12-13 (R. cf. 11); Ef 3,2-3a.5-6; cf. Mt 2,2; Mt 2,1-12 ⇒ HOMILIA ⇐ Mt 2,1-12 Meus irmãos e minhas irmãs, a Liturgia da Solenidade da Epifania do Senhor, neste ano, o último Domingo do Tempo do Natal, nos motiva a contemplarmos o mistério da encarnação do Verbo de Deus, agora com a adoração dos magos do Oriente. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 2,1-12, passagem que está localizada na primeira parte do Evangelho Segundo São Mateus intitulada “O nascimento e a infância de Jesus”. Nesta Liturgia, Jesus, pequenino, está com a Sua Mãe, em Belém, recebendo dos magos do Oriente, a adoração e os presentes (o ouro, o incenso e a mirra). A palavra epifania, de origem grega, significa manifestação e, com esta Liturgia, a Igreja nos mostra que Deus se manifesta, através dos sábios da Pérsia, a todos os povos. No Evangelho de hoje, o evangelista Mateus (cf. 2,1-12) narra o nascimento de Jesus em Belém e nos situa dentro do reinado de Herodes, o Grande, o qual se sente ameaçado por tal acontecimento e procura encontrar o Menino (cf. Mt 2,3). Os especialistas nas escrituras, que estavam a serviço de Herodes, localizam uma profecia de Miqueias (cf. 5,1-4) sobre o nascimento do Messias em Belém. Em cena aparecem os magos do Oriente, que, mesmo não tendo as Escrituras, querem chegar até o Rei dos judeus que acabara de nascer (cf. Mt 2,2). Herodes, astutamente, pediu a ajuda dos magos para chegar até o Menino. Mas os magos, avisados em sonho, voltaram por outro caminho. (cf. Mt 2,12). A Liturgia de hoje, irmãos e irmãs, nos ensina que os magos representam os gentios que buscam e acolhem a salvação de Deus. Estar com o Menino Jesus é o objetivo dos que querem encontrar-se com Deus. São Paulo, na sua Carta aos Efésios, ainda reforça que: “os pagãos são admitidos (…) membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo…” (Ef 3,6). Outro ensinamento é sobre as ofertas dos magos que foram entregues depois de adorarem o Menino (cf. Mt 2,1-12). O ouro é o reconhecimento da realeza de Cristo. O incenso reconhece a Sua divindade. Já a mirra nos traz duas indicações: que Jesus veio para aliviar o sofrimento dos pobres e que Seu corpo humano, mesmo incorruptível, terá tratamento, terá unção, antes da Ressurreição. Um terceiro ensinamento, da Liturgia da Epifania do Senhor, diz respeito ao retorno dos magos. Sim, eles retornaram por outro caminho para fugir da astúcia de Herodes, mas também porque o encontro com Deus, na pessoa do Filho, fez deles homens renovados, alegres e convertidos. Por isso, seguem um novo caminho em suas vidas. Portanto, irmãos e irmãs, esta Liturgia nos motiva a buscarmos constantemente o encontro com a pessoa do Filho “muito amado” do Pai, pois Cristo quer “fazer novas todas as coisas”, quer que sejamos discípulos muito amados por Ele. Nós, por outro lado, devemos participar da Eucaristia sempre como um ato louvor e de adoração, alegres pela busca de Deus. E então, podemos nos perguntar: O que tenho oferecido a Deus? Que dons tenho colocado a serviço do Reino? Por fim, rogamos a Nossa Senhora do Sorriso, que curou Santa Teresinha do que hoje chamamos de depressão, que interceda para que possamos receber o Espírito Santo, Espírito da Fortaleza necessário para rompermos com tudo aquilo que nos impede de colocar nossos dons aos pés do Rei dos reis. Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ Seguindo a estrela de Belém, * * * ⇒ Que, a exemplo dos magos do Oriente, possamos adorar o Menino Deus, ofertar nossos dons e assim caminharmos por um caminho novo, como homens e mulheres renovados e convertidos! ⇐
⇒ Janeiro: Mês dedicado ao Santíssimo Nome de Jesus ⇐
⇒ Ciclo das Rosas: (i) Tomada de hábito de Santa Teresinha do Menino Jesus – em dia 10 de janeiro de 1889 ⇐
⇒ 3º Ano Vocacional ⇐
» Tema: “Vocação: graça e missão” «
» Lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33) «A Luz do Senhor Atrai os Magos do Oriente
Caminhar em Busca do Menino
No desejo de encontrar o Senhor,
Vão os sábios do Oriente,
Com o coração ardente,
Prontos para adorar,
E também para ofertar,
Os seus simbólicos presentes.
*
O encontro com o Menino Deus,
Converte os magos caminheiros,
Seguem um rumo transformado,
As trilhas são de homens renovados,
Que levam a divina alegria,
Pra eles, antes não existia,
Sonho santo e realizado.
*
Este caminho todos devemos seguir,
Via do Deus amor e encarnado,
Convictos de um constante converter,
Adorando o Senhor para na fé crescer,
Num caminho de viva evangelização,
Marcado pelo amor e pela conversão,
E como discípulos nossos dons oferecer.
*
Não façamos como o rei tirano e solitário,
Que somente quis saber onde nasceu o Salvador,
Não trilhou o caminho para até lá chegar,
Pois teve medo de perder o seu lugar.
Porque o reinado do Senhor é diferente,
É de amor e para todos, como presente,
Aos que querem sempre O encontrar.
*
Carreguemos o sentido da salvação universal,
Onde todos têm direito aos dons divinos.
Pois, todo homem é chamado à conversão,
De qualquer canto do mundo ou nação,
Basta abrir o coração à grande novidade,
Porque Deus veio morar na humanidade,
Para nos presentear com a salvação.
