⇒ Ano “Família Amoris Lætitia” (2021/2022) ⇐ Leituras [Missa do Dia]: At 2,1,11; Sl 103(104); 1Cor 12,3b-7.12-13; Sequência Espírito de Deus, enviai dos Céus (Veni Sancte Spiritus); Jo 20,19-23(1) ⇒ HOMILIA ⇐ Jo 20,19-23 Meus irmãos e irmãs, celebramos neste Domingo a solenidade de Pentecostes, a descida do Espírito sobre a Igreja nascente, agora esta manifestação do Espírito não é somente sobre os Apóstolos, mas também sobre as nações e culturas, as quais compreendem a mensagem do amor e da fé, pelo Espírito, em sua própria língua. O que era antes uma experiência do grupo dos Apóstolos, agora se expande pelo mundo com o sopro e o fogo do Santo Espírito. O que estava preso a um grupo, homens e mulheres que conviveram com Jesus na terra, agora é manifestado para aqueles que abraçaram a fé por milagres, pelas pregações e pelo testemunho corajoso dos discípulos do Senhor. Pentecostes é o ápice do Tempo Pascal, porque inicia o tempo da Igreja, tempo este que já na Ascensão do Senhor estava se iniciando, pois o mesmo Senhor que sobe aos Céus está presente no meio de nós, na total doação de seu Corpo e seu Sangue, pela sua santa Palavra e pelos os dons oferecidos aos que se tornam também o Corpo de Cristo no mundo. O Evangelho de João nos faz memória da Ressurreição quando os discípulos ainda estão profundamente marcados pelo medo, fechados em si e de portas fechadas (cf. Jo 20,19). A alegria renasce quando o Senhor traz a Paz para o grupo que, ao mesmo tempo, os envia para a missão, com o objetivo de anunciar ao mundo o Reino de Deus. A partir desta experiência, de encontro com Cristo ressuscitado, todos os que estavam ali reunidos ganham força e coragem para caminhar, pregando a experiência da Ressurreição. Na primeira leitura desta Liturgia (cf. At 2,1-11), temos a narração de Pentecostes, quando todos os discípulos estavam reunidos e então o Espírito Santo se manifesta, um fenômeno diferente, inédito para a humanidade. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (At 2,4). Aquilo que o Jesus anunciou, antes e depois da Ressurreição, agora se concretiza, pois a manifestação do Espírito Santo é para que os seus discípulos anunciem ao mundo a Boa-Nova do Reino nas diversas culturas, línguas, realidades e recantos do mundo. Por isso que o Espírito Santo não tem limites, Ele sopra onde quer (cf. Jo 3,8), vai aonde quer, como quer e oferece Sua luz e Sua força a quem Ele quiser, desde que os convocados, na sua liberdade, queiram receber a sua presença. Também podemos dizer que é exatamente a Sua ilimitada manifestação, com Suas diversas formas atemporais, que age além das nossas expectativas humanas e barreiras geográficas. Foi esta verdade anunciada e constatada na Igreja em toda a Tradição cristã, que conseguiu chegar a nós em pleno século XXI. Foi a experiência de abertura para a missão dos primeiros cristãos, que, carregados da fé corajosa, conscientes e às vezes também com marcas humanas de fraquezas, fez a messe do Senhor crescer e dar frutos, se espalhando pelos imensos espaços do mundo até nossos dias. Há uma dimensão da ação do Espírito Santo apresentada na segunda leitura desta Liturgia que merece a nossa reflexão: “Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos.” (1Cor 12,4-6). São Paulo nos fala da manifestação do Espírito Santo em cada um de nós. São os dons oferecidos aos que se deixam conduzir pela ação de Deus e do seu Espírito. Os cristãos, como membros de um mesmo Corpo, recebem dons para colocarem a serviço do bem comum. É isto que faz a beleza e a ilimitada ação na Igreja no mundo, pois somos membros que agem com diferentes serviços para que a obra de Deus esteja presente em toda humanidade. Quantos dons podemos oferecer a Deus? Desde o simples acolher na porta do templo, do cantar na Missa e nas celebrações, preparar o Altar, pregar para o povo, coordenar um grupo, animar comunidades, visitar as famílias. Enfim, a messe é grande, como afirmou o Senhor (cf. Mt 9,37). E para fora dos espaços da Igreja, quantas capacidades podem ser oferecidas para levar Deus e sua Palavra, no cuidado quando estamos a evangelizar, por exemplo. Também a arte de compor uma música cristã, de cantar, de fazer um poema, dar aulas e palestras, escrever uma matéria, defender a vida nos espaços políticos e sociais, escolas e meios culturais. Em quantas realidades primordiais podemos certificar a presença e a ação do Espírito Santo, tais como nos sacramentos, na celebração da Eucaristia, no chamado vocacional, na missão, nos nossos trabalhos pastorais. Agradeçamos a Deus pelos tantos dons do Espírito Santo, oferecidos à Igreja para o serviço do Reino. E quanto a nós devemos sempre nos manter na convicção de que tudo aquilo que vivemos e fazemos para o bem maior, é pela força e ação do Espírito Santo, que é Deus, a alma da Igreja, Senhor que dá a vida, que renova a face da terra [cf. Sl 103(104),30] e que nos santifica na vida de seguidores e seguidoras do Senhor Ressuscitado. Amém. * * * * * * ⇒ POESIA ⇐ Presente desde o início, * * * ⇒ Que a Palavra e a Luz do Ressuscitado, pela ação do Espírito Santo, ilumine o seu caminho! ⇐
⇒ Intenções do Santo Padre, o Papa Francisco: Pelas famílias cristãs ⇐Manifestação Pública do Espírito Santo
(1) Leituras facultativas: Rm 8, 8-17; Jo 14,15-16.23a-26.Ele é o Mesmo em Todo Tempo
Está o Santificador,
Nas águas da Criação,
Presença viva de amor,
Que conduziu os profetas,
Nas suas lutas e alertas,
Junto ao povo sofredor.
*
Presente está em Maria,
Na Sua anunciação,
Quando fala para ela,
Do plano da salvação,
Presente também em José,
Que fez o caminho a pé,
Nos tempos de perseguição.
*
Presente também em Jesus,
No Batismo e no deserto,
Na caminhada do povo,
Dizendo o caminho certo.
Nos encontros de alegria,
Na vida de cada dia,
Um Deus sempre muito perto.
*
Presente na Ressurreição,
Como sopro de alegria,
Vencendo o medo e o desânimo,
Que nos discípulos estaria.
Fazendo um caminho novo,
Junto a multidão do povo,
Igreja que já nascia.
*
Presente em Pentecostes,
Ao mundo manifestado,
Para as diversas culturas,
Para o mundo anunciado,
Dom de amor incomparável,
Imenso e insondável,
Deus de amor ilimitado.
*
Presente em nós, cristãos,
Com força e santa alegria,
Com os seus santos dons,
Que no caminho nos guia,
Que nos tira da tristeza,
Que nos dá a fortaleza,
Na vida de cada dia.
Tag: O Pentecostes (cf At 2 vers 1-13)
Solenidade de Pentecostes, Ano B, São Marcos
*** Ano de São José (2020/2021) ***
Leituras: At 2,1,11; Sl 104(103); 1Cor 12,3b-7.12-13; Jo 20,19-23
⇒ HOMILIA ⇐
Manifestação Pública do Espírito Santo
Jo 20,19-23
Meus irmãos e irmãs, o mistério pascal da Liturgia da Solenidade de Pentecostes nos motiva a contemplar a descida do Espírito Santo sobre a Igreja nascente. E o Evangelho desta Liturgia está em Jo 20,19-23.
Agora, a descida do Santo Espírito não é somente sobre os apóstolos, mas também para que todos acolham a Boa-Nova em sua própria língua, em sua própria cultura. O que estava restrito aos que conviveram com o Rabí, agora é manifestado para todos que abraçarem a fé pelo testemunho corajoso.
Com o Pentecostes, inicia-se o tempo da Igreja, quando a humanidade não é guiada somente pela Lei, mas pelo Espírito de Verdade (cf. Jo 16,13) e pela doação do Corpo e Sangue de Cristo, pela sua Palavra e pelos dons oferecidos pelos que se tornam também o Corpo de Cristo.
O evangelista João faz memória da Ressurreição e de quando os discípulos ainda estão profundamente marcados pelo medo (cf. Jo 20,19). A alegria renasce quando o Senhor traz a paz para o grupo e, ao mesmo momento, os envia em missão, com o objetivo de anunciar ao mundo a alegria do Evangelho. Assim, todos os que ali estavam reunidos ganham força e coragem para pregar a Boa-Nova, porque o Espírito do Senhor está sobre eles dando-lhes vigor e motivação nos seus corações para semearem o Evangelho até os confins da terra!