Tag: Fé – alegria e acolhimento
Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (2023)
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelos educadores ⇐ Leituras: Nm 6,22-27; Sl 66(67),2-3.5.6.8 (R. 2a); Gl 4,4-7; Hb 1,1-2; Lc 2,16-21 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 2,1-6 Meus irmãos e minhas irmãs, neste dia 1º de janeiro celebremos a paz junto à Nossa Senhora e ao Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo. A Liturgia da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, ainda no Tempo do Natal, nos mantém na proximidade da revelação do grande mistério da encarnação do Verbo de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 2,16-21. Nesta Liturgia, Jesus está, inicialmente, envolto em faixas e, depois, sendo circuncidado, um sinal da aliança de Deus com Abraão (cf. Gn 17,1-27). Também esta Liturgia nos remete ao Dia Mundial da Paz, instituído por proposta do Papa São Paulo VI(1) e que neste ano a mensagem do Papa Francisco é dedicada ao tema da superação das dificuldades geradas a partir da pandemia do Covid-19, da guerra na Ucrânia e da esperança de que o coração dos homens e das mulheres se convertam às necessidades humanas numa perspectiva fraterna para edificar o Reino de Deus(2). Nesta Liturgia, portanto, os cristãos se reúnem esperançosos, com expectativas e perspectivas, para celebrar o Dia Mundial da Paz junto com a Mãe de Deus. Ela que nos presenteou com o seu sim, acolhendo e fazendo com que o Príncipe da Paz (cf. Is 9,5) pudesse nascer e reinar em nosso meio, portando a misericórdia do Pai e a Salvação para todos. No Evangelho de hoje, São Lucas apresenta o encontro dos pastores com o Menino Jesus, ainda na manjedoura e junto com Maria e José. Os pastores foram os primeiros que receberam a notícia do nascimento do Salvador. Eles também foram os responsáveis pelo anúncio das maravilhas de Deus, louvando toda a realização divina (cf. Lc 2,17-18.20). A Virgem guardava todos esses acontecimentos e meditava em seu coração (cf. Lc 2,19), procurando compreender todo o processo da sua resposta a Deus, quando o Anjo a visitou. A Virgem Maria também meditava porque era mulher do silêncio e da oração, na sua missão de gerar e acompanhar o Verbo na Sua caminhada terrestre entre os homens. Neste Dia Mundial da Paz, os cristãos também pedem a bênção que vem de Deus. Bênção que é sinal de salvação como escutamos na Primeira Leitura desta Liturgia do livro de Números. Diz o autor sagrado: “ ‘O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!’ Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”. (Nm 6,24-27). Sobre o marco temporal de 2022 e 2023, devemos também ter em mente (e no coração!) que se faça a vontade do Senhor e não a nossa, “assim na terra como no Céu”. A Virgem nos possibilita que sejamos seus filhos. Ela, que é Mãe de Deus e nossa, ela também gerou a Igreja que somos parte. Ela é a Mãe do Príncipe da Paz, também nosso irmão, nosso Deus amado que veio ficar junto de nós para nos ensinar que Deus é Pai e tem misericórdia dos pecadores, por isso vem trazer a união e a fraternidade. Nessa relação santa de filhos, São Paulo nos fala: “Assim já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.” (Gl 4,7). Temos então o temor que vem do amor e da necessidade de santificação e não o medo da condenação. Se amamos o Senhor, faremos a vontade d’Ele e por isso não devemos ter medo d’Ele porque Ele está bem próximo de nós. Por fim, peçamos a mediação materna da Mãe do Redentor para que possamos receber o Espírito Santo, Espírito da adoção dos filhos de Deus como ensina São Paulo aos gálatas e também a nós. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Mãe da escuta atenta, * * * ⇒ Que a Luz do Cristo Senhor, o Pastor Supremo que veio cuidar de seu rebanho, ilumine o seu caminho! ⇐ Oitava de Natal
⇒ Janeiro: Mês dedicado ao Santíssimo Nome de Jesus ⇐
⇒ Ciclo das Rosas: (i) No dia 2 de janeiro de 1873 nascimento de Santa Teresinha e (ii) no dia 4 de janeiro de 1873 o seu Batismo ⇐
⇒ 3º Ano Vocacional ⇐
» Tema: “Vocação: graça e missão” «
» Lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33) «Celebremos a Paz Junto à Santa Mãe de Deus
(1) Cf. PAULO VI. Mensagem para a celebração do 1º Dia Mundial da Paz. Publicado em 8 dez. 1967. Disponível em: <https://www.vatican.va/content/paul-vi/pt/messages/peace/documents/hf_p-vi_mes_19671208_i-world-day-for-peace.html>. Acesso em: 27 dez. 2021.
(2) Cf. FRANCISCO. Mensagem para a celebração do 56º Dia Mundial da Paz. Publicado em 8 dez. 2022. Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/peace/documents/20221208-messaggio-56giornatamondiale-pace2023.html>. Acesso em: 28 dez. 2022.Santa Mãe de Deus e Nossa
Do silêncio e da oração,
Toda entregue por amor,
Ao Senhor da salvação,
Ensina-nos a santidade,
Mostra-nos tua serenidade,
Para a santificação.
*
Mãe de Deus e nossa Mãe,
Mãe do Príncipe da Paz,
Ensina-nos a fraternidade,
Que tanta harmonia nos traz,
Ensina-nos também a escuta,
A paciência na labuta,
Quando não somos capazes.
*
Que o nosso Príncipe da Paz,
Pela Sua encarnação,
Ajude-nos na caminhada,
E no amor entre os irmãos,
Trazendo-nos alegria,
Que nasce da Eucaristia,
Pra nossa libertação.
*
Que a benção do Senhor,
O Filho amado e querido,
Possa nos trazer a Paz,
Neste mundo tão sofrido,
Das guerras possa nos livrar.
E o amor sempre a buscar,
Os povos todos unidos.
*
Que a santa Eucaristia,
Renove a nossa lida,
Dando a força necessária,
Para a estrada percorrida,
E que o Deus Emanuel
Com a nossa Mãe do Céu,
Tragam a Paz à nossa vida.
Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, Ano A, São Mateus – Liturgia do Dia
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas organizações de voluntariado ⇐ Leituras: Is 52,7-10; Sl 97(98),1.2-3ab.3cd-4.5-6 (R. 3cd); Hb 1,1-6; Jo 1,1-18 ⇒ HOMILIA ⇐ Jo 1,1-18 Meus irmãos e minhas irmãs, a Liturgia do Dia de Natal nos apresenta de forma mais profunda a divindade do Menino que nasceu em Belém. E o Evangelho da Liturgia da Missa do Dia está em Jo 1,1-18. O Evangelho desta Liturgia é o chamado “Prólogo” do Evangelho Segundo São João, ou seja, os primeiros versículos do capítulo 1 deste Evangelho. Trata-se de um antigo hino, uma confissão de fé cristológica, uma chave de leitura do Evangelho Segundo São João. O Evangelho de João é considerado, por alguns, como a pérola dos escritos do Novo Testamento. Também o Prólogo pode ser considerado o sumo do Evangelho joanino, uma espécie de sumário. Esses são alguns dos indícios do porquê o Evangelho Segundo São João ser considerado o mais teológico dos Evangelhos. O Menino que nasceu de Maria é o esperado por todos e do qual Isaías nos fala na Primeira Leitura desta Liturgia, diz o profeta: “Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação…” (Is 52,7). Ele crescerá em sabedoria e graça, caminhará pelas estradas da Galileia, andará de barco pelo Mar da Galileia para mostrar a todos os homens que Deus é amor e que quer a salvação que é para todos. Basta que estes acolham a sua Palavra e respondam ao Seu chamado e depois sejam discípulos para também anunciarem o Reino. Este recém-nascido é a encarnação de Deus e já existia antes. Por isso, Ele participa do princípio da Criação. Ele agora vem mostrar sua face entre nós, vem caminhar com a gente trazendo-nos a paz, anunciando-nos que o Seu amor é para todos aqueles que querem encontrar a salvação. A Segunda Leitura desta Liturgia também nos apresenta o sentido desta presença de Deus através do seu Filho, o qual já existia antes e que se encarna no mundo para nos mostrar sua face misericordiosa: “Muitas vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas; nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo.” (Hb 1,1-2). Podemos nos perguntar: quais são as maneiras que Deus se apresentou na história dos homens? Ele nos falou pela Criação, pelo chamado que fez a Abraão, a Moisés, pela libertação realizada em favor do seu povo; falou-nos pelos profetas e pelos tantos acontecimentos que surgiram em Israel. Agora Ele próprio se apresenta com um rosto e com uma voz, de acordo com a natureza humana. Tudo isso para estar mais próximo de nós. Para nos confirmar que somos imagem e semelhança d’Ele e que a Sua glória será a vida completa e infinita do homem, a salvação eterna. Celebrar o Natal é exatamente buscar o encontro com um Deus que está próximo de nós. Fazer acontecer o Natal em nossas vidas é muitas vezes buscar o reencontro que por nossos pecados nos afastamos deste Deus que quer está próximo, que quer nos trazer a salvação. Para o evangelista João, somente os que colhem a Luz divina recebem a capacidade da filiação divina: “Veio para o que era seu e os seus não o receberam. Mas a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus.” (Jo 1,11-12). Somos filhos quando acolhemos a Palavra viva em nossa vida, quando deixamos que a Luz ilumine todo o nosso ser. E então vivemos o verdadeiro Natal quando deixamos renascer Cristo em nossas vidas. Desse modo, vemos que o sacramento da Confissão é a porta pela qual retornamos para os braços de Cristo. Que Espírito Santo nos abençoe, nos ilumine e nos faça cada vez mais filhos através do Filho muito amado de Deus, pois o Filho veio assumir a natureza humana para resgatar o homem. Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ Ele, a Palavra viva, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz do Cristo Senhor, o Salvador que veio morar entre nós, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Campanha para a Evangelização 2022 ⇐
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» Lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33) «E Deus se Fez Carne e Veio Morar Conosco
Ele Veio Morar Conosco
Que ao mundo veio se apresentar
Com voz forte nos traz a paz,
Para os homens santificar.