Na primeira leitura (cf. At 2,1-11) temos o relato do Pentecostes, quando os discípulos estavam reunidos e então o Espírito Santo se manifesta e “todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (At 2,4). Agora, aquilo que o Senhor anunciou, antes e depois da Ressurreição, se concretiza, pois a manifestação do Espírito Santo é para que a Boa-Nova seja anunciada, com coragem, em todo o mundo, rompendo barreiras, geográficas e culturais, e levando a todos os frutos nutritivos e doces dos sinais do Jovem Galileu.
Há outra dimensão da ação do Espírito Santo que merece a nossa reflexão, apresentada na segunda leitura da Liturgia de hoje: “Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos.” (1Cor 12,4-6). São Paulo nos fala dos dons oferecidos aos mansos e humildes para a messe do Senhor.
Quantos dons podemos dispor à messe? Há uma infinidade de atividades, pois os ramos da Videira crescem constante e permanentemente e do mesmo modo os ramos que brotam. Precisamos cuidar do templo, dos grupos, da música, da pregação, das famílias, dos doentes… Mas também da defesa da vida nos espaços políticos e sociais, escolas e meios culturais.
O Espírito Santo estava no início da Criação, falou pelos profetas, operou a encarnação do Verbo na Virgem, esteve presente no Batismo de Jesus no Jordão e o conduziu ao deserto e à sua missão. Também animou os apóstolos após a Ressurreição, desceu em Pentecostes e impulsiona a Igreja na propagação do Evangelho no decorrer dos mais de vinte séculos.
Portanto, devemos sempre nos manter na convicção de que tudo aquilo que vivemos e fazemos é para o bem maior, é pela força do Espírito Santo, que é Deus, a alma da Igreja, Senhor que dá a vida, que renova todas as criaturas e santifica a vida dos seguidores e seguidoras do Senhor Ressuscitado. E com o Salmo 103 podemos proclamar e suplicar ao nosso Deus, rezando o seguinte refrão: “Enviai o vosso Espírito Senhor, e da terra toda a face renovai, e da terra toda a face renovai”.
***
⇒ POESIA ⇐
Sopro de Vida Nova
Sopro santo de Deus,
Nas narinas da criatura humana,
Imagem e semelhança,
Que sua bondade emana,
E se espalha pelo mundo inteiro,
Através dos discípulos mensageiros,
Sobre todos aqueles que a Deus amam.
Sopro e fogo de Deus,
Nos discípulos agora encorajados,
Pela presença dos dons oferecidos,
Pelos frutos do amor, inflamados,
Na vivência da sua missão,
Pregando o Reino da salvação,
E pelos confins do mundo espalhados.
Sopro e luz de Deus,
No Pentecostes do nosso agora,
Nos discípulos no mundo atual,
Dizendo a todos que desperte na aurora,
Na diversidade das nossas situações,
Transformando os nossos corações,
Para anunciarmos que chegou a hora.
Sopro e força de Deus,
Agindo naqueles que estão chegando,
Que pelo Batismo são inseridos,
E à comunidade, vão se irmanando,
Tornando-se um povo em comunhão,
Impulsionados para a missão,
E a Igreja Santa vai aumentando.
Sopro e benção de Deus,
Que vem e desce sobre a Santa Mesa,
Para transformar o pão e o vinho,
Trazendo-nos o amor e a fortaleza,
Dando-nos o Santo e vivo alimento,
Para a comunidade o sustento,
Deus belo, forte… Nossa realeza.
***
*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que preparou os filhos de Deus para o Espírito da verdade que nos guiará na verdade plena, ilumine o seu caminho! ***
Solenidade de Pentecostes
Leituras: At 2,1-11; Sl 103(104); 1Cor 12,3b-7.12-13; Jo 20,19-23
⇒ HOMILIA ⇐
Manifestação pública do Espírito Santo
Jo 20,19-23
Celebramos neste domingo a Solenidade de Pentecostes, a descida do Espírito sobre a Igreja nascente, agora não somente sobre os Apóstolos, mas também sobre as nações e culturas, as quais compreendem a mensagem do amor e da fé, pelo Espírito, em sua própria língua.
O que antes era uma experiência do grupo dos Apóstolos, agora se expande pelo mundo com a ação do Espírito Santo, que nos foi dado por herança, tanto pelo sopro do Ressuscitado (cf. Jo 20,22) quanto pelas línguas como de fogo descido do céu (cf. At 2,3). O que estava preso a um grupo, homens e mulheres que conviveram com Jesus na terra, agora é manifestado para aqueles que abraçarem a fé por milagres, pelas pregações e pelo testemunho corajoso dos discípulos do Senhor.
Pentecostes é o ápice do Tempo Pascal, período que se inicia com o Domingo de Páscoa, porque inicia o tempo da Igreja, tempo este que já na Ascensão do Senhor foi sinalizado pela liturgia da Palavra, pois o mesmo Senhor que sobe aos céus está presente no meio de nós, na total doação de seu Corpo e Sangue, pela sua Palavra e pelos os dons oferecidos aos que se tornam também o Corpo de Cristo no mundo.
O Evangelho de João faz memória da Ressurreição, quando os discípulos ainda estão profundamente marcados pelo medo. Por isso estão fechados em si e de portas fechadas (cf. Jo 20,19). A alegria renasce quando o Senhor traz a Paz para o grupo e, ao mesmo tempo, os envia para a missão, com o objetivo de anunciar ao mundo o Reino de Deus.
A partir desta experiência, de encontro com Cristo ressuscitado, todos os que ali estavam reunidos ganham força e coragem para caminhar, pregando a experiência da Ressurreição.
Na primeira leitura (cf. At 2,1-11), temos a narração de Pentecostes como uma teofania[1] (manifestação divina), quando todos os discípulos estavam reunidos e vivenciam a manifestação do Espírito Santo. Um evento diferente e inédito para a humanidade.
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (At 2,4). Aquilo que Jesus anunciou, antes e depois da Ressurreição, agora se concretiza, pois a manifestação do Espírito Santo é para que os seus discípulos anunciem a Boa-Nova do Reino até os confins do mundo, em suas diversas línguas, culturas e realidades.
Por isso que o Espírito Santo não tem limites, ele sopra onde quer (cf. Jo 3,8), vai aonde quer, como quer e oferece sua Luz, sua Força a quem ele quiser agraciar, desde que os convocados, na sua liberdade, queiram receber a sua presença.
Também podemos dizer que é exatamente a sua ilimitada manifestação, com suas diversas formas atemporais, que age além das nossas expectativas humanas e barreiras geográficas. Foi esta verdade anunciada e constatada na Igreja, que é sacramento da Santíssima Trindade (cf. Catecismo, 747)[2], ao longo de dois mil anos, que conseguiu chegar a nós, em pleno século XXI.
Foi a experiência de abertura para a missão dos primeiros cristãos, que carregados de coragem, consciência missionária e também de suas fragilidades, que fez a messe do Senhor crescer e dar frutos, sendo espalhada pelos imensos espaços do mundo, até nossos dias.
Há outra dimensão da ação do Espírito Santo, apresentada na 2ª leitura, que merece a nossa reflexão: “Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos.” (1Cor 12,4-6).
São Paulo nos fala da manifestação do Espírito Santo em cada um de nós. São os dons oferecidos aos que se deixam conduzir pela ação de Deus e do seu Espírito. Os cristãos, como membros de um mesmo Corpo, recebem dons para serem ofertados no serviço do bem comum. É isto que faz a beleza e a ilimitada ação da Igreja no mundo, pois somos membros que agem com diferentes serviços, para que a Obra de Deus esteja presente em toda humanidade.
Quantos e quais dons nós podemos oferecer a Deus? Desde o simples acolhimento na porta do templo, o canto, a preparação do Altar, a pregação para o povo, a coordenação de um grupo ou de comunidades, a visita de famílias. Enfim, a Messe é grande, como afirmou o Senhor (cf. Mt 9,37).
E para fora dos espaços da Igreja, quantas capacidades podem ser oferecidas para levar Deus e sua Palavra? No cuidado quando estamos a evangelizar, por exemplo. Também a arte de compor ou canta uma música, de fazer poemas, na partilha de conteúdos (aulas, palestras, escritos), ao defender a vida nos espaços políticos e sociais, escolas e meios culturais.