Veio nos trazer o amor,
Veio falar a nosso favor,
Pois quer nos resgatar.
*
Ele tem o rosto puro e santo,
Que a nossa imagem veio assumir,
Veio nosso rosto recapitular,
Quando o pecado quis nos destruir,
Ele é a suprema beleza,
Que nos vem trazer a certeza,
Que é a todos redimir.
*
Ele tem pés firmes no mundo,
E pelas as estradas veio caminhar,
Veio para cumprir sua missão,
A tantos lugares a visitar,
Para tantos a restauração,
Para todos a salvação,
Mas nem todos deixaram-se iluminar.
*
E tem uma Casa para nos acolher,
Onde sua Palavra é alimentação,
Quando todos vem se reunir
Onde o Seu Corpo é Comunhão,
Onde os pobres devem ser acolhidos,
Onde o amor seja distribuído,
Numa festa de confraternização.
*
É dever ser nossa alegria,
Poder com Cristo caminhar,
Porque Ele se faz também nosso irmão,
E em nosso coração quer morar,
Quer em tudo a nossa realização,
Como Deus, quer a nossa salvação,
Para com Ele no Céu habitar.
Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, Ano A, São Mateus – Liturgia da Noite
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas organizações de voluntariado ⇐ Leituras: Is 9,1-6; Sl 95(96), 1-2a.2b-3.11-12,13 (R. Lc 2,11); Tt 2,11-14; Lc 2,10-11; Lc 2,1-14 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 2,1-14 Meus irmãos e minhas irmãs, chegamos ao Natal do Senhor e como anunciou o anjo aos pastores nos arredores de Belém, nasceu para nós o Salvador! (cf. Lc 2,11). E o Evangelho da Liturgia da Missa da Noite de Natal está em Lc 2,1-14. Entre as luzes das lojas, das avenidas, dos presépios nas casas e nas nas igrejas, celebramos a Noite do Natal do Senhor marcados pela alegria que vem da Palavra de Deus e também pelo calor dos que se reúnem para a partilha fraternal da mesa. O Evangelho desta Liturgia é o de Lucas, o qual apresenta a difícil viagem de Nazaré a Belém para participarem do recenseamento como membros daquele povo. E podemos imaginar a dificuldade Santo Casal, pois a Virgem estava grávida e nas proximidades do parto e José com a responsabilidade do nascimento do Filho de Deus. Nos arredores daquele vilarejo, próximo aos campos dos pastores, nasce o nosso Pastor. Será aquele que vem trazer a paz, a justiça e, sobretudo, o amor misericordioso de Deus. O anjo leva a notícia aos pastores, não porque são os mais puros. Segundo a história antiga, “os pastores não eram de forma alguma gente simples, (…), gozando da estima de todos. Eram considerados como os mais impuros dos homens… Os rabinos diziam que os pastores, os publicanos e os coletores de impostos dificilmente poderiam se salvar, porque praticavam o mal e estavam destinados à perdição”(1). Portanto, é em favor da conversão e da salvação destes que Jesus virá e com eles seguirá durante toda a sua caminhada na terra, pois estão distantes da casa real onde a corte humana esperava junto aos seus súditos um Rei poderoso e rico. Mesmo sendo capaz de se manifestar de uma forma mais plausível aos olhos da humanidade, Deus vem como criança, nasce numa família simples (Maria e José) e pobre, a ponto de não ter uma casa para realizar o parto. Jesus nasce na noite dos pastores para dizer que Ele é Luz e que é o Pastor supremo que trará a alegria e a misericórdia a todos os homens. Os pobres podem vencer o medo pois agora têm a alegria da salvação. Cristo vem realizar a profecia de Isaías, diz o profeta: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria.” (Is 9,1). Uma nova compreensão da ação de Deus se apresenta para confundir os poderosos e agora já não se manifesta para um grupo privilegiado, mas para todas as nações e classes a começar pelos mais pobres. Em Deus não há prepotência e nem acepção de pessoas. Diz São Paulo a São Tito, e a nós: “A graça de Deus se manifestou trazendo a salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade” (Tt 2,11-12). Portanto, devemos sempre ficar atentos a ação de Deus, pois ela se manifesta na simplicidade e nos conduz a vivermos desta forma. Um Deus que se encarna pobre vem nos ensinar o quanto é preciso trabalhar pela evangelização em busca dos que estão perdidos e necessitados do ensinamento e da misericórdia. É preciso também lembrar daqueles pobres que, mesmo em condições econômicas de riqueza confortável, se encontram mergulhados nas misérias humanas e necessitam da libertação pela Palavra e pela cura interior. E todos nós que nos reunimos para celebrar esta grande festa cristã somos convidados a nos unir à multidão da corte celeste para cantar em uma só voz: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama.” (Lc 2,14), porque o nosso Deus se faz presente na simplicidade de uma criança para nos ensinar a simplicidade e o amor a todos. Veio caminhar conosco, pois é “Deus conosco” e, sobretudo, veio nos trazer a salvação. Rezemos pedindo a graça e a proteção pelos que não terão oportunidade de celebrar o Natal dignamente. Pelos que estão nas periferias da existência humana, distante das luzes e dos brilhos das árvores fantasiosas das nossas casas, das nossas igrejas e das casas comerciais. E por cada cristão, para que escutem Deus que o chama à fraternidade e à caridade em favor dos que padecem as consequências dos poderes humanos. Amém! * * * (1) Cf. ARMELLINI, Fernando. Celebrando a Palavra: Ano B. São Paulo: Ave Maria, 2012. * * * ⇒ POESIA ⇐ Entre as montanhas de Judá, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz do Cristo Senhor, o Salvador que nasceu para nós, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Campanha para a Evangelização 2022 ⇐
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» Lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33) «Jesus Nasce entre os Pobres
Deus Nasce entre os Pequenos
Nas noites escuras dos pastores,
Vem a luz divina nos visitar,
Vencendo todos os temores.