Tudo isso são dons do mesmo Espírito, o qual estava no início da Criação (cf. Gn 1,2), que falou pelos profetas, que anunciou a Maria a encarnação do Verbo, que esteve presente no Batismo de Jesus, que o conduziu ao deserto e também durante sua missão.
O mesmo Espírito animou os Apóstolos após a Ressurreição, que desceu em Pentecostes e que impulsionou a Igreja na propagação do Evangelho no decorrer dos séculos. E em quantas realidades primordiais podemos certificar a presença do Espírito Santo, tais como nos sacramentos, no chamado vocacional, na missão, nos nossos trabalhos pastorais etc.
Agradeçamos a Deus pelos tantos dons do Espírito Santo, oferecidos à Igreja para o serviço do Reino. E quanto a nós, devemos sempre nos manter na convicção de que tudo aquilo que vivemos e fazemos para o bem maior é pela força do Espírito Santo. Ele mesmo que é Deus, a alma da Igreja, Senhor que dá a vida, que renova a face da terra (cf. Sl 103) e que nos santifica na vida de seguidores e seguidoras do Senhor Ressuscitado.
***
[1] Cf. São João Paulo II, Audiência Geral em 31/5/2000. Disponível em: <http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/audiences/2000/documents/hf_jp-ii_aud_20000531.html>. Acesso em 27 maio 2020.
[2] Catecismo da Igreja Católica (CIgC), disponível em: <http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/prima-pagina-cic_po.html>. Acesso em 27 maio 2020. Ver também as perguntas nº 144 e 145 do Compêndio do CIgC, disponível em: <http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html>.
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⇒ POESIA ⇐
Ele é o mesmo em todo o tempo
Presente desde o início,
Está o santificador,
Nas águas da Criação,
Presença viva de amor,
Que conduziu os profetas,
Nas suas lutas e alertas,
Junto ao povo sofredor.
Presente está em Maria,
Na sua Anunciação,
Quando fala para ela,
Do plano da salvação,
Presente também em José,
Que fez o caminho a pé,
Nos tempos de perseguição.
Presente também em Jesus,
No Batismo e no deserto,
Na caminhada do povo,
Dizendo o caminho certo.
Nos encontros de alegria,
Na vida de cada dia,
Um Deus sempre muito perto.
Presente na Ressurreição,
Como sopro de alegria,
Vencendo o medo e o desânimo,
Que nos discípulos existia,
Fazendo um caminho novo,
Junto a multidão do povo,
A Igreja que já nascia.
Presente em Pentecostes,
Ao mundo manifestado,
Para as diversas culturas,
Para o mundo anunciado,
Dom de amor incomparável,
Imenso e insondável,
Deus de amor ilimitado.
Presente em nós, cristãos,
Com força e santa alegria,
Com inumeráveis dons,
Que no caminho nos guia,
Que nos tira da tristeza,
Que nos dá a fortaleza,
Na vida de cada dia.
*** Que a Palavra e a Luz de Jesus Cristo, que anunciou a vinda do Espírito Santo, ilumine o seu caminho! ***
SOLENIDADE DE PENTECOSTES, ANO C – SÃO LUCAS
Leituras: At 2,1-11; Sl 103; 1Cor 12,3b-7.12-13; Jo 20,19-23
Ouça o áudio preparado para esta liturgia (pode demorar alguns segundos)
⇒ HOMILIA ⇐
Manifestação pública do Espírito Santo
Jo 20,19-23
Celebramos neste domingo a descida do Espírito sobre a Igreja nascente, agora não somente sobre os apóstolos, mas também sobre as nações e culturas, as quais compreendem a mensagem do amor e da fé, pelo Espírito, em sua própria língua.
O que era antes uma experiência do grupo dos apóstolos, agora se expande pelo mundo com o sopro e o fogo do Espírito Santo. O que estava preso a um grupo, homens e mulheres que conviveram com Jesus na terra, agora é manifestado para aqueles que abraçaram a fé por milagres, pelas pregações e pelo testemunho corajoso dos discípulos do Senhor.
Pentecostes é o ápice do Tempo Pascal, por que inicia o tempo da Igreja, tempo este que já na Ascensão do Senhor estava se iniciando, pois o mesmo Senhor que sobe aos Céus está presente no meio de nós, na total doação de seu Corpo e Sangue, pela sua Palavra e pelos os dons oferecidos aos que se tornam também o Corpo de Cristo no mundo.