Trazendo o amor e a salvação,
Vencendo em nós a escuridão,
Que muitas vezes nos traz horrores.
*
Nasce entre os animais e pecadores,
Anunciando desde já sua missão,
Rei simples e pobre e sem coroa,
Sendo sinal de contradição.
Vem como uma simples criança,
Mas traz para muitos a esperança,
E aos poderosos a confusão.
*
Naquela noite vem os louvores,
Da corte celeste a cantarolar,
E à voz do anjo mensageiro,
Que se une também a entoar,
Porque nasceu o Salvador,
Deus de paz, justiça e amor,
E a todos os homens veio salvar.
*
O Natal nos traz um ensinamento,
Para nesta vida proceder,
Nasce Deus para o mundo inteiro,
Com sua palavra vem nos converter,
Ensina-nos a simplicidade,
O acolhimento e a fraternidade,
Pregar a justiça e o bem viver.
*
E em torno do santo altar,
Vivamos a coerência e a união,
Escutando sempre a santa Palavra,
A irmandade e a comunhão,
Sendo sinal da luz do Senhor,
Vencendo a tristeza e o rancor,
Vivendo todos como irmãos.
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Festa do Batismo do Senhor, Ano C, São Lucas
⇒ Ano “Família Amoris Lætitia” (2021/2022) ⇐ Leituras: Is 42,1-4.6-7; Sl 29(28); At 10,34-38; Lc 3,15-16.21-22 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 3,15-16.21-22 Meus irmãos e irmãs, neste Ano “Família Amoris Lætitia”, o Batismo do Senhor, evento litúrgico que encerra o Natal e abre o Tempo Comum, nos motiva a contemplar o Batismo de Cristo como o início da Sua vida pública e fortificador do nosso Batismo. Nesta Liturgia, Jesus está no rio Jordão, às portas de Jericó e nas proximidades do Mar Morto, em Betânia (cf. Jo 1,28) ou de Bethabara, que quer dizer “Casa do Deserto”. Betânia esta que é diferente de onde moravam os irmãos Lázaro, Marta e Maria, próxima de Jerusalém. A Festa do Batismo do Senhor nos apresenta um diferencial litúrgico, pois os textos das leituras e do salmo são os mesmos nos três anos, mas o Evangelho de cada ano acompanha o respectivo evangelista e as todas três passagens evangélicas estão situadas no contexto da preparação do ministério de Jesus. O evangelista Lucas nos apresenta a expectativa do povo referente ao Batista. No entanto, o próprio João faz a distinção entre o seu batismo e o de Jesus. Ele diz: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo.” (Lc 3,16). O mesmo Espírito que falou pelos profetas, também marca o início da missão de Jesus e nos faz nascer em Pentecostes a Igreja e sua missão. A Festa do Batismo do Senhor também é chamada de “pequeno Pentecostes do Ciclo do Natal”(1). Fiquemos atentos para os detalhes do Batismo de Jesus: estava em oração, o Céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba. “E do Céu veio uma voz: ‘Tu és o meu Filho; eu, hoje, te gerei!’.” (Lc 3,22). A oração de Jesus é a Sua proximidade com o Pai e a pomba nos lembra a Arca de Noé, aquela pomba que é portadora, com um ramo de oliveira, da mensagem de nova vida na terra (cf. Gn 8,11-12). A voz do Pai unge o Filho para o início de Sua missão. Nesta narração também temos a manifestação plena da Trindade. Jesus é o servo profetizado por Isaías: “Pus sobre ele o meu Espírito, ele trará o direito às nações.” (Is 42,1). Esta missão está bem detalhada nos Atos dos Apóstolos: “Ele passou fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo diabo, porque Deus estava com Ele.” (At 10,38). Esta Liturgia, portanto, nos faz refletir sobre a vivência do nosso batismo. É a Trindade Santa que, uma vez marcando a nossa entrada para o novo povo de Deus, estará sempre na nossa missão inseridos na morte e na Ressurreição do Senhor. E, conduzido pelo Espírito Santo, continuemos firmes na nossa vida familiar e na evangelização, nos círculos e reuniões pastorais e, sobretudo, vivendo a Eucaristia, que é centro da nossa vida de batizados, como Igreja peregrina em busca do Céu. Por fim, roguemos a Nossa Senhora, Mãe do Salvador, que ela interceda por nós e que possamos receber o Espírito Santo e assim nascermos “da água e do Espírito” (CIgC 1238) e tornarmo-nos “ ‘uma criatura nova’ e um filho adotivo de Deus” (CIgC 1269). Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos motiva a contemplar o Batismo de Cristo como o início da Sua vida pública e fortificador do nosso Batismo, ilumine o seu caminho! ⇐
O Batismo do Senhor e o nosso Batismo
(1) Cf. BECKHÄUSER, Frei Alberto. O Ano Litúrgico: Com Reflexões Homiléticas para cada Solenidade, Domingo e Festa do Senhor. Petrópolis: Vozes, 2016. p. 84-86.Batizados para o Reino
Como um mergulho na vida de Cristo,
Sem sabermos o tamanho desta realidade,
Somos chamados a amar de verdade,
Num caminhar de discípulos amados,
Pela alegria imensamente inundados,
E na convicção da nossa santidade.
*
Filhos do mesmo Pai misericordioso,
Nossa fonte da eterna Criação,
A Ele também nossa adoração,
Como irmãos na mesma caminhada,
Num olhar de vida contemplada,
Alegres pela vida em missão.
*
Guiados pelo Espírito de amor,
Ao receber a Sua santa unção,
Que nos alegra pela Sua inspiração,
Que conduz na nossa longa estrada,
E nos fortalece nas nossas jornadas,
Ajudando-nos na nossa santificação.
*
Batizados para formar comunhão,
Para sermos sinais para a humanidade,
Sendo ação na fé e na caridade,
Seremos do Reino, continuadores,
Discípulos de Cristo, evangelizadores,
Nas mais diversas realidades.
*
Trindade Santa, Deus de amor,
Fazei conosco comunhão,
Fortalece-nos na oração,
Para do Batismo não desanimar,
Mas cada vez mais fortificar,
Nossa gratuita filiação.