O Evangelho de João nos faz memória da Ressurreição quando os discípulos ainda estão profundamente marcados pelo medo, fechados em si e de portas fechadas (cf. Jo 20,19). A alegria renasce quando o Senhor traz a Paz para o grupo, que ao mesmo tempo os envia para a missão, com o objetivo de anunciar ao mundo o Reino de Deus.
A partir desta experiência, de encontro com Cristo ressuscitado, todos os que ali estavam reunidos ganham força e coragem para caminhar, pregando a experiência da Ressurreição.
Na primeira leitura (cf. At 2,1-11), temos a narração de Pentecostes, quando todos os discípulos estavam reunidos e então o Espírito Santo se manifesta, um fenômeno diferente, inédito para a Humanidade.
“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (At 2,4). Aquilo que o Jesus anunciou, antes e depois da Ressurreição, agora se concretiza, pois a manifestação do Espírito Santo é para que os seus discípulos anunciem ao mundo a Boa-Nova do Reino nas diversas culturas, línguas, realidades e recantos do mundo.
Por isso que o Espírito Santo não tem limites, ele sopra onde quer (cf. Jo 3,8), vai aonde quer, como quer e oferece sua Luz e Força a quem ele quiser, desde que os convocados na sua liberdade queiram receber a sua presença.
Também podemos dizer que é exatamente a sua ilimitada manifestação, com suas diversas formas atemporais, que age além das nossas expectativas humanas e barreiras geográficas. Foi esta verdade anunciada e constatada na Igreja em toda a Tradição cristã, que conseguiu chegar a nós em pleno século XXI. Foi a experiência de abertura para a missão dos primeiros cristãos, que carregados da fé corajosa, conscientes e às vezes também com marcas humanas de fraquezas, fez a messe do Senhor crescer e dar frutos, se espalhando pelos imensos espaços do mundo até nossos dias.
Há outra dimensão da ação do Espírito Santo, apresentada na 2ª leitura, que merece a nossa reflexão: “Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos.” (1Cor 12,4-6).
São Paulo nos fala da manifestação do Espírito Santo em cada um de nós. São os dons oferecidos aos que se deixam conduzir pela ação de Deus e do seu Espírito. Os cristãos, como membros de um mesmo corpo, recebem dons para colocarem a serviço do bem comum. É isto que faz a beleza e a ilimitada ação na Igreja no mundo, pois somos membros que agem com diferentes serviços para que a Obra de Deus esteja presente em toda humanidade.
Quantos dons podemos oferecer a Deus? Desde o simples acolher na porta do templo, do cantar, preparar o Altar, pregar para o povo, coordenar um grupo, animar comunidades e grupos, visitar as famílias. Enfim, a Messe é grande, como afirmou o Senhor (cf. Mt 9,37).
E para fora dos espaços da Igreja, quantas capacidades podem ser oferecidas para levar Deus e sua Palavra, no cuidado quando estamos a evangelizar, por exemplo. Também a arte de compor uma música, de cantar, de fazer um poema, dar aulas e palestras, escrever uma matéria, defender a vida nos espaços políticos e sociais, escolas e meios culturais.
Tudo isso são dons do mesmo Espírito, o qual estava no início da Criação (cf. Gn 1,2), que falou pelos profetas, que anunciou a Maria a encarnação do verbo, que esteve presente no Batismo de Jesus, que o conduziu ao deserto e também durante sua missão.
O mesmo Espírito animou os apóstolos após a Ressurreição, que desceu em Pentecostes e que impulsionou a Igreja na propagação do Evangelho no decorrer dos séculos. E em quantas realidades primordiais podemos certificar a presença do Espírito Santo, tais como nos sacramentos, no chamado vocacional, na missão, nos nossos trabalhos pastorais etc.
Agradeçamos a Deus pelos tantos dons do Espírito Santo, oferecidos à Igreja para o serviço do Reino. E quanto a nós devemos sempre nos manter na convicção de que tudo aquilo que vivemos e fazemos para o bem maior, é pela força do Espírito Santo, que é Deus, a alma da Igreja, Senhor que dá a vida, que renova a face da terra (cf. Sl 103) e que nos santifica na vida de seguidores e seguidoras do Senhor Ressuscitado.
***
⇒ POESIA ⇐
Ele é o mesmo em todo tempo
Presente desde o início,
Está o santificador,
Nas águas da Criação,
Presença viva de amor,
Que conduziu os profetas,
Nas suas lutas e alertas,
Junto ao povo sofredor.