Solenidade da Epifania do Senhor
⇒ Ano “Família Amoris Lætitia” (2021/2022) ⇐ Leituras: Is 60,1-6; Sl 72(71); Ef 3,2-3a.5-6; Mt 2,1-12 ⇒ HOMILIA ⇐ Mt 2,1-12 Meus irmãos e irmãs, a Liturgia da Solenidade da Epifania do Senhor, penúltimo Domingo do Tempo do Natal, nos motiva a contemplarmos o mistério da encarnação do Verbo de Deus, agora com a adoração dos magos do oriente. E o Evangelho desta Liturgia está em Mt 2,16-21, passagem que está localizada na primeira parte do Evangelho segundo São Mateus intitulada “O nascimento e a infância de Jesus”. Nesta Liturgia, Jesus, pequenino, está com a Sua Mãe, em Belém, recebendo, dos magos do oriente, a adoração e os presentes (o ouro, o incenso e a mirra). A palavra epifania, de origem grega, significa manifestação e, com esta Liturgia, a Igreja nos mostra que Deus se manifesta, através dos sábios da Pérsia, a todos os povos. No Evangelho de hoje, o evangelista Mateus (cf. 2,1-12) narra o nascimento de Jesus em Belém e nos situa dentro do reinado de Herodes, o Grande, o qual se sente ameaçado por tal acontecimento e procura encontrar o Menino (cf. Mt 2,3). Os especialistas nas escrituras, que estavam a serviço de Herodes, localizam uma profecia de Miqueias (cf. 5,1-4) sobre o nascimento do Messias em Belém. Em cena aparecem os magos do oriente, que, mesmo não tendo as Escrituras, querem chegar até o Rei dos judeus que acabara de nascer (cf. Mt 2,2). Herodes, astutamente, pediu a ajuda dos magos para chegar até o Menino. Mas os magos, avisados em sonho, voltaram por outro caminho. (cf. Mt 2,12). A Liturgia nos ensina que os magos representam os gentios que buscam e acolhem a salvação de Deus. Estar com o Menino Jesus é o objetivo dos que querem encontrar-se com Deus. São Paulo, na sua Carta aos Efésios, ainda reforça que: “os pagãos são admitidos (…) do mesmo Corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo…” (Ef 3,6). Outro ensinamento é sobre as ofertas dos magos que foram entregues depois de adorarem o Menino (cf. Mt 2,1-12). O ouro é o reconhecimento da realeza de Cristo. O incenso reconhece a Sua divindade. Já a mirra nos aponta duas indicações: que Jesus veio para aliviar o sofrimento dos pobres e que Seu corpo humano, mesmo incorruptível, terá tratamento, terá unção, antes da Ressurreição. Um terceiro ensinamento, desta Liturgia, diz respeito ao retorno dos magos. Sim, eles retornaram por outro caminho para fugir da astúcia de Herodes, mas também porque o encontro com Deus, na pessoa do Filho, os faz homens renovados e alegres e também convertidos. Por isso, seguem um novo caminho em suas vidas. Portanto, irmãos e irmãs, esta Liturgia nos motiva para buscarmos constantemente o encontro com a pessoa do Filho muito amado do Pai, pois Cristo quer fazer nova todas as coisas, quer que sejamos discípulos muito amados por Ele. Nós, por outro lado, devemos participar da Eucaristia sempre como um ato louvor e de adoração, alegres pela busca de Deus. E então, podemos nos perguntar: O que tenho oferecido a Deus? Que dons tenho colocado a serviço do Reino? E neste 2 de janeiro, queremos fazer memória da data natalícia de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, evento ocorrido há 149 anos, sendo a nona filha do casal São Luís Martin (*1823†1894) e Santa Zélia Guerín Martin (*1831†1877). E o nome “Teresa” não foi recebido em função dos votos religiosos no Convento, pois já foi batizada, no dia 4 de janeiro de 1873, com o nome de Maria Francisca Teresa e tendo como padroeira a própria Santa Teresa d’Ávila, a Grande (*1515†1582). Por fim, rogamos a Nossa Senhora do Sorriso, que curou Santa Teresinha do que hoje chamamos de depressão, que interceda para que possamos receber o Espírito Santo, Espírito da Fortaleza necessário para rompermos com tudo aquilo que nos impede de colocar nossos dons aos pés do Rei dos reis. Amém. * * * ⇒ POESIA ⇐ * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que, através da atitude dos reis magos, nos motiva a contemplar o mistério da encarnação do Verbo de Deus, ilumine o seu caminho! ⇐
A Luz do Senhor Atrai os Magos do Oriente
Caminhar em Busca do Menino
Seguindo a estrela de Belém,
No desejo de encontrar o Senhor,
Vão os sábios do oriente,
Com o coração ardente,
Prontos para adorar,
E também para ofertar,
Os seus simbólicos presentes.
*
O encontro com o Menino Deus,
Converte os magos caminheiros,
Seguem um rumo transformado,
As trilhas são de homens renovados,
Que levam a divina alegria,
Pra eles, antes não existia,
Sonho santo e realizado.
*
Este caminho todos devemos seguir,
Via do Deus amor e encarnado,
Convictos de um constante converter,
Adorando o Senhor para na fé crescer,
Num caminho de viva evangelização,
Marcado pelo amor e pela conversão,
E como Discípulos nossos dons oferecer.
*
Não façamos como o rei tirano e solitário,
Que somente quis saber onde nasceu o Salvador,
Não trilhou o caminho para até lá chegar,
Pois teve medo de perder o seu lugar.
Porque o reinado do Senhor é diferente,
É de amor e para todos, como presente,
Aos que querem sempre O encontrar.
*
Carreguemos o sentido da Salvação universal,
Onde todos têm direito aos dons divinos.
Pois, todo homem é chamado à conversão,
De qualquer canto do mundo ou nação,
Basta abrir o coração à grande novidade,
Porque Deus veio morar na humanidade,
Para nos presentear com a salvação.
Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria (2022)
⇒ Ano “Família Amoris Lætitia” (2021/2022) ⇐ Leituras: Nm 6,22-27; Sl 67(66); Gl 4,4-7; Lc 2,16-21 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 2,16-21 Meus irmãos e irmãs, neste dia 1º de janeiro celebremos a paz junto à Nossa Senhora e ao nosso Salvador, Jesus Cristo. A Liturgia da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, ainda no espírito do tempo do Natal, nos mantém na proximidade da revelação do mistério da encarnação do Verbo de Deus. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 2,16-21, ainda no contexto evangélico do “Nascimento e vida oculta de João Batista e de Jesus”. Nesta Liturgia, Jesus está, inicialmente, envolto em faixas e, depois, sendo circuncidado, um sinal da aliança de Deus com Abraão (cf. Gn 17,1-27). Também esta Liturgia é sempre celebrada no dia 1º de janeiro, Dia Mundial da Paz, instituído por proposta do Papa São Paulo VI(1) e que neste ano a mensagem do Papa Francisco é dedicada ao tema da paz duradoura fundamentada no diálogo entre as gerações, na educação e no trabalho(2). Nesta Liturgia, portanto, os cristãos se reúnem esperançosos, com expectativas e perspectivas, para celebrar o Dia Mundial da Paz junto com a Mãe de Deus. Ela que nos presenteou com o seu “Sim”, acolhendo e fazendo com que o Príncipe da Paz (cf. Is 9,5) pudesse nascer e reinar em nosso meio, portando a misericórdia do Pai e a Salvação para todos. No Evangelho de hoje, São Lucas apresenta o encontro dos pastores com o Menino Jesus ainda na manjedoura, junto com Maria e José. Os pastores foram os primeiros que receberam a notícia do nascimento do Salvador. A eles cabe também o anúncio das maravilhas de Deus, louvando toda a realização divina (cf. Lc 2,17-18.20). A Virgem guardava todos estes acontecimentos e meditava em seu coração (cf. Lc 2,19), procurando compreender todo o processo da sua resposta a Deus, quando o Anjo a visitou. A Virgem Maria também meditava porque era mulher do silêncio e da oração, na sua missão de gerar e acompanhar o Verbo na Sua caminhada terrestre entre os homens. Neste Dia Mundial da Paz, os cristãos também pedem a bênção que vem de Deus. Bênção que é sinal de salvação como escutamos na primeira leitura desta Liturgia do livro de Números: “ ‘O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!’ Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”. (Nm 6,24-27). Sobre o marco temporal de 2021 e 2022, devemos também ter em mente que se faça a vontade do Senhor e não a nossa, “assim na terra como no Céu”. Maria nos possibilita que sejamos seus filhos. Ela, que é Mãe de Deus e nossa, ela também gerou a Igreja que somos parte. Ela é a Mãe do Príncipe da Paz, também nosso irmão, nosso Deus amado que veio ficar junto de nós para nos ensinar que Deus é Pai e tem misericórdia dos pecadores, por isso vem trazer a união e a fraternidade. Nessa relação santa de filhos, São Paulo nos fala: “Assim já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.” (Gl 4,7). Temos então o temor que vem do amor e da necessidade de santificação e não o medo da condenação. Se amamos o Senhor, faremos a vontade d’Ele e por isso não devemos ter medo d’Ele porque Ele está bem próximo de nós. Por fim, peçamos a mediação materna da Mãe do Redentor para que possamos receber o Espírito Santo, Espírito da adoção dos filhos de Deus como ensina São Paulo aos gálatas e também a nós. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nos mantém na proximidade da revelação do mistério da encarnação do Verbo de Deus, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ 55o Dia Mundial da Paz ⇐
» Tema: A paz duradoura a partir do diálogo entre as gerações, a educação e o trabalho «
Celebremos a Paz junto à Mãe de Deus
(1) Cf. PAULO VI. Mensagem para a celebração do 1º Dia Mundial da Paz. Publicado em 8 dez. 1967. Disponível em: <https://www.vatican.va/content/paul-vi/pt/messages/peace/documents/hf_p-vi_mes_19671208_i-world-day-for-peace.html>. Acesso em: 27 dez. 2021.
(2) Cf. FRANCISCO. MMensagem para a celebração do 55º Dia Mundial da Paz. Publicado em 8 dez. 1967. Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/peace/documents/20211208-messaggio-55giornatamondiale-pace2022.html>. Acesso em: 27 dez. 2021.
Santa Mãe de Deus e Nossa
Mãe da escuta atenta,
Do silêncio e da oração,
Toda entregue por amor,
Ao Senhor da salvação,
Ensina-nos a santidade,
Mostra-nos tua serenidade,
Para a santificação.
*
Mãe de Deus e nossa Mãe,
Mãe do Príncipe da Paz,
Ensina-nos a fraternidade,
Que tanta harmonia nos traz,
Ensina-nos também a escuta,
A paciência na labuta,
Quando não somos capazes.
*
Que o nosso Príncipe da Paz,
Pela Sua encarnação,
Ajude-nos na caminhada,
E no amor entre os irmãos,
Trazendo-nos alegria,
Que nasce da Eucaristia,
Pra nossa libertação.
*
Que a benção do Senhor,
O Filho amado e querido,
Possa nos trazer a Paz,
Neste mundo tão sofrido,
Das guerras possa nos livrar.
E o amor sempre a buscar,
Os povos todos unidos.
*
Que a santa Eucaristia,
Renove a nossa lida,
Dando a força necessária,
Para a estrada percorrida,
E que o Deus Emanuel
Com a nossa Mãe do Céu,
Tragam a Paz à nossa vida.
Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, Ano C, São Lucas
Leituras: Eclo 3,3-7.14-17a; Sl 128(127); Cl 3,12-21; Lc 2,41-52 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 2,41-52 Meus irmãos e irmãs, a Liturgia da Sagrada Família, neste Ano C, que celebramos no Domingo da Oitava de Natal, nos motiva a contemplar a Família de Nazaré como igreja doméstica que, juntos, peregrina a Jerusalém. E o Evangelho desta Liturgia está em Lc 2,41-52, passagem que está localizada na primeira parte do Evangelho segundo São Lucas intitulada “Nascimento e vida oculta de João Batista e de Jesus”. Nesta Liturgia, o Menino Jesus e seus pais estão no Templo de Jerusalém, cumprindo os preceitos da Lei de Moisés. Finalizada a Festa, que durava sete dias, os peregrinos retornavam em grupo. Ao final do primeiro dia de viagem, Maria e José perceberam a ausência de Jesus. Após três dias de procura, encontraram o Menino Jesus no Templo, entre os doutores da Lei. Podemos imaginar as palavras do Menino Jesus a respeito das coisas divinas, pois os ouvintes ficaram maravilhados. A resposta aos pais, “não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?” (Lc 2,49), deve ter deixado seus pais intrigados inicialmente, mas depois ambos compreenderam que Jesus já sinalizava Sua divindade e obediência ao Pai do Céu. Após o ocorrido, voltaram a Nazaré e Jesus viveu submisso aos seus pais até o início de sua vida pública. Esta Liturgia, portanto, nos traz fortes orientações para santidade em família. A primeira leitura, do livro do Eclesiástico, nos indica que: “Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los (…). Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros.” (Eclo 3,4-5). Já na segunda leitura, São Paulo aconselha que sejamos, em relação ao cuidado dos pais, revestidos de misericórdia, mansidão e paciência (cf. Cl 3,12). Diante da desvalorização da referência familiar, Deus nos indica o valor da tradição (conselhos e experiência) como fundamento social e de santificação. Olhemos para Jesus que, mesmo sendo Deus, era obediente aos pais, sendo amável e paciente no seu ambiente familiar e social. A Virgem Maria, que guardava tudo no seu coração e, desde o anúncio do Anjo, foi fundamental para o amadurecimento humano do Filho de Deus e da Sua missão entre os homens. E para José: fiel ao projeto de Deus, viveu do seu trabalho para a manutenção da casa. Como nos ensina o Papa Francisco, é um exemplo de família na oração e na peregrinação, uma peregrinação que “não termina quando se alcança a meta do santuário, mas quando se volta para casa e se retoma a vida de todos os dias, fazendo valer os frutos espirituais da experiência vivida”(1). A tradição cristã reforça que da Sagrada Família emana uma espiritualidade que deve ser referência para o nosso tempo, com os pais evangelizando pelo testemunho: na santidade conjugal e no cuidado da oração, da educação e do convívio social dos filhos. Uma família missionária no cultivo da leitura e da partilha da Palavra de Deus, onde o amor seja o fundamento e a força da existência como instituição sagrada. Não devemos esquecer que as chagas da sociedade é fruto de uma certa displicência no cuidado e na formação das crianças e dos jovens. Em nosso mundo, predomina o relativismo e a religião é muitas vezes tratado como um “problema” pessoal. Também é verdade que muitos pais carecem de uma formação cristã mais sólida e nem sempre têm consciência de sua missão na transmissão da tradição. Por fim, peçamos a intercessão da Sagrada Família, asilo de todas as virtudes, para que o Espírito Santo nos livre da inveja contra a graça fraterna e assim possamos vivenciar, em família e em comunidade, o mandamento de amar uns aos outros (cf. Jo 13,33-35). Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, nos motiva a contemplar a Família de Nazaré como igreja doméstica e missionária, ilumine o seu caminho! ⇐ Família Cristã: Chamada a ser Igreja Doméstica
(1) Cf. Homilia do Papa Francisco na Santa Missa para as Família, 27 dez. 2015, Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José. Disponível em: <https://www.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2015/documents/papa-francesco_20151227_omelia-santa-famiglia.html>. Acesso em: 23 dez. 2021. A Família Santa de Nazaré
Mãe que escuta e a Deus se entrega,
Para viver um plano de amor exigente,
Que questiona, porém consente,
O peso da imensa missão,
Meditando no seu coração,
O amor de Deus e de sua gente.