Presente está em Maria,
Na sua Anunciação,
Quando fala para ela,
Do plano da salvação,
Presente também em José,
Que fez o caminho a pé,
Nos tempos de perseguição.
Presente também em Jesus,
No Batismo e no deserto,
Na caminhada do povo,
Dizendo o caminho certo.
Nos encontros de alegria,
Na vida de cada dia,
Um Deus sempre muito perto.
Presente na Ressurreição,
Como sopro de alegria,
Vencendo o medo e o desânimo,
Que nos discípulos estaria.
Fazendo um caminho novo,
Junto a multidão do povo,
Igreja que já nascia.
Presente em Pentecostes,
Ao mundo manifestado,
Para as diversas culturas,
Para o mundo anunciado,
Dom de amor incomparável,
Imenso e insondável,
Deus de amor ilimitado.
Presente em nós, cristãos,
Com força e santa alegria,
Com inumeráveis dons,
Que no caminho nos guia,
Que nos tira da tristeza,
Que nos dá a fortaleza,
Na vida de cada dia.
*** Que a Palavra e a Luz do Ressuscitado ilumine o seu caminho ***
SOLENIDADE DE PENTECOSTES
ANO NACIONAL DO LAICATO
Leituras: At 2,1-11; Sl 103; 1Cor 12,3b-7.12-13; Jo 20,19-23
POESIA
SOPRO DE VIDA NOVA
Sopro santo de Deus,
Nas narinas da criatura humana,
Imagem e semelhança,
Que sua bondade emana,
E se espalha pelo mundo inteiro,
Através dos discípulos mensageiros,
Sobre todos aqueles que a Deus amam.
Sopro e fogo de Deus,
Nos discípulos agora encorajados,
Pela presença dos dons oferecidos,
Pelos frutos do amor, inflamados,
Na vivência da sua missão,
Pregando o Reino da salvação,
E pelos confins do mundo espalhados.
Sopro e luz de Deus,
No Pentecostes do nosso agora,
Nos discípulos no mundo atual,
Dizendo a todos que desperte na aurora,
Na diversidade das nossas situações,
Transformando os nossos corações,
Para anunciarmos que chegou a hora.
Sopro e força de Deus,
Agindo naqueles que estão chegando,
Que pelo Batismo são inseridos,
E à comunidade, vão se irmanando,
Tornando-se um povo em comunhão,
Impulsionados para a missão,
E a Igreja Santa vai aumentando.
Sopro e benção de Deus,
Que vem e desce sobre a Santa Mesa,
Para transformar o pão e o vinho,
Trazendo-nos o amor e a fortaleza,
Dando-nos o Santo e vivo alimento,
Para a comunidade o sustento,
Deus belo, forte… Nossa realeza.
HOMILIA
Manifestação pública do Espírito Santo
Celebramos neste domingo a descida do Espírito sobre a Igreja nascente. Agora não somente sobre os apóstolos, mas também sobre as nações e culturas que acolheram a mensagem do amor e da fé em sua própria língua. O que antes era uma experiência do grupo dos apóstolos, agora se expande pelo mundo com o sopro e o fogo do Espírito Santo.
O que estava restrito a um grupo de homens e mulheres que conviveram com Jesus na terra, agora é manifestado para aqueles que abraçaram a fé por milagres, pelas pregações e pelo testemunho corajoso dos discípulos do Senhor.
O antigo Pentecostes era a festa que lembrava a chegada do povo ao monte Sinai, cinquenta dias após a libertação do Egito. É no Sinai que Moisés recebe de Deus os mandamentos e os apresenta ao povo. O novo Pentecostes é o ápice do Tempo Pascal porque inicia o tempo da Igreja, tempo este que já na Ascensão estava se iniciando, pois o mesmo Senhor que sobe aos céus está presente no meio de nós, na total doação de seu Corpo e Sangue, pela sua Palavra e pelos os dons oferecidos aos que se tornam também o Corpo de Cristo no mundo.
O Evangelho de João nos faz memória da ressurreição quando os discípulos ainda estão profundamente marcados pelo medo, fechados em si e no espaço físico (cf. Jo 20,19). A alegria renasce quando o Senhor traz a paz para o grupo, que no mesmo momento é enviado para missão, com o objetivo de anunciar ao mundo a alegria do Evangelho.