*
Pai terreno e obediente ao Pai do Céu,
Discreto no seu silêncio orante,
Que nas dúvidas segue avante,
Ao anjo em sonho escutou,
E firmemente acreditou,
Postura de homem Santo suplicante.
*
Filho, Deus que desce a este mundo,
Presente no meio da multidão,
Rosto de misericórdia e perdão,
Que traz aos homens a esperança,
A vida eterna como herança,
Ressuscita e nos dá a ressurreição.
*
Família, modelo para chegarmos ao Céu,
Santa desde a sua fundação,
Referência para cada lar cristão,
Conduz-nos a evangelizar,
Fazendo-nos firmemente acreditar,
Que o Reino se constrói pela missão.
*
E agora pedimos um auxílio santificador,
Para construirmos uma igreja em nosso lar,
E ao mundo podermos testemunhar,
Uma vida de cuidado e comunhão,
Marcada pela evangelização,
Para as chagas do mundo poder curar.
Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo
Missa da Noite: Is 9,1-6; Sl 96(95); Tt 2,11-14; Lc 2,1-14 Missa do Dia: Is 52,7-10; Sl 98(97); Hb 1,1-6; Jo 1,1-18 ⇒ HOMILIA ⇐ Lc 2,1-14 e Jo 1,1-18 Meus irmãos e irmãs, as Liturgias da Noite e do Dia de Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo nos convidam a mergulhar no mistério da Encarnação de Deus, que nasce entre os pequenos e os animais. Celebrar o Natal é deixar que a luz de Deus nos ilumine, nos proporcionando fraternidade e dignidade. O evangelista João diz que Cristo é a luz que brilha nas trevas e as trevas foram derrotadas (cf. Jo 1,4-8). Por isso, o Natal se prolonga em nós quando o amor e a luz reinam em nossos corações, brotando caridade, justiça social e paz entre as pessoas. A Liturgia da Noite de Natal, também conhecida como “Missa do Galo”, é conduzida pelo anúncio do nascimento do Salvador, narrado pelo evangelista Lucas (2,1-14), passagem que está localizada na primeira parte do Evangelho segundo São Lucas intitulada “Nascimento e vida oculta de João Batista e de Jesus”. E nesta Liturgia, Jesus está, inicialmente, no ventre da Virgem Maria, como fruto bendito, e, depois, deitado na manjedoura, envolto em faixas. Antes de chegar em Belém, que em hebraico quer dizer “Casa do Pão”, Maria e José fazem uma dura caminhada entre as montanhas para participarem de um recenseamento. E é em Belém, e em condições precárias, que nasce o nosso Salvador, o Pão da Vida, o nosso Pastor, o Príncipe da paz e portador da justiça e da misericórdia de Deus. As primeiras testemunhas do nascimento do Salvador são os pastores, que naquele contexto eram pessoas sem crédito nas disputas judiciais, mas, mesmo assim, suas palavras deixaram muitos maravilhados quando contaram tudo o que viram sobre o nascimento de Jesus (cf. Lc 2,17-18). Assim, aqueles pastores representam os pobres, distantes dos poderes humanos, da elite religiosa do judaísmo, que esperava um messias davídico e equipado com poderoso exército. No entanto, a pedagogia de Deus, o Seu ensinamento, se realiza na Sua vinda como uma frágil criança numa família simples (Maria e José), família pobre, a ponto de não ter lugar para realizar o parto. Já a Liturgia do Dia de Natal é conduzida pelo evangelista João. Ele nos apresenta a origem divina de Jesus(1), a encarnação do Verbo de Deus. E o Evangelho da Liturgia do Dia de Natal é exatamente a parte introdutória, o prólogo do Evangelho segundo São João. E nesta Liturgia Jesus está na eternidade, fora do tempo cronológico, do tempo histórico, Ele está no princípio de tudo, quando tudo foi feito para Ele. Ele é a Palavra, o Verbo de Deus. O recém-nascido é a encarnação de Deus e agora Deus mostra sua face, trazendo-nos Sua paz, Seu amor e nossa salvação. O nascido da Virgem Maria foi profetizado por Isaías e está presente na primeira leitura da Missa do Dia de Natal. Diz o profeta: “Como são belos (…) os pés do mensageiro que anuncia a paz (…) a salvação…” (Is 52,7). Ele crescerá em sabedoria e graça e mostrará aos homens que Deus é amor e quer a salvação para todos. Para isso, basta acolher a Sua Palavra e responder ao Seu chamado para anunciar o Reino. Portanto, estas duas Liturgias do Natal nos apresentam a autocomunicação de Deus. Primeiro ao permitir o nascimento de Jesus à noite para dizer que Ele é a Luz e, depois, ao colocar os pastores como os primeiros a sentirem a realização da profecia de Isaías, quando diz “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria.” (Is 9,1). Cristo veio para todos, mas somente os que acolhem a Luz salvadora, diz o evangelista João, recebem o poder da filiação divina (cf. Jo 1,11-12). Somos filhos quando acolhemos a Palavra em nossa vida e quando a Luz ilumina o nosso ser. Vivemos o verdadeiro Natal quando deixamos Cristo nascer e reinar em nossas vidas. Por isso que o sacramento da confissão é a porta pela qual retornamos para os braços de Cristo. Quando, como cristãos, nos reunimos para celebrar o Natal, somos convidados a nos unir à multidão da corte celeste para cantar em uma só voz: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama.” (Lc 2,14). Deus se faz presente numa criança para nos ensinar a simplicidade e o amor a todos. Neste Natal, peçamos a intercessão de Nossa Senhora, Mãe da divina graça, para que possamos receber o Espírito Santo, Espírito de toda graça, e assim renovemos cotidianamente o nosso “sim”, o Batismo, sendo cada vez mais filhos através do Filho muito amado de Deus Pai. Jesus Cristo é Emanuel, é Deus conosco. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que nasce entre os pequenos e veio morar conosco, ilumine o seu caminho! ⇐ E Deus Veio Morar Conosco
(1) CNBB / Roteiros homiléticos para o Tempo do Advento – Natal – Tempo Comum I (novembro 2021 / fevereiro 2022): “Alegrai-vos! O Senhor está próximo”, Ano C – São Lucas. Brasília: Edições CNBB, 2021, pp. 34-35.Deus Nasce entre os Pequenos
Entre as montanhas de Judá,
Nas noites escuras dos pastores,
Vem a luz divina nos visitar,
Vencendo todos os temores,
Trazendo o amor e a salvação,
Vencendo em nós a escuridão,
Que muitas vezes nos traz horrores.