A partir desta experiência de encontro com Cristo ressuscitado que traz também o sopro de vida nova, todos os que ali estavam reunidos ganham força e coragem para caminharem pregando a experiência da ressurreição. Todos agora se colocam em movimento, porque o Espírito do Senhor está sobre eles dando-lhes vigor e motivação nos seus corações para semearem o Evangelho até os confins da terra!
Na primeira leitura (At 2,1-11) temos o relato de Pentecostes, quando todos os discípulos estavam reunidos e então há a manifestação do Espírito Santo, um fenômeno diferente, o qual os discípulos ainda não tinham presenciado. “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava” (2,4).
Aquilo que o Senhor anunciou, antes e depois da Ressurreição, se concretiza, pois a manifestação do Espírito Santo agora é para que os seus discípulos anunciem ao mundo a Boa-Nova do Reino nas diversas culturas, línguas, realidades e recantos do mundo.
Por isso que o Espírito Santo não tem limites, ele sopra onde quer (cf. Jo 3,8), vai aonde quer, como quer e oferece sua luz e força a quem ele quiser, desde que os convocados na sua liberdade queiram receber a sua presença.
Também podemos dizer: é sobre o Santo Espírito que na sua ilimitada manifestação, com suas diversas formas atemporais, que age além das nossas expectativas humanas e barreiras geográficas. Foi esta verdade anunciada e constatada na Igreja em toda a Tradição cristã, que conseguiu chegar a nós em pleno século XXI.
Foi a experiência de abertura para a missão dos primeiros cristãos que, carregados da fé corajosa, conscientes, e às vezes também com marcas humanas de fraquezas, fez a messe do Senhor crescer, dar frutos e se espalhar pelos imensos espaços do mundo até chegar em nossos dias.
Há outra dimensão da ação do Espírito Santo que merece a nossa reflexão, apresentada na segunda leitura da liturgia desta solenidade: “Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos.” (1Cor 12,4-6). São Paulo nos fala da manifestação do Espírito Santo em cada um de nós. São os dons oferecidos aos que se deixam conduzir pela ação de Deus e do seu Espírito.
Os cristãos, como membros de um mesmo corpo, numa dimensão de unidade na diversidade, recebem dons para colocarem a serviço do bem comum. É isto que faz a beleza e a ilimitada ação do Espírito Santo na Igreja e no mundo, pois somos membros que agem com diferentes serviços para que a vida de Deus esteja presente em todas as suas criaturas.
Quantos dons temos a oferecer a Deus, desde o simples acolher na porta do templo, do cantar, preparar o altar, pregar para o povo, coordenar o grupo, animar as comunidades e grupos, visitar as famílias, cuidar dos doentes… E para fora dos espaços da Igreja, quantas capacidades podem ser oferecidas para levar Deus e sua Palavra, no cuidado com a natureza e quando estamos a evangelizar e a se envolver nas causas sociais.
Também a arte de compor uma música, de cantar, de fazer um poema, dar aulas e palestras, escrever uma matéria, defender a vida nos espaços políticos e sociais, escolas e meios culturais… Tudo isso são dons do mesmo Espírito o qual estava no início da Criação. Espírito Santo que falou pelos profetas, que esteve presente no quando a encarnação do verbo foi anunciada a Maria, que esteve presente no batismo de Jesus e o conduziu ao deserto e a sua missão.
Espírito que animou os apóstolos após a ressurreição, que desceu em Pentecostes e que impulsionou a Igreja na propagação do Evangelho no decorrer dos séculos até os nossos tempos.
E em quantas realidades mais podemos certificar da presença do Espírito Santo, tais como nos sacramentos, no chamado vocacional, na missão, nos nossos trabalhos pastorais, na vida familiar, nas diversas profissões e serviços aos outros etc.
Portanto, devemos sempre nos manter na convicção de que tudo aquilo que vivemos e fazemos para o bem maior, é pela força do Espírito Santo, que é Deus, a alma da Igreja, Senhor que dá a vida, que renova todas as criaturas e santifica a vida dos seguidores e seguidoras do Senhor Ressuscitado. E com o salmo 103 podemos proclamar e suplicar ao nosso Deus, rezando o seguinte refrão: “Enviai o vosso Espírito Senhor, e da terra toda a face renovai, e da terra toda a face renovai”. Amém!