*
Nasce entre os animais e pecadores,
Anunciando desde já sua missão,
Rei simples, pobre e sem coroa,
Sendo sinal de contradição.
Vem como uma simples criança,
Mas traz para muitos a esperança,
E aos poderosos a confusão.
*
Naquela noite vem os louvores,
Da corte celeste a cantarolar,
E à voz do Anjo mensageiro,
Que se une também a ecoar,
Porque nasceu o Salvador,
Deus de paz, justiça e amor,
E a todos os homens veio salvar.
*
O Natal nos traz um ensinamento,
Para nesta vida proceder,
Deus veio para o mundo inteiro,
Com Sua Palavra a nos converter,
Ensina-nos a simplicidade,
O acolhimento e a fraternidade,
Prega a justiça e o bem viver.
*
E em torno do santo altar,
Vivamos a coerência e a união,
Escutando sempre a santa Palavra,
A irmandade e a comunhão,
Sendo sinal da luz do Salvador,
Vencendo a tristeza e o rancor,
Vivendo todos como irmãos.
Festa do Batismo do Senhor, Solenidade
Leituras: Is 42,1-4.6-7; Sl 29(28); At 10,34-38; Mc 1,7-11
⇒ HOMILIA ⇐
Cristo Mergulha em nossa Humanidade
Mc 1,7-11
Meus irmãos e irmãs, nesta festa do Batismo do Senhor Cristo mergulha em nossa humanidade. E o mistério pascal nos mantém, encerrando o Tempo do Natal, na proximidade da fonte da revelação misteriosa da encarnação de Deus. O Evangelho desta Liturgia está em Mc 1,7-11.
Com esta Liturgia, a Igreja encerra o Tempo do Natal, em que vivenciamos a alegria e o acolhimento do Menino Deus e pudemos também receber o ensinamento sobre a encarnação do Verbo. Por outro lado, a Liturgia a aponta para a primeira etapa do Tempo Comum, para viver a escuta da Palavra e aprender sobre o anúncio do Reino. Assim, o Espírito continua soprando onde quer e como quer (cf. Jo 3,8).
Inicialmente podemos nos perguntar se era necessário que Jesus fosse batizado por João. O batismo de João era necessário, pois significa “a manifestação pública de sua adesão ao Pai e a missão que lhe foi confiada, como Filho amado e fiel”[1]. O Menino adorado pelos pastores e pelos magos do Oriente agora, adulto, é apresentado ao mundo com a sua missão. O céu se abre para apresentar o Filho muito amado numa manifestação da Santíssima Trindade: a descida do Espírito Santo e a voz do Pai e o Filho que se deixa batizar por João.
Em Jesus se realiza aquilo que Isaías nos apresenta: “Eis o meu servo que eu sustento, o meu eleito, em quem tenho prazer. Pus sobre ele o meu Espírito, ele trará o direito às nações.” (Is 42,1). Jesus, no seu batismo, já prefigura aquilo que será a consequência da sua missão: a morte como sacrifício oferecido em favor dos pecadores e a ressurreição como vitória sobre a morte.
Na sua paixão, Cristo acolhe todos como fala São Pedro: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10,34-35). Ele que veio, como mansidão, julgar com misericórdia todo homem que aderir a sua mensagem. Será fiel, pois irá até o fim para trazer a sua glória a todos aqueles que almejam a vida eterna.
Com o Batismo (cf. CIgC 783-786) somos inseridos no Corpo Místico de Cristo como sacerdote (para oferecer sacrifício com nossos dons de vida), como profeta (para anunciar a verdade do Evangelho ao mundo) e rei (para santificar as diversas realidades em que estamos inseridos). E aqui há um parêntese: com o Batismo nós recebemos o sacerdócio comum dos fiéis, que é diverso do sacerdócio ministerial reservado aos Bispos e presbíteros, pastores da Igreja (cf. CIgC 1592).
Devemos também meditar como a nossa condição de batizados reflete em nossa inserção na Igreja, no Corpo Místico de Cristo. Poderemos ser enviados para comunicar a misericórdia de Deus ou anunciar a importância do Batismo ou propagar o valor da comunidade que se reúne em torno da Palavra e da Eucaristia ou, ainda, a promoção do acolhimento como filhos e membros do Corpo Místico de Cristo que é a Igreja.
Rezemos por todos os batizados e pelos padrinhos que no dia do Batismo, juntamente com os pais, assumem a educação na fé dos afilhados, para darem testemunho do amor de Deus, da escuta da Palavra, da participação na Eucaristia e da preocupação para que as crianças e jovens cresçam também no amor de Cristo.
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[1] Jesus veio nos indicar os caminhos do reino. Roteiros homiléticos para o tempo do Advento – Natal – Tempo C – Ano B – São Marcos. Brasília: Edições CNBB, 2014, p. 67.
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⇒ POESIA ⇐
Mergulhados na Vida de Cristo
Do céu vem uma voz:
É o Pai de eterno amor,
Que apresenta o Filho,
Como nosso Redentor,
É o Filho muito amado,
Do Pai o seu agrado,
O santificador.
O céu também se abre,
Para a terra abraçar,
Pois a humanidade,
Estava a esperar,
Que a terra fosse olhada,
E a vida resgatada,
E em águas se banhar.
Do céu também o Espírito,
Em manifestação,
Pousando sobre o Filho,
Do Pai da Criação,
Jesus conduzirá,
E o consagrará,
Toda a sua missão.
Do céu à aqui na terra,
A Trindade Santa vem,
Apresentando ao mundo,
O amor, a paz e o bem,
Missão de redenção,
A todos a salvação,
Sem excluir ninguém.
E nós os batizados,
Em Cristo, inseridos,
Igreja, o seu Corpo,
Os membros reunidos,
A Palavra Santa ouvindo,
Seu Corpo nos nutrindo,
Pra sermos redimidos.
***
*** Que a Luz de Jesus Cristo, o Filho muito amado do Pai, ilumine o seu caminho! ***